UMTS Fórum estima investimento de 2 bilhoes de euros para rede de 50 milhões de habitantes, e modelo tarifário baseado no volume de uso
Por VERÔNICA COUTO
Os investimentos necessários para cobrir uma área metropolitana com 50 milhões de habitantes com uma rede baseada na nova tecnologia móvel LTE (a quarta geração do celular, ou 4G) foram estimados em 2 bilhões de euros pelo UMTS Fórum, segundo o chairman da entidade, Jean-Pierre Bienaimé. Esse valor considera uma infraestrutura já existente de rede GSM (3G), e ficaria 50% maior no caso de regiões sem nenhuma instalação de rede. O especialista, que esteve nessa terça-feira (26/10) na 12ª edição da Futurecom, evento realizado em São Paulo, acredita que o cálculo também vale para a demanda das grandes cidades brasileiras, similares a algumas nações européias – no caso, a França.
Para a entidade, o Brasil será o primeiro mercado latino-americano a entregar a tecnologia LTE, que aumenta em muitas vezes a banda de transmissão de dados pelo celular e que, segundo ele, já está sendo testada no País pela Telefônica. O representante do UMTS Fórum cita dados do instituto Idate, que apontam 371,5 milhões de assinantes no mundo sobre rede LTE, em 2015.
As maiores taxas de crescimento estão na América Latina, onde Bienaimé diz que são esperados 143 mil assinantes em 2012; 783 mil em 2013; 2,789 milhões em 2014; e 9,673 milhões em 2015. Com a realização dos leilões da Anatel para a nova freqüência da 4G no ano que vem, ele acredita que os serviços estejam comerciais em 2012 no Brasil.
Globalmente, serão 1 bilhão de dispositivos eletrônicos conectados em 2016; e 50 bilhões em 2020. Os quatro principais grupos de aplicações incluem equipamentos portáteis para uso em casa ou no carro, soluções para a área de saúde, e sistemas embarcados em automóveis. Em 2013, já se imagina que o total das aplicações móveis LTE rendam 29,5 bilhões de dólares no mundo.
Entre as barreiras a avanço da nova tecnologia, o chairman do UMTS Fórum destaca os preços dos terminais, ainda altos, os gargalos nas redes de transmissão (falta backbone para ligar as antenas celulares à internet), e os modelos de negócios, que devem exigir muitas parcerias entre fornecedores de serviços e operadoras.
Na introdução da 3G, Bienaimé lembra que foi adotada, em muitos casos, a tarifa flat para acesso ilimitado.
“Agora, com a explosão dos dados, esse modelo terá que mudar, porque a capacidade das redes não será suficiente para sustentar o crescimento do tráfego, sem uma receita correspondente. As operadoras vão ter que se adaptar a novas políticas tarifárias, baseadas no volume de uso”, diz o executivo.
Nesse caso, diz ele, os 10% de usuários que são consumidores muito intensivos de banda terão que aceitar menos qualidade de serviço ou pagar mais. A Telia Sonera, da Suécia, diz ele, cobra 60 euros por mês para pacote com 30 Gbytes e 30 Mb por segundo, equivalente, no preço, a 100 Mbps em fibra óptica, com acesso ilimitado. Ou, ainda, a 1.9 vezes o preço do melhor canal de final óptica 3G.
O preço dos terminais (os smartphones, PDAs, etc.) também é chave para expandir os novos serviços de quarta geração: jogos interativos online, TV móvel, aplicações de localização, quiosques móveis para download e upload, etc. Nesse sentido, a tecnologia deve se disseminar, inicialmente, por meio dos dispositivos USB para conexão de computadores portáteis.
Fonte:http://computerworld.uol.com.br/telecom/2010/10/27/4g-vai-mudar-modelo-tarifario-e-de-negocio-das-celulares/
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