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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

FASCÍNIO PELO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO É INCENTIVADO EM JOVENS

Fonte: Carolina Vicentin, Correio Braziliense de 27.10.2010
A maioria deles nasceu próximos aos computadores e à internet. Sabe navegar na web com destreza, tem amigos e seguidores, isso sem falar nos celulares e, por vezes, iPods. Mesmo assim, meninos e meninas se surpreendem com as possibilidades da tecnologia, principalmente com os recursos “escondidos” em meio a tantos aparatos. Para entender esse mundo que não se vê, nada melhor do que experimentar. Em todas as idades.

Estudantes do Colégio Candanguinho, por exemplo, passam tardes construindo robôs de Lego. A atividade extracurricular leva crianças do 7º e do 8° anos a um laboratório para entender o que são sensores, programas de computador e por que certos objetos podem se mover ao menor comando. “Eu mal sabia o que era robótica. Hoje, já virou um passatempo”, conta Marina Reale, 13 anos. “Antes, eu achava que sensores eram só os olhinhos dos robôs”, conta a colega de Marina, Luiza Coimbra, 13 anos. As meninas e os colegas de escola participaram, até domingo passado, da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. No local, aprenderam sobre meio ambiente, sustentabilidade, mas também mostraram o resultado de seu trabalho.

O grupo trouxe quatro robôs para a feira, dois deles bastante engraçados: um robô-boneco, que saía caminhando pela mesa, e um crocodilo, que atacava qualquer coisa que aparecesse na frente. “Ele funciona com sensores de ultrassom”, explica o aluno Matheus Takada, 14 anos. “O sensor do robô consegue perceber onde você está pelo som que você desloca”, completa Marina Reale, mostrando que computação e matemática também são coisas de menina.

Ao expor o que aprenderam, as crianças acabam incentivando outros meninos e meninas a se envolverem com ciência e tecnologia. “Muitos dos que estão apresentando projetos este ano visitaram a semana em anos anteriores”, afirma Roosevelt Tomé, secretário de Ciência e Tecnologia para a Inclusão Social. “A nossa expectativa é envolver cada vez mais os jovens nessa iniciativa”, completa. “Acho bacana conhecer essas coisas. Cada dia a gente vê algo novo, fico pensando o que ainda vai aparecer no futuro”, observa Luis Felipe Vieira, 14 anos, que, por enquanto, pensa em ser veterinário.

Incentivo

O “ciclo” do encantamento e da participação, porém, depende do estímulo de professores, escolas e governo. A Diretoria Regional de Ensino de Santa Maria, por exemplo, organizou uma feira de ciências no início de outubro para selecionar os projetos que iriam à Semana Nacional. O evento, que ocorreu em um sábado, foi financiado por um edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Motivar as pessoas e conseguir patrocínio não é tão fácil assim, ainda mais em período eleitoral, mas, nas escolas onde o trabalho de mobilização foi maior, tivemos ótimos resultados”, conta Maria Leles Caixeta, coordenadora intermediária da DRE de Santa Maria.

De um dos colégios, o Centro de Ensino Médio 417, saiu o projeto de Carlos Vieira da Silva, 18 anos. O adolescente construiu um robô hidráulico, que se move a partir do deslocamento de água (ou outro líquido) em suas estruturas. Máquinas com essa tecnologia foram utilizadas no resgate dos mineiros chilenos, há duas semanas. “Se os engenheiros tivessem optado por um robô comum, poderia haver outro acidente. O atrito com as pedras acabaria rompendo o fio de aço e fazendo com que a estrutura desmontasse”, explica Carlos, que montou o protótipo com canos de PVC, cabos de vassoura, seringas de jardim e suco.

O rapaz, que está no 2° ano, planeja estudar engenharia mecatrônica na Universidade de Brasília (UnB) — curso dos estudantes Felipe de Paula Lima e Rodrigo Carvalho, de 21 e 19 anos, respectivamente. A dupla trouxe para a Semana de C&T o protótipo de um braço mecânico, que pode ser utilizado para limpar o leito de rios e lagos poluídos. O robô, de quatro motores, foi construído com peças de Lego, mas a criação do software que coordena os movimentos ficou com os universitários. “Fizemos questão de deixar o Lego. É uma coisa colorida, então as crianças passam e conseguem visualizar que elas também podem construir um robô”, afirma Felipe. “Quando eu era adolescente, foi uma mostra como essa que me fez ter vontade de estudar mecatrônica”, lembra o rapaz.

Em prol do ambiente

A VII Semana de C&T ocorreu de 18 a 24 de outubro com o tema Ciência para o Desenvolvimento Sustentável. Foram mais de 12 mil atividades cadastradas, que ocorreram na Esplanada dos Ministérios e em outras 383 cidades.

Como funciona um robô

Robôs são como humanos: todas as ações são identificadas, processadas e executadas em um cérebro, que coordena tudo que acontece com a máquina. Isso vale para qualquer tipo de robô, desde os que são confeccionados para parecerem com pessoas, até aqueles que cumprem funções específicas, como a reparação de uma falha na turbina de uma hidrelétrica ou o desarme de uma bomba.

Como cada robô tem seu cérebro, é preciso que a programação seja exclusiva também. Assim, para cada máquina, há uma série de códigos que definem como ela deve se comportar diante de cada situação. Isso tudo funciona graças a outros dois elementos importantes: os sensores, que indicam o posionamento do robô e das coisas ao redor, e os motores, que, muitas vezes, são em tanta quantidade quanto o tipo o número de movimentos.

No caso da mão mecânica dos alunos da UnB, por exemplo, havia quatro motores: um para fazer a máquina andar para frente e para trás, outro para movimentos laterais, um terceiro para subir e descer e o último para controlar a abertura e o fechamento da garra. Ufa!
Fonte:http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2010_10_28&pagina=noticias&id=06024

Um comentário:

  1. Os professores deveriam estruturar pesquisas de avaliação da percepção ambiental frente à problemática das Mudanças Climáticas e solicitar aos alunos que apliquem os questionários em suas casas. O resultado (análise de todos os questionários) seria aanalisado em sala de aula e, a aprtir das conclusões (identificação de não conformidades de conhecimento), realizar eventos na escola (com a presença de familaires dos alunos) onde os pontos identificados como problemáticos seriam debatidos e esclarecidos.

    Núcleo de Estudos em Percepção Ambiental / NEPA
    Grupo sem fins lucrativos
    roosevelt@ebrnet.com.br

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