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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

2012: o ano da comunicação máquina a máquina?

Tecnologias que monitoram ativos de forma remota vão ganhar espaço no mercado, apontam especialistas. Redes inteligentes e 4G devem impulsionar a adoção desses sitemas.
Por TIM LOHMAN, DA COMPUTERWORLD (AUSTRALIA)

O mercado de comunicação máquina a máquina [machine-to-machine (M2M), do inglês] pode não ter tido grande destaque neste ano, embora o crescimento do interesse das operadoras pela tecnologia que monitora ativos de forma remota tenha registrado incremento. Mas, no próximo ano, promete decolar, prometem analistas e fornecedores.

O vice-presidente da Verizon Business, John Karabin, disse em entrevista à COMPUTERWORLD Austrália que upgrades na rede daquele país em 2011 possibilitaram conectividade mais rápida e baixa latência. Benefício que outras nações já estão de olho.

Em todo o mundo, redes sem fio também foram instaladas impulsionadas pela demanda de maior largura de banda e implementações em estágio inicial de redes 4G baseadas em LTE (Long Term Evolution), evolução de 3G. Outro motivador é a necessidade por comunicação entre sistemas sem fio de forma rápida e eficaz. A busca por endereços IP por meio do protocolo IPv6 também não pode ficar de fora. E ainda a conexão entre dispositivos distintos: geladeiras, medidores inteligentes, marca-passos para carros etc.

"Nossa previsão é que a comunicação máquina a máquina e máquina a pessoa vãoser mais ser mais procuradas em 2012", aponta Karabin. "A indústria de saúde, por exemplo, vai adotar nos próximos anos uma infinidade de dispositivos para coletar dados dos pacientes e consolidá-los de volta em soluções de cloud computing."

Como exemplo, o executivo cita que a tecnologia máquina a máquina a pessoa (M2M2P) poderia ser usada no setor de saúde para conexão sem fio de pacientes ou dispositivos de monitoramento de pressão arterial. Assim, quando integrados a software, os médicos poderão observar a saúde do paciente a distância e ao longo do tempo.

Outros dispositivos M2M, como medidores inteligentes, têm sido apontados como um dos principais meios para reduzir o consumo de energia, diminuir as emissões de carbono e os cortar custos, aponta Karabin.

Segundo ele, a lenta adoção da solução nesse campo em 2011 não foi um sinal de rejeição por parte dos governos, consumidores ou prestadores de serviços de energia."Não acho que os medidores inteligentes morreram. A era deles ainda está por vir”, assinala. "Estamos vendo uma grande aprovação nos Estados Unidos”, pontua. O projetos de smart grid que estão em discussão pelos governos, inclusive no Brasil, devem impulsionar essa tecnologia.

"Os contadores inteligentes demoram um pouco para serem implementados e substituir a infraesutrutra existente é uma atividade cara. Inicialmente o custo-benefício pode não fazer sentido. Por outro lado, as pessoas estão percebendo que o custo da energia está subindo”, reflete o executivo.

Rodney Gedda, analista sênior da empresa de pesquisa Telsyte, concorda com a avaliação de Karabin, também prevendo que comunicação máquina a máquina ganhará atenção no próximo ano.

"O número de organizações interessadas em aplicações M2M, inclusive para redes de sensores, gerenciamento de dispositivos e controle de acesso, continuará a saltar", avalia.

Isso porque, segundo ele, com o mercado mais maduro e redes móveis tornando-se mais popularizadas, M2M vai tornar-se parte estratégica das operadoras para incrementar a venda dos pacotes de dados.

A indústria já deu a largada para conquistar esse mercado. Em abril deste ano, a Ericsson assinou acordo para adquirir a tecnologia máquina a máquina da Telenor Connexion, em um esforço para ampliar o portfólio nessa linha e aumentar o know-how no setor.

Quase um ano antes, em outubro de 2010, a empresa também apontou que as operadoras móveis estão se movimentando para estimular a adoção de M2M e que a oportunidade de comunicação entre dispositivos móveis e fixos era "enorme e sem precedentes".

Como resultado, haverá ainda mudança radical na maneira que as redes inteligentes atuarão no setor de energia, apontam especialistas.

Fonte:http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2011/11/18/2012-o-ano-da-comunicacao-maquina-a-maquina/

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