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segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Cientistas em rede



Em tempos de web 2.0, os pesquisadores interessados em interagir com colegas de todo o mundo com quem dividem os mesmos interesses acadêmicos têm à sua disposição uma série de plataformas para trocar informações sobre novos estudos e congressos. O ecossistema das redes sociais para cientistas está cada vez mais diverso. Entre serviços parecidos com o Facebook e portais para o compartilhamento de arquivos, tem opções para todos os gostos – inclusive para quem busca uma alma gêmea num laboratório.

Uma das redes para cientistas mais bem sucedidas é o ResearchGate (ou Portal da Pesquisa), iniciativa criada em 2008 e que ultrapassou no mês de maio a marca de um milhão de usuários. Trata-se de uma plataforma que lembra o Facebook, em que o usuário constrói um perfil no qual inclui sua foto e informações sobre sua universidade e seus interesses de pesquisa. Uma vez registrado, ele pode incluir em sua conta observações, imagens, links ou dicas de artigos científicos que deseja compartilhar com os colegas.

Cada usuário cria sua rede de contatos, podendo seguir as atualizações de outros pesquisadores. Como no Twitter, não é obrigatório que haja reciprocidade: um usuário pode receber as atualizações de um pesquisador sem que ele o siga de volta. Os usuários podem também se organizar em grupos de interesse comum, no qual são compartilhadas informações relevantes para a área.

Outro serviço popular que também já conquistou seu primeiro milhão de usuários é o britânico Mendeley, no ar desde o fim de 2007. Trata-se de um híbrido de gerenciador de arquivos e rede social acadêmica. Ao contrário dos concorrentes, essa plataforma requer a instalação de um programa que pode ser baixado de graça. O diferencial dessa iniciativa é permitir que o usuário faça o upload de artigos científicos em sua biblioteca pessoal. A plataforma reconhece os dados bibliográficos da maioria dos PDFs carregados e inclui um gerador automático de citações para os artigos, compatível com os editores de texto mais comuns.

Uma vez criada sua biblioteca – que funciona como um iTunes de artigos científicos –, o usuário pode acessá-la on-line de outros computadores. Com isso, os artigos com que o usuário costuma trabalhar estão sempre disponíveis, esteja ele onde estiver – inclusive a partir de dispositivos móveis, agora que o serviço tem aplicativos para iPhone e iPad. Paralelamente, os usuários podem criar redes de contatos, na qual monitoram e compartilham os artigos carregados por seus colegas.

Outra plataforma para o compartilhamento de artigos é o CiteULike, uma espécie de del.icio.us científico. Assim como esse popular agregador de favoritos on-line, o site permite que o usuário reúna em sua página links para seus artigos prediletos, classificados conforme as palavras-chave escolhidas por ele. Como no del.icio.us, os usuários podem ver quem mais marcou como favorito um determinado artigo e conferir os outros favoritos dessa pessoa. E podem, claro, construir uma rede de amigos com quem se mantêm em contato pelo site.

Como o Mendeley, o CiteULike reconhece os dados bibliográficos de um determinado artigo e já o classifica com eles. O reconhecimento funciona para a maior parte dos periódicos internacionais. Para os outros casos, o usuário é obrigado a cadastrar manualmente o artigo, o que pode ser desestimulante. A plataforma tem também um serviço de sugestões automáticas de artigos para os usuários, em função de seu perfil e das palavras-chave que usam. Outro aspecto interessante é a possibilidade de marcar um determinado artigo como já lido ou por ler, criando assim uma fila de leitura gerenciada em sua conta. Resta ao usuário programar-se para cumpri-la.

Há opções até para os usuários cujo interesse vai além da esfera meramente acadêmica. Se você está atrás de um parceiro para relações extracientíficas, sua rede é o portal Scientific Singles, que se define como um serviço de paquera para cientistas e amantes da ciência solteiros. A plataforma oferece chats entre usuários e promete conectar membros que tenham interesses comuns. Estudar e flertar, é só começar.

(Foto: sxc.hu/gerard79)

Fonte:http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-da-ciencia/geral/cientistas-em-rede

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