Existe atualmente uma crise da escrita e leitura
tradicional. Uma linguagem nova urdida no
imediatismo dos meios digitais está querendo
fechar um capitulo na história das inscrições
impressas em formato papel. Desde 1990 as
tecnologias da informação digital estão
definitivamente inseridas no contexto do
pensamento e dos atos de gerar e receber a informação.
As mudanças provocadas pela Internet criando
uma infraestrutura eletrônica de documentos em
fluxo transformou os métodos associados com o
pensar e com as práticas da informação e sua
divulgação; mudaram, também, as condições de
acesso aos conteúdos e a o modo de como se lê a
narrativa e, a qualidade da percepção para interiorização.
Fatos e ideias tinham um percurso formal e bem
definido dentro de um mundo onde a textualidade
era pautada pela escrita em papel. Existem,
hoje, novas configurações para plublicitar fatos e ideias.
O meio não é mais a mensagem. A interatividade
possível com os arquivos eletrônicos permite uma
atuação multitemporal com os fatos, ideias e
ocorrências de uma vivência global. O receptor
agora pode ter acesso as "fontes"
e estabelecer um dialogo diferenciado e de seu
interesse, sem intermediários: arranja a sua
informação de uma maneira subjetivamente
individualizada por suas preferências,
independente dos meios formais de comunicação.
A velocidade na interação gerador/receptor impõe
à escrita digital outro traço, o traço de uma
escrita que se quer livre do signo estritamente
demarcado por um código rígido e fixo. Um
significado preso a uma relação única com o
significante aprisiona o
pensamento. O imaginário do leitor está livre,
expandido, adiado para avaliar suas opções de
perceber. Um imaginário livre é
tematicamente desfamiliarizado de tópicos
classificados e de universos simbólicos padronizados.
Há algo de positivo na velocidade simultânea da
disseminação dos conteúdos que se
contrapõem ao andamento da escrita tradicional
tipo folhetim que se vai contando palavra a
palavra em um tempo cronológico. Na nova escrita
há um tempo místico, que soleniza todos os
tempos, pois este se coloca em um momento do
presente, com a memória do passado e na
perspectiva do futuro. Se não for respeitada esta
nova circulação da escrita e leitura a
disseminação da mensagem não será aceita por grande parte dos receptores.
O palavrear da escrita atual é um novo jogo de
linguagem para comunicação nossa com o outro,
como parte de um discurso, que vai se completando
no transcorrer da troca de mensagens. Todo
enunciado deve ser considerado um lance de
palavras como em um jogo que possibilite o
colocutor fazer o lance seguinte para chegar ao entendimento.
O imaginário do receptor ampliado por novas
visualizações explodiu o formato dos meios
tradicionais. Palavras e enunciados tem na
condição digital um caminho de significantes
liberados que necessitam uma fácil e rápida
assimilação devido à velocidade na troca de mensagens.
Há uma potencialização do significado divulgado
que vai além do signo atribuído que é metáfora
criada pelo link colocado na mensagem tutora. O
link não soó redireciona a leitura ele a amplia e
mostra novas facetas do tema. Em uma divulgação o
link reposiciona e amplia e completa a mensagem original.
Aldo de A. Barreto
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