Por CIO/EUA
Pacote de produtividade na nuvem já é usado por 3 milhões de empresas, mas o MS Office ainda reina.
Mesmo com 3 milhões de empresas usando a plataforma Google Apps, a receita do grupo com esse serviço ainda é ínfima. O que pode ser dito é que o volume de usuários representa um importante marco e denota aceitação e expansão em alta.
Quais serão as consequências de uma empresa migrando para o Google e seus serviços? Para a organização comandada por Eric Schmidt, seria ótimo se as companhias substituíssem todos os seus aplicativos por softwares com a marca que remete ao visual do gadget Genius, dos anos 80.
Como isso não ocorre com frequência, as soluções na nuvem do Google são usadas com o objetivo de economizar, pois o preço de 50 dólares anuais por usuário (na versão Google Apps Premier) e sua integração com outros serviços e plataformas online como o Outlook e o Lotus Notes fazem do Docs uma maneira viável de poupar recursos da empresa.
De fato, empresas de pequeno porte têm menos a ganhar com o Google Apps, mas no caso de organizações com cem ou mais funcionários, a plataforma representa um adeus aos incômodos servidores Exchange.
Mas isso não representa o fim do Outlook. Usuários que insistirem em usar a interface do aplicativo de e-mails e de outras tarefas têm à disposição o recurso Google Apps Sync for Outlook.
Ilusão
Outra ilusão consiste em achar que da noite para o dia todo mundo deixará de usar os editores de texto e planilhas de cálculo da Microsoft em detrimento do Google Docs.
“Possivelmente você verá empresas migrarem para o Google para dar conta dos e-mails, mas usar os produtos da empresa para editar documentos será bastante raro”, afirma o vice presidente e analista-chefe da Forrester Research, Ted Schandler.
“Sim, o Google continuará tendo sucesso com a plataforma colaborativa que incrementa as funcionalidades das soluções. Mas não vejo o Google Docs superando o uso do pacote Office da Microsoft”.
Por hora, uma combinação equilibrada entre as soluções da nuvem e o Outlook tem dados às empresas o que elas precisam.
Greenwood, cidade sediada no oeste da Carolina do Sul, nos EUA, é um exemplo disso. O município com 65 mil habitantes conta com 300 funcionários na administração. Destes, três são do departamento de TI. Recentemente a prefeitura de Greenwood migrou de uma infraestrutura local que mesclava as plataformas Exchange com um sistema Unix (gratuito) para o Google Apps.
A instalação do Google Apps para os 300 funcionários levou dois meses e contou com o apoio da terceirizada Cloud Sherpas para consolidar dois sistemas de email que vinham sofrendo com um volume de spam enorme, informou o diretor de TI do município, Brad Barnell.
“Em nossos testes ficou evidente que o filtro de spam do Gmail é um dos mais eficientes, o que foi um alívio para nós, pois tínhamos muitos problemas com e-mails indesejados”, explica Barnell.
Questão de preço
Barnell chegou a verificar os serviços de produtividade online da Microsoft, mas, em termos de preço, a proteção contra spam oferecida pelo Google Apps foi motivo suficiente para decidir pelos produtos da organização famosa apor seu buscador.
Apesar de o serviço de suporte do Google ser bastante criticado, até o momento Barnell não tem do que se queixar. A única vez em que teve de acionar o serviço de suporte foi por ocasião de integração de recursos entre impressoras e caixas de entrada de mensagens.
“O atendimento prestado pelo Google foi suficiente para nos guiar no processo e pudemos voltar ao trabalho em pouco tempo”, afirma Barnell.
No referente aos e-mails, metade dos 300 funcionários usam o tradicional Gmail, ao passo que a outra metade prefere a interface do Outlook (em conjunto com o integrador Google/Outlook) que tem contatos e calendário sincronizado com o Google Apps.
“O único incômodo é a lentidão, e mesmo essa é aceitável. No mais é igual a usar o Exchange normal”, ressalta Barnell.
O que deixa o diretor de TI bastante satisfeito é o fato de os funcionários poderem verificar as mensagens nas caixas de entrada a partir de seus smartphones.
Lugar garantido
Mas a suíte de edição Microsoft Office manteve seu lugar na administração municipal. Apesar de o Google Docs estar disponível para todos os empregados, nenhum deles o usa para escrever textos. A familiaridade dos empregados com o Microsoft Office é grande, como na maioria das empresas.
“Alguns usuários utilizam o GTalk (sistema de troca de mensagens instantâneas), mas na hora de editar documentos, o Microsoft Office reina absoluto”, confirma Barnell.
Contudo, Barnell avalia que as empresas devem verificar qual é a real necessidade de os funcionários terem o Office instalado nas máquinas locais e estudarem a viabilidade de usar plataformas de produtividade em nuvem (como o Office Web Apps).
“O pacote Office é caro. Por enquanto eu o utilizo sem problemas, mas antevejo uma migração completa para soluções online nos próximos anos”, finaliza Barnell.
(Shane O'Neill)
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/09/30/como-anda-o-uso-do-google-docs/#rec:mcl
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