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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

A Internet está sob ataque?

Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade foi tema de mais um debate no palco principal da Campus Party 2011.


Lívia Amorim

Em 16 anos de Internet, com uma geração de jovens completamente digital, se estabelece uma rede móvel e portátil de pessoas que trocam simultaneamente informações de todos os tipos. Este "canal de ressonância" estimula a cultura, levando informação e universalizando o acesso de baixo custo.

É fato que a Web, por ser um meio prático de disseminação de arquivos e ideias, é temida pela indústria da mídia física e, até mesmo, pelo Governo. A distribuição online de conteúdo, assim como o poder de influência na decisão de votos – seja de governantes ou projetos de lei –, são algumas das ameaças apresentadas pela Era Digital.

Vendo que a Internet pode não ser a melhor das aliadas, alguns ataques foram exibidos durante um dos debates do palco principal da Campus Party Brasil 2011. Especialistas em comunicação, direito e tecnologia discutiram problemas predominantes na rede, formas de ataque por parte do Governo e da indústria fonográfica e, principalmente, métodos de defesa para a Web.

"Já apresentei o mesmo discurso há 3 anos no Fórum Internacional Software Livre e não mudei de opinião. [...] A internet está, sim, sob ataque, o que é extremamente grave para quem defende uma ferramenta de comunicação livre", afirmou Sérgio Amadeu, especialista e professor da Universidade do ABC (UFABC). Para ele, a Internet sofre dois tipos de ataque: o primeiro, com a criação de Ilhas Digitais por grandes empresas, que criam regras próprias de como se deve navegar pela Web; a segunda, contra a neutralidade da rede, príncipio que garante livre acesso a qualquer tipo de informação.

Para Fátima Conti, professora da Universidade Federal do Pará (UFPA), a questão principal é a liberdade da distribuição de arquivos e ideias. A professora explicou que a lei do copyright, uma das principais inimigas da Internet, impede o desenvolvimento intelectual do indivíduo, alegando a falta de acesso à informação. "Com essa lei, os caras protegidos não são os autores, mas sim as grandes corporações", explicou Fátima, que defendeu firmemente a distribuição online e a queda da mídia física. "Quando inventaram o carro, quem fazia roda de carroça continuou no mercado? Por que com a indústria fonográfica precisa ser diferente?", questionou a especialista.

Já o professor de direito Pedro Nicolleti Mizukami defendeu o 'anonimato na Internet', explicando ser diferente de 'acesso anônimo', já que este último implica em não registrar logs de acesso. O professor também questionou os argumentos usados para as "leis da Web", que incluem bullying, pedofilia, falhas de segurança e pirataria. De acordo com ele, os argumentos não são válidos, a partir do momento que não têm seu início dentro da Internet.

"A Internet foi criada de um esforço coletivo, e não por um homem só. Não podemos deixar que tirem isso de nós", afirmou Sérgio Amadeu. O debate foi encerrado com possíveis soluções para estes atuais problemas, todas podendo ser iniciadas pelos interessados em continuar com a liberdade na Internet, começando pela busca de informações, mobilização dos internautas e participação em discussões referentes ao assunto.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/jovem/digital_news/noticias/campus_party_a_internet_esta_sob_ataque

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