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segunda-feira, 16 de maio de 2011
Cresce número de vegetarianos absolutos na Alemanha
Torta de confeitaria vegana em Dortmund não contém ovos e é a base de leite de soja
Ser um seguidor do veganismo exige muito mais do que ser apenas um vegetariano. O vegano não come carne, ovo ou queijo, bem como abre mão do mel de abelha, da lã da ovelha e do sapato de couro.
O brunch vegano oferecido pela casa de cultura Taranta Babu, em Dortmund, é muito procurado. O café da manhã avantajado, quase um almoço – breakfast-lunch – é preparado apenas com alimentos adequados aos seguidores do veganismo.
Marcus é um dos que está confortavelmente sentado do lado de fora, na calçada, num banco, na companhia de amigos. Em seu prato, mettigel vegano. "São bolachas de arroz tufado com molho de tomate e temperos. Acho que ficou muito bom", comenta.
A receita original do mettigel é preparada com carne moída de porco crua, temperada com cebolas e moldada em forma de porco espinho. Servido com pão, é um exagero até mesmo para muitos carnívoros. A imitação vegana, ao contrário, parece agradar. Ao menos Marcus está satisfeito.
Carne estragada e dioxina
'Brunch' sem produtos animais
O público é em grande parte jovem e alternativo, tem piercings ou tatuagens. Para muitos, o veganismo é um estilo de vida, uma opção que une os adeptos, mas também os exclui, como conta Daniel, professor de uma escola do ensino médio de Dortmund. "Tive menos problemas com o fato de ser gay do que com a opção pelo veganismo. É comum as pessoas nos olharem de forma estranha."
Ele notou, no entanto, que a alimentação vegana começa a ser aceita pela sociedade, ao menos nos grandes centros. "Existem muitas pessoas que conhecem esse estilo de vida. É possível ir às padarias, supermercados e confeitarias, pedir alimentos veganos, e os atendentes sabem do que estamos falando."
Quando Daniel iniciou com o veganismo, há 15 anos, a situação ainda era outra. Mas com as crescentes críticas à pecuária industrial e escândalos envolvendo carne estragada e contaminada por dioxina, muitas pessoas mudaram seus hábitos alimentares radicalmente. E a tendência deverá se expandir: a Sociedade dos Veganos na Alemanha acredita que em breve serão mais de 1 milhão de adeptos no país.
Churrasco vegetariano
A jovem tatuada e cheia de piercings Kim Kalkowsky (26) e seu parceiro inauguraram recentemente, em Dortmund, o primeiro supermercado da Alemanha especializado em produtos para seguidores do veganismo. Até mesmo as famosas balas de goma alemãs gummibärchen podem ser adquiridas, mas sem a gelatina de origem suína.
Os consumidores encontram praticamente tudo o que é também oferecido em um supermercado comum, menos produtos animais. A cafeteria anexa à loja, vende queijo não laticínio, e até salsicha vegetariana.
Do freezer, a jovem dona do estabelecimento retira um bife embalado a vácuo: "Esta carne vegetariana à milanesa, temperada com pimenta e especiarias, apresenta um ótimo aroma defumado e mesmo assim é tenra. Depois de assada, não dá aquela sensação de morder em borracha", explica Kim. A imitação do bife é feita de glúten. "A adição de fibra de aveia dá ao bife a textura fibrosa como no original."
Segundo a proprietária, até mesmo gatos e cachorros podem se acostumar ao veganismo. Como prova, mostra a prateleira de sua loja onde estão os produtos correspondentes. Resta saber se a opção faz sentido para os animais de estimação.
Primeiro supermercado preparado para servir seguidores do veganismo
Os preferidos: imitação de produtos animais
Kim conta que seus clientes vêm de todas as partes da Alemanha. Tudo começou há setes anos com um catering, depois uma loja virtual. Entretanto, o casal emprega 16 pessoas e oferece um sortimento de mais de 180 produtos. Os mais procurados são aqueles que imitam gêneros de origem animal. Kim justifica: muitas pessoas optam pelo veganismo por questões morais, e não porque não gostem de carne.
Mas o veganismo pode trazer consigo também alguns problemas. Pode haver carência de nutrientes encontrados principalmente na carne. A vitamina B-12, por exemplo, pode desaparecer, com uma dieta puramente vegetariana.
"Há dois anos fui parar em uma clínica depois de passar mal e lá tirei sangue pela primeira vez em dez anos. Foi constatado que eu estava anêmico", conta Daniel, enquanto se delicia com o brunch. Desde então, o professor ingere diariamente uma cápsula de vitamina B-12: é o preço que tem que pagar por seu estilo de vida radicalmente vegetariano.
Autora: Sola Hülsewig (br)
Revisão: Augusto Valente
Fonte:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15046806,00.html?maca=bra-newsletter_br_Destaques-2362-html-nl
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