Programas de apoio visam melhor interação científica com outros países
Mais de 300 programas (12%) de pós brasileiros têm qualidade comparável à de centros de excelência do mundo (conceitos 6 e 7), de acordo com a avaliação da Capes. Outros 20% (conceito 5) precisam de representatividade internacional para alcançar notas superiores.
"A internacionalização é essencial para que as universidades brasileiras atinjam o padrão de qualidade das melhores em pesquisa", afirma Vahan Agopyan, pró-reitor de pós-graduação da USP.
Além de intercâmbios para os pós-graduandos brasileiros e recepção de alunos estrangeiros, há muito o que fazer para chegar ao exterior.
As ações necessárias vão desde o aperfeiçoamento do inglês de professores e pesquisadores para publicarem artigos em revistas internacionais até a tradução de sites para inglês e espanhol.
"Muitos programas não mantêm atualizados nem sequer seus sites", diz o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.
De olho nas melhores universidades do mundo, USP e Unicamp têm planos para a internacionalização.
A USP pretende aumentar o número de convênios firmados com instituições de ponta que prevejam pesquisa conjunta e intercâmbio de alunos e professores.
"O objetivo é que, até 2014, cada programa de pós tenha um convênio internacional efetivo", estipula Agopyan.
Com esse espírito, a USP criou em 2009 o primeiro programa internacional de pós, o doutorado Biologia Celular e Molecular Vegetal da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz), conveniado a duas instituições americanas.
Agora pretende abrir outros dois no primeiro semestre deste ano. "São da área de ciências exatas, um na capital e outro em São Carlos", adianta Agopyan.
Hoje, menos de 4% dos alunos são estrangeiros. O mesmo ocorre na Unicamp, que tem meta de subir essa taxa para 10% até 2015.
O objetivo de ambas é ficar entre os grandes centros de pesquisa e colocar as universidades públicas paulistas entre as cem melhores do mundo. No ranking da THE (Times Higher Education), feito em 2010, nenhuma das duas instituições apareceu entre as 200 melhores.
"Muitas áreas de pesquisa são mais fortes no exterior, não podemos nos distanciar dos centros de ponta", diz Euclides Mesquita Neto, pró-reitor de pós da Unicamp.
(Folha de SP, 30/1)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76171
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