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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Silenciosos demais, carros elétricos oferecem riscos para o trânsito



Na Alemanha, carros elétricos estão sendo incentivados
Nos EUA, lei obriga automóveis elétricos a produzir ruído para alertar os pedestres e diminuir os riscos de um acidente. Grupo de trabalho das Nações Unidas quer agora uniformizar o barulho emitido pelos motores.

Carros elétricos silenciosos serão em breve coisa do passado nos Estados Unidos. O motivo é uma lei para melhorar a segurança dos pedestres, sancionada em janeiro de 2011 pelo presidente Barack Obama. A lei obriga automóveis elétricos e híbridos a gerarem um mínimo de ruído, como forma de aviso sonoro para cegos, deficientes visuais e transeuntes idosos.

Segundo estudos da autoridade de segurança do trânsito dos Estados Unidos (NHTSA), a probabilidade que ocorra uma acidente grave com um automóvel híbrido silencioso é duas vezes maior do que com um carro com motor de combustão convencional.

É possível regulamentar ruídos de trânsito?

O número assusta até os mais fervorosos defensores da eletromobilidade na Alemanha. O governo em Berlim pretende, até 2020, colocar ao menos um milhão de carros elétricos nas ruass e estradas do país. Caso nenhuma providência seja tomada, é possível que a segurança do trânsito venha realmente a ser comprometida, afirma o professor de acústica Wolfgang Foken, da Universidade de Zwickau.

"Eu presumo que o risco de acidentes com carros elétricos certamente vai aumentar." O engenheiro especializado em acústica de automóveis afirma, no entanto, que isso não vale para todas as situações no trânsito. "Carros elétricos são muito silenciosos principalmente na hora de dar a partida, no acionamento da marcha à ré ou para estacionar. Em todas as manobras feitas abaixo de 25 km/h o ruído é quase nenhum", diz Foken.

Por esse motivo, associações de cegos nos EUA defendem a obrigatoriedade da emissão de ruídos, e não são poucos os fabricantes de automóveis que já trabalham no desenvolvimento de ruídos artificiais. Já disponível no mercado, o carro elétrico Leaf, da Nissan, vem equipado com um gerador de som no compartimento do motor. Da mesma forma, o Prius, veículo híbrido da Toyota, produz ruídos desenvolvidos por designers de som.

Para que as montadoras não exagerem, há até mesmo um grupo de trabalho sobre o tema nas Nações Unidas em Genebra. Os funcionários da ONU estão definindo normas que deverão ser aplicadas a todos os veículos movidos à energia elétrica – sejam eles motocicletas, automóveis, caminhões ou ônibus.O principal objetivo dos inspetores da ONU: o novo som dos carros elétricos deve ser uniforme. Ruídos artificiais incomuns poderiam antes assustar do que alertar os cegos.



O Leaf, da Nissan, vem equipado com um gerador de som no compartimento do motor

Mas nem na Europa nem na Alemanha há um debate sério sobre a exigência de ruído para carros silenciosos. Para o pesquisador Pascal Teller, do Instituto Fraunhofer de Física da Construção em Stuttgart, está bem assim. "Em velocidades muito baixas deveria ser suficiente poder parar o automóvel ao ver que uma pessoa está entrando na zona de perigo", afirma.

Teller, que testa regularmente a acústica de automóveis de combustão, híbridos e elétricos, defende a educação e a vivência prática em vez da exigência de ruído. "Motores elétricos possuem níveis sonoros de frequência relativamente alta, uma espécie de ranger e piar", explica. Tanto deficientes visuais como pessoas com visão normal precisam primeiro reconhecer o que está por trás de um barulho estranho. "As pessoas simplesmente precisam se familiarizar com o ruído", afirma.

Antes de tudo, diferente

Mas também Teller leva a sério as preocupações com a segurança por parte das associações de cegos. Ele mesmo já simulou situações típicas de trânsito com deficientes visuais e acompanhou pesquisas. Sua principal conclusão: elétrico significa, antes de tudo, diferente!

Foken, por outro lado, já fez dos assim chamados "carros de baixo ruído" um de seus campos de pesquisa. Ele compila ruídos desenvolvidos artificialmente e realiza experimentos sonoros. O carro elétrico do futuro deve soar bem e continuar audível, resume Foken. "Não se trata mais de tornar os carros mais silenciosos, mas conferir aos automóveis um ruído com uma determinada qualidade."

Autor: Richard A. Fuchs / Bodo Hartwig (ca)
Revisão: Alexandre Schossler

Fonte:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,14973946,00.html

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Senado aprova Lei de Acesso à Informação



Por Raquel Ulhôa | Valor
BRASÍLIA - Acordo entre a oposição e a base governista levou à aprovação, no início desta noite, do projeto de Lei de Acesso à Informação pelo plenário do Senado e à derrota da proposta do senador Fernando Collor (PTB-AL) - por 43 votos contra e nove a favor - que permitia a manutenção do sigilo eterno de documentos oficiais.

Foi aprovado o projeto da Câmara dos Deputados, que fixa o tempo máximo para divulgação de documentos ultrassecretos em 50 anos (25, podendo ser prorrogado por igual período) e determina que órgãos e entidades públicas divulguem informações de interesse coletivo por eles produzidas na internet.

Após a derrota do voto em separado de Collor, que resgatava proposta enviada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009, o texto básico dos deputados foi aprovado, em votação simbólica. O plenário rejeitou todos os destaques de Collor ao texto.

Por uma "concessão", como explicou o líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), oposição e base concordaram em dar preferência para o voto em separado de Collor, dando a ele a possibilidade de ficar na tribuna por cerca de uma uma hora e 20 minutos, criticando as mudanças feitas pela Câmara no projeto de Lula.

"Achamos por bem fazer uma concessão. É sempre bom, numa votação com maioria tão grande a favor, que a minoria possa expressar sua posição", disse Pimentel.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), afirmou que, embora o projeto de Lula tenha sido alterado na Câmara, o governo apoia as mudanças feitas pelos deputados, que foram confirmadas pelos relatores no Senado, Humberto Costa (PT-PE) e Walter Pinheiro (PT-BA). Segundo Jucá, a presidente Dilma Rousseff deve sancionar o projeto sem vetos.

(Raquel Ulhôa / Valor)

Fonte:http://www.valor.com.br/politica/1068804/senado-aprova-lei-de-acesso-informacao

Polícia Federal quer implementar novo sistema de segurança até 2014



Batizada de "Oráculo", a plataforma se assemelha ao "Projeto Tentáculos", usado no combate a fraudes bancárias

Segundo informações de Ivo de Carvalho Peixinho, perito criminal da unidade de repressão ao crime cibernético da Polícia Federal, o órgão pretende implantar um novo projeto de segurança contra cibercrimes até o início de 2014. Batizado de "Oráculo", tal projeto foi exibido durante o CNASI (Congresso Latino-americano de Auditoria de TI, Segurança da Informação e Governança), realizado durante essa semana em São Paulo. "O uso cada vez maior da internet faz com que a criminalidade online também cresça e eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas têm potencial de ampliá-los", diz Peixinho.

Ainda em fase de planejamento, Peixinho afirma que o "Oráculo" vai aplicar para crimes na rede os mesmos processos utilizados pelo "Tentáculos", outro projeto da PF, voltado a crimes de fraude bancária. A ideia, segundo o perito, é reunir em torno da Polícia Federal a colaboração de bancos e grandes corporações que tenham sido vitima de ataques pela rede mundial de computadores. Para ele, a concentração de eventos de grande porte, como a Copa do Mundo de 2014, abre possibilidades de ataques de negação de serviço, invasões, defacement, proliferação de malwares, botnets e, principalmente, ataques a sistemas críticos. O uso cada vez maior da internet faz com que a criminalidade online também cresça e eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas têm potencial de ampliá-los.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/policia_federal_quer_implementar_novo_sistema_de_seguranca_ate_2014

Economia do Brasil atrai mais estrangeiros e brasileiros que vivem fora




Em seis meses, número de estrangeiros regulares no Brasil aumentou 50%. Boom econômico também atrai imigrantes irregulares e estimula volta para casa de brasileiros que vivem no exterior.

O Brasil voltou a ser um país de imigração. Ao menos é o que indicam os números: a quantidade de estrangeiros que vive em situação regular no país saltou de 961.867 em dezembro de 2010 para 1,47 milhão em junho de 2011 – um aumento de 50% em seis meses.

"O crescimento econômico do Brasil, os investimentos feitos aqui, a visibilidade que estamos ganhando no exterior, assim como a crise nos outros países são, para nós, os motivos que estão trazendo mais estrangeiros para cá", disse à Deutsche Welle Paulo Abrão, secretário nacional de Justiça.

Os primeiros da lista são os portugueses, seguidos pelos bolivianos, chineses e paraguaios. "A maior presença chinesa no Brasil é proporcional ao estreitamento das relações comerciais com aquele país asiático. À medida que os parceiros fecham mais acordos, a indústria da China manda mais representantes e funcionários para atuarem aqui", justifica Abrão.

Onde falta

Esse novo panorama também foi sentido por Leandro Pereira da Silva, da Visto Brasil. Especializada em oferecer assistência jurídica a companhias nacionais e internacionais, a empresa com base em São Paulo vê o boom econômico como impulso. "O aumento de projetos de infraestrutura no Brasil trouxe mais mão de obra estrangeira especializada", avalia.

O advogado diz que a defasagem interna de profissionais em áreas técnicas, de engenharia e de arquitetura faz a indústria nacional recorrer a outros países. "E, claro, a crise na Europa está trazendo profissionais de nível técnico para cá", diz Silva, que tem entre seus parceiros empresas como Votorantim, Hyundai, Camargo Correia e Queiroz Galvão.

A maioria dos portugueses que desembarcaram recentemente atuam em áreas da construção, como engenharia civil. "Muitas imobiliárias portuguesas estão vindo para cá devido a essa movimentação toda no mercado brasileiro. Vemos também técnicos da China que vêm ensinar os brasileiros a operar determinada máquina comprada por uma indústria nacional, por exemplo", relata Silva.

Sobre o ingresso de estrangeiros no mercado de trabalho, Silva afirma que as leis nacionais são como as de todos os outros países: protegem as vagas para os próprios cidadãos. "Essa ideia pré-concebida de que 'no Brasil tudo pode' não funciona nessa área. Para atuar de forma regular no país, são exigidos documentos e uma série de comprovações", acrescenta.

Na clandestinidade

"Paralelamente ao número de estrangeiros regulares, também está aumentando o de irregulares", afirma Grover Calderón, presidente da Associação Nacional de Estrangeiros e Imigrantes no Brasil (Aneib). Eles são atraídos pelos mesmos motivos: melhores condições econômicas.

Eles chegam ao território clandestinamente ou como turistas – e permanecem depois de expirar o prazo legal. "São, na maioria, latinos, mas há também muitos africanos, chineses e outras nacionalidades", conta Calderón. Segundo o advogado, a informação de novos ingressantes chega até a associação por meio de uma rede de contatos de estrangeiros.
Crescimento econômico atrai estrangeiros

A última lei da anistia oferecida pelo governo brasileiro, em 2009, regularizou a situação de 45.008 pessoas que viviam ilegalmente no Brasil. "Mas agora essa lei está numa segunda fase, que vai até dezembro. Mas ela é tão complicada que fez com que muitos voltassem para a irregularidade", denuncia Calderón.

Na primeira etapa, o Ministério da Justiça legalizou a situação desses imigrantes por dois anos. Para que ganhassem o direito em definitivo, no entanto, era preciso que fizessem uma espécie de recadastramento na Polícia Federal, e apresentassem comprovante de trabalho registrado em carteira nos últimos seis meses, entre outras exigências, assim como a ausência de ficha criminal.

"O problema é que esse registro na carteira de trabalho não estava na lei da anistia de 2009. Quer dizer, houve uma total falta de comunicação entre dois órgãos do governo, além de problemas como demora na tramitação, falta de respeito das autoridades da Polícia Federal", argumenta o presidente da Aneib. O resultado, segundo ele: das 45 mil regularizadas na primeira fase, apenas 15 a 20 mil pessoas conseguirão anistia definitiva.

Calderón, peruano que vive no Brasil há 15 anos como professor universitário, identifica um novo fenômeno na sociedade brasileira. "O país está passando por um boom econômico e está começando a precisar de mão de obra que desempenha tarefas que o brasileiro não quer mais efetuar. Começam a faltar profissionais qualificados em áreas básicas e clássicas, como pedreiro, eletricista, encanador." Postos que, em grande parte, os imigrantes irregulares tentam ocupar.

Brasil popular

Segundo o Ministério da Justiça, os pedidos de residência permanente no Brasil, que foram 10.683 em 2008, subiram para 18.058 no ano passado. E as solicitações de naturalização praticamente dobraram no mesmo período, de 1.119 para 2.116.

O bom momento do país também está influenciando a volta de brasileiros para casa. "Em 2005, eram 4 milhões vivendo fora do Brasil. Houve uma queda drástica para 2 milhões no ano passado. São brasileiros que retornam principalmente dos Estados Unidos, do Japão e da Inglaterra", conclui Paulo Abrão.

Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer

Fonte:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15486905,00.html?maca=bra-newsletter_br_Destaques-2362-html-newsletter

Ferramenta gratuita ajuda pequenas empresas a evitar ciberataques



IDG News Service / EUA
25-10-2011
Iniciativa da Comissão Federal de Comunicações do Governo dos EUA chega para ajudar companhias a desenvolver estratégia de segurança online.


Com os hackers cada vez mais de olho nas pequenas empresas, a Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) anunciou ontem, 24/10, que fornecerá uma ferramenta online para ajudar essas companhias a desenvolverem uma estratégia de segurança na web.

O software Small Biz Cyber Planner fará uma série de perguntas como “A sua empresa usa cartões de crédito?” e “Sua companhia tem um site público?”. Depois, baseado nas respostas ele irá gerar um guia de planejamento para ajudar as empresas a colocarem em prática algumas políticas de proteção contra ameaças virtuais.

“Com as grandes companhias aumentando suas proteções, as pequenas empresas agora são os alvos mais fáceis para os cibercriminosos”, afirmou o diretor da FCC, Julius Genachoski, durante o evento de lançamento da ferramenta.

O recurso está sendo desenvolvido em parceria pelo Departamento de Segurança dos EUA, a Aliança Nacional de Ciber Segurança, Câmara de Comércio dos EUA, Chertoff Group, Symantec, Sophos, Visa, Conselho de Roubo de Identidade, a FCC e a fornecedora de pagamentos ADP. Ele estará disponível no site da FCC a partir de novembro e será gratuito.

A Comissão Federal de Comunicações não especificou quais tipos de políticas a ferramenta pode recomendar, mas fez referência a uma Planilha de Dicas de Cibersegurança para pequenas empresas que lançou há alguns meses. Ela inclui conselhos básicos do tipo como se certificar que os roteadores Wi-Fi estão seguros, codificar dados nos computadores, instalar programas de proteção e treinar funcionários para não clicarem em links de e-mails enviados por pessoas que não conhecem.

As pequenas empresas precisam ter consciência dos ciberataques, destaca uma pesquisa feita pela Symantec e pela NCSA que também foi publicada na segunda-feira. O custo médio de um ciberataque para uma empresa de pequeno porte em 2009 e 2010 era de mais de 188 mil dólares (330 mil reais), de acordo com o estudo. O levantamento também descobriu que cerca de três quartos das empresas pequenas e médias teriam sido afetadas por ciberataques nesse período. Apesar disso, apenas 52% das pequenas empresas possuem um plano de cibersegurança.

“Essa ferramenta terá um valor especial para companhias que não possuem os recursos para contratar um funcionário apenas para protegê-los de ameaças da web”, afirma Genachowski. “Mesmo um negócio com apenas um computador ou uma máquina de cartão pode se beneficiar desse importante guia.”

fonte:http://pcworld.uol.com.br/noticias/2011/10/25/ferramenta-gratuita-ajuda-pequenas-empresas-a-evitar-ciberataques/

Sites de compras coletivas violam código de defesa do consumidor, diz Idec



SÃO PAULO – Os sites de compras coletivas ganharam a atenção dos consumidores brasileiros. Por terem os produtos e serviços mais desejados e com preços tentadores, esse tipo de venda começou a crescer no país, tanto que hoje já são quase 2.000 empresas.

Com o aumento das ofertas, os problemas começaram a surgir e os direitos do consumidor passaram a ser ignorados.

De acordo com o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), entre os maiores problemas enfrentados pelos consumidores estão o fato de as empresas não assumirem responsabilidade por problemas decorrentes das vendas, não oferecerem informações suficientes ao consumidor e divulgarem descontos maiores do que realmente são.

Compras coletivas x problemas coletivos

Para entender os problemas que o consumidor tem enfrentado, o Idec realizou um levantamento com as quatro maiores empresas do setor, segundo o ranking do portal Bolsa de Ofertas: Clickon, Groupalia, Groupon e Peixe Urbano.

Problemas apontados pelo Idec em sites de compras coletivas

Cadastro obrigatório de e-mail, sem acesso ao contrato

Neste quesito, foram reprovadas as empresas Groupon e Peixe Urbano. De acordo com o Idec, é direito do consumidor só cadastrar seu e-mail depois de analisar os Termos e Condições de Usos e a Política de Privacidade dos sites de compras coletivas.

Porém, segundo o levantamento, para o consumidor conhecer as regras de funcionamento dos sites é necessário cadastrar o endereço de e-mail.

Além disso, durante o cadastramento, o sistema opt-out faz com que o consumidor aceite compulsoriamente as regras de prestação de serviço, uma vez que esse item já vem assinalado.

“Essa prática desrespeita a autonomia do consumidor e sua liberdade de escolha”, explica o o advogado do Idec e responsável pela pesquisa, Guilherme Varella.

Utilização indevida de dados pessoais

As empresas Groupon, Peixe Urbano e Clickon foram apontadas nesse quesito, pois compartilham dados pessoais dos usuários cadastrados com parceiros para uso comercial e publicitário.

“Não há garantias sobre a forma de tratamento das informações, o que é uma ameaça à privacidade dos consumidores e dá margem à publicidade virtual massiva e abusiva (spams)”, afirma Varella.

Isenção de responsabilidade

Neste caso, todos os sites pesquisados apresentaram cláusulas contratuais que eximem sua responsabilidade em relação à qualidade e à eficiência dos produtos e serviços que oferecem.

De acordo com os contratos, a obrigação de reparar eventuais prejuízos cabe apenas aos seus parceiros, admitindo que são apenas intermediadores da compra.

“O site de compras coletivas faz parte da cadeia de fornecimento de produtos e serviços, pois atua na etapa de oferta, publicidade e transação financeira dos compradores. Não há o que justifique a isenção ou diminuição de sua responsabilidade”, explica o advogado.

Segundo o artigo 51, I e III, do CDC (Código de Defesa do Consumidor), tais cláusulas são nulas, portanto, o consumidor tem o direito de exigir que os sites de compras coletivas resolvam os problemas constatados nos produtos ou serviços que comercializam.

Desconto maquiado

As quatro empresas analisadas tiveram problemas, pois inflacionam os preços para disponibilizá-los em promoção, fazendo com que contratar o serviço diretamente no fornecedor saia mais barato do que adquirir dos sites de compras coletivas com desconto.

Em outros casos, algumas empresas prometem descontos que não existem, cobrando o valor real do produto ou serviço.

“Como os sites de compras coletivas são uma forma de publicidade, a veiculação de informação falsa pode ser considerada publicidade enganosa e proibida pelo artigo 37 do CDC”, explica Varella.

Número mínimo de compradores

Todas as empresas novamente tiveram problemas neste quesito, pois nenhuma informa o número mínimo de compradores necessários para a efetivação da oferta, embora seja uma informação fundamental para a efetiva aquisição do produto ou serviço.

Direito de arrependimento

Os sites reprovados foram Groupon, Peixe Urbano e Clickon.

Neste caso, eles não informam adequadamente o direito de arrependimento que, segundo o CDC, é de até sete dias e dá o direito do consumidor receber seu dinheiro de volta.

No caso da Clickon, esse direito é garantido, porém, o consumidor terá de pagar uma multa de 40% para cancelar a compra.

“A cobrança de multa é absurda e ilegal, pois é direito do consumidor desistir da compra”, afirma o advogado.

Ausência de SAC

Nenhum dos quatro sites analisados possuem opção de atendimento rápido ao consumidor, seja por meio de telefone ou chat.

As opções oferecidas são apenas perguntas frequentes, com respostas pré-formuladas.

Falta de informações que identifiquem os sites fornecedores

Todas as empresas apresentaram falha, já não divulgam de maneira clara os dados dos fornecedores.

Além disso, as que informam o nome, endereço e outros dados, colocam essas informações em locais de difícil localização.

“Esses dados são fundamentais para que o consumidor possa contatar as empresas e entrar com ação contra elas, caso seja necessário”, explica Varella.

Outro lado

As empresas foram informadas do resultado da pesquisa e deram seu posicionamento em relação aos resultados.

No caso do Groupon, a empresa admitiu que tem parte da responsabilidade sobre os produtos e serviços que oferta e disse que alterou a cláusula que trata do assunto.

Sobre a relação entre preço e desconto, explicou que analisa todas as ofertas antes de publicá-las, mas que pela natureza dinâmica do modelo de negócio, alguns parceiros podem praticar o preço ofertado no site para outros clientes. O site também afirmou que informa sobre o direito de arrependimento nas perguntas frequentes, no item “modalidades de reembolso”.

O Peixe Urbano reiterou que não integra a cadeia de fornecimento, afirmando que atua apenas como prestador de serviço de publicidade e disponibilização de vouchers promocionais, esquivando-se da responsabilidade por eventuais problemas.

Ainda afirmou que checa todos os preços antes da publicação da oferta, e que não considera necessário informar sobre o direito de arrependimento, pois este está previsto no CDC.

Para o Clickon, seu papel é de intermediador da relação entre parceiro e usuário e que, por isso, não pode ser responsabilizado por qualquer problema.

Além disso, informou que seus descontos são baseados no preço sugerido pelos parceiros, e que estes podem fazer promoções paralelas às do site. A empresa também informou que retirou a previsão de multa da cláusula sobre o direito de arrependimento.

Já o site Groupalia afirma que a responsabilidade é dos fornecedores, quando estes são identificados.

Fonte: InfoMoney – UOL

Fonte:http://studio37.com.br/sites-de-compras-coletivas-violam-codigo-de-defesa-do-consumidor-diz-idec/

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Matemáticos revelam rede capitalista que domina o mundo



Da New Scientist - 22/10/2011


Este gráfico mostra as interconexões entre o grupo de 1.318 empresas transnacionais que formam o núcleo da economia mundial. O tamanho de cada ponto representa o tamanho da receita de cada uma.[Imagem: Vitali et al.]


Além das ideologias

Conforme os protestos contra o capitalismo se espalham pelo mundo, os manifestantes vão ganhando novos argumentos.

Uma análise das relações entre 43.000 empresas transnacionais concluiu que um pequeno número delas - sobretudo bancos - tem um poder desproporcionalmente elevado sobre a economia global.

A conclusão é de três pesquisadores da área de sistemas complexos do Instituto Federal de Tecnologia de Lausanne, na Suíça.

Brasil precisa da Engenharia de Sistemas Complexos
Este é o primeiro estudo que vai além das ideologias e identifica empiricamente essa rede de poder global.

"A realidade é complexa demais, nós temos que ir além dos dogmas, sejam eles das teorias da conspiração ou do livre mercado," afirmou James Glattfelder, um dos autores do trabalho. "Nossa análise é baseada na realidade."

Rede de controle econômico mundial

A análise usa a mesma matemática empregada há décadas para criar modelos dos sistemas naturais e para a construção de simuladores dos mais diversos tipos. Agora ela foi usada para estudar dados corporativos disponíveis mundialmente.

O resultado é um mapa que traça a rede de controle entre as grandes empresas transnacionais em nível global.

Estudos anteriores já haviam identificado que algumas poucas empresas controlam grandes porções da economia, mas esses estudos incluíam um número limitado de empresas e não levavam em conta os controles indiretos de propriedade, não podendo, portanto, ser usados para dizer como a rede de controle econômico poderia afetar a economia mundial - tornando-a mais ou menos instável, por exemplo.

O novo estudo pode falar sobre isso com a autoridade de quem analisou uma base de dados com 37 milhões de empresas e investidores.

A análise identificou 43.060 grandes empresas transnacionais e traçou as conexões de controle acionário entre elas, construindo um modelo de poder econômico em escala mundial.

Poder econômico mundial

Refinando ainda mais os dados, o modelo final revelou um núcleo central de 1.318 grandes empresas com laços com duas ou mais outras empresas - na média, cada uma delas tem 20 conexões com outras empresas.

Mais do que isso, embora este núcleo central de poder econômico concentre apenas 20% das receitas globais de venda, as 1.318 empresas em conjunto detêm a maioria das ações das principais empresas do mundo - as chamadas blue chips nos mercados de ações.

Em outras palavras, elas detêm um controle sobre a economia real que atinge 60% de todas as vendas realizadas no mundo todo.

E isso não é tudo.

Super-entidade econômica

Quando os cientistas desfizeram o emaranhado dessa rede de propriedades cruzadas, eles identificaram uma "super-entidade" de 147 empresas intimamente inter-relacionadas que controla 40% da riqueza total daquele primeiro núcleo central de 1.318 empresas.

"Na verdade, menos de 1% das companhias controla 40% da rede inteira," diz Glattfelder.

E a maioria delas são bancos.

Os pesquisadores afirmam em seu estudo que a concentração de poder em si não é boa e nem ruim, mas essa interconexão pode ser.

Como o mundo viu durante a crise de 2008, essas redes são muito instáveis: basta que um dos nós tenha um problema sério para que o problema se propague automaticamente por toda a rede, levando consigo a economia mundial como um todo.

Eles ponderam, contudo, que essa super-entidade pode não ser o resultado de uma conspiração - 147 empresas seria um número grande demais para sustentar um conluio qualquer.

A questão real, colocam eles, é saber se esse núcleo global de poder econômico pode exercer um poder político centralizado intencionalmente.

Eles suspeitam que as empresas podem até competir entre si no mercado, mas agem em conjunto no interesse comum - e um dos maiores interesses seria resistir a mudanças na própria rede.

As 50 primeiras das 147 empresas transnacionais super conectadas

Barclays plc
Capital Group Companies Inc
FMR Corporation
AXA
State Street Corporation
JP Morgan Chase & Co
Legal & General Group plc
Vanguard Group Inc
UBS AG
Merrill Lynch & Co Inc
Wellington Management Co LLP
Deutsche Bank AG
Franklin Resources Inc
Credit Suisse Group
Walton Enterprises LLC
Bank of New York Mellon Corp
Natixis
Goldman Sachs Group Inc
T Rowe Price Group Inc
Legg Mason Inc
Morgan Stanley
Mitsubishi UFJ Financial Group Inc
Northern Trust Corporation
Société Générale
Bank of America Corporation
Lloyds TSB Group plc
Invesco plc
Allianz SE 29. TIAA
Old Mutual Public Limited Company
Aviva plc
Schroders plc
Dodge & Cox
Lehman Brothers Holdings Inc*
Sun Life Financial Inc
Standard Life plc
CNCE
Nomura Holdings Inc
The Depository Trust Company
Massachusetts Mutual Life Insurance
ING Groep NV
Brandes Investment Partners LP
Unicredito Italiano SPA
Deposit Insurance Corporation of Japan
Vereniging Aegon
BNP Paribas
Affiliated Managers Group Inc
Resona Holdings Inc
Capital Group International Inc
China Petrochemical Group Company
Bibliografia:

The network of global corporate control
Stefania Vitali, James B. Glattfelder, Stefano Battiston
arXiv
19 Sep 2011
http://arxiv.org/abs/1107.5728

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=rede-capitalista-domina-mundo&id=010150111022&ebol=sim

Celulares piratas têm péssimo desempenho em ligações, diz estudo



Redação do IDG Now!
24-10-2011
Pesquisadores descobriram que uma de cada quatro tentativas de chamada não se completa e, mesmo quando completada, tem 24% de chances de cair.

Estudo desenvolvido pelo Instituto Nokia de Tecnologia (INdT) afirma que os celulares falsificados, além de deixarem os consumidores insatisfeitos, prejudicam as empresas do setor e a economia local. No total, 44 aparelhos piratas foram analisados e comparados a dispositivos originais homologados.

De acordo com a pesquisa, os celulares avaliados falharam em 26% das tentativas de ligações e, das estabelecidas, 24% caíram. Além disso, em locais alguns onde os originais funcionavam perfeitamente, os falsificados mal se conectavam à rede, dada a sua baixa capacidade de transmissão.

“Mercados emergentes experimentaram recentemente um aumento significativo na venda de telefones falsificados, que representam um problema para consumidores, para a indústria de telecomunicações e para o governo”, disse Aderbal Bonturi Pereira diretor do Fórum das Fabricantes de Celulares (MMF, na silha em inglês) para a América Latina. “No Brasil, por exemplo, há estimativas de que os ilegais representem aproximadamente 20% do setor”.

O INdT investigou tanto as imitações, que têm a marca de uma empresa inscrita ou que se assemelham a aparelhos consagrados, quanto os genéricos, que, supostamente, não pertencem à companhia nenhuma. Como pontos em comum, eles não são homologados pela Anatel, não estão em conformidade com as leis do consumidor e podem infringir direitos de propriedade intelectual, além de não renderam os impostos que deveriam ser pagos aos governos.

Leia mais: O que levar em conta na hora de comprar um smartphone?

O diretor sênior de Relações com o Governo da Research In Motion (RIM) para a América Latina, Adrean Scheid Rothkopf, destacou que os dispositivos falsificados “inevitavelmente desapontam”. Costumeiramente, eles combinam “componentes antigos com peças sobressalentes de baixa qualidade dentro de uma carcaça projetada para parecer com um telefone novo original”.

O INdT testou o desempenho dos aparelhos em relação à falhas de acesso, queda de ligações, capacidade de handover – que mantém a ligação do celular enquanto se move entre células – capacidades e controle de transmissão de energia e acesso à internet. Os métodos de teste utilizados são internacionalmente padronizados pelo 3GPP (Projeto de Parceria para a Terceira Geração).

Fonte:http://pcworld.uol.com.br/noticias/2011/10/24/celulares-piratas-tem-pessimo-desempenho-em-ligacoes-diz-estudo/

Oi oferece até R$ 200 mil para incentivar desenvolvimento de aplicativos móveis



Redação da Computerworld

Os projetos deverão abordar temas como diversão, hospitalidade, turismo, mobilidade urbana e segurança. Inscrições podem ser feitas até 2 de dezembro.

A operadora Oi abriu inscrições para financiar projetos que desenvolvam aplicativos para celulares no Brasil. O objetivo é criar facilidades para turistas brasileiros e estrangeiros em visita ao Brasil, especialmente nos grandes eventos que o País irá sediar, como Copa do Mundo 2014 e Olimpíadas 2016. Os projetos inscritos deverão abordar temas como diversão, hospitalidade, turismo, mobilidade urbana e segurança e receberão incentivo de até 200 mil reais para o seu desenvolvimento.

Uma comissão formada por executivos da companhia e profissionais da área de pesquisa e desenvolvimento do País irá avaliar as propostas. Os critérios de avaliação serão originalidade, grau de inovação, viabilidade técnica e de negócio, entre outros.

Além do incentivo financeiro, os projetos selecionados terão acesso às plataformas da empresa para testar as aplicações com supervisão de especialistas da companhia. Os aplicativos propostos serão disponibilizados em celulares e smartphones. As inscrições devem ser feitas pelo hotsite http://www.oi.com.br/inovacao.
Fonte:http://pcworld.uol.com.br/noticias/2011/10/24/oi-oferece-ate-r-200-mil-para-incentivar-desenvolvimento-de-aplicativos-moveis/

Luzes para o futuro



Michal Lipson, da Cornell University, falou sobre fotônica do silício no primeiro dia da FAPESP Week (foto: JVInfante Photography/Wilson Center)

Agência FAPESP – "Óptica e fotônica" foi o tema da primeira sessão da FAPESP Week, que teve início nesta segunda-feira (24/10), em Washington, Estados Unidos. Realizada logo após a abertura do simpósio, a sessão reuniu os cientistas Hugo Fragnito e Carlos Lens Cesar, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Paulo Nussenzveig e Vanderlei Bagnato, da Universidade de São Paulo (USP), e Michal Lipson, da Cornell University.

Uma das principais promessas apresentadas no evento é a fabricação de computadores muito mais rápidos do que os atuais. Lipson é professora associada na Escola de Engenharia Elétrica e de Computação em Cornell e estuda há uma década a fotônica do silício, que tem como princípio substituir elétrons por fótons na transmissão de dados. Ou seja, passar da tecnologia elétrica para a fotônica.

"E isso sem precisar incorrer em uma mudança no tipo de circuitos eletrônicos utilizados atualmente. O que queremos é continuar a utilizar o silício, mas para transmissão óptica, que poderá levar a uma velocidade muito maior do que as atuais e oferece um imenso potencial científico e tecnológico", disse.

A cientista, que morou no Brasil até os 19 anos – é filha de Reuven Opher, professor titular do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP) – é pioneira no estudo da possibilidade de construção de computadores com componentes fotônicos.

"A fotônica do silício está muito próxima de se tornar realidade em tecnologias disponíveis ao público. Diversas companhias no setor de computação, como Intel e IBM, estão desenvolvendo produtos baseados na combinação de silício e óptica", disse.

Em um campo de pesquisa novo, Lipson destacou a importância ainda maior de se estabelecer cooperação entre grupos localizados em países diferentes. A cientista, que conta com diversos estudantes brasileiros em sua equipe na Universidade Cornell, também colabora ativamente com pesquisadores no Brasil, entre os quais os outros palestrantes na sessão da FAPESP Week da qual fez parte.

A importância da pesquisa colaborativa também foi ressaltada por Nussenzveig, que inclusive estará em 2012 em Cornell no grupo de Lipson. Professor de física experimental no Instituto de Física da USP, Nussenzveig falou em sua palestra sobre o emaranhamento quântico multicolorido.

O emaranhamento quântico é considerado uma base para futuras tecnologias como computação quântica, criptografia quântica e teletransporte quântico. Fenômeno intrínseco da mecânica quântica, o emaranhamento permite que duas ou mais partículas compartilhem suas propriedades mesmo sem qualquer ligação física entre elas.

O grupo liderado por Nussenzveig demonstrou o emaranhamento em três cores de luzes, indicando um caminho para o desenvolvimento de futuras redes quânticas. A pesquisa foi publicada pela revista Science em novembro de 2009.

De acordo com o cientista, o emaranhamento é um recurso quântico essencial para a aceleração do processamento de informação ou de protocolos de comunicação sofisticados.

"Esperamos que redes de informação quântica levem informação de um local a outro por meio de feixes de luzes emaranhados. Nós demonstramos o emaranhamento em três diferentes feixes de luz, em ondas distintas", disse. "A computação quântica oferece grandes promessas para o futuro."

Fragnito é diretor do Centro de Pesquisas em Óptica e Fotônica de Campinas (CePOF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP, e coordenador o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Fotônica para Comunicações Ópticas (INCT-CNPq).

O físico fez uma breve descrição do centro que dirige na Unicamp e de algumas das pesquisas ali realizadas, incluindo o desenvolvimento de fibras ópticas de altíssima velocidade na transmissão de dados, fabricação por nanotecnologia de dispositivos semicondutores e o estudo de fenômenos físicos envolvidos na comunicação óptica.

Um dos principais centros de pesquisa na área no mundo – elogiado por Lipson em sua palestra –, no CePOF em Campinas, instalado na Unicamp, são desenvolvidos estudos para a fabricação de novas fibras ópticas feitas com diversos materiais, como plásticos especiais e cristais fotônicos.

Fragnito também ressaltou a relação entre o centro que coordena e a iniciativa privada. O centro, que produziu 25 patentes e gerou dois spin offs, assinou contratos que somam mais de US$ 4 milhões com empresas.

Com relação à produção científica, as pesquisas ali realizadas já resultaram em cerca de 160 teses e mais de 700 artigos publicados com um total superior a 4 mil citações.

Divulgação de resultados

A palestra de Lenz Cesar, professor do Instituto de Física Gleb Wataghin, na Unicamp, foi sobre uma plataforma em microscopia multimodal óptica para o estudo de processos celulares. "Biologia nao ocorre em duas, mas em três dimensões, por isso precisamos entender as estruturas biológicas tridimensionalmente", disse.

O pesquisador falou sobre técnicas avançadas de microscopia para o estudo de células, como em tumores, e também em microrganismos causadores de doenças para o homem, entre os quais o Trypanosoma cruzi, causador da doença de chagas.

Com as técnicas de microscopia estudadas pelo grupo coordenado por Lenz Cesar é possível visualizar e compreender melhor estruturas de modo até então não disponívei. "Nosso objetivo é fazer bioquímica em tempo real no nível celular", disse.

Bagnato, coordenador do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) de São Carlos, falou sobre o fenômeno da turbulência em fluidos quânticos. Pouco conhecido pela ciência, o fenômeno é um dos principais objetos de pesquisa do grupo de Bagnato.

O cientista também ressaltou a importância de se divulgar para a sociedade os resultados dos estudos produzidos em universidades e centros de pesquisa. O CePOF de São Carlos, instalado no campus da USP nessa cidade, é reconhecido pelo importante trabalho de divulgação científica que realiza. "Queremos fazer com a ciência esteja disponível a todos de modo muito instigante", disse.

Realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), National Science Foundation (NSF), Ohio State University pelo Woodrow Wilson International Center for Scholars, a FAPESP Week continua em Washington até o dia 26.

Mais informações: www.fapesp.br/week
Fonte:http://agencia.fapesp.br/14676

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Estudo: video games podem consertar "olho preguiçoso"



Pesquisa foi exibida por clínica oftalmológica indiana, em encontro anual de profissionais da área

No encontro mundial da Academia Americana de Oftalmologia, que está acontecendo entre 22 e 25/10 em Orlando, EUA, um dos participantes, Dr. Somen Gosh, divulgou resultados de uma pesquisa que vinha realizando há cerca de um ano: segundo o clínico, os jogos eletrônicos podem curar a "ambliopia", popularmente conhecida como "olho torto". A notícia foi divulgada pelo britânico Daily Mail.

De acordo com os resultados divulgados, aproximadamente 60% dos cem indivíduos estudados, na faixa etária de 10 a 18 anos, apresentaram resultados favoráveis. Saurav Sien, 16, um dos indivíduos pesquisados, disse que "usar meu olho 'fraco' para jogos de tiro era complicado no começo, mas depois de alguns meses treinando, eu conseguia passar todos os níveis facilmente. Minha visão melhorou, então agora não tenho mais dificuldade em fazer provas e exames".

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/jovem/games/noticias/estudo_video_games_podem_consertar_olho_preguicoso

Inovar para competir



Artigo de Roberto Rodrigues na Folha de São Paulo de sábado (22).

Tenho insistido muito neste espaço em valorizar a tecnologia como principal fator responsável pelo extraordinário salto da produtividade e da competitividade sustentável da agropecuária brasileira. E é mundialmente reconhecido o papel da Embrapa nesse processo. De fato, essa notável instituição ainda é muito jovem - nem completou 40 anos - para os avanços obtidos - a conquista do cerrado se insere no rol dos mais relevantes. Com efeito, até a década de 1970 os produtores rurais diziam: "Cerrado, só dado ou herdado!".

Eles sabiam como era fraca a terra de lá e, muito antes da Embrapa, o Instituto Agronômico de Campinas, a Esalq de Piracicaba e instituições de pesquisa paulistas e de outros estados vinham estudando formas de domar aquela natureza hostil à agricultura. Mas, vitimada pelo célebre erro de Pero Vaz de Caminha ("Nesta terra, em se plantando tudo dá"), a sociedade em geral acha que a maior moleza no Brasil é ser agricultor. Não é. Nunca foi.

É verdade que as chamadas terras roxas de Ribeirão Preto, de Jaú e do norte do Paraná ou o massapé de Campinas e de Piracicaba vinham sendo cultivados com grande êxito graças aos trabalhos de pesquisa e extensão rural de órgãos públicos paulistas.

Mas o solo do cerrado, essa imensa área que representa a nossa maior fronteira agrícola, é o tal latossolo, com coloração que vai do vermelho ao amarelo, profundo, bem drenado, muito pobre em nutrientes essenciais (cálcio, magnésio, potássio) e matéria orgânica, tem grande acidez e toxidez por alumínio, de modo que, sem tecnologia adequada e corretivos e fertilizantes, não produz nada! Bem diferente, por exemplo, do pampa argentino, planícies férteis conhecidas como os melhores solos do mundo, que precisam de menos da metade dos adubos de que precisamos.

Por outro lado, grande parte do nosso cerrado, da metade do Centro-Oeste para cima, tem um clima chamado de tropical sazonal, que se caracteriza por um limitado período de chuvas durante o verão e um inverno sequíssimo, que não permite duas culturas anuais.

Pois foram essas dificuldades naturais aparentemente insuperáveis que nossos cientistas venceram, trazendo para cá tecnologias desenvolvidas em países do hemisfério Norte e tropicalizando-as, seja com variedades adaptadas à nossa edafoclimatologia, seja com tratos culturais modificados, seja com fertilização diferente e até com a irrigação apropriada. Os solos drenados do cerrado não retêm a umidade, de modo que secam rapidamente. E sua acidez inibe qualquer cultivo.

Tudo isso foi enfrentado e dominado pela tecnologia. Cada pesquisador do nosso agro merece uma medalha! Hoje, competimos com produtores do mundo todo, e, mesmo com o pesado custo Brasil, avançamos no mercado internacional. Só em relação às exportações, saímos de US$ 21 bilhões em 2000 para mais de US$ 74 bilhões no ano passado. E com um saldo muito maior que o saldo do País todo, salvando com isso até nossas reservas em dólares.

E novas tecnologias vêm chegando: a integração lavoura-pecuária, verdadeira revolução tropical, por exemplo, permite em toda região de inverno seco duas culturas anuais: grãos e carnes. Um verdadeiro ovo de Colombo.

A biotecnologia, a nanotecnologia, as novas máquinas agrícolas que reduzem perdas, os defensivos com moléculas muito menos agressivas, as sementes mais resistentes e rústicas, a irrigação, as biorrefinarias e um sem-número de outros temas que nos colocam na vanguarda do conhecimento científico no agro são garantia de contínua competitividade com sustentabilidade, mesmo se confirmarem as previsões mais pessimistas quanto ao aquecimento global: a gente se adaptará!

Por isso, é absolutamente fundamental oferecer aos nossos institutos de pesquisa - IAC, IB, IZ, Pesca, Universidades, Embrapa - e de extensão - a Cati - os recursos indispensáveis para continuarem servindo ao País.

Roberto Rodrigues é coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Fiesp e professor do Departamento de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal, foi ministro da Agricultura (governo Lula).

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79816