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sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Antivírus gratuitos dominam mercado de softwares de segurança

Por IDG News Service
Ao todo, 42% do mercado é composto por produtos gratuitos, embora as principais marcas sejam de softwares pagos.

A grande exposição de uma marca não significa, necessariamente, que seus produtos dominem o mercado de software de segurança. A afirmação foi feita, nesta quarta-feira (7/7), pela OPSWAT, empresa de software que auxilia no gerenciamento e proteção dos dados, com base em uma pesquisa realizada pela companhia.

O estudo concluiu que, apesar do elevado reconhecimento de fabricantes como a Symantec e a McAfee, essas marcas não dominam o mercado em termos de programas instalados.

Ao todo, 42% do mercado é composto por produtos gratuitos, de acordo com o relatório.

Entre os mais populares, o primeiro lugar ficou com a versão gratuita do Avast Antivirus com 11,45%; seguido pelo Avira AntiVir Personal Free Antivirus, com 9,2%; AVG Anti-Virus Free, com 8,6%, e o Microsoft Security Essentials com 7,5%.

"Parece que os usuários finais têm tanta fé na capacidade de um programa gratuito que não sentem necessidade de adquirir um produto pago", disse o relatório.

O principal analista de pesquisa da Gartner, Ruggero Contu, disse que os números não são surpreendentes. Os produtos gratuitos estão mais propensos a serem populares, e que usuários avançados procuram outros recursos, como ferramentas de backup e criptografia, pagam por esse tipo de software.

"Pelo resultado, a percepção global é que produtos gratuitos são produtos bons e confiáveis", disse Contu.

Em quinto lugar ficou a versão paga do Avast com 5,4%, seguido de dois outros produtos pagos – Kaspersky Internet Security, com 4,5%, e do Norton AntiVirus, com 4,2%.

Somados, as fabricantes com participação abaixo de 1% representam 14,4% do mercado. Apenas os quatro primeiros produtos – todos gratuitos – tinham mais de 6%.

"Apesar de nos Estados Unidos a Symantec e a McAfee serem muitas vezes citadas entre as principais escolhas do consumidor, a realidade é que a concorrência está viva, e o setor muito fragmentado", declarou Contu.

Segundo uma pesquisa divulgada em abril de 2010 pela Gartner, a Symantec, em 2009, apresentou uma receita de 1,8 bilhão de dólares, a maior do segmento. Em segundo lugar ficou a McAfee, com 699 milhões dólares, seguida pela Trend Micro, com 278 milhões de dólares.

(Jeremy Kirk)

http://www.oesisok.com/news-resources/reports/worldwide-antivirus-market-share-report%202010

Fonte:http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2010/07/07/antivirus-gratuitos-dominam-mercado-de-softwares-de-seguranca/

Kaspersky, Norton e Panda são os melhores antivírus, diz instituto

Por Ricardo Zeef Berezin, do IDG Now!
Publicada em 19 de agosto de 2010 às 20h16

O instituto independente de segurança digital AV- Test, divulgou o resultado de suas análises a respeito dos programas antivírus disponíveis para computadores. Foram verificados 19 produtos, tanto gratuitos quanto pagos.

Na lista geral, os líderes (empatados com 16 pontos) foram o Panda, o Norton e o Kaspersky – todos em suas versões 2010. O quinto do ranking é o gratuito AVG.

Apenas três programas não obtiveram a aprovação do AV-Test: o BullGuard 9.0, o Norman Security 8.0 e o (bem mais conhecido) McAfee Internet Security 2010. Dentre os softwares gratuitos analisados, o melhor colocado foi o AVG 9.0 (14,5 pontos), seguido pelo Microsft Essentials(14) e o BitDefender 2010 (14). É importante destacar que o instituto testou o pacote completo dessas soluções, que são pagas, mas os antivírus delas não o são.

No estudo, foram considerados três fatores: proteção (detecção de arquivos maliciosos), reparação (capacidade de limpar o arquivo ou excluí-lo) e usabilidade (número de falso-positivos e redução no desempenho do computador). Para cada categoria, a nota máxima era seis. Ao somá-las, o resultado teria que ser superior a 12, caso contrário, o software não receberia o certificado do instituto.

Os testes, feitos durante o 2º trimestre deste ano, tiveram o Windows 7 como sistema operacional. Em setembro, o instituto abordará o Windows XP e, no final do ano, será a vez do Vista.

http://www.av-test.org/certifications


Fonte:http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2010/08/19/kaspersky-norton-e-panda-sao-os-melhores-antivirus-diz-instituto/

Super Segredos de Software: domine o Microsoft Office

Ter, 20 Jul - 13h30
Os softwares que você usa no dia-a-dia - como navegador, pacote de escritório, media players, o próprio Windows e seus acessórios - são muito mais poderosos do que você imagina. Eles estão carregados de recursos desconhecidos que tornam o micro mais fácil de usar, respondem a atalhos de teclado super-rápidos dos quais você nunca ouviu falar e aceitam plug-ins e extras que podem economizar minutos, talvez até horas, no seu dia-a-dia.
Mas encontrar todos estes atalhos e recursos ocultos geralmente significa perder tempo folheando manuais ou fuçando complexos sistemas de ajuda, e muitas das dicas mais úteis são justamente aquelas nas quais você nunca tinha pensado antes. Felizmente, você não precisa perder tempo procurando, nós fizemos isto por você. Continue lendo e aproveite nosso tesouro de segredinhos para seus programas favoritos.
Embora seu trabalho possa ser maçante em alguns momentos, usar o Office não precisa ser assim. O pacote de aplicativos de escritório da Microsoft tem um punhado de segredinhos ocultos que podem facilitar o serviço. Todas as dicas a seguir valem para o Microsoft Office 2007.
Truques do Word
Converta seus arquivos PDF: PDF to Word é um serviço web bastante interessante que converte arquivos PDF em documentos do Word para que você possa editá-los. Como alternativa você pode baixar e instalar em seu PC o Nitro PDF Reader, um software da nesna empresa que oferece recursos similares aos do site.
PDF to Word transforma arquivos PDF em documentos editáveis
Maximize suas macros: se você passa um bocado de tempo em frente ao Word, considere o uso da função de Macros para gravar e automatizar tarefas repetitivas. Primeiro, habilite a aba "Developer": no Office 2007 clique no globo com a logo do Office no canto superior esquerdo da janela, depois no botão "Opções do Word" e marque a opção "Mostrar guia Desenvolvedor na Faixa de Opções". Então abra a guia Desenvolvedor e use o botão "Macros" para gravar suas próprias Macros (globais ou específicas a um documento) e atribuí-las a atalhos de teclado ou botões na barra de ferramentas.
Navegue com miniaturas: ficar "rolando" a tela só para chegar ao final de um longo documento é uma perda de tempo. Clique na aba Exibição e marque a opção "Miniaturas" para adicionar uma barra na lateral esquerda da janela mostrando miniaturas de todas as páginas de um documento. Para ir direto a uma página, basta clicar na miniatura correspondente.
Word: miniaturas ajudam a navegar por documentos longos
Elimine a formatação do texto: quer copiar e colar um bloco de texto sem levar junto sua formatação original? Para fazer isto começe copiando o texto (Control+C), depois abra o menu "Editar" (ou clique na seta abaixo do botão "Colar" na Faixa de Opções), escolha "Colar Especial" e selecione a opção "Texto não formatado". Este método é perfeito para remover hyperlinks de texto copiado de páginas da web.
Mostre ao resto do ffice quem manda
Traga os menus de volta: se você ainda não se acostumou à Faixa de Opções (Ribbon) do Office 2007 mesmo após três anos de uso, então é melhor se livrar dela de vez. O UBitMenu é um add-on para o Office que restaura o antigo sistema de menus usado até o Office 2003. E o que é melhor: é gratuito para uso pessoal.
Torne seus documentos privados: você pode deixar um documento do Word ou planilha do Excel mais seguros salvando-os com uma senha (e se quiser, pode definir diferentes senhas para que, por exemplo, algumas pessoas possam modificar os documentos enquanto outras podem apenas ler). Para definir senhas abra o documento, clique no "globo" no canto superior esquerdo da janela, escolha "Salvar Como", clique no menu "Ferramentas" ao lado do botão "Salvar" na caixa de díalogo e escolha o item "Opções Gerais". Lá você poderá definir senhas de criptografia e de gravação do documento.
Proteja seus documentos com senha e defina quem pode lê-los ou modificá-los
Encontre uma mensagem de e-mail perdida: por padrão, nas buscas por "Todos os Itens de Email" o Outlook 2007 não leva em consideração mensagens na pasta Mensagens Excluídas. Se você está procurando por uma mensagem que você acha que apagou, não irá encontrá-la na busca a não ser que mude este comportamento: clique no menu Ferramentas, Opções, Preferências e Opções de Pesquisa. Marque a caixa ao lado do ícone da lixeira, clique OK e em OK novamente na janela anterior. Pronto.
Livre-se das notificações: você já teve uma sessão produtiva em frente ao micro impiedosamente arruinada por uma notificação de e-mail inoportuna? Para desativar os sons e mensagens de notificação que aparecem na bandeja do sistema vá até Ferramentas, Opções, Preferências, Opções de email e clique no botão "Opções de email avançadas". Desmarque todos os quatro itens que aparecem sob o item "Quando novos itens chegarem na Caixa de Entrada".
Insira uma nova planilha em um documento do Excel: para adicionar uma nova planilha a um documento do Excel sem ter de passar pelos menus, basta teclar a combinação Shift+F11.

Fonte:http://br.tecnologia.yahoo.com/20072010/76/tecnologia-super-segredos-software-domine-microsoft.html

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Biblioteca do DF é referência internacional na inclusão de deficientes visuais

Publicada em 19/08/2010 às 11h38m

RIO - Quando perdeu a visão, o aposentado Francisco de Paula, 62 anos, passava a maior parte do tempo em casa, deprimido. Agora, faz aulas de informática, inglês, fotografia, dança e reciclagem de leitura em braille. As atividades que ele desenvolve agora, de segunda a sexta-feira, o fizeram "ressurgir e descobrir uma nova vida". Elas ocorrem na Biblioteca Braille Dorina Nowill, em Taguatinga, no Distrito Federal.

- Isso preenche meus dias e me sinto feliz com a companhia das pessoas que têm a mesma deficiência que eu, dos professores e dos voluntários - contou em entrevista à Agência Brasil.

Um de seus colegas é o aposentado Napoleão Queiroz, 51 anos, que participa da dançaterapia e das aulas de informática.

- Estou aprendendo coisas que pensava que não seria capaz de fazer - disse.

A Biblioteca Dorina Nowill atende todo mês, em média, 80 deficientes visuais como Francisco e Napoleão. Além dos adultos, que buscam o resgate da autoestima, há jovens que frequentam o ensino regular e fazem aulas de reforço. Os voluntários leem textos e exercícios das apostilas escolares, impressas em tinta, e tiram dúvidas do conteúdo.

- É bom saber que posso ajudar e me sentir útil - afirmou a voluntária Valéria Freitas, 24 anos, estudante, que dá aulas de reforço de inglês e biologia.

A biblioteca também promove a ressocialização de seus frequentadores.

- Idosos que ficaram cegos e deprimidos em casa se sentem inseridos novamente na sociedade. Juntos, eles se sentem iguais- disse a professora e funcionária da instituição Maria Ildérica.

- Há uma preparação para o mundo lá fora. Muitos se sentem estimulados a voltar a estudar ou trabalhar. Ninguém segura o deficiente quando ele sente esse gostinho de voltar à vida - completou a fundadora da biblioteca, Dinorá Couto Cançado.

Outra atividade é a alfabetização em braille. A biblioteca empresta aproximadamente 2 mil obras literárias e didáticas em braille. Há também livros impressos em tinta, que podem ser gravados em áudio por voluntários ou apresentados em rodas de leitura. Segundo Dinorá, a biblioteca tornou-se referência nacional e mundial pelo seu trabalho literário e social. Com frequência, ela é convidada para participar de congressos, seminário e cursos em vários países.

Nesta sexta-feira (20), às 20h, ela estará no estande do Plano Nacional do Livro e Leitura, na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, para debater o projeto Luz e Autor em Braille. Dinorá vai contar como foram os encontros de autores com deficientes visuais na biblioteca durante cinco anos, de 1995 a 2000. O projeto consistia em permitir uma conversa entre autores e leitores para, a partir daí, os deficientes visuais escreverem um texto inspirado no escritor. O texto podia ser uma crônica, poesia ou até música. As produções foram reunidas na coletânea Revelando Autores em Braille, publicada em 2001.

Fonte:http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2010/08/19/biblioteca-do-df-referencia-internacional-na-inclusao-de-deficientes-visuais-917430132.asp

Brasil é o 48º melhor país para viver, afirma Newsweek

O Brasil é o 48º melhor país do mundo para viver, segundo o primeiro ranking de 100 nações publicado pela revista Newsweek. Entre os países da América Latina e do Caribe, o Brasil perde nesse quesito apenas para Jamaica, Argentina, México, Uruguai, Peru, Costa Rica e Chile - o mais bem colocado da região, no 30º posto da lista. Por outro lado, o Brasil supera seus colegas emergentes do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).

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Para formular o ranking, a Newsweek cruzou indicadores de cinco categorias - educação, saúde, qualidade de vida, competitividade econômica e ambiente político - e convidou laureados analistas, como o economista Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de 2001. O desafio era responder a uma pergunta: se você fosse nascer hoje, que país escolheria? A revista advertiu que o ranking "não é perfeito" e esse exercício reforçou a constatação de que "não há um único modelo de sucesso" para as nações.

O país campeão foi a Finlândia, seguido pela Suíça e pela Suécia. Os Estados Unidos aparecem em 11º lugar, desgastados por duas frentes de guerra e pela crise econômica. Mas estão na frente das três potências europeias - Alemanha, Inglaterra e França. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte:http://br.noticias.yahoo.com/s/19082010/25/mundo-brasil-48-melhor-pais-viver.html

Veneno contra a dor

Notícias Quinta-Feira, 19 de agosto de 2010
JC e-mail 4077, de 18 de Agosto de 2010.



Pesquisadores do Grupo Santa Casa, de Belo Horizonte, em parceria com a UFMG e a Funed, avaliam a ação da toxina da aranha-armadeira, que tem potencial analgésico maior que o da morfina

A picada da aranha-armadeira traz transtornos para suas vítimas. Além de dor imediata e severa, que, normalmente, irradia para o membro atingido, é comum ocasionar inchaço e dormência local, aumento dos batimentos cardíacos, elevação da pressão arterial e agitação psicomotora.

Contudo, é a partir de experiências bem-sucedidas com o seu temido veneno que um importante medicamento analgésico poderá entrar no mercado num futuro próximo. Graças ao poder da toxina, será possível tratar diferentes tipos de dores, como aguda, crônica, inflamatória, cirúrgica, neuropática (comum nos diabéticos) e, inclusive, aquela induzida pelo câncer.

"O setor farmacêutico procura um agente terapêutico efetivo para a dor, que não provoque tantos efeitos colaterais quanto produzem as drogas já existentes no mercado", avalia Marcus Vinícius Gómez, professor da pós-graduação do Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) do Grupo Santa Casa, em Belo Horizonte.

Segundo ele, alguns laboratórios já se mostraram interessados em dar início aos testes clínicos em humanos com a toxina que foi purificada na Fundação Ezequiel Dias (Funed) e cujas ações farmacológicas foram por ele estudadas em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Concluída essa etapa, o caminho é partir para a produção efetiva de um novo medicamento, que terá produção garantida graças à obtenção da toxina recombinante (desenvolvida em laboratório), que repete os efeitos analgésicos do veneno natural da aranha.

A ação terapêutica da substância retirada da armadeira (Phoneutria nigriventer), patenteada com o nome de Ph-alfa-1beta, vem sendo estudada há cerca de 15 anos pelos pesquisadores mineiros. Nas experiências básicas, avaliou-se seu comportamento em diversos modelos de dor.

Os resultados mostraram que ela é mais potente em seu efeito analgésico do que a morfina e, além disso, sua ação dura mais, cerca de 24 horas. Esses resultados possibilitaram que o grupo de pesquisadores publicasse a pesquisa na revista Pain, de grande renome no meio científico, especialmente no que se refere a estudos relativos à dor.

Os cientistas também demonstraram que a toxina atua em dois alvos terapêuticos da dor, tornando-se a única no mercado a atingi-los. Além disso, na comparação com a droga Prialt, recentemente liberada para uso humano nos Estados Unidos, observaram que o veneno da aranha provoca menos reações adversas. Se comparada com a morfina, a toxina da armadeira ainda traz a vantagem de não desenvolver tolerância, ou seja, ela exerce sua ação analgésica independentemente do número de vezes que é aplicada, o que não ocorre com a morfina.

Segundo Gómez, a toxina da aranha age impedindo a entrada de cálcio nos terminais nervosos e, consequentemente, inibindo a liberação do glutamato, um neurotransmissor presente no líquor da medula espinhal. Nesse aspecto, os pesquisadores mediram a concentração de glutamato no processo doloroso e observaram que a toxina da aranha era mais potente em diminuir o glutamato do líquor da medula espinhal do que os analgésicos atualmente em uso.

O professor afirma que, no veneno de aranha, foram isoladas outras duas toxinas. Uma nas arritmias cardíacas e outra nas isquemias cerebral e da retina. No caso da isquemia, a toxina seria responsável por proteger a célula da morte induzida pelo choque isquêmico. No estudo da isquemia da retina, projeto desenvolvido pelo IEP em parceria com a Clínica Oftalmológica da Santa Casa, verificou-se que a toxina atua provocando regeneração das células que foram comprometidas.

Já nas pesquisas envolvendo arritmias cardíacas, que estão sendo realizadas em parceria com pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, os resultados demonstram que a ação da toxina envolve o aumento da liberação da acetilcolina, neurotransmissor que atua no sistema nervoso central. As toxinas envolvidas nos três estudos foram purificadas na Funed e deram origem a duas patentes. Uma terceira está sendo solicitada pelos pesquisadores.
(Vanessa Jacinto)
(Correio Braziliense, 18/8)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72910

Entidades divergem sobre cálculo de piso para professores

Notícias Quinta-Feira, 19 de agosto de 2010
JC e-mail 4077, de 18 de Agosto de 2010.



Representantes de prefeituras, estados, do Ministério da Educação (MEC) e trabalhadores do setor demonstram divergências em relação aos critérios adotados para o reajuste do piso salarial de professores do ensino básico

O tema foi debatido nesta terça-feira (17/8), em audiência pública da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

Conforme a secretária de educação de São Bernardo do Campo (SP) e representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Cleusa Rodrigues, a lei (11.738/08) que instituiu o piso salarial nacional não é clara.

Ela pediu a aprovação, no Senado, do Projeto de Lei 3776/08, que estabelece o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) como critério para o reajuste anual. A proposta já foi aprovada pelo Plenário da Câmara.

Impacto financeiro

Segundo a representante da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Selma Barbosa, o critério previsto no projeto é o mais coerente e o que mais se aproxima da realidade financeira dos municípios. Durante a audiência, ela contestou os cálculos adotados pelo MEC para reajustar o piso, a partir de janeiro deste ano, de R$ 950 para R$ 1.024.

No entendimento da CNM, o valor reajustado deveria ser de R$ 994. De acordo com Selma, o MEC não cumpriu a decisão da Advocacia-Geral da União (AGU) que define que a correção deveria ser feita pela variação do valor efetivamente gasto pelo governo, entre 2008 e 2009, por aluno no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

O coordenador-geral do Fundeb, Wander Oliveira, no entanto, apresentou planilha demonstrando que os cálculos usados para se chegar ao valor de R$ 1.024 tiveram de ser refeitos, entre outros motivos, devido à crise econômica. "Isso explica a diferença nos valores", disse.

Já o representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Denílson Bento da Costa, deixou claro que, pelos cálculos da entidade, o piso deveria ser bem maior do que o definido pelo MEC. Entretanto, ele preferiu não entrar na discussão de números, por entender que seria mais produtivo destacar a importância da aprovação do PL 3776/08.

Má gestão emperra pagamento de piso a professores, diz deputado

O deputado Severiano Alves (PMDB-BA) acusou as prefeituras de não pagarem aos professores do ensino básico o piso salarial de R$ 1.024, definido pelo Ministério da Educação (MEC), devido à má gestão e ao desvio de recursos. A declaração foi feita, nesta terça-feira, após audiência pública da Comissão de Educação e Cultura sobre o tema.

Severiano argumentou que, durante o debate, o coordenador-geral do Fundeb, Wander Borges, demonstrou que o governo federal separou quase R$ 7 bilhões neste ano para complementar os recursos do fundo nos municípios. Por essa razão, apontou o parlamentar, não há justificativa para as prefeituras descumprirem a lei (11.738/08) que instituiu o piso salarial nacional da categoria.

"Para onde estão sendo levados esses R$ 6,9 bilhões? Desafio qualquer município a provar que deu, nos últimos três anos, um aumento salarial acumulado de 30% aos professores. O dinheiro tem sido desviado, e não podemos concordar com isso. As prefeituras incham suas folhas de pagamento com cargos de confiança e depois dizem não ter recurso para a educação", afirmou.

Já o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, rebateu a acusação. Para ele, a declaração do deputado é meramente "eleitoral", pois até hoje nenhum município recebeu qualquer recurso extra para o pagamento do piso do magistério.

"A complementação é, na verdade, de 10% sobre o total (R$ 700 milhões, e não R$ 7 bilhões) que a União disponibilizar para o piso. A legislação, porém, determinou, entre outros requisitos, que o município precisa provar que possui mais alunos na área rural do na urbana para ter direito a receber o dinheiro. Quem consegue isso no Brasil? É demagogia barata", explicou.

Falta de consenso

Na audiência pública, ficou claro que estados, municípios, governo federal e professores ainda estão longe de chegar a um consenso sobre os critérios de reajuste do piso da categoria.

Cinco governadores já recorreram à Justiça argumentando que o piso é inconstitucional. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não julgou o mérito, mas decidiu, em liminar, que estados e prefeituras podem somar as gratificações pagas aos professores para atingir o valor do piso.

O representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Denilson da Costa, sustentou que o piso deve englobar apenas o vencimento do início de carreira, sem contar nenhuma outra vantagem. Ele afirmou ainda que a entidade prepara um relatório com a lista de todos os municípios onde a lei está sendo descumprida.
(Agência Câmara, 18/8)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72902

Má conduta científica dispara nos EUA

Notícias Quinta-Feira, 19 de agosto de 2010
JC e-mail 4077, de 18 de Agosto de 2010.



Em 16 anos, denúncias de fraude aumentaram 161%; país gastou US$ 110 mi para investigar 217 casos em 2009

Há cada vez mais sujeira por baixo dos jalecos brancos: nunca antes os Estados Unidos, grande potência científica mundial e pioneiro na tentativa de coibir fraudes nos laboratórios, teve tantos problemas com desvios de conduta de pesquisadores.

Casos como o de Marc Hauser, biólogo afastado de Harvard há uma semana acusado de distorcer dados em uma pesquisa sobre aprendizado em pequenos macacos, quase triplicaram nos últimos 16 anos.

Em 1993, quando o governo federal dos EUA criou uma agência para o assunto, a ORI (Agência para a Integridade em Pesquisa, na sigla em inglês), foram relatadas 86 denúncias de desvios.

Em 2009, foram 217, número recorde. O país gastou cerca de US$ 110 milhões investigando esses casos. Historicamente, um terço das investigações resulta em punição - em geral, afastamento de cargos e verbas públicas.

O número foi apresentado pela equipe de Arthur Michalek, biólogo do Instituto Roswell Park (de Nova York), na edição de terça-feira (17/8) da revista científica "PLoS Medicine".

"Humanos são humanos, alguns vão se deixar seduzir e usar certos atalhos em busca do sucesso, por mais antiéticos que eles sejam", disse à Folha. "A esmagadora maioria dos cientistas são éticos. Infelizmente, trapaças de poucos mancham o trabalho duro do resto de nós".

Humanos sempre foram humanos, claro, e fraudes existem desde sempre. O homem de Piltdown é citado com frequência como a maior mentira da história da ciência, e o caso é de 1908.

Na época, foram apresentados fósseis de um suposto elo perdido entre humanos e primatas. Só em 1953 a fraude foi comprovada: tratava-se, na verdade, de uma mistura deliberada de ossos humanos e de orangotango. Os números americanos, porém, mostram a má conduta ganhando espaço.

Para Sílvio Salinas, 67, físico da USP, a tentação é maior entre as gerações mais novas. "Hoje em dia, há uma enorme pressão, uma grande disputa por posições", diz. "Mas os bárbaros não tomaram conta da ciência ainda."

Casos no Brasil envolveram alto escalão da USP

O Brasil foi eficiente criando comitês de ética (há 592 ligados à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, a Conep), mas eles atuam principalmente aprovando estudos com voluntários e cobaias.

No que se refere às fraudes, a situação é diferente. Dois casos impunes de plágio se destacaram nos últimos anos, ambos envolvendo o alto escalão da USP.

Em 2009, a reitora Suely Vilela foi denunciada por ser coautora de um trabalho que utilizava figuras de um estudo de 2003 da UFRJ. Não houve punição.

O outro caso, de 2007, envolveu o diretor do Instituto de Física, Alejandro Szanto de Toledo, e Nelson Carlin Filho, vice-diretor da Fuvest. Eles publicaram um artigo que tinha parágrafos inteiros copiados de trabalho anterior de um colega.

Em 2008, a reitoria, sob a própria Vilela, fez uma "moção de censura" a ambos. "No começo, até achei que haveria punição concreta", diz Sílvio Salinas, da USP. Para ele, há muita diferença entre Brasil e EUA. "Lá, mesmo as revisões feitas nos estudos antes da publicação são mais sérias. Aqui parece que o pessoal quer se livrar logo."

Não há grandes trabalhos sobre a dimensão das fraudes científicas no país, nem sobre seu custo.
(Ricardo Mioto)
(Folha de SP, 18/8)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72899

CRESCE A FRAUDE EM CIÊNCIA - E NO BRASIL?

Quarta-feira, 18 de Agosto de 2010

Fonte: Marcelo Leite (*), Folha de São Paulo de 18.08.2010
Preste atenção neste assunto: fraudes em pesquisas científicas. Elas estão aumentando e vão continuar assim, dada a competição feroz por reputação e verbas nesse campo da criatividade humana.

Nada menos que 72% dos pesquisadores incluídos numa revisão ampla de 2009 afirmam já ter presenciado algum tipo de má conduta. As falcatruas vão de pecados veniais, como a inclusão honorária de autores que não participaram de um estudo, a pecados capitais, como falsificar ou fabricar dados.

Nas faculdades de medicina brasileiras, por exemplo, é prática comum pôr o nome do chefe da cadeira entre as assinaturas de um artigo científico, mesmo que ele não tenha noção do que vai escrito ali. Há quem defenda a aberração, argumentando que o fulano criou as condições
para que a pesquisa fosse realizada.

Sendo assim, por que não incluir também o nome do reitor em todos os estudos realizados numa universidade? Antes que algum reitor ou bajulador afoito se encante com a idéia, aviso que se trata de um argumento por absurdo.

Reconhecimento honesto da autoria de trabalhos originais é um dos pilares da ciência. Fidelidade na descrição dos métodos e dados é outro, pois é crucial poder reproduzir observações e experimentos. Por toda parte há quem se disponha, no entanto, a marretar os pilares do edifício.

Não deve ser por acaso que se realizou em Cingapura, de 21 a 24 de julho, a Segunda Conferência Mundial sobre Integridade em Pesquisa. O evento lançou para discussão aberta na internet o documento "Singapore Statement" (Manifesto de Cingapura), que lista 13 princípios e dá a seguinte definição de integridade científica:

"Integridade em pesquisa é definida como a confiabilidade da investigação por força da solidez de seus métodos e da honestidade e precisão na sua apresentação. Falta integridade à pesquisa quando seus métodos ou apresentação distorcem ou deturpam a verdade".

O caso mais rumoroso em andamento é o de Marc Hauser, célebre pesquisador da Universidade Harvard no campo da psicologia evolucionista (novo nome da polêmica área da sociobiologia, surgida nos anos 1970). Hauser é o autor de influentes trabalhos - inclusive experimentos com macacos - sobre a origem de comportamentos morais na evolução darwiniana por seleção natural.

O raciocínio básico da psicologia evolucionista afirma que, se algo existe hoje, é porque foi selecionado no passado por conferir vantagem adaptativa. Coisas como senso de justiça e altruísmo teriam sido úteis para a sobrevivência de indivíduos ou espécies primatas, em priscas eras, e por isso teriam sobrevivido (possivelmente "codificadas" no DNA da espécie). Há quem conclua daí que as pessoas são boas ou más por causa de seus genes, o que ajuda a entender a popularidade desses estudos.

Hauser é um pouco mais sofisticado. Seu livro "Moral Minds", de 2006, teve boa repercussão. A qualidade de alguns de seus trabalhos científicos, porém, começou a ser investigada há pelo menos um ano por Harvard, noticiaram os jornais "Boston Globe" e "The New York Times".

A imprensa brasileira aparentemente ignorou a péssima notícia. Se quiser ler algo em português, dirija-se ao diário luso "Expresso".

Tratei do assunto em comentário no blog Ciência em Dia, quarta-feira passada, no qual concluí, talvez indevidamente, que Harvard o havia afastado. Não está claro ainda, mas parece que Hauser se afastou voluntariamente, a julgar pela resposta automática para mensagens de e-mail em que afirma estar em licença e trabalhando furiosamente na conclusão de um livro, "Evilicious: Why We Evolved a Taste for Being Bad" (Por que Evoluímos para o Gosto de Sermos Maus), segundo se pode ler em reportagem do jornal "Harvard Crimson", que voltou a tratar do assunto aqui.

Alguns trabalhos do grupo de Hauser em periódicos já estão sendo retirados (cancelados), por desacordo entre dados e conclusões, mas não se conhecem detalhes. Nem Hauser, nem seus alunos, nem a universidade estão dando entrevistas sobre a investigação.

Pode ser uma maneira de preservar a reputação pessoal de Hauser, claro. Se for isso, mesmo, reforçaria a hipótese de que os erros (ou fraudes) sejam menores, ou cometidos sem seu conhecimento por um integrante júnior da equipe.

O galho é que, sem esses esclarecimentos, toda a obra de Hauser e de seus colaboradores fica sob suspeita. Não dá para saber se houve uma falha localizada de supervisão, ou uma prática corrente em seu laboratório. O silêncio de Harvard só contribui para turvar ainda mais as águas.

A Escola Médica de Harvard pelo menos criou um Escritório de Integridade Científica. Agora tente encontrar na página da Faculdade de Medicina da USP, a mais prestigiada do país, algo similar a isso --se existe, não se encontra com muita facilidade.

Alguém duvidaria, em sã consciência, que fraudes científicas vão de vento em popa também no Brasil?


(*)MARCELO LEITE é repórter especial da Folha, autor dos livros "Folha Explica Darwin" (Publifolha) e "Ciência - Use com Cuidado" (Unicamp) e responsável pelo blog Ciência em Dia (Ciência em dia). Escreve às quartas-feiras neste espaço.

Fonte:http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2010_08_18&pagina=noticias&id=05813

GOVERNO SUÍÇO OFERECE BOLSAS NA ÁREA DE TECNOLOGIA

Quarta-feira, 18 de Agosto de 2010

Fonte: Portal da UFPE
O governo suíço oferece bolsas de estudos a discentes estrangeiros na área de tecnologia. O processo de seleção será para o ano acadêmico de 2011/2012, e o prazo final para recebimento da documentação, na Embaixada Suíça em Brasília, é 30 de setembro. As bolsas são destinadas a estudantes que tenham diploma universitário para estudos de pós-graduação. A estadia na Suíça possibilitará ao bolsista aprofundar os conhecimentos e desenvolver trabalhos de pesquisa.

A lista de universidades e escolas técnicas federais suíças cadastradas e maiores informações sobre o programa estão disponíveis no site da Secretaria de Educação e Pesquisa Suíça (http://www.sbf.admin.ch/htm/themen/bildung/stipendien/eskas_laender/Brasilien_en.html).

A página está atualizada nos idiomas alemão, francês, italiano e inglês.

Mais informações
Site da Secretaria de Educação e Pesquisa Suíça
http://www.sbf.admin.ch/htm/themen/bildung/stipendien/eskas_laender/Brasilien_en.html
Site da Embaixada Suíça no Brasil
http://www.dfae.admin.ch./brasilia

Fonte:http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2010_08_18&pagina=noticias&id=05809

FUTURO DO LIVRO É DIGITAL

Quarta-feira, 18 de Agosto de 2010
FUTURO DO LIVRO É DIGITAL
Fonte: Ethevaldo Siqueira, O Estadão de 15.08.2010
Não tenho dúvida: o futuro do livro é digital. Minha convicção está ainda mais reforçada depois de participar do Fórum Internacional do Livro Digital, que antecedeu a abertura da Bienal do Livro de São Paulo, na semana passada. Com base na visão dos três palestrantes – o norte-americano Mike Shatzkin, o inglês John B. Thompson e o brasileiro Jean Paul Jacob –, descrevo, por minha exclusiva responsabilidade, o que poderá ser, em 2025, a mais famosa enciclopédia virtual do mundo, a UniPaedia (Universal Encyclopaedia), acessível por meio do SmartPad, o e-reader do futuro. Essa enciclopédia conterá algo equivalente a 100 vezes mais informação do que a da Wikipédia que hoje conhecemos, escrita em mais de 200 idiomas.

Veja como funcionará a UniPaedia. Enquanto aperta a tecla do microfone, você diz com clareza ao e-reader o tema de sua consulta. Por exemplo: Jean-Jacques Rousseau. Em menos de dois segundos, abre-se a página com o artigo principal sobre o grande filósofo franco-suíço. No lugar de uma foto central da página, você tem um display de super high definition, no qual se exibem vídeos, filmetes ou de recursos de multimídia. Para minha surpresa, as imagens vão se sucedendo, num audiovisual incrível. Um avatar apresenta o filósofo com texto e áudio: “Jean-Jacques Rousseau, né le 28 juin 1712 à Genève et mort le 2 juillet 1778 à Emenonville, est um écrivain, philosophe et musicien genevois de langue française...”

Como prefiro fazer a consulta em minha língua-mãe, aperto a tecla de seleção de idioma e escolho o português. O avatar retoma sua biografia: “Jean-Jacques Rousseau, nascido no dia 28 de junho de 1712 em Genebra...” Ao fundo, o cenário da cidade suíça naquele ano.

Imagine a utilidade e o valor cultural de uma enciclopédia como essa com todos os recursos de multimídia, disponível em qualquer lugar do planeta, altamente colaborativa, permanentemente revisada e avalizada por especialistas das maiores universidades do mundo.

O livro é uma de minhas paixões. Ele me permite ler, reler e refletir no ritmo que mais me agrada, mais lento ou mais rápido, retornar às páginas anteriores, consultar o índice ou o glossário. Mesmo assim, tenho muitas queixas do livro. À medida que a idade chega, começo a me sentir irritado com as letras miudinhas, os textos em corpo 7 ou mesmo 9, que não posso ampliar como no computador. Imagine ler um livro de 400 páginas em corpo 7 ou, pior ainda, em dicionários e enciclopédias antigas.

A resposta a todos esses problemas é o livro eletrônico.

A bienal de 2025

Estamos em plena Bienal do Livro de São Paulo 2010, que começou na semana passada e ainda se estende até o domingo próximo, no Anhembi. Não perca a oportunidade de visitar o espaço da Imprensa Oficial, com uma exposição sobre o livro digital.

Visite tudo, fotografe, compre os livros que quiser, leve seus filhos, estimule-os a ler mais e registre o máximo de informações sobre o evento para compará-lo, daqui a 15 anos, com a Bienal do Livro de São Paulo 2025. Naquele ano, você não precisará ir ao Anhembi. Até porque a Bienal não terá um local físico para sua realização, porque será inteiramente virtual, interativa, colaborativa e muito mais divertida.

Para a maioria dos especialistas, o livro como o conhecemos hoje estará praticamente extinto daqui a 30 anos, e só será encontrado em museus, nas últimas bibliotecas pessoais ou nas mãos de bibliófilos e colecionadores.

É claro que o livro impresso em papel não desaparecerá. Assim como os veleiros do século 18 não desapareceram totalmente – porque sobrevivem nos iates de luxo de hoje –, o livro poderá sobreviver, mas como um mercado de nicho, para edições de luxo, verdadeiras obras de arte, para reprodução das mais belas ilustrações. E mesmo assim, combinando impressão especial com a tinta eletrônica (e-ink), papel eletrônico e nanopapel, capazes de resistir muito mais à ação do tempo.

Os sucessores do livro impresso em papel serão provavelmente livros digitais interativos, audiovisuais e multimídia, com novos conceitos, novos formatos e funções, como a UniPaedia acima descrita.

Mais leitores?


Com o advento dos leitores eletrônicos e a universalização da tecnologia digital, é bem provável que cresça também o número de leitores, numa reversão surpreendente do declínio do hábito de leitura das novas gerações.


As primeiras ferramentas dessa revolução estão aí. São leitores eletrônicos como o Kindle DX da Amazon, o Sony e-Reader Touch PRS 500, o BeBook Neo, o Alex e-Reader, o PanDigital Novel, o Kobo e-Reader, o Barnes & Noble Nook, o Cool-er e, obviamente, a vedete mundial da Apple, o iPad. A Amazon espera lançar ainda este ano um Kindle de US$ 99.

Os e-readers atraíram e dominaram as atenções dos milhares de visitantes do Consumer Electronics Show 2010, em janeiro, em Las Vegas. Eu já era otimista desde o lançamento dos primeiros leitores eletrônicos. Agora sou ainda mais, com os milhões de iPads vendidos pela Apple e com a informação mais impressionante da semana passada: a venda de livros eletrônicos para o e-reader da Amazon no primeiro semestre cresceu 200% em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte:http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2010_08_18&pagina=noticias&id=05802

USP E PUC-RS SÃO AS GRANDES CAMPEÃS NO V PRÊMIO MELHORES UNIVERSIDADES

Quarta-feira, 18 de Agosto de 2010

Fonte: Junior Bellé, Abril.com/Educação
A 5º edição do Prêmio Melhores Universidades Guia do Estudante e Banco Real Grupo Santander foi realizada na noite do dia 27, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Pela primeira vez no famoso pavilhão projetado por Oscar Niemeyer, a maior premiação do ensino superior brasileiro foi prestigiada por professores, reitores e diretores de faculdade.

Fábio Volpe, diretor de redação do GUIA DO ESTUDANTE explica que, pela primeira vez, todas as categorias premiadas foram divididas entre instituições públicas e privadas. Além do mais, o grande destaque da festa foi o prêmio concedido à melhor universidade pública e particular do ano. Pelo conjunto da obra, a Universidade de São Paulo (USP) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) foram as vencedoras, nas respectivas
categorias.

A AVALIAÇÃO

Em 2009, o GE coordenou a avaliação de 9.371 cursos de 1.332 instituições de ensino superior em todos os estados brasileiros. Deste total, 28 universidades encabeçaram as finalistas, disputando 18 prêmios, metade deles para universidades privadas, os demais para as públicas, incluindo os dois de melhor universidade do ano.

No coquetel que abriu a noite, o clima era de descontração e um pouco de ansiedade por parte dos representantes das universidades concorrentes aos prêmios, como resume Rocheli Carnaval, da Universidade Católica Dom Bosco, pleiteante na categoria Meio Ambiente e Ciências Agrárias: 'Sempre que você é indicado surge aquela esperança de poder ganhar, mas só o fato de estar entre os três finalistas já é recompensador, é sempre um fator de auto-estima para os alunos e todo o grupo. Eles se sentem participando de um processo avaliativo sério, e isso torna o evento muito estimulante', diz.

Entre os mais de 800 presentes estava a secretária de Ensino Superior do Ministério da Educação, Maria Paula Dallari Bucci. Ela declarou considerar o prêmio um importante indicativo do que se deve perseguir em termos de qualidade de educação: ' A Abril [que publica o GE] é uma empresa que tem um acúmulo muito grande na área educacional, de várias décadas, e construiu a condição de referência em termos de educação e cultura para além dos governos'. A secretária destacou ainda que as universidades vencedoras do prêmio coincidem, em grande medida, com as que estão no topo da lista nas avaliações do MEC.

Jairo Mendes Leal, presidente da Editora Abril, explica que o prêmio é uma forma eficiente de contribuir com a educação brasileira, e aponta a importância que ele possui dentro da editora: 'A educação é algo que está no nosso DNA, é um tema que aparece na nossa missão, é um dos pilares de nossa existência. Para a Abril, a obrigação é apoiar o ensino fundamental, médio e superior. Quando há um Guia que aponta as melhores universidades, as melhores práticas, dando este destaque que a Abril vem dando para o ensino superior, com certeza se obriga uma melhoria de toda a cadeia'.

A PREMIAÇÃO

A Orquesta Bachiana Jovem abriu a cerimônia de premiação, que teve como apresentadora a atriz Cássia Kiss. Mas as grandes estrelas da noite foram Selma Garrido Pimenta, pró-reitora da USP, a universidade pública do ano, e Joaquim Clotet, reitor da PUC-RS, a instituição privada do ano.

'Para a PUC-RS é motivo de orgulho ser reconhecida nacionalmente como uma universidade engajada na inovação da educação superior por sua qualidade na extensão, na pesquisa e na graduação. Mostra que o esforço valeu a pena', disse Clotet.

A pró-reitora da USP enfatizou o peso que esta premiação tem para as universidades públicas, devido à seriedade da Editora Abril e do GUIA DO ESTUDANTE: 'Nós conhecemos o trabalho de décadas que esta publicação faz na direção de valorizar o jovem, indicando que caminho seguir no seu curso superior, na sua vida. O prêmio mostra que seus organizadores tem a sensibilidade de lidar com estes jovens que são o sentido e o significado da existência da universidade. E para a USP, classificada como a primeira da América Latina, e uma das trinta mais importantes do mundo, este é um reconhecimento social, pois a USP está cada vez mais preocupada em trazer para nossos cursos de excelência jovens que tiveram menos oportunidade de ter uma boa formação, de ter acesso à cultura e ao conhecimento', declarou.

Fonte:http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2010_08_18&pagina=noticias&id=05804

Relação das 150 melhores Universidade do mundo em ordem decrescente

1.Harvard University
2.University of California, Berkeley
3.Stanford University
4.Massachusetts Institute of Technology (MIT)
5.University of Cambridge
6.California Institute of Technology
7.Princeton University
8.Columbia University
9.University of Chicago
10.University of Oxford
11.Yale University
12.Cornell University
13.University of California, Los Angeles
14.University of California, San Diego
15.University of Pennsylvania
16.University of Washington
17.University of Wisconsin - Madison
18.The Johns Hopkins University
19.University of California, San Francisco
20.The University of Tokyo
21.University College London
22.University of Michigan - Ann Arbor
23.Swiss Federal Institute of Technology Zurich
24.Kyoto University
25.University of Illinois at Urbana-Champaign
26.The Imperial College of Science, Technology and Medicine
27.University of Toronto
28.University of Minnesota, Twin Cities
29.Northwestern University
30.Washington University in St. Louis
31.New York University
32.University of California, Santa Barbara
33.University of Colorado at Boulder
34.Rockefeller University
35.Duke University
36.University of British Columbia
37.University of Maryland, College Park
38.The University of Texas at Austin
39.Pierre and Marie Curie University - Paris 6
40.University of Copenhagen
41.University of North Carolina at Chapel Hill
42.Karolinska Institute
43.Pennsylvania State University - University Park
44.The University of Manchester
45.University of Paris Sud (Paris 11)
46.University of California, Davis
47.University of California, Irvine
48.University of Southern California
49.The University of Texas Southwestern Medical Center at Dallas
50.Utrecht University
51.University of Zurich
52.University of Munich
53.Vanderbilt University
54.Rutgers, The State University of New Jersey - New Brunswick
55.The University of Edinburgh
56.Technical University Munich
57.University of Pittsburgh
58.Carnegie Mellon University
59.The Australian National University
60.The Ohio State University - Columbus
61.McGill University
62.University of Melbourne
63.King's College London
64.University of Heidelberg
65.Brown University
66.University of Bristol
67.Uppsala University
68.University of Florida
69.Purdue University - West Lafayette
70.Leiden University
71.Ecole Normale Superieure - Paris
72.The Hebrew University of Jerusalem
73.University of Helsinki
74.Moscow State University
75.Osaka University
76.University of Oslo
77.Boston University
78.University of Arizona
79.Stockholm University
80.Nagoya University
81.Arizona State University - Tempe
82.University of Rochester
83.University of Utah
84.Tohoku University
85.University of Nottingham
86.Michigan State University
87.University of Basel
88.McMaster University
89.The University of Sheffield
90.Ghent University
91.Indiana University Bloomington
92.University of Sydney
93.University of Bonn
94.University of Goettingen
95.Texas A&M University - College Station
96.University of Virginia
97.Case Western Reserve University
98.University of Aarhus
99.Rice University
100.University of Birmingham
101.Baylor College of Medicine
102.Catholic University of Leuven
103.Catholic University of Louvain
104.Emory University
105.Georgia Institute of Technology
106.Lund University
107.Mayo Medical School
108.National Taiwan University
109.National University of Singapore
110.North Carolina State University - Raleigh
111.Oregon State University
112.Seoul National University
113.Swiss Federal Institute of Technology of Lausanne
114.Technion-Israel Institute of Technology
115.Tel Aviv University
116.The University of Georgia
117.The University of Queensland
118.The University of Western Australia
119.Tokyo Institute of Technology
120.Tufts University
121.University Libre Bruxelles
122.University of Alberta
123.University of Amsterdam
124.University of California, Riverside
125.University of California, Santa Cruz
126.University of Frankfurt
127.University of Freiburg
128.University of Geneva
129.University of Groningen
130.University of Hawaii at Manoa
131.University of Iowa
132.University of Leeds
133.University of Liverpool
134.University of Massachusetts Amherst
135.University of Massachusetts Medical School - Worcester
136.University of Miami
137.University of Milan
138.University of Montreal
139.University of Muenster
140.University of Paris Diderot (Paris 7)
141.University of Pisa
142.University of Roma - La Sapienza
143.UNIVERSITY OF SAO PAULO
144.University of Strasbourg
145.University of Sussex
146.University of Tuebingen
147.University of Wageningen
148.University of Wuerzburg
149.VU University Amsterdam
150.Weizmann Institute of Science


(*) http://www.arwu.org/Login.jsp

Fonte:http://www.sbpcpe.org/index.php?dt=2010_08_18&pagina=noticias&id=05793

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Dados muito comprimidos

18/8/2010

Agência FAPESP – Cientistas japoneses conseguiram gravar dados em uma densidade de 4 trilhões de bits por polegada quadrada, o que representa um novo recorde para o método de armazenamento de dados ferroelétrico, ainda experimental.
O resultado é também cerca de oito vezes superior à densidade máxima conseguida pelos mais avançados discos rígidos magnéticos de computador existentes atualmente. O estudo, feito na Universidade Tohoku, será publicado no periódico Applied Physics Letters.

O dispositivo de gravação consiste em um minúsculo braço que atua junto à superfície de um material ferroelétrico, ou seja, com propriedade de permanecer eletricamente polarizado mesmo na ausência de um campo elétrico polarizador.

Para gravar dados, um pulso elétrico é enviado até a ponta do braço, mudando a polarização elétrica e a constante dielétrica não linear em um pequeno ponto circular no substrato abaixo. Para ler os dados, a mesma ponte da haste detecta variações na constante dielétrica nas regiões alteradas.

“Esperamos que esse sistema de armazenamento de dados seja um candidato para substituir os discos rígidos magnéticos ou a memória flash, pelo menos em aplicações que demandam extrema densidade de dados e pequeno volume físico”, disse Yasuo Cho, um dos autores da pesquisa.

Em experimentos anteriores, o grupo na Universidade de Tohoku se deparou com um problema: quando os dados gravados exigiam que diversas marcas consecutivas fossem feitas umas próximas às outras, as regiões polarizadas escritas expandiam o diâmetro normal e se sobrepunham ao ponto em que os bits não eram mais distinguidos.

Cho e Kenkou Tanaka desenvolveram um método para antecipar sequências de marcas consecutivas nos dados e reduzir a voltagem do pulso responsável pela gravação em cerca de 10%, o que resultou na produção de marcas mais claras e distintas.

Embora a memória ferroelétrica (também chamada de “memória FeRam”) tenha a vantagem de usar apenas métodos elétricos – nada magnético ou térmico –, segundo Cho, para chegar a produção comercial de dispositivos com a densidade conseguida pela pesquisa mais melhorias serão necessárias.

Entre os avanços necessários, os pesquisadores japoneses destacam o aumento na velocidade da gravação, a melhoria na precisão na leitura dos dados e o desenvolvimento de substratos ferroelétricos de baixo custo.

O artigo Actual information storage with a recording density of 4 Tbit/ in.2 in a ferroelectric recording medium (doi:10.1063/1.3463470), de Kenkou Tanaka e Yasuo Cho, pode ser lido em http://apl.aip.org.

Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/12645/dados-muito-comprimidos.htm

Programa oferece treinamento em gás e petróleo a 27 mil pessoas

Notícias Quarta-Feira, 18 de agosto de 2010
JC e-mail 4076, de 17 de Agosto de 2010.



Maioria das vagas é para alunos do ensino básico. Para ensino superior, há 840 vagas

O Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), iniciativa coordenada pelo Ministério das Minas e Energias (MME), publicou nesta terça-feira (17/8) no Diário Oficial edital para seleção de 27.915 interessados em participar de treinamentos gratuitos para trabalhar no setor em 13 estados.

Desse total, 20.601 vagas são destinadas a pessoal com ensino básico completo, 5.188 para ensino fundamental, 1.286 para ensino técnico e 840 para ensino superior -a maioria para formados em engenharia.

Existe a possibilidade de concessão de bolsas para os aprovados na seleção. O valor do benefício chega a R$ 900, no caso dos candidatos com diploma de graduação universitária.

As inscrições podem ser feitas até 12 de setembro na página www.prominp.com.br. No mesmo endereço está disponível o edital.

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72888

Qual seu índice H? Uma proposta para quantificar a qualidade da pesquisa científica

Notícias Quarta-Feira, 18 de agosto de 2010
JC e-mail 4076, de 17 de Agosto de 2010.

23. "Ciência Hoje": Q

Como julgar a qualidade e o impacto dos resultados de pesquisas científicas?

Tornar públicos os resultados de uma pesquisa científica é uma das marcas emblemáticas da ciência moderna. Isso, em geral, é feito por meio de artigos previamente avaliados por pares acadêmicos. Mas como julgar a qualidade e o impacto dos resultados?

Ainda hoje os cientistas buscam uma forma de julgamento que agrade a todos. Em artigo publicado na Ciência Hoje de agosto, Pablo Diniz Batista, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, discute um dos recursos mais populares no momento para isso: o índice h.

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2010/273

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72882

O ócio produtivo

Notícias Quarta-Feira, 18 de agosto de 2010
JC e-mail 4076, de 17 de Agosto de 2010.



Cientistas se isolam para ver como cérebro reage sem tecnologia

Todd Braver sai de uma barraca montada numa área do Glen Canyon, em Utah. Ele tem um leve bronzeado, exceto pela estreita faixa pálida no pulso. Pela primeira vez em três dias de viagem não está usando seu relógio: "Eu esqueci", diz. É um detalhe, mas é algo que muitos veranistas percebem ao relaxar e perderem a noção do tempo.

No caso de Braver e seus colegas, todos pesquisadores renomados, tais detalhes levaram a uma pergunta: o que está acontecendo com os nossos cérebros? Braver, professor de psicologia da Universidade de Washington, foi um dos cinco neurocientistas que participaram de uma jornada incomum de uma semana a uma remota área ao sul de Utah, praticando rafting no rio San Juan, acampando e fazendo trilhas.

O objetivo: tentar entender o quanto o uso excessivo de aparelhos digitais e outros recursos tecnológicos alteram o funcionamento do nosso cérebro, a forma de pensarmos e agirmos, e se um refúgio na natureza poderia reverter esses efeitos.

Celulares não funcionam na região, o email estava inacessível, e laptops foram deixados para trás.

Foi uma viagem ao coração do silêncio, algo cada vez mais raro, agora que as pessoas podem ficar online, mesmo de férias em lugares remotos.

Para o líder da viagem, David Strayer, professor de psicologia da Universidade de Utah, estudar o que acontece quando deixamos de lados nossos aparelhos eletrônicos e descansamos o cérebro, em particular as áreas de atenção, memória e aprendizagem, é importante:

- Atenção é o Santo Graal. Tudo o que você tem consciência, o que você deixa armazenado, o que pode lembrar e esquecer, depende dela.

Para Strayer, entender como a atenção funciona poderia ajudar a tratar uma série de doenças, como transtorno de déficit de atenção, esquizofrenia e depressão. E afirma que muita estimulação digital pode levar as pessoas que estão bem a ter problemas psicológicos.

A busca para entender o impacto no cérebro do abuso de tecnologia - num momento de grande expansão de informação - está no início. E os cientistas dizem que essa pesquisa é tão importante quanto investigar os efeitos do consumo excessivo de carne vermelha ou álcool.

Strayer e Paul Atchley, professor na Universidade de Kansas, argumentam que o excesso de tecnologia inibe a reflexão profunda e causa ansiedade, e que se isolar na natureza ajuda a contornar o problema.

Esse grupo diz ainda que o excesso de dados cria uma falsa sensação de urgência que pode afetar a habilidade de as pessoas se concentrarem.

Para esses cientistas, o cérebro atarefado se cansa e perde a capacidade de se concentrar.

Mesmo os céticos recomendam pausa

Strayer aposta que a natureza pode atualizar o cérebro:

- Nossos sentidos mudam. É um forma de recalibrar. Você percebe os sons, como os dos grilos, escuta o barulho do rio, sente os cheiros, fica mais ligado ao ambiente físico, à terra, em vez do artificial.

Estudos mostram que a performance é prejudicada quando se assume multitarefas. A memória de trabalho é prejudicada. Já os céticos não estão convencidos de que terão algo conclusivo depois das férias, do ponto de vista pessoal ou científico. O grupo inclui Braver, Steven Yantis, chefe do Departamento de Ciências do Cérebro na Johns Hopkins, e Art Kramer, da Universidade de Illinois.

Os participantes da experiência ainda não sabem como seus cérebros reagiram. Mas mesmo aqueles que acreditam que esse órgão tem a capacidade de se adaptar aos estímulos e se tornar capaz de executar várias tarefas ao mesmo tempo também recomendam o ócio como caminho para organizar o pensamento.
(New York Times)

Cérebro está preparado para a sobrecarga

Para o neurocientista Sidarta Ribeiro, chefe de laboratório do Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lily Safra e professor titular de neurociências da UFRN, a viagem dos pesquisadores americanos não é um estudo científico conclusivo, mas uma experiência de imersão na natureza e isolamento eletrônico. Ele acha significativo, entretanto, que os participantes mais apegados ao email e ao celular tenham percebido vantagens no isolamento.

O cérebro é certamente um órgão multitarefa superpotente, diz Sidarta, mas afirma que estamos evidentemente criando uma situação limite com as novas tecnologias.

- Recebo diariamente mais de 50 mensagens, podendo chegar a cem. Não tenho como responder a todos e, para escrever a maior parte deles, preciso ser extremamente pragmático, com a atenção reduzida. O espaço mental para a reflexão diminui consideravelmente - afirma.

Na opinião do neurocientista, a internet cria a possibilidade de termos uma relação virtual com centenas e até milhares de pessoas, bem mais do que aquilo para o que nosso cérebro evoluiu, que era uma tribo com dezenas de conhecidos. Isso torna tudo rápido e superficial, e as ações são realizadas com base no impulso, mais do que na ponderação.

Roberto Lent, professor titular da UFRJ e diretor do Instituto de Ciências Biomédicas, lembra que, durante a semana de férias, o grupo de cientistas não fez pesquisas para analisar o comportamento do cérebro. E que seria preciso validar a experiência. Porém não acredita que o cérebro sofra de "fadiga" com excesso de informação:

- Para mim, o cérebro é autorregulável, isto é, se ele fica sobrecarregado não processa uma determinada informação. Isso não significa que está cansado.

Iván Izquierdo, do Centro de Memória do Instituto de Pesquisas Biomédicas da PUC-RS e especialista em compreensão da base celular do armazenamento e evocação da memória, diz que o estudo americano é bem feito, mas não permite muitas conclusões:

- Pode ajudar a entender um pouco mais o déficit da memória de trabalho que se observa na esquizofrenia, e o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); embora este último implique mais uma incapacidade de focalizar a atenção.

E acrescenta que estamos muito longe de ter atingido o limite de "fadiga mental" ou de "capacidade de adaptação do cérebro" ao bombardeamento de informação.

- Na esquizofrenia os pacientes estão mais perto desses limites pelas falhas funcionais da memória de trabalho, mas no TDAH é possível reverter este problema com metilfenidato e outras drogas - explica o neurocientista. - O que chama de "fadiga do cérebro" é, na verdade, a saturação da capacidade funcional da memória de trabalho. Ela é muito mais potente do que se imaginava.

Renato Malcher-Lopes, professor do Departamento de Fisiologia da Universidade de Brasília, diz que o cérebro humano é um órgão multitarefa superpotente e que a tecnologia traz novas possibilidades de explorar esse potencial. Para ele, é um erro supor que a vida moderna passou a exigir mais do cérebro neste sentido:

- As mulheres são as mais aptas a multitarefas. Neste sentido, a tecnologia, de certa forma, permite aos homens se aproximarem um pouco delas nesta capacidade. Em muitos casos, as novas tecnologias de comunicação estão permitindo a mente humana fugir do tédio que a vida moderna urbana lhe impôs.

Em um estudo da Universidade de Stanford, nos EUA, divulgado em julho, no entanto, constatou que as pessoas que executam várias tarefas ao mesmo tempo, na verdade, se distraem com mais facilidade e são menos hábeis em filtrar informações irrelevantes. E que não haveria diferenças significativas entre homens e mulheres.
(Antonio Marinho)
(O Globo, 17/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72878

Educação atrai investidor estrangeiro

Notícias Quarta-Feira, 18 de agosto de 2010
JC e-mail 4076, de 17 de Agosto de 2010.



Desde 2006, grupos de outros países investiram R$ 2,6 bilhões no setor, segundo cálculo da consultoria Hoper

O cenário de crescimento econômico acelerado, carência de mão de obra qualificada, baixa qualidade da educação básica e enorme demanda reprimida por ensino superior atrai cada vez mais investimentos externos para a educação brasileira.

Segundo cálculo da consultoria Hoper, os estrangeiros já investiram R$ 2,6 bilhões desde 2006, por meio dos grupos educacionais Laureate, DeVry, Whitney, Pearson e Santillana, além dos fundos de investimento Advent International, Capital Group e Cartesian Group.

E os segmentos que mais têm atraído esse capital são o ensino superior, os sistemas de ensino (que oferecem material didático e metodologia estruturada para escolas) e o ensino a distância.

A consultoria calcula que empresas e fundos nacionais e estrangeiros dispõem hoje de R$ 4,4 bi para investir em fusões e aquisições no Brasil.
Em 2010, o setor já movimentou pelo menos R$ 1,6 bi em fusões e aquisições, afirma Ryon Braga, da Hoper.

Laureate, DeVry e Whitney -os três grupos universitários estrangeiros que já fincaram os pés no Brasil- afirmam abertamente: querem ir às compras e estão ativamente atrás de novas aquisições.

Estão de olho no grande potencial de crescimento do mercado: são 7 milhões de pessoas formadas no ensino médio, mas sem acesso à universidade, afirma Braga.

Mais 1 milhão engrossa esse grupo a cada ano, estima. E não faltam universidades para serem compradas. Existiam aqui 2.243 instituições privadas de ensino superior em 2009, com metade dos 7,4 milhões de vagas ociosa.

Segundo o presidente da Laureate no Brasil, Luiz Lopez, o país é a prioridade da companhia e o objetivo é crescer em todas as regiões.
O grupo -que tem nove instituições no Brasil, incluindo Anhembi Morumbi- só não atua no Centro-Oeste.

"Há grande população jovem no Brasil e muito otimismo econômico para os próximos 20 anos. É preciso ter uma população educada para sustentar o crescimento."

A DeVry, que em 2009 adquiriu universidades em Salvador e Fortaleza, espera em um ano ampliar sua presença no Brasil adquirindo uma instituição de grande porte no Sudeste, com mais de 15 mil alunos ou faturamento de R$ 100 milhões.

Também estão nos planos da DeVry comprar empresas de até 5.000 alunos no Norte e no Nordeste.

"Queremos executar esse plano o mais rápido possível. A DeVry tem centenas de milhões de dólares para investir em emergentes e o Brasil é onde isso está mais avançado", diz o presidente do grupo no Brasil, Carlos Degas.

A Whitney, dona da Unijorge, em Salvador, procura empresas de médio porte para aquisição em todo o país. O grupo está mudando seu nome globalmente para American University System.

Mas, assim como a Laureate e a DeVry, o CEO da Whitney no Brasil, João Arinos, ressalva: o grupo não quer crescer a qualquer custo e busca grupos de prestígio.

Especialistas também apontam Anhanguera, Kroton, Estácio e SEB como consolidadoras do setor. São empresas de capital aberto, originalmente brasileiras, mas cujas ações pertencem majoritariamente ou em grande parte a fundos estrangeiros.

Marcos Boscolo, sócio da KPMG Brasil, lembra que as quatro tinham em março R$ 680 milhões em caixa.

"Este é um ano de retomada de aquisições no setor. Há dois fundos analisando ativos em contato conosco, um nacional e um estrangeiro."

Cai o ritmo de crescimento do ensino superior

Apesar de as grandes empresas nacionais e estrangeiras enxergarem enorme potencial no mercado de educação, o ritmo de expansão do ensino superior vem caindo.

Segundo a Semesp, o número de instituições privadas saltou 148% de 1999 a 2009. No entanto, o ritmo de alta caiu de 15% entre 2000 e 2004 para 5% nos outros cinco anos.

Os motivos são a carência de financiamento e a baixa qualidade da educação básica, que forma pessoas despreparadas.

Com isso, apenas 14% dos jovens de 18 a 24 anos estavam na universidade em 2009. A meta do governo era elevar esse percentual para 30% em 2010.

A expectativa da Hoper é que o faturamento das empresas (R$ 25 bilhões em 2009) cresça 5% nos próximos três anos.

O Morgan Stanley projeta crescimento de 5% a 6% para o setor nos próximos anos. Segundo o banco, uma expansão mais acelerada depende de como será aplicado o dinheiro do Fundo Social a ser criado com recursos do pré-sal.

Ryon Braga, da Hoper, sugere que o governo crie um fundo de garantia para financiamento privado, o que derrubaria os juros.

"É melhor do que criar novas universidades públicas com custo médio anual de R$ 24 mil por aluno, ante média de R$ 5.000 no setor privado. As privadas estão com vagas sobrando."

Educação básica ruim cria oportunidades de negócio

A baixa qualidade da educação básica no Brasil transformou os sistemas integrados de ensino numa enorme oportunidade de negócios. Desde julho, três aquisições foram anunciadas.

O crescimento da adoção dos sistemas pelas escolas -principalmente as públicas, onde estão cerca de 90% dos 52,5 milhões de alunos- é o que atrai investimentos.

"O segmento tem potencial explosivo. Os sistemas produzem melhora significativa no ensino e hoje há maior demanda por educação de qualidade", diz Gustavo Ioschpe, especialista em economia da educação.

Com a aquisição dos sistemas de ensino da SEB, a Pearson entrou no mercado atendendo 450 mil alunos, metade no ensino público.

A meta é estender esse número para 1 milhão em cinco anos e agregar ao material didático tecnologias de ensino a distância que a Pearson usa na Europa e nos EUA. O grupo já mira novas aquisições.

"É um mercado de US$ 2 bilhões, um dos maiores do mundo", resume o presidente da Pearson na América Latina, Juan Romero.

Quando a Abril Educação incorporou o grupo Anglo, seu presidente, Manoel Amorim, disse que a meta da empresa é continuar comprando e quintuplicar sua receita em cinco anos, atingindo a marca de R$ 2,5 bilhões, atual faturamento da Abril.

Na segunda-feira (16/8), o BR Investimentos aportou R$ 226 milhões na Abril Educação, tornando-se acionista minoritário.

Na última semana, o fundo de capital nacional Buffalo Investimentos assinou um memorando para comprar por R$ 72,5 milhões o Universitário. A empresa, no entanto, continuou nas mãos de seu diretor-superintendente, Alexandre Scolfaro, que passou a ser o principal acionista do fundo.

"Temos R$ 900 milhões para comprar 15 grupos em um ano. Queremos passar de 45 mil alunos para 300 mil."
(Mariana Schreiber)
(Folha de SP, 17/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72870

Um verão de extremos

Notícias Quarta-Feira, 18 de agosto de 2010
JC e-mail 4076, de 17 de Agosto de 2010.

artigo de Stefan Rahmstorf

"Esta década está sendo, no mundo inteiro, a mais quente em mil anos"

Stefan Rahmstorf é professor de Física dos Oceanos na Universidade de Potsdam e membro do Conselho Consultivo Alemão sobre Mudanças no Mundo. Artigo publicado no "Valor Econômico":

Este verão tem apresentado extremos relacionados com o clima na Rússia, Paquistão, China, Europa, no Ártico - e muitos outros lugares. Mas terá isso algo a ver com o aquecimento mundial, e serão as emissões humanas as culpadas?

Embora não possa ser cientificamente comprovado (ou, a propósito, negado) que o aquecimento mundial causou algum evento extremo em particular, podemos dizer que o aquecimento mundial muito provavelmente torna vários tipos de condições meteorológicas extremas mais frequentes e mais intensas.

Durante semanas, a Rússia central esteve nas garras da sua pior onda de calor na história, que provavelmente causou milhares de mortes. Como resultado da seca e do calor, mais de 500 incêndios grassaram, descontrolados, sufocando Moscou com fumaça e pondo em risco várias instalações nucleares. O governo russo proibiu as exportações de trigo, o que fez disparar os grãos em todo o mundo.

Enquanto isso, o Paquistão está lutando com inundações sem precedentes que já mataram mais de mil pessoas e afetaram outros milhões. Na China, as enchentes já mataram mais de mil pessoas e destruíram mais de um milhão de casas. Em menor escala, países europeus como a Alemanha, Polônia e República Checa também sofreram graves inundações.

Enquanto isso, as temperaturas mundiais nos últimos meses estiveram em seus níveis mais elevados em registros que remontam a 130 anos. A capa gelada do mar Ártico atingiu seu mais baixo nível médio registrado num mês de junho em todos os tempos. Na Groenlândia destacaram-se dois enormes pedaços de gelo em julho e agosto.

Haverá uma inter-relação entre esses eventos?

O simples exame de eventos extremos individuais não revelará sua causa, assim como assistir algumas cenas de um filme não revelam sua trama. Mas, examinadas num contexto mais amplo, e usando a lógica da física, partes importantes da trama podem ser entendidas.

Esta década foi marcada por alguns extremos surpreendentes. Em 2003, a onda de calor mais intensa em uma geração quebrou recordes anteriores de temperaturas por grande margem e causou 70 mil mortes na Europa. Em 2005, a mais intensa temporada de furacões já testemunhada no Atlântico devastou Nova Orleans e quebrou recordes em termos do número e da intensidade de furacões.

Em 2007, incêndios sem precedentes assolaram toda a Grécia, quase destruindo a antiga Olímpia. E a Passagem Noroeste, no Ártico, ficou sem gelo pela primeira vez na memória viva. No ano passado, mais de cem pessoas morreram em queimadas na Austrália, que surgiram após seca e calor recordes.

Esse conjunto de eventos climáticos recordistas poderia ser apenas uma série surpreendente de azar. Mas isso é extremamente improvável. É muito mais provável que seja resultado de um aquecimento climático - uma consequência de esta década ser, no mundo inteiro, a mais quente em mil anos.

Todo clima é influenciado por energia, e o sol, em última instância, fornece essa energia. Mas a maior mudança na conta corrente energética terrestre deve-se, de longe, à acumulação, na atmosfera, de gases causadores do efeito de estufa, que limitam a transmissão de calor para o espaço. Devido às emissões de combustíveis fósseis, há hoje um terço a mais de dióxido de carbono na atmosfera do que em qualquer momento há pelo menos um milhão de anos, como revelou a perfuração da mais recente amostra de gelo na Antártida.

As mudanças no balanço energético do planeta causadas por variações solares são pelo menos dez vezes menor, em comparação. E elas vão na direção errada: nos últimos anos, o sol tem estado mais fraco desde que as mensurações por satélites começaram em 1970. Assim, quando eventos climáticos extremos sem precedentes ocorrem, o principal suspeito é, naturalmente, a maior mudança na atmosfera ocorrida no curso dos últimos cem anos - que foi causada por emissões humanas.

O fato de ondas de calor como a registrada na Rússia se tornarem mais frequentes e extremas num mundo mais quente é fácil de compreender. A ocorrência de chuvas extremamente fortes também se tornou mais frequente e intensa em um clima mais quente, devido a outro simples fato da física: ar quente pode reter mais umidade. Para cada grau Celsius de aquecimento, 7% mais água fica disponível para despencar de massas de ar saturado. O risco de secas também aumenta com o aquecimento - mesmo onde a chuva não diminui, maior evaporação seca o solo.

O efeito do dióxido de carbono também pode alterar os padrões dominantes da circulação atmosférica, o que exacerba extremos de calor, secas ou chuvas em algumas regiões, reduzindo-os em outras. O problema é que a redução nesses extremos aos quais já estamos bem adaptados resulta em benefícios apenas modestos, ao passo que novos extremos aos quais não estamos adaptados podem ser devastadores, como mostram os recentes acontecimentos no Paquistão.

Os eventos deste verão mostram como as nossas sociedades são vulneráveis aos extremos climáticos. Mas o que vemos agora está acontecendo após apenas 0,8º Celsius de aquecimento mundial. Com ação rápida e decisiva, ainda podemos limitar o aquecimento mundial a um total de 2º Celsius, ou um pouco menos. Até mesmo esse grau aquecimento exigiria enorme esforço de adaptação a condições climáticas extremas e crescentes níveis do mar, que precisa começar agora.

Com ações débeis, como as prometidas pelos governos na conferência de Copenhague em dezembro do ano passado, estaremos a caminho de 3º ou 4º Celsius de aquecimento mundial. Isso provavelmente ultrapassará a capacidade de adaptação de muitas sociedades e ecossistemas. E se nada for feito, o planeta poderá até mesmo aquecer entre 5º e 7º Celsius até o final deste século - e ainda mais, depois. Marchar conscientemente nesse caminho seria insano.

Devemos encarar os fatos: nossas emissões de gases estufa são, provavelmente, ao menos parcialmente culpadas por esse verão de extremos. Apegar-se à esperança de que tudo é fruto de acaso e natural parece ingênuo. Esperemos que este verão de extremos seja um grito de alerta de última hora a ser ouvido por autoridades decisórias, pelo mundo empresarial e pelos cidadãos.
(Valor Econômico, 17/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72867

Estudantes americanos acham que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus

Ter, 17 Ago, 07h54
WASHINGTON (AFP) - A maioria dos americanos que está prestes a entrar na universidade não consegue escrever em letra cursiva, acha que o e-mail é lento demais, que Beethoven é um cachorro e Michelangelo, um vírus de computador, revelou um estudo divulgado nesta terça-feira nos Estados Unidos.

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Para os estudantes que se formarão em 2014, a Tchecoslováquia nunca existiu, Clint Eastwood é um cineasta que nunca interpretou "Dirty Harry" e John McEnroe é garoto propaganda que nunca pisou numa quadra de tênis, segundo as respostas de uma pesquisa feita por acadêmicos da Universidade de Beloit.

A lista Mindset (modo de pensar) foi compilada pela primeira vez em 1998 a partir de perguntas feitas à geração que se formaria em 2002, pelo professor de Humanidades Tom McBride e o ex-diretor de relações públicas Ron Nief, da Universidade Beloit.

Criar a lista levou um ano, durante o qual Nief e McBride coletaram contribuições externas, estudaram minuciosamente jornais, trabalhos literários e a mídia do ano de nascimento das pessoas que entraram na universidade em agosto ou setembro, início do ano letivo nos Estados Unidos.

"Em seguida, apresentamos as ideias a todos os jovens de 18 anos de quem conseguimos chamar a atenção", explicou Nief à AFP.

O objetivo era lembrar às autoridades educacionais como as referências culturais se perdem rápido, mas acabou se tornando, rapidamente, uma popular lista anual que demonstra os conhecimentos de uma geração.

Os nascidos em 1980 acham que só houve um papa, João Paulo II, que assumiu em 1978 e morreu em 2008.

Para os que chegaram ao mundo em 1981, a Iugoslávia nunca existiu. Eles não entendem por que se escreve com letra maiúscula o nome do sindicato Solidariedad, único independente na União Soviética e que conseguiu terminar pacificamente com o comunismo na Polônia, em 1989.

Os que nasceram em 1984 não tinham ideia de que algo como o apartheid existiu na África do Sul. Enquanto para os que hoje têm 29 anos, Mike Tyson foi "sempre um delinquente", os que são cinco anos mais velhos consideraram o boxeador "sempre um competidor".

"Há dois anos, havia alguns estudantes que (disseram) que aprenderam datilografia em uma máquina de escrever", enquanto agora há alguns de 30 anos que não sabem que a IBM foi fabricante de máquinas de escrever, disse Nief.

Para os alunos secundaristas que se formam este ano, a Alemanha nunca foi dividida, os atletas profissionais sempre competiram nos Jogos Olímpicos, os "reality shows" sempre existiram na televisão e as companhias aéreas jamais permitiram fumar a bordo.

Fonte:http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100817/mundo/eua_educa____o_jovens_curiosa

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O último segredo da pirâmide

Notícias Terça-Feira, 17 de agosto de 2010
JC e-mail 4075, de 16 de Agosto de 2010.


Robô vai explorar túneis na Câmara da Rainha, lacrados há 4.500 anos

Única das sete maravilhas do mundo antigo ainda existente, a Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, ainda guarda segredos a serem desvendados pelos estudiosos. E, para revelá-los, vale tudo, até um Indiana Jones de porcas, parafusos e engrenagens.

Este é o objetivo do Projeto Djedi, uma parceria entre o Conselho Supremo de Antiguidades egípcio e pesquisadores do Reino Unido e da Índia que pretende enviar um robô para pesquisar duas passagens na chamada Câmara da Rainha da construção de 4,5 mil anos.

Batizado em homenagem ao mago que aconselhou o faraó Quéops na construção da pirâmide, o robô vai explorar dois túneis descobertos em 1872 que, diferentemente de dois semelhantes na Câmara do Rei, não têm saída. Em 1992, uma câmera enviada por um deles revelou que ele estava bloqueado por uma pedra com duas alças de cobre, após percorrer uma distância de 60 metros.

Em 2002, esta pedra foi perfurada por outro robô, só para revelar mais uma outra bloqueando a passagem a apenas 20 centímetros da primeira. O segundo túnel, por sua vez, também está bloqueado à mesma distância de 60 metros.

- A segunda porta não é como a primeira. Ela parece estar escondendo alguma coisa - diz Zahi Hawass, chefe do conselho egípcio e líder da expedição.

Tecnologia para revelar mistério

O Djedi promete mostrar o que a pirâmide esconde. Está equipado com uma câmera flexível capaz de passar por espaços estreitos e um dispositivo de ultrassom para determinar a espessura e o material dos bloqueios.

Conta com um mini-robô adicional que pode explorar passagens de dois centímetros e uma perfuratriz.

- Estamos trabalhando neste projeto há cinco anos. Não temos ideias pré-concebidas. O que queremos é reunir evidências para que outras pessoas tirem suas conclusões - conta Robert Richardson, professor de Engenharia Mecânica da Universidade de Leeds, na Inglaterra, responsável pela construção do robô.

Construída por volta do ano 2.560 antes de Cristo, a Grande Pirâmide do Egito já foi muito explorada - e saqueada - ao longo dos séculos. As pirâmides na verdade são enormes mausoléus, onde seus ocupantes continuariam a viver após a morte. De acordo com a antiga mitologia egípcia, o espírito, ou ka, teria as mesmas necessidades do corpo físico. Assim, não era incomum as pessoas, principalmente os governantes e a elite, serem enterrados com fartas provisões de comida e bebida, tesouros e joias, além de servos e concubinas - ainda vivos - para servi-las.

No centro da Grande Pirâmide encontram-se as duas salas conhecidas como Câmara do Rei e Câmara da Rainha. Na primeira, dois pequenos túneis em um ângulo de 45 graus levam direto para o lado de fora.

Acredita-se que estas passagens teriam o objetivo de liberar o espírito da faraó em direção ao firmamento, de forma que ele pudesse tomar seu lugar entre as estrelas. Já á finalidade dos túneis da Câmara da Rainha continua um mistério. Um deles vai em direção ao sul, enquanto o outro é apontado para o norte, e ambos não têm saída.

Segundo Hawass, o Projeto Djedi finalmente permitirá aos estudiosos desvendar esse segredo.

- A passagem do norte está bloqueada por uma pedra que ainda não foi penetrada. Já na passagem sul uma equipe anterior determinou a espessura do bloqueio, perfurou-a, colocou uma câmera no buraco e encontrou outro bloqueio. Agora, vamos determinar a espessura deste segundo bloqueio e podemos perfurá-lo também. Estamos preparando o robô e pretendemos enviá-lo até o fim do ano. Essas passagens são um mistério muito grande e é importante não causar danos desnecessários. Ainda assim, vamos prosseguir até o fim.

Esperamos coletar todos dados possíveis de forma que sejam suficientes para responder aos questionamentos - conclui Richardson.
(Cesar Baima)
(O Globo, 14/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72848

Só conhecimento teórico não forma bom professor

Notícias Terça-Feira, 17 de agosto de 2010
JC e-mail 4075, de 16 de Agosto de 2010.

entrevista com Doug Lemov

"Docentes também precisam de técnicas para transmitir conhecimento, inspirar crianças e manejar sala de aula", diz educador

Quando, aos 21 anos, começou a dar aulas, Doug Lemov, 42, conta que ouviu conselhos como "espere o máximo dos seus alunos todo dia" ou "tenha altas expectativas sobre seu desempenho". No momento em que ficava em frente aos estudantes em sala de aula, porém, isso lhe parecia pouco útil.

No meio de tantas frases de efeito, um professor mais experiente lhe falou algo bastante concreto: "Quando precisar dar instruções aos alunos, não faça isso caminhando pela sala enquanto distribui papéis. Eles precisam entender que o que você fala é mais importante do que qualquer outra tarefa".

Foi a partir de dicas práticas como essa que Lemov, hoje diretor de uma rede de escolas nos EUA, passou a prestar atenção nas técnicas dos melhores professores.

Sua obsessão em descobrir o que faz o docente top quando fecha a porta de sua classe o levou a filmar por seis anos aulas de profissionais que conseguiam, mesmo em situações adversas, que seus alunos aprendessem.

Este trabalho virou livro de repercussão nos EUA, com 150 mil cópias vendidas, e que será lançado em outubro no Brasil, com o nome "Aula Nota 10" (Fundação Lemann e editora Da Boa Prosa).

Nele, Lemov descreve em termos bem práticos 49 técnicas de bons professores. Podem não ser frases glamourosas, mas funcionam. Em entrevista à Folha, o autor diz que seu livro não menospreza o conhecimento teórico. Apenas argumenta que, em vez de aprender apenas a partir de teorias, professores precisam olhar para o que fazem seus colegas com melhor desempenho.

Leia a entrevista

- Seu livro pode ser entendido também como crítica ao modo como se formam professores hoje nos EUA, com currículos que enfatizam demasiadamente teorias pedagógicas e deixam pouco espaço para o ensino de questões práticas de sala de aula. Como foi a repercussão?

Pela resposta que tive, percebi que o problema na formação de professores nos EUA é mais profundo do que imaginava. Alguns me disseram que as ideias do livro eram muito intuitivas. Outros, que não havia nenhuma grande revelação e que o livro era até óbvio. Sinceramente, considerei elogio, pois isso revela que há mais pessoas que pensam da mesma maneira. Eu tinha também algum receio de o livro não ser bem recebido por professores de escolas públicas, já que trabalho numa organização que mantém escolas "charters" [geridas pela iniciativa privada, mas financiadas pelo poder público para atender gratuitamente alunos pobres] e, nos EUA, tem havido muita disputa em torno deste tema. Mas acho que os professores entenderam que o livro pode ser útil para seu trabalho, não importa em que tipo de escola eles ensinam. Só não tive resposta nenhuma das autoridades educacionais, responsáveis pela política de formação de professores. Deles, percebi um silêncio retumbante.

- O que explicaria isso?

Talvez achem que eles estejam certos e eu, equivocado. Talvez porque estejam numa postura defensiva, se sentindo ameaçados com os que criticam a política atual de formação. Não estou certo de que as pessoas responsáveis pela formação de professores tenham em mente que o aprendizado das crianças tem que ser a prioridade.

- Ao enfatizar a importância de aprender técnicas de manejo de turma em sala de aula, você não estaria menosprezando a formação teórica?

Em nenhum momento digo que o conhecimento teórico não é importante. Pelo contrário, é dramaticamente importante. Se você vai ensinar matemática, você tem que ter uma boa formação em matemática. Mas meu ponto é que só isso não faz de alguém um bom professor. Acho que as técnicas que descrevo são úteis inclusive para docentes que têm amplo conhecimento da disciplina que lecionam. Imagine uma escola pública em área pobre que esteja precisando de um professor de física. Hoje em dia, já é difícil achar alguém que conheça bem a disciplina e esteja disposto a dar aulas. Mas, se as pessoas com boa formação em física souberem também técnicas para fazer boas perguntas, inspirar crianças e manejar uma sala de aula, triplicaríamos o número de pessoas capazes de dar boas aulas. Meu livro trata muito mais de como transmitir o conhecimento para os alunos. Quando você é especialista em algo, seu conhecimento sobre o tema é quase intuitivo. Isso pode significar que não seja natural para você pensar em formas de transmitir isso para estudantes.

- No Brasil, há muitas críticas aos formatos tradicionais da sala de aula, pouco atrativos para jovens do século 21. No entanto, muitos professores reagem argumentando que a sala de aula não é um circo, e que aprender nem sempre é divertido. Qual sua opinião?

Não acho que tenha que se escolher entre um modelo ou outro. É certo que você deve inspirar os alunos e atrair sua atenção, mas é preciso também fazê-los trabalhar duro. Só não entendo como algumas pessoas resistem tanto em melhorar. Se você me disser que há coisas que possa fazer para ser um pai melhor, eu vou querer aprender, mesmo que eu já me considere o melhor pai do mundo. Se em sua escola há uma maioria de professores desmotivados ou desinteressados em melhorar, é difícil ser o que dará o primeiro passo. Mas, se você dá esse passo, outros o seguirão, e isso se tornará uma bola de neve.

- Mas, no Brasil, professores muitas vezes dão aulas em situações precárias. Como cobrar entusiasmo de um profissional nessa situação?

É certamente mais fácil ser um ótimo professor numa escola maravilhosa. Mas, mesmo nas piores escolas dos Estados Unidos, há sempre um, dois ou três que se destacam, e, no meu livro, eu destaco principalmente o trabalho de professores que dão aulas para alunos mais pobres. Mesmo não conhecendo bem o Brasil, tenho certeza de que há bons profissionais mesmo em escolas de pior desempenho. Meu ponto é que, em vez de aprender só com teorias, também deveríamos aprender com exemplo dos ótimos professores.

- Há, porém, escolas que facilitam o trabalho desses bons professores e outras que dificultam. Quais características você identifica nas que apresentem bons resultados?

Em primeiro lugar, são escolas preocupadas, acima de tudo, no aprendizado do aluno. Parece bobo dizer isso, mas, na prática, nem sempre é o que acontece. Em segundo, há também uma constante análise de resultados, para identificar os pontos fracos e corrigi-los. Por último, são locais onde o professor se sente valorizado e respeitado.

- E o que um diretor precisa fazer para motivar a equipe?

Sei que é comum o ceticismo de professores em relação a aperfeiçoamento. Em parte, eles têm razão, pois muitos conselhos ou treinamentos dão em nada. Mas fazer os professores confiarem no seu trabalho é um resultado, e não uma pré-condição. É preciso mostrar que você é capaz de ajudá-los a serem melhores. Se você consegue fazer isso ao menos com uma minoria, é natural que outros vejam o resultado e passem a acreditar em você.
(Antônio Góis)
(Folha de SP, 16/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=72842

Internet dos carros promete fim da irritação no trânsito

Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/08/2010


Tecnologias cooperativas vão permitir que cada elemento do sistema de trânsito - carros, motoristas, semáforos, placas de sinalização - coopere proativamente para criar um trânsito mais eficiente e mais seguro.[Imagem: CVIS]


Tecnologias cooperativas

Imagine um trânsito onde todos cooperam e ninguém precisa ficar irritado. E, mais do que isso, um trânsito no qual um sistema computadorizado inteligente impede o "efeito manada", virtualmente acabando com os famosos "congestionamentos por excesso de veículos".

Engenheiros acreditam que isto não apenas é possível, como já está ao alcance da tecnologia. Tudo o que é necessário fazer é criar a "internet dos carros".

Embora não possa controlar diretamente a irritação dos motoristas, a internet dos carros promete um sistema viário projetado a partir de tecnologias cooperativas, permitindo que cada elemento do sistema de trânsito - carros, motoristas, semáforos, placas de sinalização - coopere proativamente para criar um trânsito mais eficiente e mais seguro.

Cenários da internet dos carros

Os cenários planejados pelos pesquisadores são entusiasmantes.

Tudo pode começar antes de você pegar o carro pela manhã, com seu celular acordando-o 10 minutos mais cedo porque a chuva está tornando o trânsito mais lento.

Indo para o trabalho, antes que você esteja vendo ou ouvindo qualquer sirene, o painel de instrumentos do seu carro começa a emitir um aviso: "Veículo de emergência de passagem no próximo cruzamento!"

Você imediatamente tira o pé do acelerador, porque o semáforo à sua frente muda a programação, passa para o amarelo e, em seguida, para o vermelho. O carro de bombeiros passa velozmente porque sabe que encontrará uma sequência de sinais verdes à sua frente até chegar ao local do acidente.

Mas você também não fica na mão: antes mesmo que o semáforo passe para o verde, o navegador do seu carro sugere um desvio para evitar a área do acidente, fugindo de qualquer risco de congestionamento.

Como o sistema é cooperativo, ao seguir as orientações você ganha bônus, uma espécie de "quilômetros ecológicos", pontos concedidos aos motoristas cuidadosos e resgatáveis na forma de uma série de privilégios, como poder dirigir no centro da cidade, usar os corredores de ônibus fora da hora do rush e exceções nos dias de rodízio.

Ao entrar no estacionamento, seu copiloto automático lê uma mensagem em viva-voz, transmitida pelo carro atrás de você. É seu colega, perguntando se você tem tempo para um café. Você provavelmente terá, graças aos minutos preciosos ganhos com a ajuda da internet dos carros.

Sistemas de Transportes Inteligentes

Esse futuro sem irritação no trânsito, um futuro de trânsito amigável e motoristas cooperativos, será possível graças ao que os engenheiros chamam de Sistemas de Transportes Inteligentes.


Imagine um trânsito onde todos cooperam e ninguém precisa ficar irritado. Os cenários planejados pelos pesquisadores para a internet dos carros são entusiasmantes. [Imagem: CVIS]
Os Estados Unidos, o Japão e a Europa já estão trabalhando no desenvolvimento de sistemas assim.

"Em todos os continentes, uma parte do espectro tem sido reservada para os sistemas cooperativos, 5,9 GHz nos Estados Unidos e Europa, e 5,8 GHz no Japão, ou seja, os sistemas de transporte inteligentes estão mesmo chegando," explicou Paul Kompfner, ao apresentar a proposta europeia para a internet dos carros.

A proposta europeia é utilizar uma plataforma aberta e capaz de operar em vários níveis, da comunicação automática entre os veículos e os sistemas de trânsito das ruas e estradas, até os dispositivos portáteis dos motoristas, como celulares e navegadores GPS.

O chamado Projeto CVIS (Cooperative Vehicle-Infrastructure System) já conta com a adesão de 62 parceiros, incluindo universidades, institutos de pesquisas e empresas.

Código aberto

Com um orçamento de 40 milhões de euros, os pesquisadores estão desenvolvendo várias tecnologias para criar uma internet dos carros totalmente integrada e, mais importante, de código aberto (open-source), um elemento essencial para a sua adoção em larga escala.

Já está pronto o esboço de uma infraestrutura completa de comunicações, incluindo especificação de hardware, protocolos de comunicação, middleware, interface para o desenvolvimento de aplicativo (APIs) e mecanismos para a integração interplataformas.

Na parte de comunicações a equipe do projeto CVIS desenvolveu uma plataforma que pode usar qualquer infraestrutura de comunicação conhecida, incluindo Wi-Fi, WiMAX, rádio, comunicação por satélite, DSRC (comunicação dedicada de curta distância), identificação por radiofrequência (RFID), microondas, 3G e até mesmo infravermelho.

Os testes iniciais estão sendo feitos em sete países europeus, em diferentes situações de uso. O ritmo do desenvolvimento encoraja Kompfner a afirmar que as "primeiras tecnologias da internet dos carros deverão ser adotadas a curto e a médio prazos".

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=internet-dos-carros&id=010150100817&ebol=sim

Jogo para vestibulandos

17/8/2010

Por Alex Sander Alcântara

Agência FAPESP – Uma das justificativas para a utilização de jogos educativos em atividades escolares é que eles podem oferecer maior motivação aos alunos. Mas, por outro lado, uma das principais críticas feitas pelos educadores é que essa motivação está associada, em muitos casos, à realização de atividades desvinculadas dos conteúdos ministrados em sala de aula.

Pesquisadores do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepids) da FAPESP – e do Instituto Nacional de Ciência dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN), também apoiado pela Fundação e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, vêm conseguindo equilibrar essa equação.

O grupo, que é coordenado por Elson Longo, professor do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador do CMDMC e do INCTMN, acabou de lançar o Ludo Educativo, um videogame on-line que trabalha conteúdos de quatro disciplinas do ensino médio: química, física, matemática e biologia.

Baseado no clássico jogo indiano Pachisi, o Ludo Educativo funciona como uma espécie de “simulado” para pré-vestibulandos. A ideia é fazer com que o jogador chegue até o final do tabuleiro respondendo corretamente às questões que aparecem no percurso.

“Além de trabalhar os conteúdos transmitidos em sala de aula, nosso maior objetivo é montar um banco de dados sobre o perfil dos alunos do ensino médio tanto da escola pública quanto privada. Vamos poder saber, entre outros aspectos, que disciplinas os alunos gostam mais, por exemplo”, disse Longo à Agência FAPESP ,

Segundo ele, a longo prazo a meta é que os dados sobre desempenho dos alunos possam municiar políticas publicas das secretarias municipais e estaduais não só do Estado de São Paulo, mas de todo o país.

“Todo aluno que entra no site para jogar pela primeira vez precisa fazer um cadastro inicial com nome, série e escola – identificando se ela é pública ou privada – , entre outras informações. Em breve, poderemos ter um perfil do estudante atual do ensino médio não só de São Paulo, mas também das principais cidades do país, incluindo médias de acertos, entre outros aspectos”, explica Longo.

Segundo ele, as questões seguem os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. “Os conteúdos de química, física, biologia e matemática são os mesmos ministrados em qualquer escola pública ou privada. O jogo funciona como um ótimo simulado para quem está prestando o vestibular”, diz.

O grupo irá incluir nos próximos meses as disciplinas de história e geografia. “Estamos estudando também a possibilidade de se incluir as disciplinas de inglês e português. Mas em relação à língua portuguesa, talvez tenhamos de esperar um pouco mais, devido às mudanças ortográficas ocorridas recentemente”, conta Longo.

O jogo demorou seis meses para ser finalizado. Produzido pela empresa Aptor Software, parceira do grupo, o jogo foi desenvolvido originalmente, entre o final de 2008 e início de 2009, por Manoel Guerreiro, licenciado em Química pela Unesp.

“Essa primeira matriz, no entanto, apresentava alguns problemas. O jogador precisava fazer download e tinha dificuldades para instalar o programa no computador de casa. Quando errava a questão, não havia como saber qual era a certa. Além disso, as questões ficavam restritas à área de química”, disse à Agência FAPESP Thiago Jabur, pesquisador do INCTMN e coordenador da área de computação do Ludo Educativo.

Segundo Jabur, as modificações foram incorporadas por sugestões das próprias escolas onde os testes foram feitos. “Antes não havia ranking de pontuação. Também melhoramos a parte visual, tornando os personagens mais atraentes”, diz.

De acordo com ele, o sistema foi pensado para não haver memorização das respostas e das questões. São 2 mil questões, 500 para cada disciplina. “O sistema alterna as questões e as respostas de tal forma que a probabilidade de o jogador deparar com a mesma questão é mínima. Ainda assim, se ele tiver de responder à mesma questão, a resposta não será idêntica”, afirma.

Para aumentar a interação , o jogo permite que o participante comente as questões. “O objetivo é criar uma maior interação com o jogador-aluno. Caso haja necessidade, podemos modificar ou mesmo retirar a questão do jogo”, disse Jabur.

O Ludo Educativo é subdividido em quatro versões, com personagens e imagens diferentes. A cada novo jogo são sorteadas novas perguntas. Para iniciar, o jogador clica em um dado que indicará quantas casas irá andar.

“Quando o personagem para em uma casa em amarelo surge uma questão na tela com cinco alternativas. Caso responda corretamente, serão acrescentados cinco pontos. Se errar, perde um ponto e retrocede o mesmo número de casas que avançou na última jogada”, explica.

Ao final de cada mês, os cinco alunos de escolas públicas e particulares que mais pontuarem receberão uma coleção de DVDs da série Nanoart, produzida pelo CMDMC e pelo INCTMN. Em dezembro, os ganhadores dos DVDs concorrerão a uma viagem ainda a ser definida.

Publicação dos resultados

Lançado no dia 10 de agosto, o jogo teve a adesão de mais de 1.800 usuários já nos três primeiros dias. O Ludo é o terceiro jogo desenvolvido pelo grupo, segundo Longo. Na página CMDMC, estão os links dos jogos mais acessados.

“Esse projeto vem continuar o sucesso que obtivemos com o Chemical Sudoku, um jogo para ensino da tabela periódica e com o Quebra-Cabeça de Nanotecnologia, em que o jogador deve montar partes de imagens nanométricas", explica Longo. "Esse dois anteriores, somados, tiveram mais de 100 mil acessos, em várias partes do mundo”, afirma.

Segundo Jabur, o ponto forte do jogo é ter uma relação direta com os conteúdos ministrados em sala de aula. “É um jogo que não tem um papel lúdico apenas. Tem um compromisso com a aprendizagem. Os jogos são um ótimo complemento às atividades que já realizamos com escolas”, afirma.

O grupo tem a intenção de desenvolver novos jogos para os alunos do ensino fundamental e da educação infantil, de acordo com o pesquisador. “Como somos um centro multidisciplinar de materiais, já estamos criando um jogo para crianças de 5 a 7 anos com o tema da sustentabilidade”, antecipa Jabur.

Outra novidade, segundo Jabur, é que o grupo está pesquisando inserir o jogo em redes sociais. “Já existem alguns jogos em redes sociais, mas o nosso será um dos primeiros na área de educação”, indica Jabur, que também é professor na área de computação na Universidade Federal de Goiás.

De acordo com Jabur, o jogo servirá também para gerar conhecimento na área de informática da educação. “Vamos submeter o jogo e os resultados em congressos de computação. Os jogos anteriores foram muito bem aceitos na comunidade de pesquisa. A ideia é também evoluir na área de jogos interativos na web”, diz Jabur.

Segundo Longo, o objetivo maior do centro, além do desenvolvimento de pesquisas, é a popularização da ciência. “Essa é a nossa filosofia. Os jogos que desenvolvemos têm por objetivo democratizar o conhecimento científico”, reforça.

Para jogar: www.ludoeducativo.com.br

Mais informações: www.cmdmc.com.br/
Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/12636/jogo-para-vestibulandos.htm