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terça-feira, 15 de maio de 2012

Língua eletrônica brasileira já é a mais falada no mundo


Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/05/2012

Língua eletrônica brasileira é mais sensível que humanos
A língua eletrônica é formada por um conjunto de sensores que tenta mimetizar o funcionamento da língua humana. [Imagem: Embrapa Instrumentação]
Língua eletrônica mais falada
A língua eletrônica está-se tornando um dos projetos brasileiros mais inovadores na última década.
O projeto, que começou há mais de dez anos, utiliza inteligência artificial, sensores supersensíveis e capacidade de reconhecimento molecular para identificação de compostos químicos.
Suas principais aplicações principais estão na área industrial, mas graças ao esforço de uma equipe multidisciplinar, a tecnologia está entrando na área das aplicações médicas, colocando a língua eletrônica brasileira entre as mais faladas na área em todo o mundo.
O projeto, que começou na Embrapa, surgiu a partir da demanda da indústria pela automação na área da degustação - por exemplo, de medicamentos ou de alimentos não facilmente palatáveis, casos em que o uso de humanos não é viável.
Além disso, para controle rotineiro de qualidade na área de alimentos, ter um painel de degustadores humanos costuma ter um custo muito elevado.
Com a língua eletrônica, os resultados podem ser muito mais rápidos, menos subjetivos, e mais viáveis financeiramente.
Seletividade global
A língua eletrônica é formada por um conjunto de sensores que tenta mimetizar o funcionamento da língua humana e sua capacidade de identificar os cinco sabores básicos - salgado, doce, azedo, amargo e umami.
Essa chamada seletividade global, o princípio segundo o qual o sabor é decomposto em alguns sabores básicos, distingue-se da seletividade específica, que é a detecção de uma substância química.
Por exemplo, no café há centenas de substâncias químicas, mas não é necessário que saibamos quais são essas substâncias para sabermos que estamos bebendo café. O odor também tem este tipo de característica: não é necessário identificar moléculas para saber o cheiro.
O princípio da seletividade global postula que se distinga nuances destes sabores básicos, por isso a importância de ter muitos sensores.
Os sensores são fabricados a partir de filmes poliméricos ou filmes de biomoléculas.
A grande dificuldade é que é virtualmente impossível conseguir uma reprodutibilidade alta, ou seja, duas unidades sensoriais nominalmente idênticas - produzidas com os mesmos materiais e nas mesmas condições - não apresentam propriedades iguais.
Suponhamos que seja necessário comparar dois sabores em que apenas a acidez varia muito pouco. O ideal seria ter o sensor em um material cujas propriedades elétricas dependessem muito da acidez, ou seja, do pH.
Alguns polímeros condutores são extremamente sensíveis a mudanças de pH, então estes materiais são ideais para detectar sabores ácidos. Entretanto, no caso de duas substâncias com pequenas variações nos sabores doce ou amargo, não haverá grandes mudanças no pH ou na quantidade de íons da amostra, o que tornaria inviável o uso de polímeros condutores.
A saída é obter o que os pesquisadores chamam de "impressão digital" de cada amostra de alimento, reproduzindo a combinação de sabores da maneira como cérebro a capta.
"Podemos, por exemplo, utilizar o mesmo material, com sensores de características diferentes, como a espessura e a técnica de fabricação do fio", explica o professor Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Instituto de Física de São Carlos, da USP.
Os sensores produzidos com materiais inorgânicos, uma opção a ser explorada pela equipe, podem apresentar melhor reprodutibilidade e otimizar a análise de alguns tipos de materiais. Contudo, é possível que a sensibilidade do sensor seja menor. "Para aplicações comerciais, seria a melhor saída", vislumbra o pesquisador do IFSC.
Língua eletrônica brasileira é mais sensível que humanos
No café há centenas de substâncias químicas, mas não é necessário que saibamos quais são essas substâncias para sabermos que estamos bebendo café. [Imagem: Embrapa Instrumentação]
Aplicações médicas
O conceito de língua eletrônica foi também estendido ao conceito de biossensores.
"Nós não temos na nossa unidade sensorial um equipamento que reconheça especificamente a molécula que queremos detectar, mas logo percebemos que não há motivo para essa limitação", observa Osvaldo.
Um exemplo é um par antígeno-anticorpo: os antígenos são moléculas específicas que reconhecem apenas o anticorpo característico daquele antígeno.
Este é o princípio que é empregado nos biossensores para análises clínicas, no diagnóstico de doenças. "O antígeno reconhece um anticorpo específico e, se isso der um resultado positivo, significa que o indivíduo está doente," explica o pesquisador.
Essa aplicação biomédica da língua eletrônica vem sendo testada desde 2007.
"Esse é o diferencial que torna nosso projeto pioneiro no mundo", aponta Osvaldo. Dentre os resultados obtidos no âmbito desta aplicação, os pesquisadores foram capazes de fabricar um biossensor que distingue a leishmaniose da doença de Chagas, doenças muito similares e que, mesmo com os imunossensores mais sofisticados, ainda ocasionavam falsos positivos.
Resultados mais homogêneos
Mas por que o assunto é tão atual, mesmo depois de dez anos de pesquisas?
Primeiro, devido a esta dificuldade de predefinição dos materiais utilizados comosensores. Segundo, porque a aplicação ainda não está disponível e difundida no mercado.
Nas aplicações mais nobres, a alta sensibilidade dos sensores é o próprio "calcanhar de Aquiles" do projeto, porque qualquer mudança do material significa mudança nas propriedades, o que exige a substituição de alguma unidade sensorial.
Então, para obter dados de uma série de amostras, seria necessário recalibrar todo o sistema, ou a língua eletrônica forneceria resultados diferentes. "Ainda precisamos resolver este problema para colocar uma língua eletrônica de alto nível no mercado", conta Osvaldo.
"Esta é uma meta que perseguimos pensando a longo prazo, porque ainda há muito trabalho à frente, então a língua eletrônica continuará sendo notícia," finaliza ele.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Mercadante garante apoio a pautas das Universidades Federais




A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, tiveram um encontro importante na última quinta-feira (10) para discutir demandas das Universidades Federais.
O ministro mostrou empenho para impulsionar a aprovação do Projeto de Lei 2203/11, que trata do acordo dos docentes elaborado em 2011, e apontou os avanços na tramitação da Lei 2.134/11, que criará novos cargos para professores e técnico-administrativo do plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni).


As pautas levadas pelo presidente da Andifes, reitor João Luiz Martins, contaram com apoio incisivo do ministro Mercadante, principalmente no que diz respeito ao cumprimento do acordo que trata da carreira do magistério superior. Aloizio Mercadante renovou o compromisso do Ministério da Educação (MEC) com a categoria e afirmou todo seu empenho para transformar o Projeto de Lei 2203/11 em medida provisória e sua implantação imediata. O ministro afirmou que o acordo é para ser cumprido.

A intenção do ministro é mediar em favor da demanda do projeto e assim atender as reivindicações de aumento salarial e estruturação da carreira. Também foi garantido ao presidente João Luiz, que está avançada a tramitação do PL 2.134/2011, que cria cargos para docente e técnico-administrativo. Segundo Aloizio Mercadante, já foi solicitado, em caráter de urgência, ao senador Roberto Requião (PMDB-PR), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte que seja dada prioridade absoluta a aprovação da medida legislativa. "A Andifes ficou muito satisfeita com a posição do governo de transformar a PL em medida provisória, haja vista os efeitos imediatos e o início do cumprimento do acordo de agosto de 2011", disse o reitor João Luiz.

Para Mercadante é necessário que a Andifes também faça gestão junto aos líderes partidários no Congresso uma vez que o projeto de lei chegará em breve ao Senado. O reitor João Luiz informou da necessidade de tão logo sejam aprovados os cargos do Reuni, sejam autorizados concursos públicos e uma rápida nomeação dos aprovados para que estes entrem em exercício imediatamente. O presidente da Andifes também destacou a importância de aceleração dos debates sobre a carreira dos docentes, bem como o interesse em construir avanços nas relevantes reivindicações dos técnico-administrativos.

Ainda sobre a Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, o ministro orientou o secretário Amaro Henrique Pessoa Lins da Secretaria de Educação Superior (SESu), a fazer um levantamento das demandas de obras e instalações ainda necessárias para o Reuni.

No encontro, o presidente da Andifes, João Luiz, apresentou a proposta do Programa de Expansão, Excelência e Internacionalização das Universidades Federais (PEEXIU), e o ministro Mercadante se dispôs a aprofundar o debater e levar o tema para próximas reuniões. Foi entregue também um documento com a análise da relação aluno/professor na educação superior brasileira, que dará início ao debate sobre este indicador. Segundo consta no PEEXIU, o dados servirão para acompanhar e avaliar os resultados acadêmicos e de gestão administrativa.

O documento com a análise aluno/professor, resultado do estudo do professor Nelson Cardoso Amaral, integrante do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFG, pode ser conferido aqui: http://www.andifes.org.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=756&Itemid=27.
(Ascom da Andifes)