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sábado, 24 de setembro de 2011

Neutrinos podem ter viajado mais rápido do que a luz

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/09/2011
Neutrinos podem ter viajado mais rápido do que a luz


O gigantesco detector Opera, formado por 150.000 pequenos "tijolos" de uma emulsão nuclear, separados por folhas de chumbo. Dispostos em paredes paralelas, são esses tijolos que detectam os neutrinos.[Imagem: Opera]

Neutrinos superluminais

Quando, há poucos mais de um ano, cientistas do experimento Opera detectaram neutrinos transmutando-se de um tipo em outro, eles logo falaram da descoberta de uma "nova física".

E eles aparentemente já tinham nas mãos outros resultados ainda mais surpreendentes.

Depois de dois anos de medições, e inúmeras revisões e checagens, eles finalmente resolveram compartilhar sua possível descoberta com outros pesquisadores.

Segundo Antonio Ereditato, da Universidade de Berna, na Suíça, a equipe aparentemente detectou neutrinos viajando mais rápido do que a velocidade da luz.

Quebra da relatividade?

Se neutrinos podem viajar mais rápido do que a velocidade da luz, então o preceito fundamental de que as leis da física são as mesmas para todos os observadores cai por terra.

A ideia de que nada pode viajar mais rapidamente do que a luz é um pilar da teoria da relatividade especial, formulada por Einstein. E esta teoria está na base de toda a física moderna.

Isto sim, pode apontar para uma "nova física" - desde que os outros pesquisadores não encontrem erros no experimento e nas análises.

"Nós tentamos por todos os meios descobrir um erro - erros triviais, erros mais complicados, efeitos impensáveis - mas não conseguimos encontrar nenhum," disse Ereditato.

Depois de tantos cuidados, ele e sua equipe afirmam ter alcançado um nível seis sigma, que indicaria uma descoberta científica realmente válida.

Tudo vai depender do escrutínio que será feito nos dados por equipes de físicos do mundo todo.

"Dadas as potenciais consequências de longo alcance desse resultado, medições independentes serão necessárias antes que o efeito seja refutado ou firmemente estabelecido," disse o CERN em nota.
Neutrinos podem ter viajado mais rápido do que a luz


O feixe de neutrinos percorre 730 km desde o CERN até o laboratório INFN, onde as medições são realizadas. [Imagem: CNRS]

Nano-incerteza

O experimento OPERA (Oscillation Project with Emulsion-tRacking Apparatus) está localizado a 1.400 metros de profundidade, no Laboratório Gran Sasso, na Itália.

Um detector ultra-sensível recebe um feixe de neutrinos disparado do laboratório CERN, na Suíça - onde está o LHC - que está localizado a mais de 730 quilômetros de distância.

O que os pesquisadores concluíram é que os neutrinos estão chegando 60 nanossegundos antes do que deveriam.

E isso só pode ser possível se eles estiverem viajando a uma velocidade maior do que 299.792.458 metros por segundo, que é a velocidade exata da luz.

Para checar seus resultados, os cientistas usaram relógios atômicos e avançados sistemas de GPS, conseguindo com isso reduzir a incerteza da distância percorrida pelos neutrinos para 20 centímetros - em relação aos 730 km do feixe.

O tempo de chegada dos neutrinos foi medido com uma incerteza de 10 nanossegundos.

Atalhos em outras dimensões

O físico italiano Antonino Zichichi, falando à revista Nature, levantou a hipótese de que - se os resultados se confirmarem e a física como a conhecemos estiver mesmo desmoronando - então os neutrinos superluminais podem estar pegando atalhos por dimensões extras do espaço, algo que é previsto pela Teoria das Cordas.

Mas tanto Ereditato quanto o CERN são bem mais comedidos.

"As medições do OPERA estão em desacordo com leis da natureza bem estabelecidas, embora a ciência muitas vezes progrida derrubando os paradigmas estabelecidos," diz a nota do CERN.

De fato, não têm faltado medições e estudos em busca de "desvios" da teoria da relatividade de Einstein - até hoje sem sucesso.

"As fortes restrições decorrentes dessas observações tornam improvável uma interpretação da medição do OPERA em termos da modificação da teoria de Einstein, o que nos dá motivos ainda mais fortes para buscar novas medições independentes," conclui a equipe do laboratório.

Luz supera velocidade máxima da luz - duas vezes

Bibliografia:

Measurement of the neutrino velocity with the OPERA detector in the CNGS beam
OPERA Colaboration
arXiv
22 Sep 2011
Vol.: arXiv:1109.4897v1
http://arxiv.org/abs/1109.4897


Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=neutrinos-viajar-mais-rapido-luz&id=010130110923&ebol=sim

Cientistas jogam pingue-pongue com elétrons

Redação do Site Inovação Tecnológica - 23/09/2011
Cientistas jogam pingue-pongue com elétrons


Os elétrons são rebatidos de um lado para o outro por ondas sônicas superficiais. [Imagem: Ruhr University]

Dados em elétrons

Jogar pingue-pongue com elétrons pode parecer diversão de físico no fim de semana.

Mas a coisa ganha muita seriedade se você levar em conta que os elétrons podem transportar informações.

E controlar com precisão o movimento de um elétron, sem que ele perca essas informações, é tudo o que sonham os cientistas que trabalham com a computação quântica.

Registrar um dado em um elétron não é tão difícil, mas fazê-lo viajar sem perder a informação pelo caminho é um verdadeiro pesadelo.

Não é para menos: ao viajar ao longo de um fio, por exemplo, o elétron está na verdade navegando por um mar de outros elétrons, todos prontos a causar sua "decoerência", que é como os físicos chamam quando um elétron perde seu dado pelo caminho.

Pingue-pongue de elétrons

De forma não tão surpreendente para quem acompanha as descobertas científicas, uma solução para esse problema foi encontrada simultaneamente por duas equipes, trabalhando de forma independente.

Pelo menos já são duas equipes para um campeonato de pingue-pongue de elétrons - Rob McNeil e seus colegas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, e Tristan Meunier, que coordenou uma equipe de pesquisadores franceses, alemães e japoneses.

A equipe britânica conseguiu movimentar um elétron individual ao longo de um nanofio, rebatendo-o de um lado para o outro 60 vezes, a uma distância de 4 micrômetros.

O grupo do Dr. McNeil fez praticamente a mesma coisa, usando um nanofio de 3 micrômetros.
Cientistas jogam pingue-pongue com elétrons


Para que os elétrons ficassem bem-comportados em cima da mesa de pingue-pongue, o experimento foi feito em temperatura criogênica. [Imagem: McNeil et al.]

Pingue-pongue de elétrons

Os cientistas usaram dois pontos quânticos - pequenas armadilhas capazes de aprisionar elétrons individuais - unidos por um nanofio de 4 e 3 micrômetros de comprimento.

Em vez de raquetes, para induzir o elétron a sair de um desses poços e ir para o outro são usadas ondas sônicas superficiais.

O pulso sônico, ao viajar ao longo da superfície, gera uma onda de potencial no material.

Ao passar pelo ponto quântico onde está o elétron, essa onda o empurra na direção do outro ponto quântico, de onde ele é "raquetado" de volta por outro pulso sônico.

Este esquema de movimentação poderá ser explorado, por exemplo, para transferir informações entre a memória e um processador quântico.
Bibliografia:

Electrons surfing on a sound wave as a platform for quantum optics with flying electrons
Sylvain Hermelin, Shintaro Takada, Michihisa Yamamoto, Seigo Tarucha, Andreas D. Wieck, Laurent Saminadayar, Christopher Bäuerle, Tristan Meunier
Nature
22 September 2011
Vol.: 477, Pages: 435-438
DOI: 10.1038/nature10416

On-demand single-electron transfer between distant quantum dots
R. P. G. McNeil, M. Kataoka, C. J. B. Ford, C. H. W. Barnes, D. Anderson, G. A. C. Jones, I. Farrer, D. A. Ritchie
Nature
22 September 2011
Vol.: 477, Pages: 439-442
DOI: 10.1038/nature10444

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=pingue-pongue-eletrons&id=010115110923&ebol=sim

Carro híbrido é fabricado por impressão 3D

Com informações da BBC - 23/09/2011
Carro híbrido é fabricado por impressão 3D
O Urbee usa seu motor a combustão para recarregar suas baterias, dispensando a conexão à tomada.[Imagem: Urbee]

Carro impresso

Um carro fabricado com a tecnologia de impressão 3D está sendo exibido no Canadá.


O Urbee é um carro híbrido, contando com um motor elétrico e um motor a combustão movido a etanol.

O carro foi construído a partir do processo conhecido como fabricação aditiva, através do qual um objeto tridimensional é criado por sucessivas camadas de material.

No caso do Urbee, apenas a cobertura da carroceria é fabricada por este processo de impressão 3D, com as peças montadas sobre um chassi de aço.

Segundo seus idealizadores, ele é capaz de fazer 85 quilômetros com um litro de combustível.

Intenções

Segundo Jim Kor, idealizador do carro, o protótipo será usado para reforçar o interesse do público, com vistas a levar o projeto para escala industrial. Para que isso seja possível, ele conta também doações, que estão sendo pedidas em seu site.

Como os demais veículos híbridos, o Urbee usa seu motor a combustão para recarregar suas baterias, dispensando a conexão à tomada.

Ele possui ainda painéis solares, potencialmente reduzindo o consumo de combustível.

Os preços estimados para o Urbee variam entre US$ 10 mil (cerca de R$ 17 mil) e US$ 50 mil (cerca de R$ 85 mil) - tudo vai depender da escala de produção.

Do protótipo ao produto

A impressão 3D nasceu para a criação de protótipos - por isso essa técnica é também chamada de prototipagem rápida.

Mas logo os engenheiros perceberam o potencial da técnica, o que a está transformando na fabricação aditiva, uma nova técnica para construir quase tudo de peças artísticas de chocolate a aviões, e até vasos sanguíneos para implantes médicos.

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=carro-hibrido-fabricado-impressao-3d&id=010170110923&ebol=sim

Termômetro de cristal não teme variações de temperatura

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/09/2011



O termômetro de cristal será útil para monitorar desde equipamentos hospitalares e a temperatura do corpo humano até equipamentos industriais. [Imagem: Warwick University]

Esqueça os termômetros de mercúrio. Vêm aí os termômetros de tantalato de lítio.

Pesquisadores britânicos desenvolveram um novo cristal de tântalo e lítio que é capaz de detectar alterações minúsculas de temperatura, com graduações na faixa dos milésimos de Kelvin.

Termômetro de cristal

Pam Thomas (Universidade de Warwick) e Mike Glazer (Universidade de Oxford) demonstraram que a capacidade de medição do cristal aumenta ou diminui em proporção à sua temperatura.

Isto permite que esses cristais possam ser calibrados para funcionarem como termômetros muito precisos.

E o cristal faz isto ao longo de uma extensa faixa de temperaturas, de -120 a +680 graus Celsius, tornando-o útil para monitorar desde equipamentos hospitalares e a temperatura do corpo humano até equipamentos industriais.

Os cientistas patentearam a invenção e, para tentar comercializá-la, deram-lhe o nome de Z-BotS - Zero-Birefringence Optical Temperature Sensor.

Birrefringência

O tantalato de lítio é um cristal birrefringente, o que significa que ele divide a luz que o atravessa em dois raios distintos.

Como a birrefringência é afetada tanto pela espessura quanto pela orientação do cristal, até agora seu uso prático era inviável - qualquer oscilação mínima no cristal altera sua orientação e, por decorrência, o resultado da leitura.

Os pesquisadores britânicos desenvolveram uma técnica para crescer um cristal de tantalato de lítio cuja birrefringência é virtualmente independente de sua espessura e posição, o que o torna imune às vibrações do ambiente.

Na realidade, eles tornaram a birrefringência praticamente zero em todas as direções, deixando o cristal opticamente isotrópico, como o vidro comum.

No entanto, como a mínima alteração de temperatura prontamente altera a birrefringência, o novo cristal tornou-se um termômetro muito sensível e robusto.

fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=termometro-cristal&id=010160110922&ebol=sim

Transístor de prótons liga eletrônica a organismos vivos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/09/2011


Transístor de prótons liga eletrônica com organismos vivos
O transístor de prótons e uma micrografia das fibras de quitosana, nas quais o componente é baseado.[Imagem: University of Washington]

Transístor de prótons

A eletricidade lida com o armazenamento e o transporte de elétrons, enquanto o manuseio cuidadoso desses elétrons, geralmente usando materiais semicondutores, criou a eletrônica.

Ou seja, tudo o que se conhece como "eletrônico" tem esse nome por se basear no transporte de elétrons.

Agora, cientistas construíram um transístor que usa prótons - o transístor é o componente mais importante de tudo o que é eletrônico - viabilizando uma transmissão orgânica de dados.

Os elétrons são partículas carregadas negativamente, enquanto os prótons usados para acionar o novo transístor têm carga positiva.

Um transístor de prótons é particularmente interessante porque o corpo humano, e tudo o que é vivo, envia e recebe sinais e faz todo o seu "processamento" usando íons ou prótons.

Conexão eletrônico-biológico

Os equipamentos biomecatrônicos, as próteses robóticas, as interfaces neurais, as retinas artificiais, apenas para citar alguns, são aparelhos que, se puderem comunicar-se diretamente com o corpo humano, permitirão a solução de inúmeros problemas na área médica.

Até agora, porém, a funcionalidade de todos eles tem sido limitada pela dificuldade de interligar o eletrônico com o biológico - vale dizer, em transformar um sinal eletrônico em um sinal iônico.

De forma análoga ao que ocorre dentro de um processador, onde o transístor eletrônico funciona como uma chave para deixar ou não deixar os elétrons passarem, no organismo os prótons abrem e fecham canais nas membranas celulares, para bombear coisas para dentro e para fora das células.

Um dispositivo que seja compatível com esse tipo de sinalização poderá ser usado para monitorar ou controlar esses processos biológicos, abrindo um campo enorme para a criação de tecnologias que possam acionar membros paralisados, desligar neurônios que estejam disparando de forma descontrolada e causando convulsões, dentre uma infinidade de outras possibilidades.

Corrente de prótons

Um transístor capaz de enviar pulsos de correntes protônicas é um ótimo começo nesse sentido, ainda que o protótipo vá precisar de várias rodadas de miniaturização - ele mede 5 micrômetros de largura.

O componente usa uma forma modificada de quitosana, uma fibra retirada do exoesqueleto de crustáceos, que absorve água, formando inúmeras ligações de hidrogênio.

Os prótons movimentam-se saltando de uma ligação de hidrogênio para outra, formando a "corrente protônica", uma espécie de corrente orgânica.

O nome técnico do componente é "transístor de efeito de campo bioprotônico de polissacarídeos" (FET-BPP).

A base do componente é de silício, o que impediria seu uso imediato, por exemplo, em contato com o corpo humano.

Os cientistas afirmam que o desenvolvimento de uma versão biocompatível do transístor de prótons é um próximo passo natural para a pesquisa.
Bibliografia:

A polysaccharide bioprotonic field-effect transistor
Chao Zhong, Yingxin Deng, Anita Fadavi Roudsari, Adnan Kapetanovic, M.P. Anantram, Marco Rolandi
Nature Communications
20 September 2011
Vol.: 2, Article number: 476
DOI: 10.1038/ncomms1489

fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=transistor-de-protons-eletronica-organismos-vivos&id=010110110922&ebol=sim

Nanotecnologia recupera 100% de ouro e prata nas minas

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/09/2011
Nanotecnologia recupera 100% de ouro e prata nas minas


A curva preta mostra a taxa de recuperação dos minerais no atual processo de flotação. A curva vermelha mostra a recuperação com a nova tecnologia com nanopartículas. [Imagem: Yang et al./Langmuir]

Flotação

Pesquisadores anunciaram a descoberta de uma técnica capaz de recuperar até 100% dos metais preciosos - ouro, prata, cobre e outros - presentes em um minério.

Os metais, sobretudo os pertencentes ao grupo do ouro e ao grupo da platina, ocorrem intimamente ligados no interior de rochas.

Para extraí-los, estas rochas são moídas e, a seguir, passam por um processo chamado flotação.

Na flotação, o pó do minério é mergulhado em um banho com água e compostos químicos que se ligam aos metais que se deseja recuperar.

Bolhas de ar são injetadas na parte de baixo desse tanque, fazendo com que as substâncias "coletoras" flutuem, de onde elas são retiradas continuamente.

Teor baixo

Etapas sucessivas permitem a captura de um alto percentual do metal originalmente presente no minério.

Mas sempre há perdas, cuja recuperação seria cara demais - geralmente mais cara do que o preço obtido pelo metal puro.

Com isso, as pilhas de rejeito das mineradoras contêm toneladas de metais preciosos, mas em um teor baixo demais para que sua recuperação seja economicamente viável.
Nanotecnologia recupera 100% de ouro e prata nas minas


Basta uma cobertura de 5% da partícula de mineral pelas nanopartículas para obter uma elevada eficiência. [Imagem: Yang et al./Langmuir]

Nanopartículas coletoras

Agora, Robert Pelton e seus colegas da Universidade McMaster, no Canadá, afirmam ter encontrado na nanotecnologia uma saída para esse "desperdício".

Segundo eles, os cálculos indicam que pode ser possível recuperar até 100% do metal contido no minério.

O novo processo usa nanopartículas como substância coletora. Essas nanopartículas grudam nos metais.

Por outro lado, elas repelem a água, o que as faz flutuar automaticamente, sem depender das bolhas de ar.

Nos experimentos em laboratório, os cientistas demonstraram que as nanopartículas grudam tão fortemente nas partículas do mineral que foi possível recuperar quase 100% delas - foram usadas microesferas de vidro para simular as partículas moídas do minério.

"A adsorção das nanopartículas catiônicas de poliestireno às esferas de vidro de 43 micrômetros de diâmetro - o modelo mineral - permitiu uma remoção virtualmente total das esferas por flotação. Basta uma cobertura de 5% da partícula de mineral pelas nanopartículas para obter essa eficiência," escrevem os pesquisadores.

Ocorrência, reserva, jazida e mina

Além de permitir uma recuperação maior dos metais, a nova tecnologia poderá viabilizar a exploração de depósitos minerais que têm um teor muito baixo, o que atualmente os impede de se tornarem minas.

Além disso, várias ocorrências minerais não são pesquisadas porque os teores iniciais mostram-se antieconômicos.

Uma ocorrência mineral é um local onde há a presença de determinado mineral de importância econômica.

Quando a quantidade desse mineral é medida, a ocorrência passar a ser tratada como um depósito, ou reserva mineral.

Quando um depósito mineral é explorado economicamente, ele passa a ser chamado de jazida, que é explorada na forma de uma mina.
Bibliografia:

Nanoparticle Flotation Collectors: Mechanisms Behind a New Technology
Songtao Yang, Robert Pelton, Adam Raegen, Miles Montgomery, Kari Dalnoki-Veress
Langmuir
Vol.: 2011, 27 (17), pp 10438-10446
DOI: 10.1021/la2016534

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nanotecnologia-ouro-prata-minas&id=010170110921&ebol=sim

Tecnologia dobra capacidade da telefonia celular sem novas torres

Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/09/2011
Tecnologia dobra capacidade da telefonia celular sem novas torres


O novo hardware necessário poderá ser adicionado aos aparelhos atuais, garantindo compatibilidade com o sistema atual de comunicação. [Imagem: Rice University]

Full-duplex

Pesquisadores afirmam ter descoberto uma forma de dobrar a taxa de transferência das redes de telefonia celular sem a necessidade de adicionar nenhuma antena.

A nova tecnologia full-duplex permite que equipamentos sem fios, como celulares e modems, 3G "falem" e "ouçam" simultaneamente com as torres de comunicação - e na mesma frequência.

Hoje a comunicação full-duplex das redes de telefonia celular usa duas frequências diferentes, uma para que o celular "fale" e outra para que ele "escute".

Com isto, a nova tecnologia permite economizar a metade das frequências utilizadas - na prática, a rede poderá dobrar a capacidade usando apenas as antenas já instaladas.

Sinal 10 vezes melhor

"Nossa solução exige um mínimo de hardware novo, tanto para os aparelhos móveis como para a rede. É por isso que nossos resultados chamaram a atenção de todas as empresas de telecomunicações do mundo," exagera um pouco Ashutosh Sabharwal, professor da Universidade Rice, nos Estados Unidos.

"A principal mudança necessária será o desenvolvimento de novos padrões wireless para full-duplex. Eu acredito que as pessoas poderão começar a ver isto quando as concessionárias começarem a atualizar suas redes para 4,5G ou 5G, em alguns anos," desacelera ele.

Mas os experimentos são realmente entusiasmantes: o grupo conseguiu uma qualidade de sinal 10 vezes melhor do que qualquer demonstração em tempo real feita anteriormente.

Assim, não apenas há um ganho de banda, como também a comunicação é feita de maneira confiável.

Efeito local

A comunicação full-duplex na mesma frequência foi obtida com a adição de mais uma antena ao aparelho móvel e de um circuito adicional.

Segundo os pesquisadores, esse hardware poderá ser simplesmente adicionado aos aparelhos atuais, garantindo compatibilidade com o sistema atual de comunicação.

"Nós enviamos dois sinais de tal forma que eles se cancelam mutuamente na antena de recepção, no dispositivo que ouve," explica Sabharwal. "O efeito de cancelamento é puramente local, assim o outro nó continua ouvindo o que estamos transmitindo."

Brasileiros desenvolvem tecnologia para celulares 4G

Bibliografia:

Experiment-driven Characterization of Full-Duplex Wireless Systems
Melissa Duarte, Chris Dick, Ashutosh Sabharwal
arXiv
http://arxiv.org/abs/1107.1276

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=tecnologia-dobra-capacidade-telefonia-celular&id=010150110921&ebol=sim

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Carta Aberta do movimento Todos pela Educação

Fruto das discussões do Congresso Internacional "Educação: uma Agenda Urgente", a carta foi assinada por 34 entidades.

Diante da realização do Congresso Internacional "Educação: uma Agenda Urgente", empreendido pelo movimento "Todos pela Educação" (TPE), em parceria com instituições nacionais e internacionais, as entidades e movimentos signatários desta Carta expressam preocupação com os objetivos do evento.

Ao participarem das atividades preparatórias ao referido Congresso, algumas entidades e movimentos que elaboraram esta comunicação avaliaram que, no curso desses encontros precedentes, ocorridos entre junho e agosto deste ano, foi manifestada e reiterada por dirigentes do TPE a necessidade de construção de uma agenda para a educação brasileira, a ser afirmada em um novo pacto social por políticas públicas educacionais.

Conforme textos disponíveis no site do movimento "Todos pela Educação", o supracitado Congresso Internacional pretende envolver os "líderes brasileiros das áreas educacional, acadêmica e de gestão" para realizar um "debate de questões" capazes de acelerar "os resultados, principalmente de aprendizagem, da Educação Básica no País". Em algumas atividades preparatórias, ou em manifestações públicas de dirigentes do TPE, ainda ficou explicitado o anseio por influenciar o debate em torno do PL 8035/2010, que trata do novo Plano Nacional de Educação.

Toda iniciativa interessada em colocar a agenda educacional em evidência é louvável. Contudo, compreendemos que algumas referências precisam balizar os debates sobre o tema, pois afirmam determinações constitucionais e refletem processos engendrados nas ações para a consolidação da democracia brasileira.

Em oposição a qualquer tentativa de negação dos avanços já conquistados até aqui, as entidades signatárias desta Carta consideram que os desafios da educação brasileira estão fundamentalmente inscritos no Capítulo III da Constituição Federal de 1988, que, em sua Seção I, trata da Educação.

Ao considerar a Educação como o primeiro dos direitos sociais (Art. 6), a Carta Magna determina, no Art. 205, que ela deve visar ao "pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho", determinando a missão e o escopo da qualidade na educação.

No início de abril de 2011, em uma inédita e democrática interação crítica entre a sociedade civil e o Estado, foi concluído o processo de construção da "I Conae" (Conferência Nacional de Educação). Abrangente, o Documento Final do evento realizado em Brasília foi capaz de propor as medidas administrativas e legais necessárias para a plena consagração do direito à educação, em termos de acesso, permanência e qualidade, com a inequívoca preocupação constitucional de promoção da equidade e da justiça social.

A Conae mobilizou mais de quatro milhões de brasileiros e brasileiras, e teve em sua comissão organizadora representantes do Estado (gestores públicos do Governo Federal, dos estados, Distrito Federal e dos Municípios, além de representantes do Congresso Nacional, magistrados e promotores), de trabalhadores em educação dos setores público e privado, estudantes, pais, conselheiros (nacionais, estaduais, distritais e municipais),
movimentos sociais, pesquisadores e sociedades acadêmico-científicas, empresários da educação, representantes das confederações empresariais e do próprio movimento "Todos pela Educação". Compreendemos que, por essa razão, a Conae constituiu-se em espaço legítimo para a determinação dos pactos educacionais, permitindo, por meio de seu Documento Final, indicar a agenda oficial da educação brasileira.

Distante de ser apenas um evento, a Conferência Nacional de Educação deliberou pela criação do Fórum Nacional de Educação (FNE) - espaço formalmente instituído por meio de portaria do Ministério da Educação -, que, além de ser o guardião das deliberações da Conae, será o responsável pela organização das próximas edições da conferência. Sendo um espaço de encontro entre a sociedade civil e o Estado - em suas diferentes esferas -, é o FNE o espaço mais legítimo para serem discutidos os meios de implementação da agenda educacional brasileira.

Estimulado pelo clima e baseado nas deliberações da Conae, um grupo de entidades, do qual o "Todos pela Educação" também fez parte, redigiu e entregou aos candidatos das eleições gerais de 2010 - inclusive à atual presidenta Dilma Rousseff - a "Carta-compromisso pela garantia do direito à educação de qualidade". Sintetizando o Documento Final da Conae, quatro grandes desafios foram determinados como prioridades no esforço para a consagração do direito à educação no Brasil, que devem ser assumidos como agenda fundamental para os então postulantes a cargos nos poderes executivo e legislativo dos níveis federal e estadual. São eles:

1. Ampliar o financiamento da educação pública, com destinação de 10% do PIB para a educação, maior participação da União na destinação de recursos para o setor e instituição do mecanismo do Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi);
2. Valorizar os profissionais da educação, por meio da implementação imediata e irrestrita do piso salarial nacional profissional e de diretrizes efetivas de carreira;
3. Promover a gestão democrática do ensino, tornando os gestores da educação os gestores dos recursos da área, aprimorando os mecanismos de transparência e controle social, promovendo a participação nas escolas e instituindo os fóruns estaduais e municipais de educação, além do fortalecimento do FNE;
4. Aperfeiçoar as políticas de avaliação e regulação, abrangendo os setores público e privado e aperfeiçoando os sistemas de avaliação.

Como o Brasil ainda não foi bem-sucedido na implementação de políticas públicas capazes de fazer cumprir os ditames constitucionais e considerando que a Conae aponta os caminhos mais evidentes para superação dessa situação histórica, as entidades signatárias desta Carta solicitam que os debates do Congresso Internacional organizado pelo movimento "Todos pela Educação" tomem como referência o Documento Final da Conae, sintetizado pela referida Carta-compromisso, no sentido de que ele expressa a mais legítima e urgente agenda da educação brasileira, historicamente negligenciada.

As entidades e movimentos signatários desta Carta Aberta compreendem que é imprescindível perseguir os desafios já identificados nesses dois documentos, evitando a busca de atalhos e demonstrando a coragem de trilhar os caminhos mais promissores e justos, porém mais longos, em um exemplo equivalente à luta do povo brasileiro para buscar a estabilidade econômica e superar as desigualdades sociais. Inclusive, por uma questão de eficiência, também consideram ser imprescindível o investimento em fóruns e espaços legítimos e já criados, impedindo a dispersão de energia e evitando a ineficaz sobreposição de iniciativas.

Diante do exposto até aqui, solicitamos também uma nova e formal manifestação do movimento "Todos pela Educação" em defesa dos pontos inscritos na supracitada Carta-compromisso, lançada há apenas um ano, em 31 de agosto de 2010, no auditório do Conselho Nacional de Educação. Diante da tramitação do PL 8035/2010, especialmente, pedimos o apoio às emendas que solicitam que o próximo PNE determine uma meta de 10% do PIB de investimento público direto em educação pública.

Caso aceite solidariamente os apontamentos desta Carta Aberta, a mobilização empresarial - que lidera o movimento "Todos pela Educação" - poderá ser uma importante aliada para o Brasil romper com o baixo investimento em políticas públicas educacionais. Será também decisivo para o país iniciar um novo ciclo social, no qual a educação pública deverá ser tratada como um direito de todos e todas, essencial para a consolidação de uma sociedade economicamente justa e politicamente democrática.
Consequentemente, a educação pública universal e de qualidade, nos termos afirmados pelo Art. 205 da Constituição Federal de 1988, será um fator determinante para a inserção competitiva do Brasil, sempre em solidariedade com a comunidade latino-americana, tal como assevera o parágrafo único do Art 4º da Carta Magna.

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79371

Google testa Voice na Europa



O serviço Google Voice já se encontra em testes na Europa.

Os testes do Google Voice foram confirmados por Jens Redmer, diretor europeu para o desenvolvimento da Google, ao The Next Web. O responsável do motor de busca surpreendeu os jornalistas ao comparecer na Cimeira Europeia de Piratas em Colónia, na Alemanha, para presidir a uma sessão de "Ask Google" direcionada a todos os empreendedores presentes.
Na sessão de perguntas e respostas, Redmer afirmou que a empresa está a tomar "medidas concretas" para exportar o serviço Google Voice para a Europa. Contudo, não deu uma data prevista para o lançamento do serviço, afirmando que "a Google não faz pré-anúncios de produtos".
O diretor ainda esclareceu que o lançamento do Voice fora dos Estados Unidos não depende só dos engenheiros da empresa, mas que existem também barreiras legais que têm de ser ultrapassadas.
Depois da sessão, Redmer confessou ao The Next Web que já utiliza o Google Voice na Europa, numa espécie de testes internos da empresa, e que gosta particularmente do serviço de transcrição de chamadas perdidas.
Outra ferramenta disponível no serviço nos Estados Unidos é a possibilidade de unificar todos os seus números - fixos, telemóveis ou outros - podendo atender chamadas em qualquer um deles.


Ler mais: http://aeiou.exameinformatica.pt/google-testa-voice-na-europa=f1010655?amp=#ixzz1YfwXWWNJ

Fonte:http://aeiou.exameinformatica.pt/google-testa-voice-na-europa=f1010655?amp=

Transmissão de dados orgânica

Transistor à base de prótons, desenvolvido na Universidade de Washington, poderá levar à fabricação de dispositivos eletrônicos que troquem informações com seres vivos (reprodução)


Agência FAPESP – Dispositivos elétricos e eletrônicos, de uma lâmpada a um tablet, enviam informações por meio de elétrons. Por outro lado, o corpo humano e demais organismos enviam sinais e recebem impulsos para realizar tarefas por meio de íons e prótons.

Um grupo de cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e da Universidade de Waterloo, no Canadá, desenvolveu um transistor que usa prótons no lugar de elétrons, abrindo a possibilidade de fabricação de dispositivos que possam se comunicar diretamente com seres vivos. O estudo será publicado esta semana na revista Nature Communications.

Diversos grupos de pesquisa no mundo estudam o desenvolvimento desse tipo de tecnologia, que poderá ser empregado em próteses ou em sensores biológicos, mas as pesquisas estão voltadas para a comunicação eletrônica, com partículas carregadas negativamente, e não positivamente ou neutras, como prótons e íons.

“O desafio está na interface: como fazer com que um sinal eletrônico seja traduzido em um sinal iônico e vice-versa?”, disse Marco Rolandi, professor de ciência dos materiais e engenharia da Universidade de Washington e primeiro autor do artigo.

“Nós encontramos um biomaterial que é muito bom na condução de prótons e permite o potencial de interagir com sistemas vivos”, afirmou.

No corpo humano, prótons atuam junto a espécies de interruptores – ligando ou desligando-os – que são fundamentais para a transferência biológica de energia. Íons abrem e fecham canais na membrana celular para impulsionar coisas para dentro e para fora das células.

Animais, como o homem, usam íons para, por exemplo, flexionar seus músculos ou na transmissão de sinais cerebrais. Uma máquina que seja compatível com um sistema vivo poderia monitorar tais processos. Em teoria, isso poderia levar à geração de correntes de prótons para controlar diretamente determinadas funções.

Um primeiro passo rumo a esse tipo de controle é o transistor apresentado no novo estudo, capaz de enviar correntes de prótons. O protótipo é um transistor de efeito de campo, um tipo que inclui três terminais – porta, fonte e dreno – para a corrente.

O protótipo é o primeiro desses transistores a usar prótons. Ele é bem mais fino que um fio de cabelo, medindo apenas 5 micrômetros de espessura – 1 micrômetro é a milionésima parte de 1 metro.

O transistor foi feito com o uso de quitosana, polissacarídeo derivado do exoesqueleto de crustáceos. A quitosana absorve água e forma muitas ligações de hidrogênio, permitindo que os prótons pulem de uma ligação para outra.

O protótipo também leva silício, o que o torna incompatível com o uso no corpo humano, mas os pesquisadores pretendem desenvolver versões com outros materiais, que possam ser implantadas sem problemas de rejeição ou dano físico.

O artigo A polysaccharide bioprotonic field-effect transistor (doi:10.1038/ncomms1489), de Chao Zhong e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Communications em www.nature.com/naturecommunications.

Fonte:http://agencia.fapesp.br/14523

Cálculo de estruturas eletrônicas

Com abordagem teórica e prática, escola apoiada pela ESPCA-FAPESP discute métodos computacionais avançados para resolver problemas relacionados aos novos materiais com aplicações nas áreas de energia e meio ambiente (ilust.:Un.Barcelona)

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Os métodos computacionais usados para o cálculo de estruturas eletrônicas permitem o estudo de novos materiais com propriedades que podem ter aplicações em áreas como engenharia, biologia, medicina e química.

Ao longo de duas semanas, um grupo de estudantes e pesquisadores brasileiros e estrangeiros teve contato direto com os cientistas que criaram alguns dos principais códigos atualmente usados no cálculo de estruturas eletrônicas e, simultaneamente, encararam o desafio prático de aplicar esses métodos a problemas relacionados a novos materiais com aplicações nas áreas de energia e meio ambiente.

Realizada no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA) – modalidade de apoio da FAPESP – a São Paulo Advanced School on Computational Materials Science for Energy and Environmental Applications foi realizada entre os dias 5 e 16 de setembro na Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André (SP).

O evento foi organizado pela UFABC em colaboração com o Centro Internacional de Física Teórica Abdus Salam (ICTP, na sigla em inglês) – entidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sediada em Trieste (Itália) – e a Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS).

O evento teve 13 palestrantes internacionais – sendo seis da Itália, dois da Espanha, dois da Inglaterra, um da Alemanha, um dos Estados Unidos e um da Argentina – e 12 docentes brasileiros, da UFABC, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), da Universidade de São Paulo (USP) e de instituições do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pará.

“Esse grupo de docentes inclui alguns dos pesquisadores mais consagrados do mundo na área de estruturas eletrônicas – alguns deles, com seus trabalhos, mudaram a maneira como se faz pesquisa na área, criando alguns dos métodos computacionais mais usados atualmente para esse fim”, disse Edison Zacarias da Silva, professor do Departamento de Física da Matéria Condensada do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e um dos coordenadores da ESPCA.

O evento teve 63 participantes: 23 do exterior e 40 do Brasil. Entre os brasileiros, 25 eram do Estado de São Paulo. Os estrangeiros eram provenientes da Argentina, Colômbia, Chile, Peru, Bolívia, Uruguai, Cuba, África do Sul e Camarões.

“A maior parte dos 63 participantes já teve contato com algum dos métodos de estrutura eletrônica e conhecia um deles com alguma profundidade. Mas, durante a ESPCA, eles puderam ter acesso a oito métodos distintos, cada um com diferentes potencialidades. Trabalhar com essa gama de métodos em contato direto com alguns de seus criadores foi uma oportunidade única”, disse Silva à Agência FAPESP.

O cálculo de estruturas eletrônicas permite a simulação computacional de novos materiais ou a compreensão da estrutura formada pelos átomos de materiais que já existem.

“Além de permitir o estudo da estrutura eletrônica, esses métodos oferecem o fundamento para a realização de outros cálculos, que podemos descrever como ‘plug-ins’ desses métodos. Essas extensões dos métodos permitem estudar outras possibilidades associadas aos materiais, passando para sistemas mais sofisticados ainda. É possível, com isso, incorporar ao estudo da estrutura eletrônica extensões capazes de gerar simulações, por exemplo, da dinâmica dos átomos em movimento”, explicou.

Essas extensões são muito importantes para o estudo de estruturas que têm potencial para aplicação em problemas de energia e meio ambiente – como a busca de novos materiais para baterias, ou para a produção de catalisadores, por exemplo. Os alunos da Escola foram expostos a uma gama variada de métodos que permitem o tratamento de inúmeros problemas.

“Pelas manhãs, tiveram palestras com os criadores desses métodos e com os cientistas que desenvolveram estruturas associadas. Depois de entrar em contato com o método, puderam aplicar diretamente o aprendizado, durante as tardes, nos dois laboratórios computacionais da UFABC. Essa dinâmica de atividades é bastante rara e certamente inédita no continente”, afirmou Silva.

Eventos raros

Além das palestras e da intensa atividade prática, os alunos presenciaram uma mesa-redonda que discutiu a relação entre o desenvolvimento dos métodos para cálculo de estruturas eletrônicas e possíveis aplicações na indústria, sob a perspectiva do mercado brasileiro e mundial.

“Discutimos muito as oportunidades que poderão surgir para pesquisadores que trabalham nessas áreas”, disse o coordenador da Escola.

O desenvolvimento de novos materiais na indústria é, muitas vezes, pesquisado na base da tentativa e erro, mas, com o cálculo de estruturas eletrônicas, os pesquisadores procuram entender os princípios básicos que geram as propriedades especiais desses materiais.

“Essa é a maior importância do cálculo de estruturas eletrônicas. Fazer simulações de eventos raros – como são alguns fenômenos de catálise, por exemplo – é um problema muito complexo. Com a ajuda dessas metodologias computacionais podemos conseguir descrever esses fenômenos e, compreendendo os princípios básicos que os regem, podemos adaptar e ampliar suas aplicações para outros processos e outros materiais”, disse Silva.

Mais informações: http://pesquisa.ufabc.edu.br/ascms

Fonte:http://agencia.fapesp.br/14522

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Carta Aberta ao Desembargador Ronei Oliveira

Caríssimo Senhor Desembargador:

Foi com imensa tristeza que soube de Vossa decisão de determinar o imediato retorno dos professores mineiros ao trabalho, ou seja, às salas de aula. Não posso negar, também que fiquei surpreso ao ler o teor do texto que fundamenta/justifica a decisão de Vossa Senhoria.
Como cidadão, professor, e, como o Senhor, funcionário público remunerado pela população – inclusive a dos “grotões mineiros” em que, segundo vosso texto, fruto de vosso insuspeito conhecimento de causa, as crianças vão à escola “mais atraídos pelo pão do que pelo ensino” –, também considero importante que “na aplicação da Lei, o Juiz atenderá aos fins Sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.” Mas, pergunto, Senhor Desembargador, estaria mesmo a vossa decisão colaborando para o bem comum?
No plano nacional, a nossa primeira Constituição, de 1824, já determinava que a educação elementar seria pública e gratuita. Em nosso passado recente, a Magna Constituição de 1988 garante esse mesmo direito e expande ao determinar a natureza pública e subjetiva do mesmo. O mesmo faz, como não poderia deixar de fazê-lo, o Estatuto da Criança e do Adolescente (1991) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996).
Veja, Senhor Desembargador, em Minas Gerais a primeira legislação para a instrução pública, a Lei no. 13, é do ano de 1835. Ou seja, foi uma das primeiras leis que nossos legisladores acharam por bem aprovar porque reconheciam, mesmo dentro de limites às vezes estritos, a importância da educação pública. De lá para cá, se contarmos, veremos centenas de atos legislativos que, como aquela Lei fundadora, vieram garantir o legítimo direitos dos cidadãos a uma educação pública, gratuita e de qualidade.No entanto, poderíamos perguntar: estariam esses direitos sendo garantidos de fato? Sabemos que não, e não apenas para os dos“grotões mineiros”. E isto não apenas hoje.
Ensina-nos a história da educação mineira que desde o século XIX tem-se muito claro que os professores constituem elemento fundamental para a qualidade da escola. No entanto, desde lá também se sabe o quão difícil é garantir a entrada e permanência dos professores na profissão. Veja, Senhor Desembargador, o que dizia um Presidente da Província de Minas em 1871, isto é, há 140 anos: “À par da crêação das escolas normaes devem se augumentar os vencimentos dos professores. Não se pode esperar que procuremseguir carreira tão pouco retribuída aquelles, que, depois de instruídos nas escolas normaes, sejão convidados para outros empregos comesperança de um futuro lisongeiro”. [Antonio Luiz Affonso de Carvalho,
Presidente da Província de Minas Gerais, em 02/03/1871]
Passados todos estes anos, e não são poucos, o que demonstram, hoje, a experiência dos professores mineiros e as mais diversas pesquisas acadêmicas é que em breve faltarão professores para a escola básica brasileira. Aliás, para algumas disciplinas essa falta já é sentida hoje. Mas não apenas isto. O mais grave é que, independentemente do número, verifica-se que a profissão perdeu, de vez, o poder de atrair/seduzir jovens talentos. Ou seja, a tarefa socialmente relevante e culturalmente fundamental de conduzir as novas gerações ao mundo adulto já não atrai parcela significativa (e necessária) de sujeitos dessa mesma sociedade. É como se os jovens estivessem dizendo: não vale a pena jogar o melhor das minhas energias nessa tarefa, apesar de sua relevância social e cultural.

Veja, pois, Senhor Desembargador, que o poder público mineiro vem lesando, há séculos, nossas crianças em seu mais que legítimo direito à educação. E, convenhamos, a considerar o atual salário dos professores mineiros, mesmo se comparado ao Vosso tempo de “vacas magras”, a atual administração estadual nada fez para atacar o problema. Muito pelo contrário, o agravou com a famigerada política de subsídio. Considere, pois, Senhor Desembargador, que as “queridas vacas”, como dizia a adorável professora do Drummond, estão tão magras que em breve delas não teremos nem o leite, nem a carne, nem o osso e nem mesmo o berro!
É louvável, Senhor Desembargador, a Vossa preocupação com a fome das crianças dos “grotões mineiros”, assim como com a garantia do direito à educação para a toda a população mineira e com os danos causados pela greve ao alunado. Por outro lado, não posso concordar que essa greve seja abusiva ou que precisaria se arrastar ad aeternum. Parece-me, aqui, que uma das formas de a Justiça contribuir para garantir, na aplicação da Lei, os “fins Sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”, seria obrigar Estado mineiro a cumprir, sem subterfúgio, a legislação existente e instruí-lo a reformar a péssima Carreira Docente em vigor. Esta contribui mais para a desmotivação do professorado do que lhe acena com os justos ganhos decorrentes da busca por mais e melhor formação e da comprovada experiência adquirida no exercício da profissão. Sabemos, Senhor Desembargador, que a justa decisão daquele que, mantido pelo poder público, tem o dever e a legitimidade para decidir, é, também, aquela que interpretando a Lei, de mãos dadas com a experiência passada, descortina, no presente, o futuro que pretende criar. A Justiça, Senhor Desembargador, se faz quando se tem em mente os problemas (futuros) que nossas soluções criarão ou deixarão de criar. A Justiça se faz, também, quando combate injustiças duradouras e possibilita a criação de condições de uma duradoura justiça!
Se o direito à educação de qualidade não se faz apenas garantindo o acesso, este direito está, hoje como ontem, ameaçado, e sua garantia não se faz na sala de aula e no pátio da escola, mas nas ruas e na praças ocupadas pelos professores em greve. Neste momento, a continuidade da greve como forma de obrigar a administração estadual a responder, de fato, à situação humilhante dos professores estaduais com melhores salários e condições de trabalho, é a única forma de garantir o direito à educação, em cuja defesa todos nos irmanamos.
As crianças que freqüentam a escola pública e as famílias que pagam impostos para que o Estado a garanta, Senhor Desembargador, “não querem só comida”. Querem tudo a que têm direito! Têm direito, inclusive, a professores sejam felizes e satisfeitos com seus salários e suas condições de trabalho! Professor que foi, aluno que aprendeu com alguma professora nos bancos de uma escola, o Senhor Desembargador deve saber também que a única forma de fazer uma boa escola ou uma boa escola é que os professores tenham, eles também, os seus direitos reconhecidos e protegidos. Eles não querem “só comida”!
Finalmente, Senhor Desembargador, é preciso lembrar que, contrariamente o ditado popular, nem sempre onde há fumaça há fogo. E, às vezes, pode haver fogo se haver fumaça. Para isto, bastaria ver a Praça da Liberdade na sexta feira. O “gás de pimenta” pode “ser fogo”, como disse, em mensagem eletrônica uma professora que lá estava: “Para quem nunca inalou gás de pimenta, a sensação é a seguinte: um fogo na cara, um ódio no coração e muita tosse”.Mesmo sem a cobertura da fumaça, foi lá que o Estado de Minas, por meio de seus agentes legalmente constituídos, nos deu uma péssima lição de cidadania. Penso, Senhor Desembargador, que o episódio da Praça da Liberdade, este sim, merecia uma rápida investigação e a punição exemplar daqueles que, atualizando o que há de pior em nossa história, violentaram não apenas os professores, mas todos nós, cidadãos deste país. Logo, imagino, também ao Senhor.

Acalentando o sonho de que nossas crianças e jovens possam ter garantido o direito a uma escola de qualidade e que os professores mineiros tenham garantido o seu legítimo direito a lutar pelos seus direitos, envio cordiais saudações.

Luciano Mendes de Faria Filho
Professor de História da UFMG
Coordenador do Projeto Pensar a Educação Pensar o Brasil –
1822/2022

Carta de Campinas sobre Educação

Documento é resultado do "Seminário de Avaliação e Políticas Públicas Educacionais", ocorrido em agosto. A carta foi assinada pelas universidades Unicamp, USP, Unesp, Unirio, PUC Rio, UCP, Universidade do Porto (Portugal), Cenpec e Unicid.

Reunidos no Seminário de Avaliação e Políticas Públicas Educacionais ocorrido entre os dias 16 e 18 de agosto de 2011 na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) - os profissionais abaixo assinados vêm a público trazer suas preocupações com o presente momento educacional brasileiro, no tocante às políticas públicas de responsabilização, meritocracia e privatização em curso.

1. Faz parte do senso comum entender a avaliação como sinônimo de medida ou prova, tendo como função a classificação. Ainda não se construiu, no senso comum, a ideia de avaliação como um elemento que integra os processos de ensino e aprendizagem. As funções diagnóstica e formativa da avaliação educacional têm sido colocadas em segundo plano, especialmente nos últimos anos, a partir da grande valorização que se tem atribuído aos instrumentos de avaliação, por exemplo, a Prova Brasil e o Enem - sem contar os inúmeros procedimentos de avaliação estaduais e municipais. Testes ou provas não são a avaliação de fato, mas apenas instrumentos para ela. Talvez essa distinção tão importante não tenha ficado clara para todos os setores da população interessados na questão educacional.

2. Preocupa-nos que no cotidiano das salas de aula e das escolas, tal função classificatória e, portanto, seletiva e excludente, venha retomando um lugar de destaque, impulsionado pela aplicação dos exames de larga escala utilizados para avaliação externa das redes e escolas, em detrimento das funções diagnóstica e formativa, estas sim, avaliações da e para a aprendizagem. No Brasil, os testes avaliam predominantemente proficiências em áreas de leitura e matemática. Mas, afinal para que avaliamos as crianças e os jovens que têm direito constitucional de frequentar a educação básica? Qual o papel social de nossa escola? O que se aprende e o que se ensina na educação básica? Essas questões relacionam-se fortemente com o debate acerca da qualidade da educação oferecida.

3. No que tange à qualidade, parece-nos que a avaliação tem sido utilizada como a redentora dos males da educação, transformando-se em um fim em si mesma. Há uma ilusão social de que avaliar os sistemas garante qualidade. Entende-se que aumentar a proficiência dos estudantes nos exames é o mesmo que elevar a qualidade, sendo esta medida somente por meio de indicadores e dados. Conceito polissêmico tanto do ponto de vista pedagógico, quanto social e político, a qualidade da educação não pode ser compreendida de forma descolada da historicidade do termo, favorecendo uma maneira superficial de entendimento e uso do mesmo.

4. Assim, entendemos a qualidade na educação como um fenômeno complexo que possui determinações intraescolares (currículo, formação docente, gestão escolar, avaliação da aprendizagem, condições de trabalho, infraestrutura das escolas etc.) e extraescolares (condições de vida da população, capital econômico, cultural e social das famílias dos alunos, entorno social da escola, distribuição de renda, violência, entre outros).

5. Os instrumentos de medição de aprendizagem permitiram o aprimoramento das estatísticas educacionais e o aprofundamento do diagnóstico da situação da educação brasileira. O seu uso como ferramenta de políticas públicas, contudo, requer a consciência de seus limites, pois a redução da concepção de qualidade educacional àquilo que pode ser verificado nas medidas pode induzir ao empobrecimento da compreensão do fenômeno educacional e ao empobrecimento da educação que pretendemos universalizar como direito de todos.

6. As políticas de responsabilização seletiva (aquelas que responsabilizam em uma única direção - de cima para baixo) associadas às características de uma dada cultura de avaliação (já descrita acima) têm servido muito mais para premiar e punir, intensificar processos de individualização e competição, favorecendo a lógica da meritocracia e culpabilização, dificultando a organização dos agentes escolares a partir de princípios democráticos.

7. As políticas públicas com frequência são pensadas no âmbito global das redes de ensino e no âmbito específico das unidades escolares e, dessa forma, abstraem um conjunto de relações que são estabelecidas nos territórios entre as escolas, entre as famílias e entre os profissionais da educação. Com frequência esses agentes instauram relações de competição mais ou menos velada por alunos e profissionais, por postos de trabalho e por matrículas em escolas de boa reputação. Se essas inter-relações não forem levadas em conta, as políticas que buscam promover melhorias nas escolas e nas redes poderão aprofundar a concorrência entre esses agentes e produzir ainda mais desigualdade, por dois fatores conjugados: o favorecimento daqueles que estão em posição de vantagens no mercado educacional e a produção de bolsões que concentrarão aqueles que estão em posição de desvantagem nesse quadro de relações.

8. Países que têm experiência mais acentuada na implantação destas políticas (USA, Chile) já sinalizaram que o resultado das mesmas tem intensificado desigualdades escolares e sociais e estreitado currículos enfatizando apenas alguns conhecimentos cognitivos (leitura e matemática) em detrimento de outros. Essas políticas têm levado as escolas a preparar os alunos para os testes restringindo o conceito de qualidade da educação e limitando as possibilidades de formação humana.

9. Frente a processos de responsabilização que se valem da distribuição de bônus, usados como estímulos (pressão) para que se trabalhe para a elevação dos índices tradutores de uma qualidade regida pelo viés mercadológico, um conjunto de respostas de cunho utilitarista pode surgir em algumas escolas ou redes de ensino, para melhor se localizarem no ranking nacional decorrente da divulgação dos resultados obtidos. Entre estas merecem destaque: a adequação da base curricular ao que os testes valorizam; a padronização das práticas pedagógicas; o apostilamento dos materiais didáticos; a desistência dos coletivos escolares de seu protagonismo na formulação plural dos destinos do projeto da escola; a desvalorização dos profissionais da educação e a criação de processos de privatização da educação.

10. Entendemos que este estado de coisas nos convoca a um posicionamento contestatório de tais reducionismos, disputando propositivamente a agenda política da avaliação.

11. Na condição de direito assegurado pela Constituição Federal, a educação de qualidade para todos é um dever do Estado. Por isso, todos aqueles implicados na oferta educacional devem ser responsabilizados por sua qualidade. Decerto, isso envolve a responsabilização dos educadores que atuam nas escolas, mas envolve também os profissionais que atuam nos demais órgãos das Secretarias Municipais e Estaduais e Ministério da Educação, os formuladores e gestores de políticas públicas, bem como os representantes eleitos.

12. Daí que os processos de responsabilização (nas políticas de avaliação) devam ser horizontais, valorizando os instrumentos e dispositivos que podemos construir para aprimorar a responsabilização, mas também devam ser verticais, permitindo uma leitura de via dupla da responsabilização, não apenas descendente, como tem sido a praxe na implementação das políticas de avaliação, mas também, ascendente, fazendo com que a responsabilização encontre atores decisivos no sucesso ou fracasso das políticas. Esta responsabilização vertical constitui uma inovação na pesquisa da política pública, pois implica em questionar um "modus operandi" que também se verifica, na América Latina, no acatamento de modelos de políticas de avaliação supranacionais de comprovado fracasso.

13. O uso do conceito de valor agregado em educação tem reunido consensos em termos internacionais, pois diversos países têm vindo a contemplá-lo nos respectivos sistemas. No entanto, nem sempre se encontra convergência quanto à metodologia de operacionalização e à finalidade da sua utilização. De um modo geral, as principais finalidades e usos do valor agregado tendem a incorporar a lógica da responsabilização e da prestação de contas associada a sistemas de incentivos, com consequências de forte impacto para os profissionais envolvidos. De acordo com os estudos já realizados, essa lógica deve ser, ao invés, globalmente entendida nas suas dimensões política, pública, de gestão e administração, profissional e pessoal. A responsabilidade e, por conseguinte, a respectiva prestação de contas, atribuída ao governo, departamentos centrais e regionais, encarregados de educação e alunos, deve ser tal que, articulada e cumulativamente, sejam criados os meios, o contexto e o apoio para que as escolas possam maximizar as aprendizagens de cada um dos seus alunos e, assim, promover a melhoria da qualidade da educação.

14. É necessário assegurar às escolas públicas centralidade na elaboração e na implementação de políticas que considerem a singularidade da tarefa educativa desenvolvida em cada unidade escolar. Tal pressuposto exige que se desmistifique a relação simplificadora entre qualidade educacional e padronização de práticas pedagógicas, incluindo a propagandeada venda de "pacotes" aos sistemas públicos de ensino, com o apoio da mídia.

15. Parece ser estratégico examinar a existência de formas alternativas de organização, gestão e avaliação de redes de ensino visando identificar compromissos com uma visão de qualidade menos fluida e dependente de índices; com uma visão de qualidade que conduza a apropriações de valores sociais que não podem ser medidos nos testes padronizados, mas que nem por isso podem ser esquecidos; com um privilegiamento de modelos de regulação da qualidade da escola que considerem a titularidade dos atores locais como ponto de partida para processos de avaliação mais consistentes e abrangentes, que levem em conta inclusive as condições objetivas para a produção da qualidade, convocando o poder público a igual prestação de contas.

16. Vale lembrar ainda ser importante examinar as consequências positivas da implementação de políticas de responsabilização participativa que requerem inclusive um cuidado com os processos de formação inicial e continuada dos profissionais da educação de modo a que assumam protagonismo na organização dos atores internos e externos da escola, em busca de sua melhoria.

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79351

A educação e as sete virtudes capitais

Artigo de Isaac Roitman publicado no Correio Braziliense de hoje (20).

No século 6, o papa Gregório Magno instituiu os sete pecados capitais. Após o primeiro, a gula, seguem-se avareza, inveja, ira, soberba, luxúria e preguiça. Ele se inspirou nas ideias do monge Evágrio do Porto, que traçou as principais doenças espirituais do homem. Passaram-se 15 séculos e essas doenças se espalharam pelo Oriente e o Ocidente e transformaram-se na pandemia mais importante da humanidade, ameaçando a própria existência da espécie humana.

Para o combate dessa grave doença só existe uma vacina eficaz: a educação. Chegou o momento de transformarmos os sete pecados capitais em virtudes. Comecemos pelo primeiro, a gula, que consiste em comer além do necessário e a toda hora. Ela pode ser considerada uma forma de fuga de muitas dificuldades ou, ainda, dos próprios sentimentos. O oposto da gula é a fome. É vergonhoso termos ainda no século 21 seres humanos que passam fome. As imagens recentes de crianças desnutridas na Somália colocavam em dúvida se pertencemos realmente à espécie Homo sapiens sapiens. Na utopia de um mundo sem fome vem a lembrança do querido Herbert de Souza, o Betinho, e de suas lutas por meio da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, que certamente é a semente inspiradora do programa de combate à miséria instituído recentemente pela presidente Dilma Rousseff.

O segundo pecado, a avareza, deve ser substituído por um comportamento que não estimule o acúmulo de bens e que possibilite a distribuição da riqueza, proporcionando vida digna para todos. A inveja deverá ser substituída pela solidariedade, resultando em um comportamento virtuoso de toda a sociedade. A ira - caracterizada por raiva, fúria, ódio e violência com perda de controle - deve ser substituída por bom senso, paciência e compreensão, devendo ser cultivada desde os primeiros anos de vida. É pertinente repetir a célebre frase de William Somerset Maugham: "A cada minuto que passamos com raiva, perdemos 60 felizes segundos".

A soberba, que se caracteriza pela pretensão de superioridade, deve ser eliminada e substituída pela humildade, pela simplicidade e por um olhar do mundo não a partir de si, mas principalmente ao redor de si. A luxúria, que consiste no apego aos prazeres carnais, à corrupção de costumes, à lascívia e sensualidade, deve dar lugar ao equilíbrio dos prazeres corporais e da mente, e à contemplação idílica de todas as dimensões culturais do ser humano. A preguiça faz com que o indivíduo se sinta incapacitado e fuja de responsabilidades e oportunidades. Ela não se resume na preguiça física, mas também na preguiça de pensar, sentir e agir. Ela deve dar lugar a uma vida com motivação e conquistas de anseios individuais.

O grande desafio é transformar os sete pecados capitais em virtudes. Por intermédio da educação voltada para o cultivo de nosso eu interior poderíamos aprimorar nossos sentimentos, nossas emoções e a nossa sensibilidade e naturalidade, tão frequente nas crianças, e que os adultos vão perdendo ao criar falsos valores, defesas e máscaras que os afastam do amor em sua essência mais pura.

A transformação dos pecados capitais em virtudes capitais deve ser feita a partir do nascimento. Segundo James Heckman, Prêmio Nobel de Economia de 2000, a educação na primeira infância constitui o melhor investimento social existente; e quanto mais baixa a idade do investimento educacional recebido, mais alto será o retorno para o indivíduo e a sociedade. O Brasil parece ter despertado para esse caminho, atualmente sistematizado e planejado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

Experiências inovadoras estão sendo conduzidas. Entre elas, o Programa Primeira Infância Melhor, da Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul; os programas Primeira Infância Completa e Primeira Infância Carioca, da Prefeitura do Rio de Janeiro; e o Programa de Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes, da Secretaria da Criança do Distrito Federal. O horizonte é azul. Aleluia.

Isaac Roitman é professor aposentado da Universidade de Brasília e subsecretário de Políticas para Crianças da Secretaria da Criança do GDF.

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79350

Língua portuguesa esconde ciência nacional

Maioria das pesquisas brasileiras publicadas em revistas locais não tem versão em inglês, o que reduz a visibilidade.

O Brasil é o 13º país na lista dos que mais publicam artigos científicos. Mas, quando o assunto é quantas vezes cada texto é citado por outros pesquisadores, o país vai mal.
Isso acontece principalmente por um motivo: 60% dos artigos publicados por aqui estão em português. E, diferentemente de países como a Espanha, boa parte dos cientistas daqui prefere publicar em revistas brasileiras.

A questão foi levantada em um evento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), realizado na sexta-feira passada, que discutiu o desempenho dos periódicos brasileiros.

O interesse da Fapesp pelo assunto é claro: não adianta financiar as pesquisas se ninguém repercutir os resultados dos trabalhos. "Precisamos pensar quais artigos devemos publicar só em português, só em inglês e quais devem estar nas duas línguas", disse Abel Packer, coordenador operacional do SciELO -base que reúne revistas científicas com acesso aberto na internet.

Pior nas Humanas - Em áreas como linguística, letras, artes e ciências sociais aplicadas a situação é pior. Além dos artigos majoritariamente em língua portuguesa, cerca de 65% dos resultados de pesquisas nessas disciplinas estão em livros -que também estão em português. "Mas em áreas como a linguística pode não fazer tanto sentido publicar em outro idioma", diz Packer.

"O ideal, claro, seria que todas as revistas tivessem também uma versão em inglês. Mas isso teria um custo muito alto", completa. Hoje, o governo gasta cerca de R$ 5 milhões anuais com as revistas nacionais.

Mas para Luís Reynaldo Alleoni, editor da "Scientia Agrícola", da USP de Piracicaba, "passar as revistas brasileiras para a língua inglesa é um caminho sem volta." O periódico está em inglês desde 2003. Com isso, as citações aumentaram, e o número de artigos de cientistas estrangeiros passou de 5%, em 2002, para 11% em 2010. Parcerias também aumentam o impacto dos artigos. As citações dos estudos nacionais crescem 50% quando os trabalhos são feitos em colaboração internacional.

Para Rogério Meneghini, coordenador científico do SciELO, há uma espécie de "transferência do impacto" do artigo quando uma instituição brasileira publica um trabalho com outra estrangeira mais renomada. "Mas, além de ter pouca colaboração entre países, o Brasil tem um número pequeno de artigos produzidos entre as próprias instituições nacionais", diz Meneghini.

O SciELO recomenda, cada vez mais, que as revistas nacionais estejam em inglês.
"Mas a escolha do idioma ainda é uma decisão editorial da revista", conclui Packer.
(Folha de São Paulo)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79347

Redação científica ganha site especializado

Autor de sete livros sobre redação e publicação científica, o professor Gilson Volpato, da Unesp, lança site com artigos, referências teóricas e notícias comentadas

21/09/2011

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Em sete livros sobre redação e publicação científica, o zoólogo Gilson Volpato sistematizou o conhecimento acumulado ao longo de mais de 25 anos de dedicação ao tema. A partir de agora, os interessados poderão encontrar uma referência permanente sobre o assunto na internet.

Volpato, que é professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências de Botucatu da Universidade Estadual Paulista (Unesp), lançou um site que tem o objetivo de oferecer ao público acesso a artigos, dicas e reflexões sobre temas como redação científica, educação e ética na ciência.

No serviço também é possível acompanhar a concorrida agenda de Volpato, que em 2010 apresentou 78 palestras e cursos em todo o Brasil. “Na minha trajetória estou continuamente descobrindo notícias, artigos e outras referências interessantes ligadas à ética da ciência, à publicação e à redação científica. Com base na minha experiência, procurei selecionar esse material, editá-lo e disponibilizá-lo acompanhado de comentários”, disse à Agência FAPESP.

A ideia inicial era lançar um blog, mas a limitação de tempo para a interação constante com os leitores levou o autor a optar por um site. “Além do material proveniente de outras fontes e selecionado, o site permite o download de artigos relacionados aos vários temas que tenho abordado”, disse.

O site se divide nas seções “Ciência”, “Redação Científica”, “Publicação Científica”, “Ética e Moral na Ciência”, “Sociedade”, “Administração” e “Educação”. Em cada uma das seções temáticas há uma lista de livros relacionados ao assunto, artigos, uma série de links para textos externos – com comentários do autor – e uma lista de dicas.

O site também dá acesso a aulas on-line do curso “Bases Teóricas para Redação Científica”, apresentado por Volpato na Unesp. “Por enquanto há 19 aulas disponíveis, mas todo o material já foi gravado. Estou corrigindo detalhes em alguns dos vídeos e em breve todas as 44 aulas estarão no ar”, disse.

Autor do Método Lógico para a Redação Científica, Volpato conta que o conjunto de sua obra procura mostrar que a redação científica deve se pautar pela lógica da pesquisa e não por costumes acadêmicos.

“A redação e a publicação de ciência têm apresentado uma orientação muito técnica, de maneira geral. O que procuro fazer é escapar dessas receitas prontas. Todas as decisões do autor de um artigo devem ser produto da lógica científica e não de regrinhas extraídas dos costumes, que reproduzem e perpetuam equívocos conceituais”, disse.

Em outubro, Volpato publicará o livro Estatística sem dor, em coautoria com Rodrigo Barreto, também professor do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências de Botucatu da Unesp.

Sobre Redação e Publicação Científica, os últimos livros de Volpato foram: Bases teóricas da redação científica ... por que seu artigo foi negado (2007), Pérolas da redação científica (2010), Dicas para redação científica (2010) e Lógica da redação científica (2011).

Redação Científica por Gilson Volpato: www.gilsonvolpato.com.br

Fonte:http://agencia.fapesp.br/14517

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Como instalar o Windows 8 em uma máquina virtual

David Murphy, PCWorld EUA
19-09-2011
Experimente o novo sistema da Microsoft sem precisar de um PC extra, e sem colocar em risco sua instalação do Windows 7

Acredito que muitos de vocês querem experimentar o Windows 8 Developer Preview, mas não querem ou podem instalá-lo em um HD ou partição separados. E nem pensem em colocá-lo no mesmo HD ou partição que o Windows 7, pois este será “removido” durante a instalação.

Mas existe uma outra opção! Você pode brincar com o novo sistema em uma máquina virtual, um “PC” dentro de seu PC, que pode ser facilmente removido depois que você saciar sua curiosidade, sem colocar seus arquivos em risco. Para isso vamos precisar de um software de virtualização. Vamos usar o VirtualBox, que é gratuito e tem versões para Windows, Linux e Mac OS X. Instale o programa, e vamos começar a montar nosso “PC Virtual”.



Criando a máquina

Para começar, clique no botão Novo no canto superior esquerdo da janela do programa. Dê um nome para sua máquina virtual e selecione o Windows 7 como sistema operacional. Certifique-se de que sua escolha de sistema (32 ou 64 Bits) corresponde à versão do Windows 8 que você baixou. Dica: se o que você quer é brincar um pouco pegue a versão de 32-Bits, que é a menor (2.4 GB) e tem tudo o que você precisa.

Clique em Próximo, e você será levado a uma tela que pergunta quanta memória você quer dedicar à sua máquina virtual. A versão de 32-Bits do Windows 8 requer pelo menos 1 GB para rodar, e a de 64-Bit requer 2 GB, mas quanto mais, melhor ele vai rodar. Só não exagere: a dica aqui é dar à máquina virtual no máximo um terço da quantidade de RAM que está instalada em seu PC. Se seu micro tem 4 GB de RAM, dê 1 GB (1024 MB) para a máquina virtual. Se tem 6 GB, dê 2 GB (2048 MB). Clique em Próximo.

Deixe as opções em Disco Rígido Virtual e Criar novo Disco Virtual como estão clicando em Próximo. Agora você pode escolher se quer que o HD de seu PC Virtual será Dinamicamente alocado ou se terá Tamanho Fixo. Recomendamos a primeira opção. Na tela seguinte, certifique-se de que o “HD” tem pelo menos 16 GB se você estiver instalando a versão de 32-Bit do Windows 8, ou 20 GB para a versão de 64-Bit. Clique em Próximo e em Criar para criar sua máquina virtual.



Seu "PC" aparecerá na lista de máquinas virtuais na janela principal do VirtualBox

Ajustes finais

Seu novo “PC” irá aparecer na lista de máquinas disponíveis na janela principal do Virtual Box. Selecione-o e clique no botão Configurações. Se seu processador tiver suporte à virtualização, você poderá dar ao PC virtual acesso a núcleos adicionais no item Processador dentro do submenu Sistema.

Clique no submenu Armazenamento e no item Vazio sob Controladora IDE. Clique no pequeno ícone de um CD ao lado do menu Drive de CD/DVD, e selecione a opção Selecione um arquivo de CD/DVD virtual. Indique o arquivo ISO de instalação do Windows 8 que você baixou. Agora clique no botão OK.

Cruze os dedos e clique no botão Iniciar para “ligar” seu PC virtual pela primeira vez. O VirtualBox irá “dar boot” e carregar o instalador do Windows 8, que é bem similar ao do Windows 7. Siga as instruções na tela, e em poucos minutos você estará brincando com a interface do novo sistema. Divirta-se!

Fonte:http://pcworld.uol.com.br/dicas/2011/09/19/como-instalar-o-windows-8-em-uma-maquina-virtual/

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Infraestrutura de rede terá capacidade quase ilimitada nas universidades



RNP e Fapepi farão a entrega da nova capacidade da Rede Ipê na próxima terça-feira (20).

Na próxima terça-feira (20), o diretor geral da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), Nelson Simões, estará em Teresina para fazer a entrega da nova capacidade da Rede Ipê, que é uma infraestrutura de rede Internet voltada para a comunidade brasileira de ensino e pesquisa. A nova capacidade passará de 34Mbps (Megabits por segundo) para 3Gbps (Gigabits por segundo), um salto significativo. A cerimônia de entrega da Rede Ipê acontecerá no Salão Nobre da Reitoria da UFPI, às 9h30 da manhã.

A rede Ipê é a primeira rede óptica nacional acadêmica da América Latina, inaugurada pela RNP em 2005. O backbone da rede foi projetado para garantir não só a largura de banda necessária ao tráfego de internet usual (navegação web, correio eletrônico, transferência de arquivos), mas também o uso de aplicações avançadas e a experimentação, como serviço VoIP, Videoconferência, Webconferência, dentre outros. A infraestrutura engloba 27 Pontos de Presença (PoPs), um em cada unidade da federação, além de ramificações para atender mais de 500 instituições de ensino e pesquisa em todo o país, beneficiando mais de 3,5 milhões de usuários.

No Piauí, a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapepi) abriga o PoP, que fornece desde os anos 90 uma infraestrutura avançada de serviços de rede para as seguintes instituições na capital e interior: UFPI, UESPI, Embrapa, IFPI e Univasf. A cerimônia terá a presença do reitor da UFPI, Luís Santos Júnior, da presidente da Fapepi, Bárbara Melo, dos coordenadores e técnicos do PoP-PI e instituições convidadas.

Bárbara Melo destacou que a nova capacidade a ser operada representa "ganho de tempo, velocidade, e, portanto, uma melhoria substancial no desenvolvimento pesquisas, facilitando os trabalhos de pesquisadores, professores e estudantes nestas instituições envolvidas". O coordenador técnico do PoP-PI, Xavier Filho, disse que a entrega da nova capacidade da Rede Ipê é, antes de mais nada, um salto na qualidade para o desenvolvimento tecnológico de novos protocolos, serviços e aplicações de redes. Em 2010, a Rede Ipê atingiu a capacidade agregada de 233,2 Gbps, um aumento de 280% em relação à capacidade agregada anterior. Nesta nova rede, que é a sexta geração do backbone operado pela RNP, as velocidades multigigabits (acima de 1 Gbps) estão disponíveis para 24 dos 27 PoPs. A ampliação foi resultado de acordo de cooperação com a empresa de telecomunicações Oi, que provém à RNP infraestrutura de transmissão em fibras ópticas para uso não-comercial e participa de projetos de Pesquisa & Desenvolvimento.

Paralelo à melhoria da capacidade da infraestrutura da Rede Ipê, a RNP está implantando em todas as capitais do País a Redecomep. No Piauí ela é denominada Rede POTI. A grande vantagem desta rede para o estado é a possibilidade de fornecer infraestrutura de fibra óptica, visando interligar as instituições de pesquisa e educação superior, proporcionando uma economia significativa nos custos com a infraestrutura de acesso à internet, bem como a qualidade do acesso.
(Ascom da Fapepi)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79331

Queda de satélite aumenta tensão com lixo no espaço



Objeto tem o tamanho de um ônibus e deve cair na Terra nesta semana. Nasa diz que o risco para as pessoas é mínimo; relatório diz que detritos espaciais atingiram "ponto crítico".

Um satélite desativado do tamanho de um ônibus irá cair em algum lugar da Terra nesta semana, provavelmente entre a quinta e a sexta-feira. A informação é da Nasa, que afirma, porém, que as chances de que alguém seja atingido são mínimas - cerca de 1 em 3.200.

Lançado pela agência espacial americana em 1991, o Uars funcionou até 2005, observando a atmosfera. Desde então, ele é apenas um entre vários satélites defuntos e outros objetos que sujam a órbita do planeta. De acordo com a Nasa, há "pelo menos" 20 mil fragmentos com mais de 10 cm nos arredores terrestres.

Nesse "lixão" espacial tem de tudo. Desde satélites inteiros desativados, até peças de foguetes e naves. Também entram na conta câmeras fotográficas e até uma luva "perdidas" por astronautas.

No início do mês, um relatório do Conselho de Pesquisa Nacional dos EUA - entidade privada e sem fins lucrativos que fornece consultoria científica- afirmou que os detritos espaciais chegaram a um "ponto crítico". Em junho, o lixo espacial forçou a evacuação da ISS (Estação Espacial Internacional). Os astronautas tiveram que se refugiar na nave Soyuz porque um pedaço de satélite passaria muito próximo. Felizmente, o objeto se desviou e a tripulação pode retornar logo depois.

O bilionário laboratório flutuante, aliás, já foi projetado para resistir ao impacto de pequenos objetos. Um de grandes proporções, porém, seria desastroso. Por isso, a nave conta com um sistema que permite desviá-la da rota do lixo desgovernado. Para que isso aconteça, porém, é preciso que o objeto seja detectado com antecedência. Com a quantidade crescente de dejetos, monitorar isso tudo é cada vez mais caro e complicado.

Riscos - Embora sempre exista a possibilidade de cair na cabeça de alguém, o maior risco mesmo, diz a Nasa, é o de que o lixo se choque com satélites ou naves, prejudicando e muito a nossa vida. Vagando no espaço, até um fragmento mínimo pode provocar um grande estrago ao colidir com uma nave ou um satélite. Com isso serviços como GPS e transmissões de tevê e internet seriam gravemente prejudicados.

Solução - Apesar de desejável, ainda não é possível fazer uma faxina espacial. Não existe tecnologia para remover todos os fragmentos, especialmente os menores, da órbita terrestre. Os cientistas, porém, continuam tentando. Entre as alternativas apresentadas, há desde a criação de um sistema de redes gigante, que conseguiria capturar a sujeira, além de sistemas de raios laser que desviariam o lixo de sua rota.
(Folha São Paulo)

fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=79330

Como criar rapidamente uma cloud privada ou híbrida

Migrar para os modelos não precisa ser, necessariamente, uma tarefa difícil. Veja três dicas que irão ajudá-lo a executar a tarefa com sucesso.
Por COMPUTERWORLD/US

O hype em torno da computação em nuvem é difícil de ignorar e como os fornecedores estão, cada vez mais, inserindo a palavra "nuvem" antes de todos os produtos oferecidos, as empresas estão descobrindo que é difícil filtrar o barulho e realmente encontrar quais os produtos que funcionam melhor no data center.

Embora a capacidade de utilizar a nuvem pública seja atraente, por reduzir a necessidade de gestão de infraestrutura, CIOs e gerentes de data center hesitam em migrar dados importantes e aplicativos para esse modelo. Com esse ponto de vista cauteloso, as companhias estão se voltando para soluções de cloud privada e/ou híbridas, que viabilizam os benefícios de uma nuvem pública, mas mantendo a infraestrutura sob controle próprio.

A popularidade do modelo fez sua adoção crescer no ano passado, à medida que as empresas buscaram uma maneira mais simples e rápida de infraestrutura de nuvem. Uma nuvem turnkey, ou seja, simples e pronta para o uso, promete alguns benefícios atraentes como simplicidade, rápido roll-out e redução de custos. Ainda assim, muitas organizações têm dúvidas sobre como integrá-la com a rede existente e a infraestrutura de armazenamento.

Para ajudar as organizações a avaliar, abaixo veja três elementos essenciais para constituir qualquer nuvem turnkey privada e/ou híbrida:

1. Recursos de automação inteligentes e confiáveis
Uma nuvem turnkey deve ser capaz de realizar configurações automaticamente quando necessário. Além disso, deve ser capaz de combinar todos os dispositivos conhecidos, descobrir novos dispositivos e compilá-los em um pool de recursos. Com a introdução da computação em nuvem híbrida, a importância para a automação inteligente aumenta significativamente. As empresas precisam ser capazes de acessar de maneira confiável e segura uma nuvem pública quando os recursos não estão disponíveis na cloud privada.

Um dos elementos mais importantes para assegurar a seleção da solução de turnkey correta é escolher uma tecnologia que não só conta com recursos virtualizados, mas também com recursos físicos e cloud pública. Hoje, quando organizações pensam em soluções de cloud computing parecem voltar às atenções para plataformas que lidam com a virtualização.

No entanto, essa é apenas uma solução parcial para empresas que têm, em média, 50% das aplicações virtualizadas. A capacidade de fornecer hardware virtualizado que inclui computação, rede e armazenamento, é crucial em uma solução turnkey. Esse sistema é fundamental para controlar a dispersão de recursos e maximizar a utilização.

2. Adaptadores para a infraestrutura existente
Integração de uma ferramenta de gerenciamento de cloud em infraestrutura existente é vital. CIOs e gerentes de data centers tentar tirar o máximo proveito da infraestrutura existente. Hoje, a maioria dos ambientes de TI é heterogênea com equipamentos de múltiplos sistemas, rede e fornecedores de armazenamento. Por isso, quando as empresas adotam uma solução de cloud privada, devem ser capazes de trabalhar nesse ambiente.

Se recursos adicionais precisam ser adotados, a TI não pode hesitar. Uma solução turnkey que não é capaz de fornecer grande variedade de dispositivos pode causar dor de cabeça para a TI.

Existem milhares de dispositivos de hardware de vários fornecedores de virtualização que contam com um adaptador para cada um dos recursos. Esse cenário é desafiador e empresas devem procurar ferramentas que têm adaptadores pré-construídos para a maioria dos hardware físicos e virtuais. Dell, IBM, HP, NetApp, EMC, Cisco, Juniper, VMware, Citrix, Microsoft e Red Hat são exemplos.

Criar uma nuvem privada em um hardware existente não só possibilita economia de tempo, mas também gera redução de Capex, já que será possível reutilizar recursos existentes e evitar a aquisição de novos equipamentos.

3. Modelos predefinidos para calcular computação usada, configurações de rede e de armazenamento
Modelos predefinidos de uma solução em nuvem pode ser uma mão na roda. O maior investimento para a construção de uma nuvem privada está relacionado à concepção e à elaboração dos modelos para as topologias que serão utilizadas.

Quando uma solução de nuvem turnkey oferece uma biblioteca pré-construída de modelos usados, as empresas podem acelerar significativamente o tempo que leva para operacionalizar uma nuvem privada. Esses modelos predefinidos podem entregar de 50% a 90% do projeto de ambiente privado e tudo o que a companhia precisa fazer são personalizações de TI para alinhar o modelo ao seu ambiente.

O objetivo de uma solução turnkey é ser capaz, de forma rápida e confiável, converter um ambiente estático existente em um de autoatendimento. E para que esse ambiente seja bem-sucedido, a solução turnkey deve conter os três elementos discutidos. Esses recursos serão fundamentais para empresas que buscam implementar uma nuvem privada ou híbrida.

Fonte:http://computerworld.uol.com.br/tecnologia/2011/09/16/como-criar-rapidamente-uma-cloud-privada-ou-hibrida/