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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Latinha de alumínio permanece como material mais reciclado no país

Isabela Vieira - Agência Brasil - 02/09/2010


Campeões da reciclagem

O alumínio continua como a matéria-prima mais reciclada no Brasil.

A pesquisa Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS) 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), constatou que 91,5% das latinhas de alumínios são recolhidas para reciclagem.

Bem atrás, estão as embalagens PET (54,8%), o vidro (47%), as latas de aço (46,5%) e o papel (43,7%).

A reciclagem das embalagens de leite longa vida e de sucos estão em último lugar (26,6%). Esse tipo de material começou a ser reciclado nos últimos dez anos e está em processo de crescimento.

Reciclagem de alumínio

A reciclagem do alumínio, que no Brasil é uma das maiores do mundo, acima dos Estados Unidos (54,2%) e Japão (87,3%), caiu em 2008 em relação a 2007, quando o índice atingiu o pico de 96,5%.

Apesar da diminuição, o percentual ainda é alto e reflete o valor de mercado da sucata de alumínio, uma das mais bem pagas pelo mercado.

De acordo com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) 1 tonelada de latinhas (1 quilo equivale a 75 latinhas) custava R$ 2,780 mil na segunda semana de agosto.

"É por conta disto que o papel, o vidro, a resina PET, as latas de aço, as embalagens longa vida, de mais baixo valor no mercado, apresentam índices de reciclagem bem menores", diz o documento.

Um dos responsáveis pela pesquisa, Judicael Clevelario acrescenta a que a separação de materiais ainda é associada à imagem do catador, normalmente uma pessoa pobre ou desempregada, e não foi incorporada na rotina do brasileiro.

Preço mínimo para material reciclado

Para os próximos anos, a avaliação é de que com o estabelecimento de preços mínimos para os materiais, além dos avanços das leis ambientais, da educação e da coleta seletiva, o percentual de reciclagem possa aumentar para todos os materiais.

Como fator de estímulo à prática, a pesquisa destaca que a reciclagem reduz o consumo de energia e a extração de matérias-primas, evitando a emissão de mais gases de efeito estufa.

As embalagens Tetra Pak (empresa de processamento e envase de alimentos), em especial, diminuem a emissão de ozônio, porque dispensam refrigeração.

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=reciclagem-latinha-aluminio&id=010175100902&ebol=sim

E-book Grátis da Dell - TI em pequenas empresas para leigos

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Site cria documento em PDF com as principais informações que você precisa saber sobre o seu computador
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Google libera versão final do Chrome 6

Browser apresenta maior velocidade e leves alterações na interface
Quinta-feira, 02 de setembro de 2010 às 19h00

Após comemorar seu segundo aniversário, o Google Chrome liberou nesta quinta-feira, 02/09, a versão final de sua sexta edição. Disponível para Mac OS X, Windows e Linux, o navegador apresenta novidades na interface, além de maior velocidade e estabilidade.

O tom azul do browser foi substituído pelo acinzentado e no menu de ferramentas, o botão de acesso às configurações da página e de ajustes gerais se uniram. As áreas de edição e zoom agora contam com ajustes dentro do próprio menu.

O Chrome 6 já está disponível para download (http://www.google.com/chrome/) e ao que tudo indica, a próxima versão, já em fase de testes, deverá chegar aos usuários em breve.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/mobilidade/celulares-verdes-sao-uma-alternativa-para-diminuicao-do-lixo-eletronico/13742

Secretaria estuda recomendar criação de cotas raciais por decreto

JC e-mail 4088, de 02 de Setembro de 2010.


Universidades devem ser orientadas para criação de cotas raciais. Eloi Araujo informou que documento será apresentado até 20 de outubro

O ministro da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Eloi Ferreira de Araujo, informou ao G1 que um grupo de trabalho da secretaria trabalha atualmente em nota técnica que deve recomendar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que crie cotas para negros em universidades federais por meio de decreto.

"Na nota técnica vamos tomar providências no sentido de buscar que pretos e pardos tenham direito de ingressar no ensino superior. A nota técnica poderá dizer que é necessário um decreto. Eu estou aguardando a finalização da nota técnica para marcar audiência com o presidente. Eu penso que um decreto é uma boa medida para adotar se não houver por parte de todo mundo a adoção da política de cotas", afirmou o ministro.

"A nota técnica vai orientar inclusive como as cotas deverão ser observadas pelas instituições de ensino superior. Algumas organizações imaginam que haja uma autonomia universitária. A autonomia não é absoluta, é relativa", completou o ministro.

De acordo com ele, a nota técnica será finalizada e entregue a Lula até o dia 20 de outubro, dia em que o estatuto entra em vigor. O texto foi sancionado pelo presidente no último dia 20 de julho e tem 90 dias para começar a vigorar.

Logo após a aprovação do estatuto no Senado, antes da sanção presidencial, Eloi Araujo falou ao G1 que o estatuto permitia a criação de cotas sem que uma lei sobre o tema fosse discutida e aprovada por deputados e senadores. Na ocasião, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que isso era uma tentativa de "golpe". "Isso é o que se chama de tentativa de fazer com que o Congresso brasileiro seja fechado ainda que esteja aberto. Essa matéria tão polêmica deve ser regulamentada evidentemente através de uma lei. (...) É o que se chama de falsa polêmica. O ministro se viu derrotado em uma posição e tenta dar um golpe".

De acordo com Eloi Araujo, não se trata de golpe porque a lei é clara. "A lei é soberana. É dura, mas é a lei. E prevê a adoção de ações afirmativas. O Congresso aprovou essa lei." Ele afirmou crer que uma definição sobre um eventual decreto para estabelecer cotas saia ainda neste governo.

Eloi explicou que o grupo de trabalho é formado por técnicos da secretária, como professores e advogados. Esse grupo será responsável pela nota técnica que vai dar uma diretriz sobre o que deve ser regulamentado no estatuto. Cinco temas devem ser priorizados: educação, trabalho, moradia, cultura e saúde.

"Nossa preocupação diz respeito ao propósito de contribuir com os amigos da Corte, aqueles que têm defesa de nossas ações. No Supremo Tribunal Federal (STF) temos ações muito perversas contra a população negra, contra cotas, contra o Prouni e contra as comunidades quilombolas. (...) Esse grupo está debruçado em oferecer subsídios nesses casos com base no estatuto."

Cotas sociais

O ministro afirmou ser contra universidades que privilegiam cotas sociais a cotas raciais. Estudo do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp) divulgado no começo desta semana mostrou que 71% das universidades federais e estaduais já têm cotas com base em seus conselhos ou leis estaduais. A maioria das instituições, porém, favorece as cotas sociais, para quem vem de escola pública.

Segundo ele, ações afirmativas que só privilegiam o lado social, sem analisar a questão racial, devem ser revistas. "Essas medidas precisam ser revistas porque deveriam ser observados dados técnicos oferecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Se a população é composta por 80% de pessoas que ganham até cinco salários, então vamos fazer isso. Se for qualquer outro número, é só para dizer que está fazendo. É coisa para inglês ver. É como se não tivesse havido a grande ofensa da escravidão e houve. Qualquer informação que não leve em consideração a gravidade que foi a escravidão, não é sequer educativa. Deveria observar os dois aspectos, sociais e raciais."

Para Eloi Araujo, no entanto, pode-se discutir por quanto tempo as cotas raciais seriam válidas. "Isso é justiça social e não precisa ser para sempre. Podemos estabelecer por um período, duas décadas, e depois analisar a evolução."
(Mariana Oliveira)
(G1, 2/9)

fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73234

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

AVALIADOR DE SOFTWARE

O "Da Silva" é um avaliador. Um avaliador é um software que detecta um código HTML e faz uma análise do seu conteúdo, verificando se está ou não dentro de um conjunto de regras. No nosso caso, a análise é feita usando as regras de acessibilidade do WCAG e E-GOV.

A quem se destina o Da Silva?

O Da Silva é a ferramenta ideal para web-designers, web-masters e todas as pessoas que desenvolvem sites para a Internet e tenham a necessidade de torná-los acessíveis.

http://www.dasilva.org.br/

Stephen Hawking: Deus não criou o universo

Qui, 02 Set, 10h14
LONDRES (AFP) - Deus não tem mais lugar nas teorias sobre a criação do universo, devido a uma série de avanços no campo da física, afirma o cientista britânico Stephen Hawking em seu novo livro, que teve trechos divulgados nesta quinta-feira.

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Demonstrando uma posição mais dura em relação à religião do que a assumida nas páginas do best-seller internacional "Uma breve história do tempo", de 1988, Hawking diz que o Big Bang foi simplesmente uma consequência da lei da gravidade.

"Por haver uma lei como a gravidade, o universo pode e irá criar a ele mesmo do nada. A criação espontânea é a razão pela qual algo existe ao invés de não existir nada, é a razão pela qual o universo existe, pela qual nós existimos", escreve o célebre cientista em "The grand design", que será publicado em série no jornal The Times.

"Não é necessário que evoquemos Deus para iluminar as coisas e criar o universo", acrescenta.

Hawking se tornou mundialmente famoso com suas pesquisas, livros e documentários, apesar de sofrer desde os 21 anos de idade de uma doença motora degenerativa que o deixou dependente de uma cadeira de rodas e de um sintetizador de voz.

Em "Uma breve história do tempo", Hawking sugeria que a ideia de Deus ou de um ser divino não é necessariamente incompatível com a compreensão científica do universo.

Em seu mais recente trabalho, no entanto, Hawking cita a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbita uma estrela fora de nosso Sistema Solar, como um marco contra a crença de Isaac Newton de que o universo não poderia ter surgido do caos.

"Isso torna as coincidências de nossas condições planetárias - o único sol, a feliz combinação da distância entre o Sol e a Terra e a massa solar - bem menos importantes, e bem menos convincentes, como evidência de que a Terra foi cuidadosamente projetada apenas para agradar aos seres humanos", afirma Hawking.

Fonte:http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/100902/saude/ci__ncia_espa__o_religi__o_livro_hawking

LEI Nº 12.244, DE 24 DE MAIO DE 2010 Dispõe sobre a universalização das bibliotecas nas instituições de ensino do País.

O P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A



Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:



Art. 1o As instituições de ensino públicas e privadas de todos os sistemas de
ensino do País contarão com bibliotecas, nos termos desta Lei.



Art. 2o Para os fins desta Lei, considera-se biblioteca escolar a coleção de
livros, materiais videográficos e documentos registrados em qualquer suporte
destinados a consulta, pesquisa, estudo ou leitura.

Parágrafo único. Será obrigatório um acervo de livros na biblioteca de, no
mínimo, um título para cada aluno matriculado, cabendo ao respectivo sistema de
ensino determinar a ampliação deste acervo conforme sua realidade, bem como
divulgar orientações de guarda, preservação, organização e funcionamento das
bibliotecas escolares.



Art. 3o Os sistemas de ensino do País deverão desenvolver esforços progressivos
para que a universalização das bibliotecas escolares, nos termos previstos
nesta Lei, seja efetivada num prazo máximo de dez anos, respeitada a profissão
de Bibliotecário, disciplinada pelas Leis nos 4.084, de 30 de junho de 1962, e
9.674, de 25 de junho de 1998.



Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.



Brasília, 24 de maio de 2010; 189o da Independência e 122o da República.



LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

Carlos Lupi



Fonte: www.in.gov.br

Federais terão 25 mil vagas a mais via Enem

JC e-mail 4087, de 01 de Setembro de 2010.



Número, que já representa alta superior a 50%, pode aumentar

Mesmo com a fraude do ano passado e após informações confidenciais de candidatos terem vazado neste ano, as universidades federais do país estão dando um voto de confiança ao Enem e vão ampliar a utilização do exame nos seus vestibulares.

Juntas, 20 das 59 federais vão ofertar pelo Sisu (sistema do Ministério da Educação que seleciona alunos só com a nota do Enem) ao menos 18.522 vagas a mais do que no primeiro semestre deste ano.

Além disso, outras três universidades, as recém-criadas Ufopa (Oeste do Pará) e Unilab (Integração Luso-Afro-Brasileira) e a UFCG (Campina Grande) já decidiram que usarão só o Enem para preencher suas 6.125 vagas, mas não optarão necessariamente pelo Sisu.

Somadas, essas 24.737 novas vagas representam um aumento de mais de 50% no total de postos cuja seleção se dá só pelo Enem. No primeiro Sisu, realizado no início deste ano, havia 47.913 vagas. Agora, já são mais de 70 mil confirmadas.

Esse total, porém, ainda deve aumentar, porque muitas instituições não definiram quantas vagas vão oferecer para o ano letivo de 2011. Só sabem que, por fazerem parte do Reuni (programa de expansão de vagas do governo federal), esse número será maior que o do ano passado.

É o caso da UFRB (Recôncavo da Bahia). A instituição ainda não definiu as vagas para 2011. Certo é que ao menos as 2.090 do ano passado estarão no sistema.

Uma das melhores universidades do país, segundo avaliação do MEC, a UFSCar (federal de São Carlos) deu adeus ao seu vestibular e vai selecionar seus calouros apenas pela nota do Enem.

Das 59 universidades federais, apenas 3 ainda não definiram como será o vestibular do ano que vem: a Unifap (Amapá), a UFG (Goiás) e a Unifal (Alfenas).

Todas as outras 56 vão usar a nota do exame nacional de alguma forma, seja como primeira fase -UFPA (Pará)-, seja na seleção de alguns cursos -UFRN (Rio Grande do Norte), Unifesp (São Paulo)-, seja para preencher as vagas remanescentes -UFS (Sergipe).

A UFPB (Paraíba), uma das instituições nordestinas que mais oferece vagas, vai aderir ao Sisu aos poucos. Em 2011, serão destinadas ao sistema 10% das vagas. Em 2012, 20%; 40% em 2013 e assim sucessivamente, até uma adesão total em 2015.

"Queremos fazer, a cada ano, uma avaliação do processo", diz Valdir Barbosa, pró-reitor de graduação.

Particulares vão oferecer vagas ociosas em site

Um novo site vai reunir vagas de faculdades particulares de todo o país e o critério de entrada será só a nota do Enem. A proposta é reunir no site Faculdade Já (www.faculdadeja.com.br) as vagas que sobram em processos seletivos.

O modelo é parecido com o do Sisu, utilizado pelo Ministério da Educação para ofertar vagas principalmente para universidades federais.

Segundo João Mesquita, um dos idealizadores do Faculdade Já, as instituições indicarão as vagas ociosas, que serão disponibilizadas no sistema.

Os alunos deverão se cadastrar diretamente no site, escolher uma carreira e reservar a vaga. Cada faculdade será a responsável por decidir a nota de corte no Enem para o aluno concorrer à vaga. Não haverá cobrança para inscrição no site.

Até o momento, cerca de 35 faculdades particulares já manifestaram interesse em aderir ao sistema (veja em folha.com.br/sa789349).

Segundo projeção dos idealizadores, a meta é preencher 25 mil vagas em 250 faculdades.

Os vestibulandos já demonstraram interesse com o sistema. "A ideia de procurar uma vaga por um site representa uma economia de tempo e dinheiro nesta época de vestibulares", afirma o vestibulando Diego Miquelin, 17.

A partir do dia 10 de novembro, os interessados poderão conferir no site do a lista das instituições participantes e das vagas ofertadas.
(Patrícia Gomes, Andressa Taffarel e Thiago Azanha)
(Folha de SP, 1/9)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73195

PELA GARANTIA DO DIREITO À EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

Uma convocação aos futuros governantes e parlamentares do Brasil


Para consagrar o Estado Democrático de Direito, implantado pela Constituição Federal de 1988, as entidades e os movimentos proponentes desta Carta-Compromisso entendem que a questão educacional ocupa lugar central dentre todas as urgências que se impõem à nação brasileira. O enfrentamento do desafio constitucional de garantir o direito à Educação de qualidade para todos e todas e cada um dos brasileiros e brasileiras passa necessariamente pela implementação de medidas urgentes que possam não só consolidar os avanços alcançados, mas levar à construção de um Projeto Nacional de Educação capaz de tornar mais justa, sustentável e próspera a sociedade brasileira. Para tanto, no curso dos seus mandatos, os futuros governantes e parlamentares devem empreender os esforços necessários para a superação dos seguintes desafios prioritários:
- inclusão, até o ano de 2016, de todas e cada uma das crianças e adolescentes de 4 a 17 anos na escola, em conformidade com a Emenda Constitucional n 59/ 2009.
- universalização do atendimento da demanda por creche, manifestada pelas famílias, nos próximos dez anos.
- superação do analfabetismo, especialmente entre os brasileiros e as brasileiras com mais de 15 anos de idade.
- promoção da aprendizagem ao longo da vida, como direito assegurado pela Constituição Federal, para toda criança, adolescente, jovem e adulto.
- garantia de que, até o ano de 2014, todas e cada uma das crianças brasileiras até os 8 anos de idade estejam plenamente alfabetizadas.
- estabelecimento de padrões mínimos de qualidade, conforme estabelecem a Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (1996), para todas as escolas brasileiras,
reduzindo os atuais níveis de desigualdade na oferta de insumos educacionais.
- ampliação das matrículas no ensino profissionalizante e superior capaz de garantir a oferta de oportunidades educacionais aos jovens e atender às necessidades de desenvolvimento socioeconômico e soberania técnico-científica do Brasil.

A superação desses desafios prioritários depende de compromissos políticos efetivos e da consequente execução de políticas públicas educacionais, que devem ser empreendidas de forma colaborativa entre todos os níveis da federação. Deste modo, o primeiro e mais decisivo passo é institucionalizar o Sistema Nacional de Educação, tal como determinado pelo Art. 214 da Constituição Federal e deliberado pela Conferência Nacional de Educação (Conae-2010). O Sistema Nacional de Educação deve ser estruturado em três pilares: (1) a elaboração do Plano Nacional de Educação – PNE que deverá provocar a construção articulada de planos estaduais e municipais de educação; (2) o estabelecimento de Regime de Colaboração legalmente constituído entre os entes federados; e (3) a implementação de Lei de Responsabilidade Educacional, tal como aprovou a Conae (2010).

O primeiro pilar determina as metas a serem alcançadas nos próximos dez anos (2011-2020) para a Educação brasileira, em consonância com as deliberações da Conae (2010). O segundo estabelece o compromisso legal de cada um dos níveis da federação para alcançar essas metas e demais compromissos educacionais. O terceiro pilar institui as consequências legais inerentes ao não cumprimento das respectivas responsabilidades pelos entes federados.

Se a superação dos desafios prioritários passa pela institucionalização do Sistema Nacional de Educação, o estabelecimento deste sistema exige que os futuros governantes e parlamentares assumam quatro compromissos fundamentais, os quais devem ser devidamente transformados em leis e políticas públicas. São eles:

1 Ampliação adequada do financiamento da Educação pública: é imprescindível elevar, até o ano de 2014, progressivamente, o percentual do PIB investido em Educação pública. Este novo recurso deve ser destinado à ampliação de matrículas e à garantia da oferta dos insumos básicos necessários para o alcance dos padrões mínimos de qualidade determinados pela Constituição Federal e pela LDB. Portanto, o financiamento da educação pública deve ser estruturado e organizado em torno de uma efetiva política de Custo Aluno-Qualidade Inicial (CAQi). A União, ente federado que mais arrecada, deve assumir o compromisso de transferir os recursos necessários para o cumprimento do CAQi, em apoio aos esforços das esferas de governo que possuem arrecadação insuficiente. Assim, em consonância com as deliberações da Conae (2010), é imprescindível mobilizar esforços, de maneira efetiva, com o objetivo de ampliar gradualmente os recursos para a Educação pública a 10% do PIB. Deste total, 8% do PIB devem ser investidos em Educação básica pública e 2% do PIB devem ser destinados à ampliação e à qualificação do ensino superior público.

2 Implementação de ações concretas para a valorização dos profissionais da Educação: os futuros governantes e parlamentares, nos âmbitos federal, estadual e distrital, em parceria com seus equivalentes municipais, devem implementar de forma integral e imediata, a Lei N 11.738/ 2008, que determina o Piso Salarial Profissional Nacional para os Profissionais do Magistério Público da Educação Básica. Complementarmente, até o ano de 2014, os mesmos devem produzir leis e políticas públicas capazes de estabelecer Planos de Carreira e Remuneração que tornem a educação uma área valorizada e atrativa profissionalmente.

3 Promoção da gestão democrática: como princípio legal previsto na LDB, a gestão democrática nas escolas brasileiras é condição fundamental para melhorar a qualidade da Educação. Até o ano de 2014, quatro medidas são imprescindíveis: (a) assegurar os meios necessários para que todos os gestores da Educação (nos níveis estadual, distrital e municipal) sejam administradores plenos dos recursos da área, tal como determina a LDB; (b) aprimorar os mecanismos de transparência na construção e execução dos orçamentos da Educação pública; (c) criar programas de fortalecimento da gestão democrática, por meio da necessária estruturação dos conselhos escolares, municipais, estaduais, distrital e nacional de Educação, garantindo a participação de toda a comunidade na gestão educacional, especialmente dos estudantes; (d) institucionalizar o Fórum Nacional de Educação, que deve ser composto por representantes da sociedade civil e das esferas governamentais de todos os níveis da federação. O Fórum terá a responsabilidade de convocar e organizar as próximas edições da Conae, bem como auxiliar a realização de suas etapas preparatórias (municipais, estaduais e distrital), além de monitorar a implementação das políticas públicas deliberadas na etapa nacional da conferência.

4 Aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação: é preciso avançar nas práticas nacionais de avaliação, aprimorando a regulação e fortalecendo o controle social na Educação pública e privada. Na Educação Básica: aperfeiçoar os sistemas de avaliação existentes por meio de três esforços complementares. (1) Examinar de forma mais ampla os resultados obtidos nas avaliações, aprofundando a análise de dados sobre os diferentes níveis de aprendizagem entre os estudantes de uma mesma escola ou rede pública. (2) Relacionar os resultados das avaliações, com outras informações pertinentes às políticas educacionais, tais como: insumos existentes nas unidades escolares, formação e remuneração dos profissionais da educação, mecanismos de participação na gestão escolar da referida escola, nível de escolaridade dos pais de alunos, além de dados socioeconômicos do entorno. (3) Produzir relatórios que devem ser debatidos por toda comunidade escolar nas escolas e nas esferas de tomada de decisão das redes de ensino. No Ensino Superior: fortalecer e aprimorar o sistema de avaliação das instituições de ensino, para elevar os padrões de qualidade. Deste modo, é imprescindível aperfeiçoar a regulação das Instituições de Ensino Superior públicas e privadas.

As instituições e os movimentos proponentes desta Carta-Compromisso avaliam que há condições favoráveis para a construção e implementação de um novo Projeto Nacional de Educação. Nos últimos anos, a sociedade brasileira compreendeu que a Educação com Qualidade é um dever do Estado e um direito a ser exigido pelos cidadãos e cidadãs e é uma condição fundamental para o desenvolvimento social e econômico do país. Além disso, mesmo sendo insuficientes (mas fruto de intensa luta social), o Brasil hoje dispõe de sistemas mais avançados de financiamento, monitoramento, avaliação e controle social das ações educacionais, o que permite melhor acompanhamento do que vier a ser planejado e executado. Por sua vez, a Conae (2010), a qual contou com uma ampla participação social, propõe novas diretrizes para os próximos dez anos da Educação brasileira, que deverão estar expressas no novo Plano Nacional de Educação. Por fim, a construção do PNE 2011-2020 é uma grande oportunidade de avanço no marco legal educacional, podendo transformar em metas e estratégias todos os desafios e compromissos propostos nesta Carta-Compromisso.

Por todos esses aspectos, um novo Projeto de Educação para o Brasil tem de ir além do tempo de um governo, incorporando toda esta energia crítica e criativa e aproveitando as oportunidades políticas para avançar na perspectiva dos direitos sociais. Os proponentes reconhecem que tanto a institucionalização do Sistema Nacional de Educação, como os desafios prioritários apontados e os quatro compromissos fundamentais para a superação dos mesmos devem contribuir de maneira decisiva para a efetivação de um país mais justo e menos desigual, assegurando às atuais e às futuras gerações uma Educação de qualidade para todos e todas.
Brasília, 31 de agosto de 2010





INSTITUIÇÕES E MOVIMENTOS PROPONENTES


Academia Brasileira de Ciências – ABC
Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais – Abruem
Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior – Andifes
Associação Nacional de Política e Administração da Educação – Anpae
Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação – Anped
Associação Nacional de Pós-Graduandos – ANPG
Campanha Nacional pelo Direito à Educação – Campanha
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária – Cenpec
Centro de Estudos Educação e Sociedade – Cedes
Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimento de Ensino – Contee
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação – CNTE
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura – Contag
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB
Conselho Nacional de Educação – CNE
Conselho Nacional dos Secretários de Educação – Consed
Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação
Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef
Ordem dos Advogados do Brasil – OAB
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco
Sociedade Brasileira de Educação Matemática – SBEM
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC
Todos Pela Educação – Todos
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – Ubes
União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação – Uncme
União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação – Undime
União Nacional dos Estudantes – UNE


Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73192

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Uma lei com milhares de autores - Direito Autoral

JUCA FERREIRA

Não interessa aos autores a judicialização do direito autoral, com milhares de processos e com o alto grau de inadimplência que temos

O Ministério da Cultura está concluindo hoje a consulta pública sobre o anteprojeto para a modernização da Lei do Direito Autoral. Recebemos milhares de contribuições.
Algo já esperado, pela importância que o direito do autor tem não só para os próprios criadores como para toda a economia da cultura.
Organizamos mais de 80 reuniões setoriais em todo o Brasil, seis seminários nacionais e um internacional. Envolvemos mais de 10 mil interessados e estudamos a legislação de mais de 30 países. O anteprojeto é fruto desse processo.
A finalidade de colocar o texto em consulta pública é a de identificar fragilidades, equívocos e recolher sugestões para o seu aperfeiçoamento. A amplitude e a profundidade das manifestações não deixam dúvidas: teremos um projeto de lei melhor do que a minuta apresentada em junho!
No Brasil, as economias culturais não conseguem atingir legalmente nem 20% do mercado potencial, com exceção da TV aberta. É óbvio que uma economia saudável precisa ampliar o acesso dos consumidores para que a mercadoria realize plenamente sua missão e materialize seu valor de troca.
E, claro, quanto mais segurança jurídica, mais investidores se interessarão pelos negócios culturais.
Os usuários são igualmente importantes. Por isso, a lei do direito autoral precisa e deve buscar a harmonização com esses outros direitos e interesses.
Interessa ao autor uma economia saudável. Não interessa aos autores a judicialização do direito autoral, com milhares de processos na Justiça e com o alto grau de inadimplência que temos hoje.
Sem falar na insegurança da grande maioria dos artistas e criadores quanto à honestidade do processo de arrecadação e distribuição do direito autoral.
Um dos pontos mais questionados ao longo desse processo foi o da licença não voluntária: ela se destina a equacionar casos excepcionais dentro do conjunto do direito autoral e visa permitir a reedição de obras esgotadas e as chamadas obras órfãs, fundamentalmente.
Não tem aplicação no universo da música, mas é relevante no mundo das artes visuais e no da literatura.
Obras que, apesar de relevantes para a nossa cultura, encontram-se, por motivos diversos, inacessíveis. Não podemos deixar de registrar leituras enviesadas, expostas, especialmente, por aqueles que tiram proveito de falhas da atual legislação, numa tentativa de desqualificar a proposta de lei em discussão.
Questões estruturais e centrais do projeto de lei, como as que ampliam os direitos dos autores, ficaram secundarizadas nessas leituras marotas. Por exemplo, o reforço na posição contratual dos autores, que terão maior poder na negociação de seus direitos com terceiros.
Facilitamos para que os autores e artistas de obras audiovisuais possam obter mais ganhos pela exibição pública de suas obras; criamos exigências para que as associações de gestão coletiva sejam transparentes para os artistas, em nome de quem fazem a arrecadação em suas atividades, e comprovem uma administração idônea.
A lei atual é defasada e não oferece saídas diante das novas tecnologias. O acesso da sociedade aos conteúdos culturais em ambiente digital é uma grande oportunidade de acesso à cultura e um desafio para o direito de autor.
A saída não pode ser policialesca, de querer cercear, proibir e prender, mas procurar navegar nessa onda, buscando novos modelos de negócios e regras para esses usos que garantam os direitos dos autores. O mundo inteiro está discutindo essa questão.
Se queremos que os autores recebam satisfatoriamente por suas criações, se queremos desenvolvimento cultural e acesso pleno à cultura para todos, ou seja, uma economia da cultura forte no Brasil, por que não procuramos juntos as saídas?
JUCA FERREIRA, sociólogo, é ministro da Cultura.

Fonte:Folha de São Paulo

"Ciência Hoje On-line": Quando dói no bolso

JC e-mail 4086, de 31 de Agosto de 2010.


Se o aumento de temperatura, nível do mar e extinção de espécies ainda não mobilizaram alguns para o aquecimento global, é possível que se convençam por outra via: os impactos econômicos que devem vir na cola do fenômeno

O aquecimento global deve prejudicar consideravelmente a economia brasileira. Os impactos que terá sobre a agricultura foi tema do trabalho de doutorado do economista Gustavo Inácio de Moraes, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo (Esalq/USP).

A partir do atual cenário agrícola do país, ele baseou-se em cálculos matemáticos para prever como as mudanças na temperatura devem afetar as diferentes regiões e suas culturas.

"O estudo mostra que as desigualdades entre regiões vão se acentuar, e haverá migração de mão-de-obra para outros estados. Será um êxodo semelhante ao ocorrido no século 19 no Brasil", avalia o pesquisador, referindo-se ao período de migração associado ao ciclo da borracha no país.

Leia a matéria completa na CH On-line, que tem conteúdo exclusivo atualizado diariamente:
http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2010/08/quando-doi-no-bolso

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73178

Por um ensino melhor

JC e-mail 4086, de 31 de Agosto de 2010.
editorial da "Folha de SP"

"É louvável a iniciativa de entidades sociais de propor que candidatos assumam compromissos públicos com a educação antes da eleição"

Leia o editorial:

Duas dezenas de organizações lançam nesta terça-feira (31/8) em Brasília a "Carta-Compromisso pela Garantia do Direito à Educação de Qualidade", que pretendem ver adotada por candidatos aos Poderes Executivo e Legislativo.

Trata-se de um passo adiante na crescente tomada de consciência da esfera pública quanto ao papel estratégico do ensino. Ela já levou à formação do movimento Todos pela Educação, articulador da carta, que logrou conferir ao tema uma prioridade perto de consensual.

O documento repete a fórmula bem-sucedida de vincular prioridades gerais com metas concretas, passíveis de acompanhamento e verificação.

Entre os objetivos específicos estão alfabetizar todas as crianças até oito anos de idade antes de 2014, incluir todos os jovens e crianças de 4 a 17 anos na escola até 2016 e cobrir toda a demanda por vagas em creches até 2020. São propostas factíveis, mas nem por isso triviais.

Além das metas relativas ao ensino, fixa-se o objetivo mais geral de elevar a fatia do PIB investida no setor a 10%, dos quais 8% para a educação básica e 2% para a superior. Já houve melhora: a educação básica recebe hoje cerca de 5% do PIB, contra 3,7% em 2006.

Embora desejável, o aumento de verbas precisa ser contextualizado. Parece improvável que candidatos se comprometam previamente com metas de elevação de investimentos no ensino sem levar em conta demandas de outras áreas, como a de saúde.

Além disso, o acréscimo de recursos precisa estar vinculado a objetivos determinados e ao aperfeiçoamento da gestão, sob pena de desperdício.

Outros objetivos da proposta também suscitam reserva, pois os meios de alcançá-los não se mostram tão consensuais quanto poderia parecer. Além da parcela do PIB, são eles: valorização dos profissionais da educação, gestão democrática das escolas e aperfeiçoamento das políticas de avaliação e regulação.

Ora, são bem conhecidas as divergências de fundo ideológico a respeito dos três pontos que separam gestões do PT e do PSDB em todos os níveis de governo. As políticas tucanas de premiação por mérito para educadores, por exemplo, são malvistas nos círculos sindicais petistas.

Tampouco parece corriqueiro, no campo dos conflitos reais, chegar a acordo sobre o que seja uma gestão democrática, que não resulte em aparelhamento da escola por grupos partidários. Ou, então, sobre que consequências dar para resultados de avaliação.

À parte essas discordâncias, não resta dúvida de que cabe pôr em prática de uma vez por todas o piso salarial nacional para docentes de R$ 1.024,67 (inferior até à renda média do país, R$ 1.117,95), ainda ignorado em alguns estados. Para esses casos, uma Lei de Responsabilidade Educacional não seria má ideia.

Todos os candidatos deveriam subscrever o compromisso, ainda que fazendo as ressalvas cabíveis no que respeita à aplicabilidade e explicitando que interpretação dariam aos princípios sujeitos a controvérsia. Se a campanha eleitoral seguisse esse figurino, o público não estaria presenciando o festival de inanidades marqueteiras que assola o país.
(Folha de SP, 31/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73162

Mistério de chuva de fezes intriga cidade na França

Por BBC, BBC Brasil, Atualizado: 30/8/2010 13:30

Uma misteriosa "chuva" de excrementos intriga os habitantes do vilarejo de Saint-Pandelon, no sudoeste da França. Desde meados de maio, eles se queixam de "gotas" marrons que caem do céu, com cheiro e textura de matéria fecal.

O prefeito do vilarejo, Jean-Pierre Boiselle, afirmou que uma "chuva de cocô" passou a cair durante o dia e também à noite no município.

Se no início a história fazia os 750 habitantes da localidade sorrirem, eles passaram a ficar aterrorizados com a chuva de excrementos, que deixou partes da cidade com ar irrespirável.

As crianças não podem mais brincar fora de casa e os moradores hesitam em comer as frutas e legumes das hortas locais. Eles também não fazem mais churrascos ao ar livre nesse período de verão na Europa.

Teorias

As "gotas" marrons, quase do tamanho de uma unha do dedo mínimo, sujam os carros, móveis de jardim e as roupas secando nos varais.

A primeira hipótese levantada pelos moradores para explicar o fenômeno foi a de que aviões estariam despejando o conteúdo de seus banheiros sobre a região.

Mas isso seria impossível, afirmou a Direção Geral da Aviação Civil da França, acrescentando que "os aviões de linha são pressurizados e não é possível despejar o conteúdo de banheiros ou de nenhuma outra coisa".

Após investigações, a polícia militar francesa declarou que a "chuva" de fezes poderia ser causada por aves migratórias, da espécie conhecida como andorinhões, que se instalaram na região nesta estação.

"Esse pássaro tem a particularidade de voar o tempo todo e se alimentar em pleno voo. Por isso as fezes caem durante o dia e à noite", afirmou o capitão Michel Brethes, da polícia militar de Dax, nos arredores do vilarejo de Saint-Pandelon.

Exames

Um laboratório da região realizou neste mês pesquisas científicas com o material coletado e confirmou que as "gotas" que cairam do céu são excrementos de origem animal, mas não conseguiu solucionar totalmente o mistério.

"Nas amostras analisadas, não encontramos bactérias específicas das fezes humanas. Mas não podemos dizer a qual tipo de animal esses excrementos correspondem", afirmou Alain Mesplède, diretor do laboratório de análises científicas da região.

"Apenas confirmamos a presença de bactérias típicas a todas as espécies animais", diz o pesquisador.

Sem saber ao certo se as fezes seriam realmente de pássaros, os moradores de Saint-Pandelon esperam que a "chuva" fedorenta não caia novamente em outras estações.

Fonte:http://noticias.br.msn.com/mundo/artigo-bbc.aspx?cp-documentid=25395936

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Tecnologia brasileira desvenda segredos das obras de arte

Planeta Coppe Notícias - 31/08/2010


O sistema portátil de fluorescência de raios X é capaz de identificar a época em que uma obra foi pintada, a composição de cores utilizada pelo artista, a existência de retoques e até possíveis falsificações.[Imagem: Cisi/Coppe]


Raio X da arte

A imagem de São Sebastião do Rio de Janeiro, considerada a segunda obra de arte sacra mais antiga do Brasil, está pronta para começar a ser restaurada.

O trabalho será feito graças a uma tecnologia de ponta, um sistema portátil de fluorescência de raios X, desenvolvido pela pesquisadora Cristiane Calza, da Coppe/UFRJ, no Rio de Janeiro.

A técnica, que permite identificar os pigmentos usados na época da execução da obra, possibilitará a recuperação das características originais da peça trazida de Portugal para o Brasil em 1567 e entregue em 1842 pelo governo imperial aos cuidados dos frades capuchinhos, que a mantêm na igreja da ordem, na Tijuca.

Fluorescência de raios X

O sistema portátil de fluorescência de raios X é capaz de identificar a época em que um quadro foi pintado, a composição de cores utilizada pelo artista, a existência de retoques e possíveis falsificações.

Os dados são obtidos no próprio local onde a obra está instalada e de forma não destrutiva, já que o aparelho fica a alguns centímetros de distância do objeto de arte, eliminando assim riscos de danos e mantendo a integridade da obra.

Outra vantagem da técnica é a versatilidade. O sistema permite analisar vários tipos de amostras, como biológicas, ambientais, minerais e de arqueometria.

É possível identificar, por exemplo, além da composição, a procedência e o período histórico de artefatos arqueológicos, suas técnicas de manufatura e, ainda, revelar falsificações, a partir de uma análise dos elementos químicos que constituem os artefatos.

O sistema portátil é fruto de quatro anos de pesquisa, que resultou na tese de doutorado defendida por Cristiane, em 2007, no Programa de Engenharia Nuclear da Coppe, sob a orientação do professor Ricardo Tadeu Lopes.

Radiografia computadorizada

Associado à técnica de radiografia computadorizada, que contou com a colaboração dos pesquisadores da Coppe, Davi Oliveira e Henrique Rocha, o sistema portátil de fluorescência complementa as informações obtidas a partir das análises.

Além da precisão e rapidez na obtenção dos dados - itens valiosos para o restauro de uma obra -, o fato de o sistema ser portátil, dispensando a locomoção de um quadro como "Primeira Missa no Brasil", que mede 2,68 x 3,56 metros e está avaliado em R$ 6 milhões, foi um verdadeiro alívio em termos de economia e segurança para os dirigentes do museu.

"Grande parte das técnicas utilizadas, tanto no Brasil como no exterior, exige que a obra seja enviada a laboratórios ou locais específicos para ser analisada. Essa condição muitas vezes inviabiliza a realização do trabalho, seja no caso de um quadro de grandes dimensões ou de alto valor artístico-cultural que precisaria de todo um esquema especial de segurança e transporte," afirma.

Não é por acaso que o equipamento vem despertando grande interesse por parte de restauradores, dirigentes de museus e instituições de pesquisa, dentro e fora do País.


A imagem de São Sebastião do Rio de Janeiro, considerada a segunda obra de arte sacra mais antiga do Brasil, está pronta para começar a ser restaurada. [Imagem: Cisi/Coppe]
A eficiência da tecnologia - que possibilita identificar a época e a composição das cores de uma obra de arte, assim como posteriores retoques e possíveis falsificações -, aliada à praticidade do sistema portátil, que dispensa o deslocamento da obra, tem conquistado a preferência dos especialistas.

Teste de equilíbrio

O sistema desenvolvido por Cristiane, sob a orientação do professor Ricardo Tadeu Lopes, também foi recentemente aplicado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Em dezembro de 2009, a pesquisadora analisou a pintura decorativa de Henrique Bernardelli, no teto das rotundas, e três painéis decorativos pintados por Eliseu Visconti no teto do foyer do teatro.

"Foi um teste de equilíbrio. Tive que subir com o equipamento na mão, por meio de escadas e andaimes, para analisar pinturas em locais com altura simular a de um prédio de três andares", conta a pesquisadora, em tom de brincadeira.

O altar da capela-mor do Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, também passou pelo crivo do sistema de fluorescência de raios X.

Com base na análise dos pigmentos originais, Cristiane observou que a talha, originalmente recoberta com folhas de ouro, tinha sido recoberta com tinta comercial, o que facilitará o trabalho dos restauradores na recuperação do dourado original da peça.

Foram analisados também os pigmentos dos painéis pintados sobre madeira, nas paredes laterais e no teto da capela-mor, que retratam os milagres de Santo Antônio.

O sistema foi utilizado pela primeira vez na recuperação do quadro "Primeira Missa no Brasil", de Victor Meirelles, que faz parte do acervo do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA).

A proximidade com o universo da arte mudou a rotina da pesquisadora da Coppe. Hoje, sua agenda alterna entre dias dedicados ao laboratório, na Coppe e as imersões nos museus. Em junho deste ano, a pesquisadora voltou ao Convento de Santo Antônio, onde passou 15 dias aplicando a técnica em 13 imagens sacras do período barroco, que também serão recuperadas.

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=tecnologia-brasileira-desvenda-segredos-obras-arte&id=010160100831&ebol=sim

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

SACOS DE LIXO DE JORNAL

É o fim das desculpas para continuarmos usando sacolas plásticas e poluindo
nosso planeta!
É simples, higiênico e ecologicamente correto.

Dia desses, quando recusei a sacolinha plástica numa loja, ouvi da moça do
caixa: mas como você faz com o seu lixo? Não foi a primeira vez que me
perguntaram isso. A grande justificativa das pessoas que dizem que "precisam"
das sacolinhas é a embalagem do lixo. Tudo bem, não dá mesmo pra não colocar
lixo em saco plástico, mas será que não dá pra diminuir a quantidade de plástico
no lixo? Melhor do que encher diversos saquinhos plásticos ao longo de uma
semana é usar um único saco plástico dentro de uma lixeira grande na área de
serviço, por exemplo, e ir enchendo-o por alguns dias com os pequenos lixinhos
da casa (da pia, do banheiro, do escritório). Se o lixo é limpo, como de
escritório (papel de fax, pedaços de durex, etc), pode ir direto para a lixeira
sem proteção. No caso dos lixinhos da pia e do banheiro (absorventes, fio
dental, cotonetes), o melhor substituto da sacolinha é o saquinho de jornal. Ele
mantém a lixeira limpa, facilita na hora de retirar o lixo e é facílimo de
fazer. Leva 20 segundos. A ideia veio do origami, que ensina essa dobradura como
um copo. Em tamanho aumentado, feito de folhas de jornal, o copo cabe
perfeitamente na maioria dos lixinhos de pia e banheiro que existem por aí.
Veja:

Você pode usar uma, duas ou até três folhas de jornal juntas, para que o
saquinho fique mais resistente. Tudo no origami começa com um quadrado, então
faça uma dobra para marcar, no sentido vertical, a metade da página da direita e
dobre a beirada dessa página para dentro até a marca. Você terá dobrado uma aba
equivalente a um quarto da página da direita, e assim terá um quadrado. Para ver
melhor os detalhes, clique na foto para aumentar.

Dobre a ponta inferior direita sobre a ponta superior esquerda, formando um
triângulo, e mantenha sua base para baixo.

Dobre a ponta inferior direita do triângulo até a lateral esquerda.

Vire a dobradura "de barriga para baixo", escondendo a aba que você acabou de
dobrar.

Novamente dobre a ponta da direita até a lateral esquerda, e você terá a
seguinte figura:

Para fazer a boca do saquinho, pegue uma parte da ponta de cima do jornal e
enfie para dentro da aba que você dobrou por último, fazendo-a desaparecer lá
dentro.

Sobrará a ponta de cima que deve ser enfiada dentro da aba do outro lado, então
vire a dobradura para o outro lado e repita a operação.

Se tudo deu certo, essa é a cara final da dobradura:

Abrindo a parte de cima, eis o saquinho!

É só encaixar dentro do seu cestinho e parar pra sempre de jogar mais plástico
no lixo!

Que tal?

Pode parecer complicado vendo as fotos e lendo as instruções, mas faça uma vez
seguindo o passo a passo e você vai ver que depois de fazer um ou dois você pega
o jeito e a coisa fica muito muito simples. Daí é só deixar vários preparados
depois de ler o jornal de domingo!

Fonte:http://laurabeu-laurabeu.blogspot.com/2010/08/como-eu-faco-com-o-meu-lixo-sem-as.html

Feira de educação internacional

Sobre o Evento
O Salão do Estudante é a maior feira de educação internacional da América Latina. O evento proporciona a você a oportunidade de conhecer diversas instituições estrangeiras, conversar com seus representantes e obter todas as informações necessárias para que tenha uma experiência internacional bem sucedida.

Diretores e representantes dos departamentos internacionais estarão disponíveis para esclarecer suas dúvidas sobre estudos no exterior. Diversas opções de cursos serão oferecidas, desde High School até doutorado, além de MBA, cursos de línguas, escolas técnicas e estágios.

Instituições de ensino de países como Estados Unidos, Canadá, Irlanda, Japão, Espanha, Alemanha, Austrália, Nova Zelândia, Holanda, Argentina, Suíça, França, Itália e África do Sul, dentre outros, estarão presentes. Além disso, o Salão do Estudante conta com a presença de agências de intercâmbio com propostas e destinos variados, promoções especiais e pessoal treinado para responder suas perguntas e dar dicas sobre vistos, hospedagem e até seguro saúde.

A Feira do Canadá, que tem apoio do Consulado Canadense, estará presente no evento. O grupo conta com a participação de mais de 50 instituições educacionais canadenses, incluindo escolas de línguas, high schools e universidades. Você conhecerá também representantes do governo das principais províncias do Canadá.

Fonte:http://www.salaodoestudante.com.br/

Pequeno, mas levado a sério - Teoria e Literatura Infantil

Um dos principais estudiosos dos livros dedicados a crianças, o britânico Peter Hunt - de quem chega ao País Crítica, Teoria e Literatura Infantil - fala [br]sobre o gênero e discute seu futuro na era da internet
28 de agosto de 2010 | 0h 00

Antonio Gonçalves Filho - O Estado de S.Paulo
Nos congressos de profissionais ligados ao livro para crianças, as sessões menos concorridas são as que apresentam conferencistas falando sobre teoria e crítica, diz o estudioso inglês Peter Hunt, de 65 anos, uma autoridade em literatura infanto-juvenil, cujo livro Crítica, Teoria e Literatura Infantil acaba de ser lançado no País pela Cosac Naify. Hunt, professor emérito da Universidade Cardiff, pai de quatro filhas, todas grandes leitoras incentivadas por ele, conta que escreveu a obra numa época em que um "maremoto de teorias" cobria as estantes das bibliotecas universitárias britânicas, isto é, no começo de 1990, sete anos antes do fenômeno Harry Potter, que não entraria na lista dos favoritos do professor - ele gosta mais de Rudyard Kipling, Quentin Blake e Arthur Ransome. Hunt, aliás, escreveu seu livro justamente para acabar com a crítica intuitiva e vaga de gente que considera a literatura infantil simples e inferior à destinada ao público adulto.

O professor também sempre desconfiou de pedagogos que lhe recomendavam não deixar os livros para criança cair nas mãos dos departamentos de literatura das universidades, assumindo uma injustificável posição anti-intelectual. Há algo errado com acadêmicos que não consideram a teoria da literatura infantil digna de nota, observa. Esse anti-intelectualismo, diz ele, ultrapassa a fronteira acadêmica para dominar até mesmo as associações e federações de livros para crianças, que influenciam as compras governamentais de obras destinadas a escolares, funcionando às vezes como censores - é histórico o caso da ilustradora alemã Rotraut Susanne Berner, que há três anos, por sugestão de seu editor americano, recusou retirar de seu livro infantil a figura de um homem nu, tendo a publicação suspensa. Num país como o Brasil, em que o governo compra um em cada três livros vendidos pelas editoras, pode-se imaginar as proporções do desastre comercial dessa interferência.

Cânone. Hunt não chegou a publicar seu cânone da literatura infantil, como o fez nos anos 1980 a Associação Americana de Literatura Infantil. Não que ele seja inútil, argumenta. Pode ajudar a bibliotecários sob pressão, mas um cânone é sempre restritivo. Impede justamente uma escolha mais criteriosa, sugerida por princípios teóricos básicos. Hunt quer ser o homem que sugere como funcionam os textos para criança e como entendê-los. Parece natural que, instigado a fornecer sua lista de autores básicos, Hunt cite Lewis Carroll, Tolkien ou Roald Dahl, mas também inclua Oscar Wilde e Virginia Woolf, autores associados automaticamente à literatura adulta, embora tenham escrito textos destinados a crianças.

"Algumas das opiniões expressas na primeira edição do livro mudaram, naturalmente, porém mantive o tom polêmico para confrontar ideias que estão muito solidificadas entre os universitários, público ao qual me dirijo", diz Hunt, para quem a literatura infantil é um laboratório para as teorias literárias. Ele compara, por exemplo, um nome clássico de séculos passados, Jane Austen, com a americana Judy Blume (de Desventuras De Um Irmão Mais Velho, publicado pela Salamandra em 2006), que já tratava de sexo em livros infantis nos anos 1970, concluindo que a segunda talvez tenha influenciado mais gente que a autora de Orgulho e Preconceito (1813). Hunt defende Blume, ainda que tenha lá suas restrições a respeito de outros escritores ousados e suas subversões temáticas - como a italiana Susanna Tamaro, que trata das observações de uma octogenária sobre repressão feminina em conversa com a neta no pouco convencional Vá Aonde o Seu Coração Mandar (Rocco, 2007).

Polêmica. A mesma editora de Hunt no Brasil, a Cosac Naify, publicou há três anos um livro infantil polêmico que abordava a homossexualidade, Meu Amigo Jim, da belga Kitty Crowther. A editora Isabel Lopes Coelho justifica a importância da publicação, sobre dois pássaros gays que se amam, uma gaivota (Jim) e um melro (Jack), que têm de enfrentar o bico torto de suas respectivas turmas: "Vamos atrás de temas pouco abordados justamente por não ver fronteira entre literatura para crianças e adultos." Hunt trata do assunto no terceiro capítulo de seu livro, afirmando que "nossas referências e intenções são decisivas" no processo de leitura. Quando os adultos leem livros para criança, observa, o fazem como se esses textos fossem escritos para gente grande. Um texto, defende, deve "implicar" um leitor. Um adulto lê Roald Dahl com o mesmo prazer de uma criança porque o "público implícito" é tanto adulto quanto infantil.

"Claro que não sabemos como uma criança lê, se ela o faz como uma experiência literária ou funcional, mas não vejo razão para que os livros de criança recebam menos atenção que uma obra de Shakespeare." Um olhar adulto nem sempre é perfeito para decretar o que vale ou não. Crianças, diz, diferem da norma e isso é o que faz a literatura infantil transgredir sempre. Mesmo não dispondo de instrumentos para analisar a linguagem dos livros, a fantasia da criança é maior, insubordinada.

Um clichê que ele vê finalmente excluído em nossa época, de autores transgressores como Kitty Crowter, é aquele que supõe ser o final feliz desejado pela criança. Ele não é garantia que a obra vá exercer alguma influência positiva sobre ela. "Claro, não acho uma boa ideia escrever sobre doenças terminais para o público infantil", responde, ao se referir a livros como Vovô Esqueceu Meu Nome, de Nancy Grünewald, sobre um ancião que sofre do mal de Alzheimer. "No entanto, como contar a uma criança sobre o trágico episódio da bomba atômica de Hiroshima?", pergunta. "Devemos ou não escrever sobre o assunto?" Hunt parece concordar com o acadêmico e terapeuta australiano Huch Crago, defensor da tese de que roteiro, personagem e tema não têm tanta importância quando se discute a experiência literária da criança, que não seria afetada por um final feliz ou escapista. Numa primeira fase de desenvolvimento, alerta Hunt, a criança de fato prefere uma história com desfecho e que a normalidade seja restabelecida. "Os clássicos seguem essa norma, particularmente os vitorianos", acrescenta. "Mas, em tempos de internet, quando a criança pode interferir nas histórias, controlar o que lê e até mudar um roteiro, a autoridade do autor não é mais a mesma."

Interação. Hunt é um entusiasta do célebre ensaio de Roland Barthes sobre a "morte do autor", em que o francês critica o método de leitura analítica baseado na identidade do escritor. Contra a tirania da interpretação baseada no contexto histórico e na biografia do autor, ele diz que as novas mídias eletrônicas não estão apenas alterando o modo como se conta uma história, mas a própria natureza da história. A internet pode não ter ainda encontrado seu equivalente do romance, contudo alterou drasticamente o modo de leitura das crianças - um tanto fragmentado, cubista, associativo. Antes, só havia a tradição oral e a linguagem escrita. Hoje existe a hipermídia, esse monstro híbrido que subverte a estrutura narrativa. A construção interativa, segundo ele, dá razão ao visionário Barthes: ela depende mais da impressão do leitor do que da intenção do escritor. Em seu livro, Hunt foge da crítica especulativa e da psicanálise do autor como o diabo da cruz.

Se o escritor britânico Roald Dahl (1916-1990), autor de A Fantástica Fábrica de Chocolate, faz tanto sucesso com crianças de todas a gerações é justamente porque o autor produziu obras que refletem o ponto de vista anárquico - ou moderadamente subversivo - de seus pequenos leitores. "Crianças pertencem à contracultura", define Hunt. Mas Roald Dahl e a citada Judy Blume não estariam impondo seus princípios pessoais a comunidades de leitores hostis a esses princípios? Aí entra Hunt citando As Viagens de Gulliver. Por que Jonathan Swift teria colocado Gulliver para conversar com o rei de Brobdingang, a terra dos gigantes, sobre um assunto tão incômodo como homens que nutrem opiniões polêmicas capazes de envenenar seus semelhantes?

"Não dá para ser simplista numa questão dessas, mas também não dá para aceitar a linguagem uniformizada que o mercado editorial pretende impor às crianças de hoje", critica, referindo-se aos simulacros de Harry Potter que inundam o mercado há mais de uma década. São os críticos, segundo ele, os culpados por criar um cenário intelectual propício à produção de textos imitadores da saga de Harry Potter escrita pela britânica J. K. Rowling. A escolha das crianças apenas segue a ideologia de quem escreve sobre literatura infantil. Nem mais, nem menos. Ontem foi Harry Potter. Hoje são vampiros assexuados.

Hunt desconfia que uma nova onda moralista, traduzida na revisão de clássicos, vire um tsunami, considerando as "adaptações" que editoras inglesas encomendam a autores de best sellers como Pedro Coelho, de Beatrix Potter (cuja versão original com os desenhos da autora foi lançada no Brasil pela editora Lótus do Saber). Ele lembra que a escritora, morta em 1943, chegou a ser procurada por um editor que lhe sugeriu reescrever seu livro com "palavras simples o bastante para uma criança entender". A réplica de Beatrix não foi muito educada. Ela, a exemplo de seus leitores, preferiu a anarquia de seus coelhos infernizando a vida de seu Gregório, o horticultor.

Fonte:http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100828/not_imp601563,0.php

Um grande paradoxo brasileiro

Artigo de Roberto Lent

"Por que então não eleger esta que começa como a Década da Educação e da Ciência?"

Roberto Lent é diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Conselho Deliberativo do Instituto Ciência Hoje. Artigo publicado em "O Globo":

É patente para todos os observadores independentes que o Brasil conseguiu infletir fortemente para cima, nos últimos anos, a modesta curva de crescimento da ciência e tecnologia que caracterizou o século passado.

No entanto, não foi isso que ocorreu na educação, área em que os indicadores estão estagnados ou sofreram modesta ascensão.

Esse grande paradoxo é simbolizado por dois indicadores internacionais: nosso país ocupa hoje o 13º lugar na produção de artigos científicos em todo o mundo, mas é o último no desempenho em ciências de jovens de 15 anos.

O paradoxo é tão grave que pode pôr em risco a sustentabilidade do nosso crescimento científico.

Como mantê-lo sem multiplicar o número de cientistas? E como multiplicá-los em uma população de jovens que não compreende minimamente os temas científicos? Como manter e o aporte financeiro à ciência e tecnologia no futuro, se a sociedade não compreender o valor que a ciência tem para o seu bem-estar e o seu progresso? Em qualquer atividade gestora, é preciso priorizar e adotar medidas estruturantes e potencializadoras.

Duas delas me parecem essenciais neste caso: a dedicação exclusiva do professor de ensino básico à sua escola, e o turno único para os alunos.

Como conseguir essa façanha? Primeiro, precisamos estar convencidos de que são esses os dois eixos fundamentais - porque repousam no fator humano, e não em laptops, salas de aula, livros e outros elementos materiais, importantíssimos, mas comparativamente fáceis de conseguir.

A façanha é exequível em uma década - por que então não eleger esta que começa como a Década da Educação e da Ciência? A dedicação exclusiva do professor à sua escola não depende apenas de legislação: depende de salário. E, por razões financeiras, não há como garantir um salário competitivo por meio dos municípios brasileiros, convençamo-nos disso! A proposta então é que o governo federal assuma essa tarefa: federalização da categoria dos professores do ensino básico, com o objetivo de elevar o seu salário aos níveis de um professor assistente das universidades públicas.

O turno único para os alunos, por outro lado, depende da duplicação da capacidade física da rede escolar em todo o país, combinando o aumento do número de escolas com a ampliação das existentes.

É razoável supor que a federalização dos salários desoneraria as finanças municipais em grande medida, e permitiria que os 20% previstos em lei fossem destinados à ampliação física da rede escolar.

Se esses dois eixos estruturantes forem adotados pelos nossos candidatos à Presidência da República, e aceitos pela sociedade, será fácil eleger o período 2011-2020 como a Década da Educação e da Ciência, e inaugurar um ciclo ideológico forte para a mobilização social, com um Esforço Nacional pela Educação e a Ciência.

A esses dois eixos se somariam todos os pequenos e valiosos programas e iniciativas que muitas instituições e pessoas realizam pelo Brasil afora com financiamento público e privado, tais como atividades de aprimoramento curricular, acesso à internet nas escolas, divulgação científica, bolsas para projetos docentes, e a infinidade de propostas que, cada dia mais, afloram à superfície.

Estamos em um momento histórico virtuoso, e precisamos mantê-lo.

Essa década é nossa: a década da Educação e da Ciência. E a obrigação é de todos nós: um esforço nacional pela Educação e a Ciência.
(O Globo, 27/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73103

Digitalizar la biblioteca personal, una nueva tendencia

En Japón, Fujitsu ha doblado las ventas de escáneres de doble hoja.- Comunidades en Internet explican cómo fabricar un escáner que no obligue a cortar las páginas del libro
TOMÀS DELCLÓS - Barcelona - 26/08/2010

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La salida de los libros electrónicos no supone únicamente la aparición de un nuevo mercado editorial. En Japón se está imponiendo el hábito de digitalizar la biblioteca doméstica. Esta práctica ya tiene nombre: jisui (cocinar tu propia comida) y está empujando tanto la venta de humildes cutters como la de escáneres de última generación que permiten digitalizar en un único proceso las dos páginas de una misma hoja. En junio, la empresa Macromill hizo una encuesta en Japón entre 300 propietarios de un iPad y encontró que el 20% habían digitalizado alguno de los libros que tenían en casa y un 30% estaba pensando en hacerlo. Esta conversión digital acostumbra a hacerse sobre libros gruesos y que carecen de versión electrónica.

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Esta tendencia ha influído en la venta de productos relacionados con ella. Fujitsu ha admitido que la venta de sus escáneres dúplex, de doble página, se doblaron en junio con respecto al mes anterior. Fujitsu, por ejemplo,tiene en el mercado escáneres de doble hoja que trabajan a una velocidad de 18 páginas por minuto. Amazon ha detectado un incremento similar que también afecta a cortadoras de papel. La red de tiendas japonesa Yodobashi Camera ha instalado en una de ellas un espacio para adiestrar a sus clientes sobre cómo digitalizar los libros caseros.

Según Mainichi Daily News, la empresa Jissen especializada en cortar libros tiene una demanda de mil a 1.500 títulos diarios. En el pasado, las peticiones procedían de clientes masculinos y para obras especializadas, ahora se ha incrementado la clientela femenina y para obras literarias. Algunas empresas ya ofrecen el servicio completo de digitalización amparándose en el derecho a la copia privada de una obra adquirida legalmente, aunque las compañías editoras consideran que comercializar este servicio va más allá del derecho reconocido a la copia privada.

El problema es que algunas soluciones para digitalizar los libros destroza el original en papel. Sin embargo, ya hay fórmulas para salvaguardar la integridad del original. Bookliberator, un caso, propone una urna en la que se desposita el libro con las hojas abierta en un ángulo de 90 grados. Una cámara recoge la imagen de las dos páginas visibles. El único inconveniente es que el cliente debe abrir la urna cada vez que desea pasar hoja. El Bookreader de Plustek es otra de las alternativas existentes. Su escáner ha recurrido a una tapa regulable en altura que no impide colocar el libro abierto porque el lomo es un problema.

No es de extrañar que sea un profesor japonés, Masatoshi Ishikawa, de la Universidad de Tokio, quien haya diseñado un artilugio para escanear un libro en apenas un minuto. Según Gizmodo, "la lente es capaz de captar 500 imágenes por segundo a una resolución de 1280×1024 píxeles, un segundo sistema proporciona iluminación suficiente como para captar las letras y los dibujos presentes en la página, al mismo tiempo un láser proyecta unas líneas que sirven para establecer cuáles serían los renglones-patrón que seguirían los párrafos y finalmente un ordenador reconstruye tridimensionalmente la página". El problema, por ahora, es la gran dimensión de la máquina. En Internet ya ha nacido una comunidad de personas que han creado sus propias soluciones para escanear libros sin maltratarlos.

Fonte:http://www.elpais.com/articulo/tecnologia/Digitalizar/biblioteca/personal/nueva/tendencia/elpeputec/20100826elpeputec_4/Tes

Software de criatividade cria rede social para inovadores

ICT Results - 26/08/2010


Novas ferramentas de colaboração e inovação estratégica desenvolvidas por pesquisadores europeus prometem ajudar a acelerar o surgimento de ideias criativas ao conectar as pessoas mais competentes para fazer o trabalho. [Imagem: ICT]


Garimpeiros de ideias

Como garimpeiros em busca de ouro, as empresas estão dispostas a ir até os confins da terra para encontrar ideias inovadoras. Mas, como os garimpeiros, muitas vezes elas envelhecem procurando.

Com toda a sua importância, a inovação continua sendo um processo fundamentalmente misterioso, muitas vezes resultando de inesperados momentos de "eureca".

A inovação é crucial para a competitividade e é ela que impulsiona as principais empresas do mundo, mas suas razões últimas - por que ou como ela acontece - são questões ainda respondidas por opiniões pessoais, sem grande fundamentação.

Alguns especialistas apontam para locais de trabalho criativos, enquanto outros citam os esquemas de incentivo. Outros destacam o recrutamento como responsável por capturar os melhores e os mais brilhantes talentos, enquanto outra facção afirma que se deve promover a inspiração no ambiente de trabalho.

A única coisa que todos eles parecem ter em comum é que todos gostariam de descobrir um processo simples para encontrar seu ouro de forma confiável - e para encontrá-lo muitas vezes.

Automação da inovação

Enquanto isso, todos os outros setores do mundo empresarial, do orçamento à circulação de memorandos, têm as suas próprias ferramentas de software - e a inovação continua tendo que se contentar com lápis e guardanapos como suporte principal.

Há um certo ar de romantismo em tudo isso, mas a vida corporativa é focada em resultados. E resultados não podem depender muito de inspiração.

Entra em cena o projeto europeu Laboranova, que acaba de apresentar uma plataforma que fornece ferramentas para ajudar as empresas a gerar ideias, e a promover uma comunidade e uma cultura da inovação internas.

"Logo no início da pesquisa nós percebemos que uma única plataforma nunca poderia apoiar adequadamente todas as vias possíveis de inovação," conta Darren Morrant, gerente do projeto. "Na verdade, o próprio projeto tornou-se uma espécie de laboratório para o processo de inovação. Nós testamos diferentes formatos e abordagens para gerar ideias para criar novas ferramentas de apoio à inovação, e o que descobrimos foi surpreendente."

Para resumir os achados, não há um processo de inovação, há muitas rotas possíveis no caótico front da inovação.

O objetivo deve ser ajudar as pessoas a ter ideias e, em seguida, apoiá-las de todas as formas possíveis para que elas possam desenvolver suas ideias. "Descobrimos que diferentes abordagens servem a diferentes necessidades, diferentes empresas e diferentes situações," diz Morrant.

Suíte Inovação

Assim, em vez de construir uma plataforma para a inovação, o projeto Laboranova optou por desenvolver um conjunto de ferramentas de inovação que poderão funcionar em conjunto ou isoladamente. "Desta forma, as pessoas podem escolher as ferramentas mais úteis para o que quer que estejam tentando fazer," salienta o pesquisador.

Depois que o Laboranova desenvolveu uma atitude flexível para a geração e desenvolvimento de ideias, elas começaram a surgir o tempo todo. No final, a equipe criou mais de 18 conceitos e desenvolveu 10 ferramentas essenciais.

"Alguns conceitos nunca passaram da fase de ideia, alguns foram pouco desenvolvidos, mas, conforme o tempo passava e víamos o que poderíamos fazer e qual o impacto cada ideia poderia ter, selecionamos 10 programas essenciais que poderão responder às cinco fases de inovação que identificamos," conta Morrant.

Fases da inovação

As grandes fases da inovação identificadas pelos pesquisadores foram:

jogos de inovação, que promovem o pensamento criativo;
ferramentas para a apresentação de ideias em diferentes mídias;
ferramentas de suporte para os programas essenciais, como
mash-ups, que podem combinar diferentes programas centrais em uma única interface;
ferramentas de avaliação e
ferramentas para a criação de comunidades de compartilhamento e colaboração.
O RefQuest, por exemplo, é um jogo de inovação. O engine usa objetos de jogo, assim o software pode ser adaptado a qualquer aspecto de um negócio - os jogadores podem escolher entre desenvolver um processo ou um novo produto.

O jogo introduz a "geração disruptiva de ideias" usando criatividade aplicada, como pensamento lateral e outras técnicas.


O projeto europeu Laboranova criou uma plataforma que fornece ferramentas para ajudar as empresas a gerar ideias e promover uma comunidade e uma cultura da inovação internas. [Imagem: Laboranova]
Assim que as ideias são geradas, elas precisam ser representadas ou catalogadas de alguma forma. Duas ferramentas permitem isso, o InnoTube e o Melodie.

O InnoTube é um YouTube para os negócios, onde os usuários podem fazer upload de conteúdo que outras pessoas poderão ver e comentar. Esta ferramenta já está sendo usada pela Lucent, que era parceira do projeto, em sua universidade corporativa.

Bolsa de valores de boas ideias

O programa Melodie, por outro lado, cria mapas visuais de um conjunto de ideias, como um MindMap. Os usuários podem comentar ou ampliar as ideias, e ideias similares são agrupadas. Ele fornece um leiaute visual instantâneo de múltiplas soluções para resolver um problema particular.

A avaliação é a fase seguinte do processo de inovação.

Para isso, o Laboranova desenvolveu um programa chamado Idem. Ele contém um elemento de geração de ideias que podem ser importadas pelas outras ferramentas. A sua maior força, no entanto, reside no seu papel como uma bolsa de valores de boas ideias. Ele também incorpora comentários feitos pelos usuários, avaliações e agregação das preferências dos usuários para apoiar a seleção das melhores ideias.

Segundo os pesquisadores, o Idem é uma forma poderosa de liberar a sabedoria das multidões, uma teoria que demonstra que um grande número de não-especialistas, ou mesmo o público em geral, muitas vezes faz escolhas melhores do que especialistas individuais.

Comunidade de inovação

A quarta fase se concentra no desenvolvimento de uma comunidade de inovação, através de ferramentas como o GreatLinks.

"O GreatLinks foi uma surpresa completa para mim," revela Morrant. "É simplesmente uma ferramenta muito útil".

Ele libera o potencial do bookmarking social e o coloca a serviço da empresa. O bookmarking social permite que as pessoas compartilhem seus links favoritos, e funciona como um sistema de avaliação, com toda a internet recrutada para ajudar.

A fase final do processo de inovação do Laboranova é o suporte para várias ferramentas. Os mash-ups, por exemplo, podem combinar as diferentes ferramentas-chave em uma interface unificada, para que os usuários possam ver todos os elementos em um único relance. Desta forma, as empresas podem selecionar o conjunto de ferramentas que melhor se adapta à sua cultura e às suas necessidades.

Software para inovação

No todo, é um conjunto de ferramentas impressionante, e a reação dos usuários foi muito positiva quando elas foram testadas em empresas como Fiat, Lucent e L'Oreal.

Agora os pesquisadores querem começar a comercializar algumas partes do trabalho, enquanto parceiros do projeto estão se propondo a incluir novas funcionalidades em ferramentas específicas.

O resultado é que o processo de inovação finalmente dispõe de um software dedicado a ajudar as empresas a encontrar seu ouro, e a encontrá-lo mais frequentemente.

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=programa-criatividade-rede-social-inovadores&id=010150100826&ebol=sim

Dutos de ar-condicionado viram canais de comunicação wireless

Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/08/2010


As etiquetas RFID podem ser equipadas com sensores, compondo um conjunto que coleta as informações - como a temperatura, a umidade, a presença de fumaça etc. - e as transmite para um leitor.[Imagem: 3M]


Tecnologias de monitoramento sem fio - com usos que vão desde aplicações voltadas para a saúde e a segurança até os mais óbvios controles de temperatura e umidade do ambiente - podem ser implementadas de forma simples e eficiente usando os dutos de ar-condicionado e ventilação dos edifícios.

A descoberta deverá proporcionar economia de recursos e de tempo para os construtores e para os gestores dos edifícios, já que a tecnologia pode ser implementada em edifícios novos ou já construídos, sem a necessidade de instalação de redes físicas para os sensores.

Sensores RFID

A base da técnica agora desenvolvida são as etiquetas RFID, minúsculos transmissores/receptores de rádio que operam sem baterias, alimentados pela energia transmitida pela antena dos leitores.

As etiquetas RFID podem ser equipadas com sensores, compondo um conjunto que coleta as informações - como a temperatura, a umidade, a presença de fumaça etc. - e as transmite para um leitor.

Os sistemas RFID utilizam leitores centralizados para coletar os dados de um grande número de etiquetas que estejam ao seu alcance. O leitor eletrônico transmite uma onda de rádio com uma frequência específica. Quando uma etiqueta RFID programada para aquela frequência detecta a transmissão, ela absorve energia dessa transmissão, ativa seus circuitos, transmite os dados que coletou e desliga-se novamente, aguardando o próximo chamado do leitor.

Quando instaladas em espaços abertos, as etiquetas RFID de alta frequência (UHF) normalmente precisam estar a uma distância de 5 a 10 metros do leitor, a fim de receberem energia suficiente para responder a uma transmissão.

No entanto, os pesquisadores da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, descobriram que se as etiquetas forem instaladas dentro dos dutos de ar-condicionado, elas cobrem facilmente a área típica de um andar de um edifício comercial - um leitor instalado centralmente pode receber dados de etiquetas localizadas a mais de 30 metros em qualquer direção.

Dutos para ondas de rádio

Os dutos de ar-condicionado e ventilação são excelentes canais para as transmissões de rádio porque consistem tipicamente de tubos metálicos ocos. Esses funcionam como guias para as ondas de rádio, evitando sua dispersão e ajudando a manter um sinal forte a uma distância maior.

Além do monitoramento do ambiente dos edifícios, a tecnologia pode ter aplicações importantes para a saúde e para o monitoramento de segurança. "Ela pode funcionar com qualquer coisa para a qual você crie um sensor eletrônico," diz o Dr. Dan Stancil, coautor do trabalho.

A pesquisa está avaliando o funcionamento dos sensores RFID em detectores de fumaça, monitores de monóxido de carbono e sensores que podem detectar substâncias químicas, biológicas e radiológicas.

Retrofitting

"Como você pode instalar [a tecnologia] em infraestruturas já existentes, acho que ela é economicamente viável imediatamente," diz Stancil. "Evitar o trabalho envolvido com a instalação dos sensores tradicionais e com a fiação que eles exigem vai mais do que compensar o custo das etiquetas RFID e dos leitores."

A possibilidade de retrofitting - atualização tecnológica - dos edifícios já construídos deverá transformar a técnica em uma ferramenta importante no arsenal disponível para a criação de edifícios inteligentes - incluindo principalmente a atualização dos edifícios que nasceram burros.

Bibliografia:

Long Range Passive UHF RFID System Using HVAC Ducts
Pavel V. Nikitin, Darmindra D. Arumugam, Matthew J. Chabalko, Benjamin E. Henty, Daniel D. Stancil
Proceedings of the IEEE
September 2010

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=dutos-ar-condicionado-comunicacao-wireless&id=010170100827&ebol=sim

"Água em pó" pode ser a salvação do meio ambiente

Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/08/2010


Cada partícula da água em pó contém uma gota de água cercada por sílica modificada, que impede que as gotas de água se combinem e voltem a formar um líquido. [Imagem: Ben Carter]


É uma substância absolutamente incomum, mas com potencial para ser quase tão útil quanto sua irmã mais molhada.

A água em pó, ou "água seca", poderá ser usada para absorver e armazenar o dióxido de carbono (CO2), o gás de efeito estufa que contribui para o aquecimento global.

Usos da água em pó

Mas o pó brilhante, parecido com açúcar, parece promissor para uma série de outros usos. Por exemplo, na química verde, como um componente mais ambientalmente amigável para acelerar as reações químicas utilizadas para fabricar inúmeros produtos.

A técnica de fabricação da água em pó também poderá ser empregada para acondicionar e transportar líquidos industriais perigosos, que poluem o meio ambiente e causam grandes transtornos quando acontecem acidentes com vagões e caminhões que os transportam.

"Não há nada parecido como ela," disse Ben Carter, da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, ao apresentar a água em pó durante a reunião da Sociedade Norte-Americana de Química. "Mas temos esperanças de ver a água seca fazendo grandes ondas no futuro."

O que é água seca

Carter explicou que a substância ficou conhecida como água seca porque ela consiste em 95 por cento de água e, ainda assim, é um pó seco.

Cada partícula do pó contém uma gota de água cercada por sílica modificada - a sílica, ou óxido de silício, é o principal componente da areia de praia. O revestimento de sílica impede que as gotas de água se combinem e voltem a formar um líquido.

O resultado é um pó fino, com propriedades que o tornam capaz de absorver grandes quantidades de gases, que se combinam quimicamente com as moléculas de água para formar o que os químicos chamam de hidrato.

Estranha quanto possa parecer, a água seca, ou água em pó, não é algo novo. Ela foi criada em laboratório em 1968, mas a dificuldade de fabricação manteve-a restrita a uma curiosidade científica. Em 2006, cientistas da Universidade de Hull, também no Reino Unido, resolveram estudar sua estrutura.

A partir de então, o grupo do professor Andrew Cooper, do qual Carter faz parte, tem-se dedicado a aprimorar as técnicas de fabricação da água seca e encontrar usos industriais para ela.

Metano e química verde

Um dos usos mais promissores envolve o uso da água seca como um material de armazenamento de gases, incluindo o dióxido de carbono. Em escala de laboratório, os pesquisadores descobriram que a água seca absorve mais de três vezes mais dióxido de carbono do que a água comum com sílica.

Esta capacidade de absorver grandes quantidades de dióxido de carbono na forma de um hidrato pode tornar o pó de água útil para ajudar a reduzir o aquecimento global, sugerem os cientistas.

A água seca também é útil para o armazenamento de metano, um componente do gás natural, o que ajudar a expandir a sua utilização como fonte de energia no futuro. Os cientistas acenam com a possibilidade de usar o pó para coletar e transportar gás natural de depósitos economicamente inviáveis.

Esse hidrato de metano existe de forma natural no fundo do oceano, sob uma forma de metano congelado mais conhecida como "gelo que queima".

A água em pó também pode fornecer uma maneira mais segura e mais conveniente para armazenar o metano para seu uso como combustível em automóveis.

Com interesse para a indústria química, os cientistas demonstraram que a água seca é um meio promissor para acelerar reações catalisadas entre o hidrogênio e o ácido maleico para produzir ácido succínico, uma matéria-prima usada na fabricação de medicamentos, alimentos e outros bens de consumo.

Os cientistas agora estão procurando parceiros comerciais e acadêmicos para desenvolver a tecnologia da água seca e, finalmente, fazê-la chegar ao mercado.

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=agua-em-po-agua-seca&id=010160100826&ebol=sim

O futuro está lá fora?

A pedido do "Correio Braziliense", especialistas discutem a importância de a humanidade colonizar outros planetas, como deseja o físico britânico Stephen Hawking. Desenvolver a tecnologia necessária é o maior desafio para uma empreitada dessa magnitude

Uma espaçonave chega a Marte levando pessoas de vários países do mundo, prontas para habitar o Planeta Vermelho. Essa cena, que poderia ter saído das páginas de um livro de ficção científica, já é encarada como algo não só possível, mas necessário.

A ideia de colonizar o espaço é cada vez mais discutida pelos cientistas. Na semana passada, o astrofísico britânico Stephen Hawking causou polêmica ao afirmar que a humanidade terá de começar a procurar outros recursos nos próximos 200 anos se não quiser desaparecer do Universo.

"A humanidade não deveria apostar apenas no planeta (Terra). Se somos os únicos seres inteligentes da galáxia, temos de garantir nossa sobrevivência", declarou o cientista em entrevista ao site Big Think. "Penso que o futuro a longo prazo da raça humana está no espaço. Será difícil evitar uma catástrofe no planeta nos próximos 100 anos, sem falar dos próximos mil ou milhões de anos", completou.

Para o autor de Uma Breve História do Tempo, um dos maiores best-sellers da literatura científica, as agências especiais deveriam começar a investir em voos com tripulação em direção ao espaço e em pesquisas de como os homens poderiam viver em outro planeta.

O Correio conversou com outros especialistas para saber se o futuro dos homens e mulheres está mesmo fora da Terra. Para Eric Hunting, diretor do The Millenial Project, uma organização que investiga a colonização do espaço, a ciência precisa avançar suas pesquisas em direção à possibilidade levantada por Hawking.

"Os recursos da Terra são limitados, isso é um fato. Vamos sim precisar nos expandir para outros planetas. Mas a colonização do espaço não é uma coisa que vai acontecer em um período curto de tempo. Nós não temos a tecnologia para isso. É um trabalho em conjunto que vai ultrapassar gerações, mas que precisa ser iniciado agora", defende o especialista.

Parte da comunidade científica, no entanto, acredita em outras saídas. O presidente da Royal Society, uma das sociedades científicas mais conceituadas do mundo, Sir Martin Rees, afirma que uma exploração espacial com humanos não é necessária.

O astrônomo português do departamento educacional do European Southern Observator, Pedro Russo, concorda. "Com os avanços da robótica e com a nanotecnologia, não há necessidade de correr riscos desnecessários e enviar humanos para o espaço. Neste momento, no Reino Unido, ciências como a astronomia ou as ciências espaciais devem sofrer uma forte reestruturação em vários níveis, incluindo cortes de orçamento e redistribuição de fundos, o que cria algum nervosismo na comunidade. Acredito que essas declarações (de Stephen Hawking) sejam o reflexo desse nervosismo", afirma Russo.

Conhecimento

Ainda que existam planos, a tentativa de colonizar outros planetas está longe de ocorrer, exigindo no mínimo um ou dois séculos de muito estudo e desenvolvimento. Seria preciso investir em uma tecnologia suficiente e eficiente para habitar lugares muito distantes e diferentes da Terra.

"Acredito que a colonização espacial pode ser uma consequência da exploração espacial, mas os nossos conhecimentos e a nossa capacidade tecnológica não nos permitem muito mais do que apenas sonhar", comenta Orfeu Bertolami, professor do departamento de física do Instituto Superior Técnico e do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear em Portugal.

O grande desafio da colonização espacial será desenvolver a tecnologia para explorar outros planetas. "Na minha opinião, que é compartilhada por muitos colegas, há ainda demasiadas questões científicas e tecnológicas por responder. Serão necessárias várias décadas até que o conhecimento científico e tecnológico atinja a maturidade necessária para podermos responder concretamente aos desafios exigidos e para enviar missões tripuladas a outros planetas", afirma o professor.

De acordo com ele, quatro questões fundamentais precisam ser resolvidas para que a exploração humana de outros planetas possam acontecer. Para começar, será preciso descobrir métodos de propulsão no espaço para encurtar as distâncias. O segundo passo será encontrar uma maneira de fazer a manutenção sustentável de ecossistemas.

Além disso, os cientistas precisarão encontrar maneiras de amenizar os efeitos fisiológicos e metabólicos causados pela ausência da gravidade da Terra nos humanos, plantas e animais e estudar qual é o impacto que longos períodos de confinamento no espaço têm na psique humana.

Para Eric Hunting, a habitação e a adaptação da raça humana em um ambiente muito diferente da Terra são problemas cruciais para uma possível colonização.

"Nós temos pouca tecnologia ou pesquisa disponível sobre uma estrutura permanente de moradia para o espaço porque as agências espaciais não colocam seus esforços para desenvolver esse tema, pois o consideram uma realidade muito distante. Outro ponto importante é descobrir como o corpo vai reagir às condições de baixa gravidade. Nós desenvolvemos alguns esquemas que podem diminuir os efeitos físicos do espaço, mas não existe uma solução definitiva, o que impõe limites em relação ao tempo que as pessoas podem ficar no espaço e mesmo ter a capacidade de reproduzirem lá", aponta o cientista.

Destinos

Marte e a Lua são os destinos mais visados para uma futura missão tripulada. A distância menor e o conhecimento prévio sobre o ambiente de cada um os colocam no topo da lista de lugares prováveis para a instalação de colônias fora da Terra.

"Acredito que temos a responsabilidade de lançar as bases da investigação necessária para se alcançar os objetivos mais imediatos da exploração espacial, tais como voltar à Lua e chegar a Marte, ainda que esses objetivos se perspectivem de forma concreta numa escala de várias décadas", afirma Bertolami.

Na opinião de Hunting, a Lua pode ser a melhor opção porque, além da possibilidade de telecomunicação, a viagem e o transporte de equipamentos seriam mais baratos. "A forma mais prática de criar estruturas no espaço é não precisar mandar humanos até lá. Poderíamos enviar robôs que produziriam a infraestrutura inicial a um preço mais reduzido e com maior segurança. Mandar pessoas para o espaço custa muito mais do que mandar máquinas", afirma o especialista americano.

Para Bertolami, ainda há muito o que descobrir por meio da exploração espacial realizada com sondas não tripuladas e missões científicas. Antes mesmo de pensar em expandir o território, o homem deve pensar em estratégias para a Terra.

"É fundamental compreendermos que a exploração e a eventual colonização do espaço não são soluções para os problemas que hoje enfrentamos no nosso planeta. Será possível, sim, reverter, ou talvez mais realisticamente, amenizar os efeitos nocivos da ação humana no ambiente, nos ecossistemas e no uso das reservas das matérias-primas que são vitais para a nossa sobrevivência", analisa o cientista.
(Tatiana Sabadini)
(Correio Braziliense, 24/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73028

Desiguais demais

Estudo compara índices de desempenho da educação básica em todos os estados nos anos de 2005 e 2009 e mostra que, em metade, aumentou a discrepância entre melhores e piores

Como avaliar a educação do meu estado, da minha cidade, da minha escola? Atualmente, é possível olhar para diversas realidades sob o ângulo de números e pesquisas, que tratam de analisar e ranquear a vida cotidiana. Em se tratando de educação, entre os dados mais utilizados para a realização de avaliações está o Índice de Desempenho da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação (MEC).

O movimento Todos Pela Educação, com base nas informações do último índice - divulgado em julho -, apresentou estudo com a intenção de aumentar o alcance de avaliação do Ideb. Enquanto o indicador do MEC forneceu o número do índice (que representa a qualidade da educação) de cada estado, entre outros dados, o movimento apresentou de que forma esse índice é composto.

Em alguns estados, ele é feito de uma maior igualdade do ensino oferecido nas escolas. Em outros, representa a média de escolas com uma qualidade muito diferente entre si.

Ao comparar a desigualdade na educação das séries finais (5ª a 8ª) do ensino fundamental, oferecido pelas redes estaduais em 2005 e 2009, o estudo observou o aumento da discrepância do ensino entre as escolas de 14 estados.

Enquanto representantes de entidades criticam tantos números que expliquem de forma exata a educação, e até a avaliação de desempenho por provas aplicadas em todo o país, o presidente executivo do movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves Ramos, defende que o novo estudo fornece mais condições para uma avaliação concreta da qualidade da educação distribuída pelos estados.

"Não podemos dar oportunidade e futuros diferentes para alunos de uma mesma rede de ensino. Ou seja, não se pode criar um 'apartheid educacional'. Por isso, esses dados são uma invocação para que o gestor trabalhe a questão da desigualdade entre escolas, para que enxergue essas diferentes realidades", afirma.

De acordo com o estudo, o estado no qual a educação dos anos finais do ensino fundamental se tornou mais equilibrado, na comparação entre 2009 e 2005, foi Mato Grosso, seguido de Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. Já onde a mesma faixa educacional das redes estaduais ficou mais desigual estão - nessa ordem - Amapá, Alagoas, Tocantins, Paraíba e Rio de Janeiro.

Formação

A secretária de Educação de Mato Grosso, Rosa Neide Sandes de Almeida, acredita que a equidade na educação do estado se deve a uma política central, aplicada em todo o território do estado. Rosa explica que Mato Grosso foi dividido, para a política educacional, em 15 regionais que atendem os respectivos municípios da sua área de abrangência. Em cada regional, existe um centro de formação de professores composto por especialistas de diversas áreas.

"Há três anos, a Secretaria vem trabalhando com afinco nesse projeto. O primeiro passo para que ele dê certo é uma visita a todas as escolas estaduais. A partir dessa visita, identificamos fragilidades e damos início a essa correção por meio da formação continuada de professores e acompanhamento individualizado de estudantes", resume.

No Distrito Federal, o aumento do equilíbrio oferecido nas escolas públicas é atribuído à formação dos professores. É o que defende o secretário Marcelo Aguiar: "Não há um atendimento diferenciado às escolas. Eu avalio que esse tipo de resultado vem em função da igualdade que existe entre os professores do ponto de vista de formação, de informação. O DF é uma unidade com alto percentual de professores com mestrado, com doutorado, e isso reflete no processo de aprendizagem".

O secretário cita, além da formação, a existência de programas como o Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf), que oferece autonomia gerencial às escolas. Aguiar afirma que, apesar de o apoio a escolas específicas acontecer após o pedido particular das escolas, a Secretaria planeja um "programa de atenção especial" às escolas que obtiveram os menores índices do Ideb de 2009.

Gestão e projeto, o segredo

A divergência entre as escolas de uma mesma rede estadual é atribuída a três fatores pelo movimento Todos Pela Educação: gestão, projeto pedagógico e fatores externos.

Para o presidente executivo da organização, Mozart Neves Ramos, uma direção participativa pode definir os rumos de uma escola: "É preciso não apenas que os diretores sejam eleitos. Eles precisam estar preparados para lidar com assuntos como contabilidade, tecnologia da informação, liderança", defende.

Outro fator, o projeto político-pedagógico, também é considerado um diferencial para o aumento da qualidade. "O projeto deve oferecer atividades de contraturno, de pesquisa e extensão. Uma boa ideia é a criação de fóruns de apresentação de boas práticas pedagógicas entre as escolas", defende.

Já o terceiro fator também é considerado diferencial, na avaliação do movimento: "É provável que duas escolas de uma mesma rede, mas localizadas em bairros com diferentes níveis de violência, por exemplo, tenham um resultado diferente na qualidade da educação".

O presidente do Conselho Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão, defende que o principal responsável pela equidade na educação dos estados são as secretarias de educação.

"Se ficarmos dizendo que o problema é de gestão dentro da escola, começamos a pensar que o investimento em educação é suficiente. Mas deve-se investir mais do que os atuais 4,6% do PIB. Além disso, são as secretarias de educação que deixam essas diferenças existirem. Muitas vezes, atendem algumas escolas e não outras, tanto em relação à infraestrutura, quanto em relação à apoio pedagógico", afirma.
(Larissa Leite)
(Correio Braziliense, 24/8)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73019