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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Sonho dos alquimistas é realizado com zinco




Os alquimistas tentaram por séculos transformar chumbo em ouro. Manipular um elemento até transformá-lo em outro logo tornou-se uma estória pitoresca. Menos crédulos, muitos físicos acreditam, entretanto, que seja possível ajustar as propriedades de um material, fazendo-o comportar-se como se fosse outro.

Alquimia do zinco

Foi justamente isso o que conseguiram agora pesquisadores do Laboratório Ames, nos Estados Unidos. Deixando de lado os elementos puros, como chumbo e ouro, os cientistas descobriram uma nova família de compostos de zinco que podem ser "tunados", manipulados e configurados até adquirir as propriedades físicas e o comportamento de outros materiais.

No experimento, o zinco assumiu algumas características específicas de vários outros metais, incluindo o cobre e elementos mais exóticos, como o paládio. Mas foi possível ir mais longe, duplicando comportamentos magnéticos e eletrônicos de compostos que se tornam até mesmo supercondutores.

A versatilidade da nova família de compostos de zinco torna-a ideal para utilização na pesquisa básica de fundamentos da ciência até hoje pouco compreendidos pelos cientistas, como a origem do magnetismo.

Tal como no sonho dos alquimistas, a técnica parte de um material extremamente barato, gerando compostos que simulam outros muito mais caros.

Terras raras

O composto de zinco é uma liga composta por zinco, um metal de transição e um elemento da família conhecida como terras raras. Daí sua fórmula genérica RT2Zn20, onde o R representa as terras raras e o T o metal de transição. O cristal da foto é o YFE2Zn20 - ítrio, ferro e zinco.

Ou seja, 85% do novo material é zinco. A variação dos outros dois elementos é o que dá aos cientistas a flexibilidade para criar elementos com propriedades inteiramente ajustáveis.

"Nós podemos fazer compostos com mais de 10 metais de transição e para cada um deles nós podemos incluir entre sete e 14 terras raras," explica Paul Canfield. "Então temos entre 70 e 140 compostos."

O YFE2Zn20, por exemplo, é mais ferromagnético do que o paládio, um metal muito utilizado em pesquisas que procuram entender melhor o magnetismo.

O que é magnetismo

Metais como ferro, cobalto e níquel tornam ferromagnéticos a temperaturas muito altas, o que torna difícil estudá-los em detalhes. O paládio está um passo antes. Com isto, os cientistas têm algo como que uma foto do "antes de se tornar magnético" e uma foto do "já magnético". Falta a foto do meio.

Só que o paládio é um elemento puro, tendo propriedades muito estáveis e difíceis de se ajustar. O novo composto RT2Zn20 é um pouco mais magnético, o que já dá uma foto intermediária.

Como os cientistas conseguem ajustá-lo, agora eles esperam conseguir fazer um verdadeiro filme da transformação de um material não magnético em um material magnético. Aí então, quem sabe a ciência poderá dar o salto, da atual compreensão de "como funciona o magnetismo", para um perfeito entendimento de "o que é o magnetismo."

Bibliografia:

Nearly ferromagnetic Fermi-liquid behaviour in YFe2Zn20 and the associated high-temperature ferromagnetism of GdFe2Zn20
S. Jia, S. L. Bud ko, G. D. Samolyuk, P. C. Canfield
Nature Physics
25 March 2007
DOI: 10.1038/nphys568

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=010160070420&id=010160070420

Químicos disfarçam hélio de hidrogênio para testar teoria quântica

Em um verdadeiro feito de alquimia dos tempos modernos, cientistas forçaram átomos de hidrogênio a aceitar um átomo de hélio como se fosse um deles e até mesmo a reagir com ele.




Átomo híbrido

O "átomo híbrido" se faz passar por hidrogênio e se comporta quimicamente como hidrogênio, mas tem quatro vezes a massa do hidrogênio normal, autêntico.

Isso vai permitir que os cientistas verifiquem experimentalmente como a massa atômica afeta as reações químicas entre os elementos - algo que a teoria diz que pode ser calculado com as equações da mecânica quântica.

Um átomo de hélio consiste de um núcleo, contendo dois prótons positivamente carregados e dois nêutrons, rodeado por dois elétrons, com carga negativa.

Um átomo de hidrogênio tem apenas um próton e um elétron.

Donald Fleming e seus colegas da Universidade de British Columbia, no Canadá, conseguiram substituir um dos elétrons do átomo de hélio com um múon, uma partícula que é muito mais pesada do que um elétron.

Hidrogênio superpesado

Por ser muito mais pesado, o múon fica 200 vezes mais perto do núcleo de hélio do que o elétron que ele substituiu, efetivamente anulando a carga positiva de um dos prótons presentes no núcleo do átomo.

O elétron restante, desta forma, se comporta como se estivesse orbitando um núcleo com apenas um próton, assim como o elétron de um átomo de hidrogênio.

Mas a diferença é substancial: esse núcleo é 4,1 vezes mais pesado do que o normal.

Fleming e seus colegas usaram este "hidrogênio superpesado" para testar os efeitos da massa sobre as taxas com que ocorrem as reações químicas.

Um átomo de hidrogênio individual pode formar uma nova molécula de hidrogênio roubando um dos dois átomos de uma molécula de hidrogênio que já exista.

Mas, para que isso aconteça, deve haver energia suficiente para quebrar a ligação que mantém coesa a molécula já existente, certo?

Não exatamente. Ou, pelo menos, nem sempre.

Tunelamento quântico

Segundo a mecânica quântica, nem sempre é necessário passar por cima dessa barreira de energia: em vez disso, as partículas podem simplesmente "tunelar" através dela.

É aí que o "falso hidrogênio" se torna interessante: a mecânica quântica também diz que, quanto mais pesadas forem as partículas, mais difícil será para tunelar através delas - assim, a reação de troca de pares entre o átomo de hidrogênio solteiro e o par molecular deveria ocorre com muito menos frequência.

E o que poderia ser melhor para testar a mecânica quântica do que a reação de troca do hidrogênio - esta é, a rigor, a reação química mais simples que existe.

Para fazer isso, contudo, os cientistas precisavam de um terceiro hidrogênio, um hidrogênio ultraleve.

Eles conseguiram um substituindo um próton em um átomo de hidrogênio por um antimúon, o equivalente de antimatéria do múon - o átomo resultante chama-se muônio.

Então, foi "só" fazer os experimentos e comparar os resultados.

Ponto para a mecânica quântica

Os resultados mostraram que a incidência de reações com o hélio disfarçado foi a mais baixa, seguida do hidrogênio normal e, por último, do hidrogênio leve.

As taxas de reação bateram perfeitamente com as previsões teóricas feitas a partir dos cálculos da mecânica quântica.

O mais interessante é que isso era absolutamente inesperado.

Ocorre que a mecânica quântica não tem a pretensão de descrever as reações com tal precisão. Em um mundo de incertezas bizarras, os cálculos quânticos usam uma simplificação, chamada aproximação de Born-Oppenheimer, que supõe que os elétrons adaptam suas trajetórias instantaneamente em resposta a qualquer movimento do núcleo.

Isso é geralmente verdadeiro para os elétrons, que são quase 2.000 vezes mais leves do que os prótons. Mas não necessariamente tal comportamento seria esperado para os múons.

Ou seja, a teoria parece ter-se saído bem melhor do que os próprios cientistas esperavam.

Assim, a forma como qualquer sistema físico se altera ao longo do tempo pode, em teoria, ser prevista a partir dos estados quânticos de suas partículas individuais.

A maioria das reações químicas envolve partículas demais para que seja prático ficar fazendo esses cálculos - mas os cientistas agora sabem que, se houver poder de processamento suficiente e dificuldade de realizar a reação na prática, os cálculos vão dar resultados precisos.

Sonho dos alquimistas é realizado com zinco
Bibliografia:

Kinetic Isotope Effects for the Reactions of Muonic Helium and Muonium with H2
Donald G. Fleming, Donald J. Arseneau, Oleksandr Sukhorukov, Jess H. Brewer, Steven L. Mielke, George C. Schatz, Bruce C. Garrett, Kirk A. Peterson, Donald G. Truhlar
Science
28 January 2011
Vol.: 331 no. 6016 pp. 448-450
DOI: 10.1126/science.1199421

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=helio-disfarcado-hidrogenio-testar-teoria-quantica&id=010160110204&ebol=sim

Telas sensíveis ao toque são feitas com PET e nanotubos

As telas sensíveis ao toque, sobretudo aos multitoques, são a sensação dos aparelhos eletrônicos mais modernos.




Mas elas estão lutando contra o relógio: estima-se que o material usado em sua fabricação, que responde pela sigla ITO, não consiga atender a demanda por mais do que 10 anos.

O drama da tecnologia ITO
ITO é a sigla de Indium Tin Oxide, ou óxido de estanho dopado com índio. É com esse material que são feitos os contatos que permitem detectar a posição dos dedos - contatos esses que devem ser transparentes para não impedirem que a imagem passe.

As alternativas, contudo, começam a surgir, e a mais recente será apresentada pelo instituto alemão Fraunhofer na Feira de Nanotecnologia 2011, que se realizará em Tóquio de 16 a 18 de Fevereiro.

Substituto do ITO

O ITO é nada menos do que ideal para uso em telas sensíveis ao toque porque tem excelente condução elétrica, é leve e não interfere com as cores que devem atravessá-lo.

Os pesquisadores do Fraunhofer afirmam ter conseguido atingir níveis similares nessas características usando nanotubos de carbono e polímeros de baixo custo.

Os eletrodos são fabricados na forma de uma folha composta de duas camadas. Uma delas serve de suporte e é feita com o conhecido PET (polietilentereftalato) usado para fazer garrafas plásticas.

Em seguida, uma solução de nanotubos de carbono e polímeros condutores de eletricidade é adicionada sobre o PET. Quando seca, o material forma uma película fina e transparente.

Os plásticos condutores estão disponíveis há algum tempo, mas têm problemas de durabilidade porque a pressão dos dedos, a umidade e a luz ultravioleta deterioram os polímeros rapidamente, tornando-os quebradiços.

Toque de carbono

Agora os pesquisadores descobriram como usar os nanotubos de carbono para dar-lhes estabilidade física e química.

Os nanotubos de carbono endurecem sobre o PET, criando uma rede onde os polímeros condutores de eletricidade ficam firmemente ancorados, criando uma camada de grande durabilidade.

A condutividade elétrica final não é tão alta quanto a do ITO, mas Ivica Kolaric, coordenador da pesquisa, afirma que isso não é um impeditivo para o uso do material: " "A resistência elétrica da nossa camada é um pouco maior do que a do ITO, mas é pequena o suficiente para uma aplicação em sistemas elétricos."

As folhas condutoras transparentes têm outros usos potenciais: "Nós poderíamos até mesmo fazer películas fotovoltaicas com elas para recobrir telhados ondulados ou outras estruturas irregulares," disse Kolaric.

Tela sensível ao toque é construída com grafeno
Uma olhada no futuro das telas e monitores

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=telas-sensiveis-toque&id=010110110202&ebol=sim

Telescópio Kepler pode ter encontrado 54 planetas na zona habitável

Zona habitável


O anúncio da descoberta de um incrível sistema planetário com seis planetas pode ter eclipsado os achados mais significativos feitos pelo Telescópio Espacial Kepler.

O fato é que a equipe científica do Kepler anunciou também a descoberta de mais de 1.200 "candidatos a planetas", sendo que 68 do tamanho aproximado da Terra e nada menos do 54 dentro da zona habitável.

Como já havia sido previsto pelos cientistas, o telescópio pode ter encontrado também exoplanetas que possuem luas com condições de abrigar a vida.

Outras Terras

"Nós passamos de zero para 68 candidatos a planeta do tamanho da Terra e de zero para 54 candidatos na zona habitável, uma região onde pode existir água líquida na superfície de um planeta. Alguns candidatos até podem ter luas com água líquida," resumiu William Borucki, do Centro de Pesquisas Ames, da NASA e pesquisador da missão Kepler.

"Cinco dos candidatos planetários são simultaneamente de dimensões comparáveis à da Terra e com órbita na zona habitável de suas estrelas-mãe," revelou o cientista.

Candidatos a planeta são achados que requerem observações subsequentes para confirmar se são planetas reais.

"Nós encontramos mais de mil e duzentos candidatos a planetas - isso é mais do que todos os exoplanetas encontrados até hoje," disse Borucki. "Neste momento eles são apenas candidatos, mas a maioria deles, estou convencido, será confirmada como planetas nos próximos meses e anos."

O primeiro planeta fora do Sistema Solar - exoplaneta ou planeta extrassolar - foi descoberto em 1995.

Descobertas do Kepler

Veja um resumo das descobertas anunciadas ontem pela equipe do telescópio Kepler:

1.235 candidatos a planeta
662 com dimensões semelhantes à de Netuno
288 "super-Terras", entre 1,25 e 2 vezes o tamanho da Terra
184 gigantes gasosos, 165 do tamanho aproximado de Júpiter e 19 maiores do que Júpiter
170 possíveis sistemas multiplanetários, com dois ou mais candidatos orbitando a mesma estrela
68 "exo-Terras", com dimensões até 1,25 vez o tamanho da Terra
54 "exo-Terras" circulando na zona habitável ao redor de suas estrelas, podendo ter água em estado líquido em suas superfícies
5 ao mesmo tempo do tamanho da Terra e orbitando na zona habitável
Estes dados são baseados nos resultados das observações realizadas de 12 Maio até 17 de Setembro de 2009, de mais de 156.000 estrelas no campo de visão do Kepler, que abrange cerca de 1/400 do céu.



O telescópio espacial Kepler está explorando uma fatia ínfima da Via Láctea, medindo cerca de 3.000 anos-luz. [Imagem: NASA/JPL-CALTECH/R. HURT/SSC-CALTECH]
Milhões de planetas

"O fato de que encontramos tantos candidatos a planeta em uma fração tão pequena do céu sugere que há incontáveis planetas orbitando estrelas como o nosso Sol em nossa galáxia," disse Borucki.

"O Kepler poderá encontrar apenas uma pequena fração dos planetas em torno das estrelas que ele observa porque as órbitas não estão alinhadas adequadamente. Se você levar em conta esses dois fatores, nossos resultados indicam que deve haver milhões de planetas que orbitam estrelas vizinhas do nosso Sol," calcula ele.

E isto levando em conta que os cientistas até agora só tiveram tempo de analisar os dados coletados até Setembro de 2009. O telescópio Kepler deverá continuar fazendo novas observações pelo menos até Novembro de 2012.

A equipe da Missão Kepler já tem dados confirmados de um total de 15 planetas extrassolares, inclusive o menor exoplaneta conhecido, o Kepler-10b - veja Telescópio Kepler descobre primeiro exoplaneta rochoso.


Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nasa-kepler-planetas-zona-habitavel&id=030130110203&ebol=sim

Sistemas operacionais poderão ter autodefesa contra ataques

Como Bill Gates bem sabe, o sistema operacional é o sistema nervoso do seu computador.



Se o sistema operacional for corrompido, os atacantes podem assumir o controle do seu computador, roubar informações ou impedir que ele funcione.

Agora, pesquisadores da Universidade do Estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, afirmam ter desenvolvido um sistema que utiliza recursos de hardware e de software para restaurar um sistema operacional que tenha sido comprometido por um ataque.

Fotografias do sistema operacional

A ideia parece simples demais para que não tivesse sido tentada antes: tirar "fotografias" do sistema operacional continuamente, por exemplo, durante as interrupções de software (IRQs) ou durante as chamadas ao sistema (system calls), quando os programas pedem que o sistema operacional desempenhe funções a seu cargo.

A maioria dos ataques graves ocorre quando o atacante corrompe um aplicativo - o navegador da web, por exemplo - e, em seguida, o utiliza para fazer chamadas ao sistema, ganhando acesso aos arquivos, entre inúmeras outras possibilidades.

O conceito é tirar um instantâneo do sistema operacional em momentos estratégicos, quando ele está funcionando normalmente e, em seguida, se o sistema operacional for atacado, apagar tudo o que foi feito desde que o último instantâneo foi tirado - efetivamente voltando no tempo para o momento anterior ao ataque.

O mecanismo também permite que o sistema operacional identifique a origem do ataque e o isole, de modo a se tornar imune a novos ataques a partir desse aplicativo.

Autodefesa do sistema operacional

Na verdade essa ideia já foi tentada muitas vezes antes, mas foi abandonada como sendo impraticável - o sistema vai passar mais tempo cuidando de si mesmo do que dos aplicativos do usuário.

"Mas nós desenvolvemos um suporte de hardware que permite que o sistema operacional incorpore esses componentes de sobrevivência de forma mais eficiente, de modo que eles consomem menos tempo e energia," afirma Dr. Yan Solihin, coautor do artigo que descreve a nova estratégia de autodefesa.

O suporte de hardware consiste basicamente na adição de um cache ao microprocessador, dedicado à tarefa de proteção.

Solihin e seus colegas afirmam que seu novo sistema de sobrevivência ocupa menos de 5 por cento dos recursos computacionais já normalmente consumidos pelo sistema operacional.

Agora é só esperar para ver se os "fabricantes de sistemas operacionais" e de processadores acham a ideia boa o suficiente para incorporá-la em seus produtos - ou encontrem alguma falha em seu projeto.

Bibliografia:

Architectural Framework for Supporting Operating System Survivability
Xiaowei Jiang, Yan Solihin
IEEE International Symposium on High-Performance Computer Architecture Proceedings
Feb. 16 2011
http://www4.ncsu.edu/~xjiang/files/hpca-surv.pdf

fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=sistemas-operacionais-autodefesa-contra-ataques&id=010150110204&ebol=sim

Terras à vista - Nasa identifica pelo menos 54 planetas com chance de abrigar vida




A população de planetas conhecidos fora do Sistema Solar acaba de aumentar consideravelmente. Muitos deles têm características parecidas com as da Terra e seriam capazes de abrigar vida. O observatório espacial Kepler, da Nasa, identificou nada menos do que 1.235 candidatos, dos quais espera-se que pelo menos 80% sejam confirmados como planetas.
Destes, 68 teriam tamanho parecido ao do nosso mundo, enquanto 54, de variados tamanhos, estariam na "zona habitável", orbitando suas estrelas a uma distância em que não seriam nem quentes nem frios demais e poderiam ter água em estado líquido, condição essencial para desenvolvimento e manutenção da vida.

- Há enorme variedade de mundos lá fora - diz William Borucki, do Centro de Pesquisas Ames da Nasa e principal investigador do Kepler. - E temos cada vez mais candidatos ideais, tanto no tamanho quanto no período orbital, para abrigar vida.

Cinco dos candidatos a planeta têm tamanho próximo ao da Terra e orbitam suas estrelas na "zona habitável". E mesmo os maiores, parecidos com Netuno e Júpiter, podem ter luas do tamanho da Terra, com atmosfera e água.

Borucki, porém, alerta que encontrar um planeta com as características da Terra ainda vai levar
tempo. Isso porque todos os candidatos a mundos na "zona habitável" encontrados orbitam estrelas menores e mais frias que o Sol, o que faz com que esta zona esteja mais próxima delas e diminuindo a duração de seus "anos". Lançado há cerca de um ano e meio, o Kepler encontra os candidatos a planeta medindo as ínfimas reduções que eles causam no brilho de suas estrelas
em seus trânsitos, isto é, quando passam entre elas e a Terra.

Isso gera uma série de dificuldades. A primeira é que, para que isso aconteça, é preciso que o plano da órbita dos planetas esteja alinhado com o do observatório. E a medição da variação do brilho da estrela tem que ser quase exata. Para se ter ideia do quanto isso é difícil, os trânsitos da Terra provocariam redução de menos de 0,001% no brilho do Sol para um observador de fora do Sistema Solar.

Por fim, para que um candidato a planeta seja apontado, é necessário que o fenômeno se repita ao menos três vezes. Dessa forma, para encontrar uma "nova Terra" que orbite uma estrela como o Sol a uma distância parecida terão que ser realizados no mínimo três anos de observações e muitos outros estudos.

- Com o tempo teremos menos descobertas, porém mais interessantes, pois serão planetas que ficam mais longe de suas estrelas e, por isso, são mais frios - explica.

Diante de tantos obstáculos, o número de candidatos indicados pelo Kepler em tão curto tempo se torna ainda mais impressionante.

- Estamos vivendo uma época incrível na descoberta de planetas extrassolares - comenta Debra Fischer, da Universidade de Yale e que não faz parte da equipe de investigação da Nasa.

- Naturalmente achamos que encontrar um planeta igual a Terra é importante, mas o Kepler está atingindo marcos mais rapidamente do que eu sequer imaginava.

A galáxia está longe de ser um deserto de planetas, revelando um baú de tesouros. Muitos dos mais de 1,2 mil candidatos a planeta encontrados pelo Kepler também fazem parte de sistemas
múltiplos, outro fator que anima cientistas. Seriam pelo menos 170 destes com dois, três, quatro,
cinco e até seis deles, sendo que um já foi confirmado e é o maior conhecido depois do nosso.

Batizado Kepler-11, ele está a 2 mil anos-luz da Terra e conta com seis planetas entre duas a 4,5 vezes maiores que o nosso. Cinco estão tão próximos de sua estrela que levam menos de 50
dias para completar a órbita em torno dela. A título de comparação, Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, leva 88 dias para fazer o trajeto.

O sexto planeta está um pouco mais longe, com um "ano" de pouco mais de 100 dias, ainda assim menor do que o de Vênus.

- É um sistema surpreendente e compacto, com características que não acreditávamos ser possíveis - diz Jack Lissauer, do projeto Kepler e um dos autores do estudo que confirmou
a existência do sistema, publicado na edição desta semana da revista "Nature".

- Isso nos força a rever nossos modelos sobre a formação de planetas.
(Cesar Baima)
(O Globo, 3/2)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76249

Controverso, teste genético pelo correio chega ao Brasil





Exame custa R$ 5 mil e diz identificar o risco de desenvolver 46 doenças

Muito comum nos Estados Unidos, o teste que vasculha o DNA em busca de doenças genéticas acaba de chegar ao Brasil. Por R$ 4.990, um laboratório de Minas Gerais promete identificar os riscos de desenvolver 46 moléstias. De Alzheimer à obesidade.

O exame é controverso e condenado por alguns especialistas, que dizem que, atualmente, pouco adianta saber se um indivíduo tem 3% ou 4% a mais de chances de desenvolver uma doença.

O diretor da clínica, Sérgio Pena, médico-geneticista da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e um dos pioneiros do exame de paternidade por DNA do Brasil, defende a análise.

Para ele, quando uma pessoa identifica que tem um risco maior de ter uma doença, como diabetes, pode mudar seu estilo de vida e, assim, minimizar as chances de efetivamente desenvolvê-la.

"Em casos como os de câncer de mama, por exemplo, seria possível intensificar as consultas com o médico e fazer exames com mais regularidade", disse à Folha.

O kit de coleta é enviado para a casa do paciente, que recolhe células da boca e as envia para o laboratório.

Ao invés de mapear todo o genoma, o teste busca variações específicas no DNA, os SNP's (pronuncia-se "snip"). A partir delas, calcula-se o "perigo".

"Todo o processo tem o acompanhamento de um médico", diz Pena.
Ao final do processo, o paciente tem direito a uma consulta com um geneticista. Se não puder comparecer, ela pode ser feita por e-mail.

Uma pesquisa com 2.037 pessoas que se submeteram a esse tipo de teste, publicada no "New England Journal of Medicine", indica que não houve mudanças significativas nos hábitos alimentares ou na prática de exercícios desses indivíduos. Ou seja, não adiantou muita coisa.

O estudo também apontou que alguns laboratórios deram até diagnósticos conflitantes para as mesmas amostras de DNA.

"Sou contra esse tipo de teste para quem não tem casos de doenças genéticas graves na família" afirma Mayana Zatz, geneticista que comanda o maior laboratório de genética da América Latina, o Centro de Estudos do Genoma Humano da USP.

"Com certeza, é um prato cheio para os hipocondríacos", avalia a cientista.

Só risco de doença grave justifica teste, diz cientista

Na avaliação da geneticista Mayana Zatz, do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP, o check-up genômico deveria ser feito apenas por quem tem histórico de doenças genéticas graves na família. E, mesmo assim, em casos bem específicos.

"As informações obtidas nesses tipos de análise muitas vezes geram consequências psicológicas sérias. Antes do exame, é preciso explicar insistentemente para o paciente as muitas implicações desse conhecimento."

Seu laboratório já fez testes genéticos (só para doenças específicas, porém) em 60 mil pessoas. Todas, no entanto, com altas chances de ser portadoras de mutações de doenças graves. A seleção é rigorosa.

Na universidade, o teste custa entre R$ 300 e R$ 600 por pessoa. Quem não pode pagar tem as despesas custeadas por uma parceria com a Secretária da Saúde.

Nos EUA, testes genéticos já têm "preços populares" há vários anos.

Por US$ 199 (R$ 350), a empresa 23andMe -que tem entre as sócias a mulher do cofundador do Google- oferece o mapeamento com análise de risco para mais de cem problemas. Não há acompanhamento de médicos.

A empresa incentiva ainda a discussão independente dos resultados entre os próprios pacientes, o que é considerado um risco por Zatz e por Sérgio Pena.
(Giuliana Miranda)
(Folha de SP, 3/2)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76248

Google oferece US$ 20 mil para quem descobrir vulnerabilidades do Chrome






Iniciativa faz parte de concurso promovido em evento, no Canadá, que distribuirá US$ 125 mil.


A Google vai ser uma das patrocinadoras deste ano do concurso Pwn2Own, que acontece durante a conferência de segurança CanSecWest, prevista para acontecer em Vancouver (Canadá), no próximo dia 9 de março. De acordo com informações divulgadas pela promotora da premiação, a HP Tipping Point, a Google vai oferecer US$ 20 mil ao primeiro pesquisador que encontrar e explorar duas vulnerabilidades no código do Chrome.

A patrocinadora destaca que, neste ano, distribuirá outros US$ 105 mil para os participantes do concurso. Entre outros prêmios, vai premiar com US$ 15 mil - além da máquina usada na competição -, as primeiras pessoas que hackearem o Internet Explorer, o Firefox e o Safari.

A patrocinadora também vai organizar uma trilha de hacking em mobilidade, na qual os pesquisadores tentarão explorar brechas em smartphones com os sistemas Apple iOS, Google Android, Windows Phone 7 e RIM BlackBerry. Ataques bem-sucedidos a smartphones serão recompensados com US$ 15 mil.

No site da HP Tipping Point é possível saber mais sobre as regras do concurso.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/sera_que_o_google_chrome_pode_ser_hackeado

Top 500 Webometrics Ranking Mundial de Universidades janeiro 2011



Edição de janeiro de 2011: O melhor!

Desde 2004, o Ranking Web é publicada duas vezes por ano ( janeiro e julho ), cobrindo mais de 20 mil Instituições de Ensino Superior em todo o mundo . Temos a intenção de motivar ambas as instituições e os estudiosos a ter uma presença na web que refletem com precisão as suas actividades. Se o desempenho da Web de uma instituição está abaixo da posição esperada de acordo com sua excelência acadêmica, autoridades universitárias deveriam reconsiderar a sua política na web, promovendo um aumento substancial do volume ea qualidade das suas publicações eletrônicas . Se você precisar de mais esclarecimentos sobre as motivações do Ranking ou a metodologia, por favor leia o FAQ .

Se a sua universidade aparece na Lista , mas não está incluído no Ranking , por favor considere fazer um grande esforço para aumentar o número de páginas da web internacionais de qualidade acadêmica em seu site. Se você acha que há um erro, você pode contactar-nos .

A seção Premier League (arquivos do Excel) é o repositório de edições anteriores e actual "arquivos do Excel (XLS) para o Top 500, que pode ser utilizado livremente citando a fonte. Nós não fornecemos maiores, ou em anos anteriores de arquivos e nós não responder a solicitações anônimas ou comercial.

Um novo começo: Informações sobre a edição 2011

Durante os últimos oito anos temos feito um grande esforço para melhorar a cobertura ea qualidade do Ranking. Para esta edição, temos actualizado as entradas de vários países como Índia, Paquistão, Iraque, ou nos países bálticos. Temos limpado a lista das instituições brasileiras, promovendo o nome de vários chineses Faculdades (agora Universidades), e re-organizadas geograficamente dos EUA e universidades canadenses proporcionando novas classificações por regiões (estará pronto logo após o lançamento desta edição).

Mas as mudanças mais importantes estão relacionados com a metodologia. A maioria deles foram sugeridas pelos usuários e, finalmente, temos os recursos técnicos para implementá-las, outras foram introduzidas para melhor refletir o verdadeiro impacto do conteúdo web acadêmico. Vamos preparar um trabalho acadêmico explicar mais em pormenor estas mudanças, mas na lista a seguir você pode encontrar um breve resumo:

Exalead motor de busca tem sido excluídos devido a fortes distorções geográficas detectado.
O G-fator foi incluído como um valor acrescentado para calcular o indicador de visibilidade para o Top 1000 universidades.
Agora, o indicador Acadêmico refere-se apenas a itens publicados entre 2006 e 2010.
Em edições anteriores, as práticas escandalosas foram penalizados, incluindo link fazendas contratantes, preenchendo os repositórios de papéis externos ou a duplicação de conteúdo. Este é um antiético e, em alguns casos, até mesmo um comportamento ilegal.

Só as universidades com um domínio são considerados independentes. Se uma instituição tiver mais de um domínio principal, analisamos todos eles, mas apenas o melhor ranking é publicado, mesmo que esse domínio não é nova (atual) ou a preferida.


1 Massachusetts Institute of Technology
2 Harvard University
3 Stanford University
4 University of California Berkeley
5 Cornell University
6 University of Wisconsin Madison
7 University of Michigan
8 University of Minnesota
9 University of Washington
10 University of Pennsylvania
11 Pennsylvania State University **
12 National Taiwan University
13 University of Texas Austin
14 University of Texas Austin
15 University of Maryland *
16 University of Tokyo
17 University of California Los Angeles UCLA
18 Columbia University New York
19 University of Cambridge
20 Purdue University


Fonte:http://www.webometrics.info/index.html

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Análise: Jovem 'casamento' Brasil-China está estremecido




Por Brian Winter e Brian Ellsworth

BRASÍLIA (Reuters) - Pelo menos uma vez por semana desde sua posse, a presidente Dilma Rousseff recebe assessores para tentar lidar com um problema aparentemente intratável: a China.

Poucos meses atrás, Brasil e China pareciam fadados a formar uma das alianças definidoras deste início de século - duas economias emergentes com rápido crescimento, posicionando-se lado a lado em questões globais como negociações comerciais, e buscando sempre novas oportunidades de negócios conjuntos.

Mas não é assim que tem funcionado.

A reunião semanal comandada por Dilma é apenas um sinal de como ela está colocando o Brasil em uma posição de maior confronto frente a Pequim, na tentativa de resolver uma relação que ela considera cada vez mais desequilibrada e divergente.

Oficialmente, o tema dessas reuniões é a busca por uma maior "competitividade" do Brasil no comércio global, mas elas inevitavelmente se transformam em debates estratégicos sobre como conter a enxurrada de importações de produtos chineses, que quintuplicaram desde 2005, com resultados desastrosos para a indústria brasileira.

"É basicamente uma reunião sobre a China", disse um funcionário de alto escalão que costuma participar delas. "As relações entre os dois países não são hostis, mas vamos tomar medidas para nos proteger... e promover uma relação mais igualitária."

Em curto prazo, segundo fontes de alto escalão do governo, isso significa mais tarifas dirigidas para produtos industrializados procedentes da China, uma fiscalização mais rígida nas alfândegas, e também mais processos antidumping.

Também é possível que sejam adotadas novas regras para mineradoras estrangeiras, dizem as autoridades, refletindo os temores de que a China desejaria consolidar seu controle sobre as riquezas minerais brasileiras, sem oferecer em contrapartida acesso suficiente ao seu próprio mercado.

Rompendo com a posição de seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma deve aderir ao coro global pela valorização do iuan quando visitar o país asiático em abril. Ela também deve pleitear maior acesso ao mercado chinês para empresas como a Embraer, segundo autoridades.

Embora Brasil e China devam preservar relações amistosas e continuar ampliando o comércio bilateral, a guinada no governo Dilma pode afetar diversos aspectos, como o vínculo com os EUA e o futuro das chamadas relações "sul-sul", entre países emergentes.

"É surpreendente que a relação esteja mudando tão rapidamente", disse Maurício Cárdenas, diretor do programa latino-americano da entidade Brookings Institution, de Washington.

"O Brasil está claramente buscando grandes mudanças... Isso pode ter consequências para toda a América Latina, já que muitos outros países, experimentando os mesmos problemas (com a China), seguem o exemplo do Brasil", afirmou.

SUPERÁVIT RELATIVIZADO

Redefinir a relação com a China é algo mais fácil na retórica do que na prática. Assim como os EUA sofreram para se equilibrar entre a pressão por um iuan mais valorizado e o desejo de importar produtos baratos e receber financiamento da China, o Brasil também precisa rever o emaranhado de dependência que se criou rapidamente na última década.

O comércio bilateral disparou de pouco mais de 2 bilhões de dólares em 2000 para 56,2 bilhões de dólares em 2010. A China superou os EUA como maior parceiro comercial do Brasil, e no ano passado foi também a principal origem individual de investimentos estrangeiros diretos, com cerca de 17 bilhões de dólares.

O robusto crescimento comercial ajudou a economia brasileira a alcançar no ano passado o seu crescimento mais expressivo em duas décadas. E significa também que eventuais esforços do governo Dilma para aprovar medidas protecionistas podem ser infrutíferas, segundo Qiu Xiaoqi, embaixador da China em Brasília.

"O comércio entre China e Brasil cresceu tão rapidamente por causa de uma necessidade recíproca. Quando essa necessidade existe, ninguém pode entrar no caminho", disse Qiu à Reuters, numa rara entrevista.

Qiu, que se orgulha do seu conhecimento sobre a cultura brasileira e insistiu em conceder a entrevista em português, atribuiu as queixas contra a China a "uma minoria" dentro do governo Dilma. Ele também citou o fato de que o Brasil teve um grande superávit comercial com a China no ano passado - cerca de 5 bilhões de dólares.

Mas um exame mais atento revela que o Brasil teria déficit se não fosse por um extraordinário aumento no preço do minério de ferro, que responde por 40 por cento das exportações do país para a China.

No geral, as exportações do Brasil para a China em termos de peso - o que elimina distorções causadas pelo aumento nos preços das commodities - caíram 3 por cento em 2010, enquanto as importações de produtos chineses cresceram 89 por cento.

"O Brasil tem sido ingênuo na sua gestão da relação com a China nos últimos anos", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Ela é bem mais desnivelada do que a maioria das pessoas pensa."

APROXIMAÇÃO COM OS EUA

O resultado disso é que muitas indústrias brasileiras ficaram de fora do "boom" econômico do ano passado, e disso decorre grande parte do sentimento antichinês.

A produção industrial está estável ou em queda desde abril. O dano em áreas como produtos têxteis e calçados foi tamanho que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) alertou para o risco de "desindustrialização".

A nova postura do governo Dilma reflete sua ênfase em estimular a indústria local, enquanto a política comercial de Lula era ditada em parte por seu sonho de uma aliança grandiosa entre nações em desenvolvimento.

Ainda assim, alguns executivos que fazem negócios nos dois países temem que a China esteja sendo usada como bode expiatório para problemas do próprio Brasil.

"A falta de competitividade do Brasil não tem nada a ver com os chineses", disse Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, no Rio.

Ele atribuiu os problemas brasileiros à carga tributária elevada, aos custos trabalhistas e aos gargalos de infraestrutura que, junto com a supervalorização do real, encarecem os produtos brasileiros.

Tang afirmou também que as empresas brasileiras, após passarem décadas focando prioritariamente no grande mercado interno, perderam várias oportunidades de fazerem mais negócios com a China.

Soraya Rosar, especialista em comércio da CNI, concorda com essa tese, mas diz que Dilma precisa pressionar por um maior acesso ao mercado chinês.

A frustração com as políticas chinesas, especialmente com a lenta valorização do iuan, tem convencido a equipe de Dilma de que o Brasil precisa fortalecer suas relações com os Estados Unidos, caso deseje manter qualquer tipo de negociação em pé de igualdade com Pequim.

"O Brasil sozinho conseguirá pouca coisa", disse uma autoridade próxima a Dilma. "Com os Estados Unidos ao nosso lado, talvez eles nos ouçam."

A relação Brasil-EUA, que passou por momentos de estremecimento na época de Lula, mudou rapidamente desde a posse de Dilma. O presidente Barack Obama virá ao Brasil em março, e a China será "um assunto maduro para discussão" quando o secretário do Tesouro Timothy Geithner fizer uma visita ao país, na semana que vem, segundo uma fonte familiarizada com esse processo.

Na opinião de Fernando Henrique, Dilma parece estar reordenando a política externa para que a China seja tratada tanto como aliada quanto como ameaça.

"A China durante muitos anos tentou de forma inteligente enquadrar a relação como "sul-sul"..., (mostrando) que seu interesse era igual ao interesse do Brasil. Mas a China não é o sul. A China é a China, com seu próprio conjunto de interesses."

Cárdenas, da Brookings Institution, diz que a alteração na postura brasileira pode ter profundas implicações se outros países seguirem esse exemplo.

"Os chineses estavam confiantes de que poderiam contar com o apoio da relação sul-sul, mas agora estão vendo que essas vozes críticas não estão vindo só dos EUA", disse ele. "Quando os seus amigos começam a se voltar contra você, talvez seja hora de reexaminar as coisas."

Fonte:http://br.noticias.yahoo.com/s/reuters/110203/manchetes/manchetes_macro_china_brasil

Invisibilidade ao alcance




Cientistas conseguem pela primeira vez camuflar um objeto macroscópico

Cientistas conseguiram pela primeira vez tornar invisível um objeto macroscópico usando cristais naturais para desviar a luz dele, de forma a enganar os olhos de um observador. Uma espécie de precursor da capa da invisibilidade, como a usada pelo personagem Harry Potter e invejada por tanta gente.

No experimento conduzido por Shuang Zhang e equipe na Universidade de Birmingham, no Reino Unido, foram utilizadas pedras de calcita, um cristal transparente como o vidro, para esconder totalmente um clipe de papel. Até então, pesquisadores tinham conseguido apenas camuflar estruturas microscópicas em alguns comprimentos de onda diferentes da luz visível, como microondas e infravermelho, usando materiais artificiais especiais conhecidos como metamateriais, em geral extremamente caros e difíceis de serem fabricados.

Embora ainda estejam muito longe de desenvolver qualquer coisa parecida com o manto de Harry Potter, os cientistas acreditam terem provado que isso é possível. Para tanto, porém, terão que superar diversas dificuldades.

A primeira envolve o próprio material de camuflagem que, apesar de esconder o objeto colocado sob ele e ser transparente, permanece visível. A técnica também só funciona se a luz que incide sobre o material for polarizada em um determinado plano, fazendo com que o objeto só fique totalmente invisível se o sistema for visto com um filtro.

- Outra limitação é que nossa camuflagem tem que ser colocada sobre uma superfície para funcionar - reconhece Zhang. - O manto de Harry Potter torna invisíveis coisas que estão livres no espaço e isso é algo muito mais difícil de ser feito.

No experimento da Universidade de Birmingham, publicado em artigo na edição deste mês da revista "Nature Communications", o clipe de papel foi colocado sob uma pirâmide feita com dois prismas de calcita com um pequeno espaço na sua base, que recebeu uma camada de ouro para torná-la reflexiva. Assim, os raios de luz que passavam pela pirâmide eram desviados de forma que sua base parecesse perfeitamente plana, criando o espaço para o esconderijo.

- Este foi um grande avanço, pois pela primeira vez a área "invisível" é grande o bastante para que o objeto pudesse ser visto a olho nu - explica Zhang. - Usando cristais naturais no lugar de metamateriais artificiais, pudemos aumentar a escala da camuflagem para esconder objetos milhares de vezes maiores que o comprimento de onda da luz.

Segundo o pesquisador, futuras versões da camuflagem poderiam ser usadas para esconder equipamentos militares ou até como maquiagem para fazer "sumir" pequenas imperfeições.

- Se você tiver um sinal na face, poderá camuflá-lo para não ser visto - diz. - Mas, de qualquer forma, você precisaria de uma camuflagem relativamente grande para esconder mesmo uma coisa pequena.

O fato de ser feita com um material natural e fácil de ser encontrado, no entanto, é uma grande vantagem da camuflagem criada na Universidade de Birmingham. Já foram encontrados cristais de calcita com mais de sete metros de comprimento e dois metros de altura, o bastante, de acordo com Zhang, para esconder um cachorro de grande porte.
(Cesar Baima)
(O Globo, 2/1)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76228

Salário igual "expulsa" cientistas brasileiros



Falta de competitividade faz com que pesquisadores não voltem ao país

A repatriação de cientistas brasileiros que atuam no exterior, proposta pelo ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, no início da sua gestão, pode não ser uma matemática simples.

De acordo com quem está fazendo ciência fora do Brasil, mesmo que exista vontade de voltar, a burocracia para se fazer pesquisa e a falta de competitividade nas universidades nacionais, diferentemente do que acontece nos EUA e na Europa, ainda são fatores de repulsa.

"No Brasil, os salários acadêmicos são iguais. Nos EUA, eu não ganho o mesmo salário que meus colegas. Há competitividade", diz o físico José Nelson Onuchic, professor da UCSD (Universidade de San Diego).

Ele está há 21 anos nos EUA, país que, estima-se, tenha 3.000 professores brasileiros.

A opinião de Onuchic é compartilhada por outros pesquisadores, como Alysson Muotri, que também é UCSD, mas é biólogo.

Em entrevista à Folha, disse que "para algumas pessoas, o real patriotismo é abandonar as melhores condições de trabalho no exterior e voltar ao Brasil. Alguns dizem "vem aqui sofrer com a gente, vamos juntos tentar melhorar este país'".

Quem faz pesquisa por aqui concorda com as dificuldades. "A gente perde muito tempo por lidar com tanta atividade burocrática", diz o biólogo Stevens Rehen, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

"Mas quem sai tem que saber que existem oportunidades para se fazer pesquisa aqui. Estou no Brasil não só porque estudei em universidade pública, mas por valores", completa o biólogo.

Onuchic não pensa em voltar de vez ao Brasil, mas, para ele, uma alternativa possível seria passar alguns meses por aqui.

Essa solução é uma das ideias de Mercadante para a repatriação. Em entrevista exclusiva à Folha, ele disse que pretende criar, via agências de fomento, um formato de "bolsas-sanduíche" (bolsa de pesquisa de curto período no exterior) ao contrário.

Seriam bolsas de pesquisa oferecidas aos brasileiros no exterior para que eles passem um tempo fazendo pesquisa por aqui.

"O Brasil é um país agradável, provavelmente os cientistas acabariam retornando", acredita o ministro.

A ideia é criar, com as bolsas de curta duração, uma espécie de rede da "inteligência brasileira" no exterior.

Essa política está sendo tocada na Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). "As redes ajudam. Mas temos trazido também cientistas com o Programa Jovem Pesquisador. Há repatriados e também estrangeiros", diz Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da fundação.

De acordo com ele, a Fapesp já apoiou mil pesquisadores com esse perfil nos últimos dez anos. "A maior parte deles ficou aqui", afirma Cruz. A Fapesp, no entanto, não tem os números exatos.

"A gente sempre tem vontade de voltar", diz pesquisadora

Mesmo com as condições atrativas de países como EUA e da Europa Ocidental, há quem prefira ser cientista na sua terra natal. Entre esses pesquisadores está a cientista da computação Juliana Salles, da Microsoft Research.

A mineira formada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) hoje faz pesquisas em solo brasileiro, depois de quatro anos nos EUA.

A possibilidade veio com um convênio firmado entre a Microsoft e a Fapesp em 2006, para desenvolvimento de sistemas computacionais com foco em clima.

"É claro que a gente sempre tem vontade de voltar para o país de origem, né?", disse Salles à Folha.

Mas o motivo maior do retorno teve razões pessoais: seu marido teve dificuldades com o visto americano.

"O país viveu uma diáspora por causa de recessão, instabilidade, falta de recursos", analisa Mercadante, ao falar dos nossos cientistas em terras estrangeiras.

O ministro afirmou que pretende criar um comitê para mapear esses profissionais e estudar políticas de incentivo para trazê-los de volta. Foi o que fizeram a Índia, com o "Ministério dos Indianos do Exterior", e a China, em programa para levar seus cientistas de volta ao país (sob regime autoritário, claro).

O ministro também disse que pretende "aproveitar" a crise econômica que afeta alguns países desenvolvidos para atrair ao Brasil técnicos e cientistas estrangeiros.
(Sabine Righetti)
(Folha de SP, 2/2)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76216

Universidade do Rio irá dar 100 mil tablets aos alunos




Por Cauê Fabiano para IDG Now!

Estácio de Sá deve entregar dispositivos com Android a partir do 2º semestre; cursos de direito no RJ e ES serão os primeiros a usar a novidade.

A universidade Estácio de Sá anunciou que irá oferecer o material didático de seus cursos inteiramente por via de tablets, que serão entregues gratuitamente aos alunos a partir do segundo semestre desse ano, após a renovação da matrícula. A novidade, por enquanto, é exclusiva dos alunos dos cursos de Direito dos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo.

De acordo com a entidade, na fase inicial serão distribuídos aproximadamente 100 mil aparelhos, dentro de um contrato de três anos. O modelo ou a fabricante do produto não puderam ser revelados (três empresas estariam apresentando propostas à universidade), entretanto, a universidade está interessada em um tablet que “não está disponível no mercado brasileiro”, que possua suporte ao Flash, rode Android 2.2 ou 2.3 e custe entre 350 e 450 dólares. Apesar dessas informações, a assessoria informou que o iPad não estaria totalmente descartado.

Os alunos e professores que receberem o tablet terão, além de todo material didático digital e acesso a mais de 1.600 obras na biblioteca da faculdade, treinamento para manusear o produto.

A faculdade irá “emprestar” o tablet e, ao final do curso, ele será doado aos alunos. A universidade aposta em um gadget que possua um sistema de segurança que, em caso de roubo, desative o equipamento à distância; o aluno que tiver seu dispositivo furtado poderá receber outro, com a apresentação de um boletim de ocorrência.

A expectativa da Estácio de Sá é que nos próximos cinco anos todos alunos da universidade possuam o tablet. De acordo a instituição, a migração para o conteúdo digital irá representar uma economia de 6 milhões de páginas por ano, somando 240 milhões em 5 anos.

fonte:http://idgnow.uol.com.br/computacao_pessoal/2011/02/02/universidade-do-rio-ira-dar-100-mil-tablets-aos-alunos

Banda larga vai chegar a 100% das escolas públicas urbanas até final de 2011




A meta faz parte do programa criado em parceria pelo Ministério das Comunicações, MEC, Anatel e operadoras de telefonia.

Até dezembro de 2011, as 62.864 escolas públicas urbanas de todo o Brasil terão acesso gratuito à banda larga, cumprindo assim o PBLE (Programa Banda Larga nas Escolas). De acordo com balanço divulgado pelo Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), até dezembro de 2010, 57.586 instituições já estavam conectadas – o que representa 91% de todas as escolas privilegiadas pelo programa.
Atualmente, São Paulo é o estado com o maior número de escolas beneficiadas, com 7.099 unidades, seguido por Minas Gerais (6.839), Bahia (5.645), Rio de Janeiro (4.847) e Paraná (3.836). Ao longo de todo ano de 2010, 14.588 instituições federais, estaduais e municipais situadas em zona urbana foram beneficiadas.
O PBLE nasceu em 2008, como parte de uma mudança no Plano Geral de Metas para a Universalização (PGMU) do Serviço Telefônico Fixo Comutado (STFC), que estabelece obrigações que precisam ser cumpridas pelas concessionárias de telefonia fixa. Um decreto trocou a obrigação de instalar Postos de Serviços de Telecomunicações (PSTs) em áreas urbanas pelo compromisso de levar aos municípios o chamado backhaul – que é a infraestrutura de rede para conexão em banda larga – e um aditivo estabeleceu o compromisso das empresas de levar a conexão até as escolas, sem custo.
O programa, desenvolvido em parceria pelo Ministério das Comunicações, MEC (Ministério da Educação), Anatel e operadoras de telefonia é válido até 2025. Até lá, qualquer nova instituição de ensino nova que se encaixar nas regras do PBLE terá de receber o acesso à banda larga.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/banda_larga_vai_chegar_a_100_das_escolas_publicas_urbanas_ate_final_de_2011

Quem está ganhando a guerra dos navegadores?




Nova pesquisa divulgada pela Net MarketShare revela que Chrome atingiu pela primeira vez a marca de 10% do mercado.

Um pesquisa feita pela Net MarketShare na última terça-feira (1/2) sobre o uso de navegadores aponta que, em janeiro, o Internet Explorer, da Microsoft, teve uma queda de 56%, enquanto o Chrome, da Google, e o Safari, da Apple, concentraram os maiores índices de crescimento.

Em janeiro, o Chrome ultrapassou a marca de 10% dos usuários, aproveitando-se das quedas sucessivas do IE, que nos últimos dez meses perdeu 4% de sua representatividade. No mesmo período, o Chrome cresceu na mesma porcentagem.

Outro navegador que ganhou mercado foi o Safari, que bateu seu recorde de crescimento entre dezembro/2010 e janeiro/2011 e hoje representa cerca de 6% do mercado. Segundo a Net MarketShare, o aumento no número de usuários foi impulsionado pelas vendas de computadores Apple. Em janeiro, a fatia do Mac OS X cresceu 0.23% no mercado - a maior desde setembro/2009.

Ainda de acordo com a pesquisa, o segundo colocado - o Firefox, com 22% - não está conseguindo se apropriar dos usuários que deixam o IE e também vem perdendo espaço lentamente no mercado. A Mozilla pretende reverter essa situação com o lançamento do FireFox 4, que está em sua última versão Beta e deve chegar em breve.

"Nós vemos que a tendência de queda [do Internet Explorer] continua, mas o crescimento, que ia para o FireFox, agora vai para o Chrome e para o Safari", afirmou o vice-presidente da Net MarketShare, Vince Vizzaccaro.

Dentro da Microsoft, os números apontam para um crescimento expressivo do Internet Explorer 8, que ganhou 1.15% de usuários em janeiro - cerca de uma vez e meia o ganho do Chrome. Apesar disso, a queda do Internet Explorer 6 acumulou 3.9% nos últimos três meses, o que ainda cobre o aumento do IE 8.

Entre os usuários do Olhar Digital esses números mudam consideravelmente, apesar da tendência de queda do IE e do Firefox e de crescimento do Chrome se manterem. Por aqui, o Firefox é lider e representa 33,2% dos acessos (contra 33,7% em dez/2010); o Chrome vem em segundo lugar, com 30,8% (contra 29,85% em dez/2010) e o internet Explorer já ocupa a terceira posição, com 26,86% (contra 28,2% em dez/2010).

Spray de células tronco pode recuperar pele com queimaduras em poucos dias

Novo método pode criar pele mais resistente e em menor tempo do que soluções atuais.





Um novo método para a recuperação de queimaduras desenvolvido no Instituto de Medicina Regenerativa McGowan, da Universidade de Pittsburgh, pode acelerar o processo de regeneração com um spray de células-tronco, segundo a National Geographic.

A medicina já é capaz de fazer transplantes de pele há décadas, mas o processo ainda é lento e a pele nova extremamente delicada, podendo levar semanas ou meses para se regenerar. Grande parte das mortes decorrentes de queimaduras vem tempos depois, quando o paciente acabar exposto a alguns tipos de infecção no local queimado por não estar protegido pela pele.

O método desenvolvido pelo Dr. Jörg Gerlach pode recuperar completamente a pele queimada em questão de dias. Primeiro, são retiradas células-tronco adultas da pele saudável do próprio paciente, que depois são distribuídas sobre a região afetada com uma espécie de spray. O processo todo pode ser feito em uma hora e meia.

Apesar de ainda ser um processo experimental, Gerlach já promoveu testes com mais de uma dúzia de pacientes, que chegaram a ter a pele completamente regenerada em apenas quatros dias.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/spray_de_celulas_tronco_pode_recuperar_pele_com_queimadures_em_poucos_dias

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Pesquisa mira 'carne de laboratório'




No edifício de ciências básicas da Universidade de Medicina da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, o pesquisador Ph.D Vladimir Mironov tem trabalhado por uma década no desenvolvimento de uma carne de laboratório

Especialista em biologia de desenvolvimento e engenharia de tecidos, Mironov, de 56 anos, é um dos poucos cientistas do mundo envolvidos na produção de carne por meio de cultura. Um produto, acredita, que poderia resolver a crise global de alimentos derivada da escassez de terras para produção de carnes à moda antiga.

Pesquisas com carne "in vitro" ou por meio do processo de cultura já estão em andamento na Holanda, mas nos EUA são uma ciência ainda em busca de financiamento e demanda, diz Mironov.

O novo Instituto Nacional para Alimentos e Agricultura, que faz parte do USDA, não irá financiá-lo. Nem o Instituto Nacional de Saúde. "É uma clássica tecnologia que divide opiniões", explica. "Trazer qualquer nova tecnologia ao mercado custa, em média, US$ 1 bilhão. E nós não temos sequer US$ 1 milhão", lamenta.

Diretor do Centro de Biofabricação em Tecidos Avançados do Departamento de Medicina Regenerativa e Biologia Celular, Mironov agora conduz pesquisas basicamente sobre engenharia de tecidos ou sobre o crescimento de órgãos humanos. "Existe o fator 'eca' quando as pessoas descobrem que a carne está sendo criada em laboratório. Elas não gostam de associar tecnologia a alimentos", diz Nicholas Genovese, de 32 anos, um professor visitante da área de biologia celular. "Mas há muitos produtos que comemos hoje considerados naturais, mas que são produzidos da mesma forma". Ele enumera: iogurte, vinho e cerveja. "Mas a sociedade aceitou esses produtos".

Mironov imagina o mundo onde biorreatores do tamanho de uma máquina de café estejam em supermercados fazendo o que ele denominou de "charlem" - Charleston engineered meat, ou carne criada em Charleston.

"Será funcional. Como você gostaria essa carne? Com um pouco de gordura, de suíno ou carneiro? Fazemos o que quiser".

Mironov pegou mioblastos - células embrionárias que se convertem em tecido muscular - de perus e os passou por um banho de nutrientes de soro bovino em uma estrutura de quitosana (polímero comum encontrado na natureza) para desenvolver tecido da musculatura esquelética animal. Mas como garantir a qualidade suculenta e encorpada?

Genovese disse que os cientistas querem adicionar gordura. E também um sistema vascular de modo que o interior das células possa receber oxigênio e permitir o crescimento de um bife - e não apenas tiras de músculo.

A carne produzida pelo método de cultura poderia eventualmente se tornar mais barata que a carne convencional, altamente subsidiada, disse Genovese. E se a sociedade aceitá-la, o futuro terá benefícios.

Segundo o cientista, 30% da área da Terra está associada à produção de proteínas animais em fazendas. "Se iniciarmos as explorações interplanetárias, as pessoas necessitarão produzir alimentos no espaço. Mas você não pode levar uma vaca pra lá", diz. "Precisamos olhar para essas ideias se quisermos o progresso. Caso contrário, ficaremos estagnados. Quem, 15 anos atrás, poderia imaginar o iPhone?"
(Harriet McLeod, da Reuters)
(Valor Econômico, 1/2)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76204

Mercado negro na web tem até tabela de preços




Panda Security alerta para uma rede na internet que vende serviços criminosos e dados pessoais roubados a quem quiser.

A empresa de antivírus Panda Security anunciou nesta terça-feira (1/2) a descoberta de uma rede de comercialização de dados bancários roubados e outros serviços ilegais, operados a partir de mais de 50 lojas online.

O “mercado negro do cibercrime”, como a empresa chamou as ações – e que também dá nome ao estudo divulgado nesta terça-feira –, diversificou seu “modelo de negócios” em 2010, alerta a Panda. Além de oferecer itens como dados bancários e de cartões de crédito, os preços são tabelados – números de cartão podem sair por 2 dólares cada, por exemplo, mas podem chegar a 90 dólares.

Credenciais de lojas online e de plataformas de pagamento, como o PayPal, custam no mercado negro 10 dólares cada (para contas simples, sem garantia de saldo) e entre 80 e 1.500 dólares para contas com garantia de saldo.

Esquemas de lavagem de dinheiro também são oferecidos pela Internet, afirma a Panda, mediante comissões que variam de 10% a 40% da operação. No caso de compras com cartões de crédito roubados, os criminosos podem até fazer a compra e reencaminhar os produtos.

E-commerce falso
Falsas lojas online são projetadas e criadas sob demanda, e até caixas eletrônicos falsos podem ser fornecidos por preços que chegam a 3.500 dólares. Em outro estudo, divulgado em 26/1, a Panda alertou para o fato de que os cibercriminosos criam 57 mil sites fraudulentos por semana.

Há também redes de botnet para aluguel. Os preços variam de acordo com o número de computadores infectados e o tempo de uso, entre outros fatores.

A prática não é nova. Em 2008, um brasileiro foi preso na Holanda sob a acusação de ter alugado uma botnet para enviar spam.

E, em 2010, uma rede para aluguel de botnets foi descoberta na China - o "serviço" podia ser alugado pela Internet e oferecia vários planos de acesso e de ataque.

Uma curiosidade apontada pelo estudo da Panda é que, na venda das informações e serviços ilegais, os criminosos preferem receber por meio dos sistemas de transferência Western Union, Liberty Reserve e WebMoney.

“Hoje em dia ninguém – nem o usuário doméstico, nem a empresa – está imune ao roubo de informação confidencial e sua posterior venda”, adverte o relatório da Panda Security.

Boa parte desses dados pessoais são obtidos mediante o uso de malwares. A empresa afirma já ter classificado, em seus bancos de dados, mais de 60 milhões de malwares - o saldo é do fim de 2010.

fonte:http://computerworld.uol.com.br/seguranca/2011/02/01/mercado-negro-na-web-tem-ate-tabela-de-precos/

Baixo retorno político




Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Na avaliação do senso comum, educação e politização andam de mãos dadas. Para a elite brasileira – de acordo com pesquisas de opinião –, o aumento da escolaridade da população tem o poder de gerar cidadãos que participam mais da vida política do país e que valorizam mais a democracia. Mas um novo estudo mostra que essa visão não corresponde à realidade.

A pesquisa de doutorado de Rogério Schlegel, defendida no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), utilizou análises estatísticas para interpretar os dados de pesquisas de opinião realizadas entre 1989 e 2006. O trabalho concluiu que a educação brasileira está trazendo ganhos decrescentes em termos políticos.

“O estudo mostrou que os cidadãos mais escolarizados já não se tornam tão participativos e democráticos como ocorria há duas décadas. O maior nível de escolaridade ainda diferencia os cidadãos, mas essa diferença encolheu muito em 20 anos – isto é, os retornos políticos da educação têm sido decrescentes no Brasil. Em alguns quesitos de participação e apoio à democracia, a diferença entre os mais e os menos escolarizados chega a ser inexistente”, disse Schlegel à Agência FAPESP.

A pesquisa de Schlegel foi orientada pelo professor José Álvaro Moisés, da FFLCH-USP, e integra o Projeto Temático "A Desconfiança do Cidadão nas Instituições Democráticas", coordenado por Moisés e financiado pela FAPESP.

Segundo Schlegel, uma pesquisa de opinião coordenada em 2000 pela professora Elisa Reis, do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), já mostrava que, na avaliação da elite brasileira, a baixa escolaridade é o maior entrave para a democracia no país.

“Por trás dessa ideia há um pressuposto de que a educação só tem impacto no comportamento político por meio da capacitação cognitiva – isto é, basta fornecer mais educação e as pessoas terão mais recursos para acompanhar a política, discutindo, lendo jornais e fazendo exigências. Mas na realidade há caminhos alternativos para a entrada nessa vida política. Os resultados do estudo indicam que não há uma relação linear entre obter mais acesso à educação e obter mais instrumentos para participar da democracia”, afirmou.

Foram analisados vários mecanismos capazes de explicar os retornos políticos decrescentes da escolarização. A hipótese mais plausível é que o fenômeno tenha sido causado pela queda na qualidade da educação brasileira.

“Ao falhar na capacitação cognitiva do indivíduo e na transmissão de conhecimentos, o sistema educacional brasileiro estaria deixando de dar as ferramentas que ajudam o cidadão a atuar na esfera política. O resultado é que o aumento do acesso ao ensino ou do volume de escolarização – em tempo passado na escola ou anos de estudo completados – não é acompanhado pelos ganhos esperados em matéria de comportamento político”, disse.

O estudo teve fundamento em quatro pesquisas de opinião realizadas pelo grupo ligado ao Projeto Temático, a primeira realizada logo após a redemocratização, em 1989, e a mais recente – financiada pela FAPESP –, em 2006.

A partir desses dados, Schlegel utilizou análises estatísticas para controlar as diversas variáveis sociodemográficas disponíveis e observar, de forma isolada, o efeito da escolaridade no comportamento do cidadão ao longo do tempo.

“Na sociologia econômica é comum o uso, por exemplo, do conceito de ‘retorno econômico da educação’ para avaliar até que ponto uma maior escolaridade pode se refletir em maior renda, ou em maior arrecadação de impostos. A partir desse conceito, o estudo trabalha com a ideia de ‘retorno político da educação’”, explicou.

Indiferença política

O retorno político foi avaliado por meio de diferentes quesitos, como participação, apoio aos princípios democráticos e confiança nas instituições. Os resultados mostraram que a distância entre mais e menos escolarizados caiu marcadamente em relação à demonstração de interesse por política, consumo de notícias sobre o tema e hábito de conversar sobre ele.

“Em alguns quesitos, o nível de escolaridade é praticamente indiferente. No caso da participação em partidos, sindicatos e associações de bairro, por exemplo, o envolvimento é igualmente baixo entre os menos e mais escolarizados”, disse Schlegel.

A maior perda de retorno político, durante os 17 anos do período analisado, deu-se na faixa do ensino médio – faixa de escolarização que teve a maior expansão de alunos nas últimas duas décadas.

“Na média, hoje não se diferencia alguém que se formou no ensino médio de um cidadão com fundamental incompleto, em termos de preferir a democracia como forma de governo ou rejeitar a concentração de poder nas mãos de um líder centralizador”, afirmou.

Em 1993, de acordo com o estudo, a chance de um universitário ser muito interessado em política era 3,6 vezes maior que a de alguém com o ensino fundamental incompleto. Em 2006, as chances se reduziram para 1,6. “A diferença entre o universitário e alguém sem nenhum diploma escolar era enorme, em termos de interesse na política. Agora, a diferença ainda existe, mas é muito menor”, ressaltou Schegel.

Em 1989, uma pessoa com o segundo grau completo tinha 66% mais chance de preferir a democracia a qualquer outro regime, em comparação com alguém sem diploma do ensino fundamental. “Em 2006, já não havia mais diferença estatística entre os dois públicos. Nesse quesito, havia no passado uma distância que desapareceu entre os diferentes níveis de escolaridade em termos de comportamento político”, disse.

A confiança nas instituições tem uma relação especial com a escolaridade. Em 1993, quem tinha mais escolaridade confiava mais nos partidos que em 2006. Mas os dados não permitem concluir se houve de fato um aumento ou diminuição da confiança.

“Tratava-se de um momento em que os partidos estavam em reconstrução e havia uma noção generalizada de que eles eram o caminho para construir a democracia. Em 2006, essa noção já havia sido desfeita pelos partidos de aluguel e isso pode ter desencadeado a maior desconfiança dos mais escolarizados”, explicou.

Para Schlegel, os resultados do estudo, ao identificar que a escolarização vem trazendo ganhos decrescentes em termos políticos, desaconselham apostas na educação como panaceia capaz de promover uma cidadania superior e fazer superar os déficits democráticos no Brasil.

“A educação importa, mas sozinha não resolve. Os efeitos benéficos da escolarização para a convivência democrática precisam de ensino de qualidade para todos para se concretizarem plenamente”, disse.

Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/13391/baixo-retorno-politico.htm

Para melhorar medidas astronômicas, cientista quer colocar lâmpada em órbita




Luz emitida poderia servir como referência para outras medições no universo.

Um astrônomo da Universidade de Vitoria, no Canadá, deu uma sugestão pouco usual para ajudar nas medidas de distância feitas no espaço: colocar uma lâmpada em órbita. Segundo Justin Albert, o autor da ideia, a lâmpada serviria de referência para outras medições, já que os cientistas saberiam exatamente informações sobre a quantidade de luz emitida por ela e a distância dela para a Terra.

O projeto nasceu do fato de que qualquer medição astronômica depende de alguma outra referência para calibrar os telescópios. Albert sugere que seja usada uma lâmpada comum, de 25 watts, que teria um brilho equivalente a uma estrela de magnitude 12.5.

Atualmente, alguns telescópios e satélites carregam lâmpadas próprias de tungstênio ou hidrogênio para ajudar nas medições, mas elas sofrem influência de temperatura externa e, geralmente, mudam de brilho - o problema seria facilmente resolvido com as lâmpadas comuns.

Agora, Albert está desenvolvendo balões de grande altitude para colocar as lâmpadas no céu e descobrir se sua teoria funciona de verdade.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/jovem/digital_news/noticias/para_melhorar_medidas_astronomicas_cientista_que_por_uma_lampada_em_orbita

Tradutor de voz quebra barreiras linguísticas em tempo real




A Samsung elaborou apenas o conceito, mas já está trabalhando no protótipo do produto, que pode estar pronto dentro de poucos meses.

Não importa o idioma que você fala, ou o que você quer entender: tudo o que precisa para estabelecer a comunicação harmoniosa com pessoas de diferentes culturas e etinias é um tradutor de voz em tempo real.

A Samsung elaborou apenas um conceito do produto que pode te ajudar, mas já está trabalhando na criação do protótipo. O dispositivo é simples e cabe na mão. Ele traz uma tela dupla-face, com tradução em texto para tudo o que é dito durante a conversa. O bom é que quem estiver conversando com você também pode utilizar a funcionalidade, já que, por ter frente e verso dinâmicos, o monitor é feito para duas pessoas.

Alguns aplicativos de smartphone com novas tecnologias de tradução já foram criados, mas não possuem uma grande variedade de idiomas e não traduzem de acordo com a voz. A Samsung acredita que o protótipo estará pronto para exibição dentro de poucos meses.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/noticias/tradutor_de_voz_da_samsung_quebra_barreiras_linguisticas_em_tempo_real

Google disponibiliza 17 pinturas com resolução gigapíxel




A Google revelou hoje o Art Project, que permitirá a visita virtual a 17 museus mundiais.

Durante a visita virtual às 385 salas que fazem parte dos 17 museus que colaboraram com o projeto, como o Museum of Modern Art de Nova Iorque ou o Tate Britain de Londres, os utilizadores podem visualizar mais de mil obras em alta resolução de 486 artistas. A Google utilizou a tecnologia do Street View para registar imagens de 360º que permitem uma visita fluída pelo interior das salas de cada museu.

Os utilizadores vão poder aceder, também, a um conjunto alargado de informação que inclui detalhes sobre as obras, trabalhos ou vídeos relacionados com as obras em questão.

Cada um dos 17 museus envolvidos no projeto selecionou uma obra para ser mostrada em súper resolução. Cada imagem contém 14 mil milhões de píxeis, o que permite a visualização dos pormenores mais ínfimos.

Dentro do conjunto das obras selecionadas encontram-se o Nascimento de Vénus de Sandro Botticelli ou O quarto de Vincent van Gogh.

É ainda permitido a cada utilizador criar a sua própria coleção de arte, com perspetivas específicas de qualquer uma das mil obras disponíveis no Art Project. A publicação de comentários das obras e a partilha das coleções pessoais vai ser, também, disponibilizada.

Fonte:http://aeiou.exameinformatica.pt/-google-disponibiliza-17-pinturas-com-resolucao-gigapixel=f1008515

Cerveja e refrigerante em lata - PERIGO CONSTANTE!!!





MORREU ORLANDO, BRILHANTE ADVOGADO E PAI DA MODELO DANIELA SARAHYBA, NUMA SITUAÇÃO ABSOLUTAMENTE IGUAL AO QUE SE VEM REPETINDO, COM FREQÜÊNCIA DOLOROSA. ELE TINHA UMA CASA E UMA LANCHA EM ANGRA. AO SAIR NA LANCHA COM AMIGOS, NUM DOMINGO, LEVOU NA GELADEIRA DA EMBARCAÇÃO LATAS DE CERVEJA E REFRIGERANTES.
NO DIA SEGUINTE, SEGUNDA-FEIRA, ESTAVA INTERNADO NUMA UTI E MORTO NA QUARTA-FEIRA. ELE ERA UM ATLETA, ADORAVA A VIDA, A QUAL VIVIA COM INTENSIDADE.
O EXAME CADAVÉRICO ATESTOU LEPTOSPIROSE FULMINANTE CONTRAÍDA NA LATA DE CERVEJA QUE ELE HAVIA TOMADO, SEM COPO E SEM CANUDO, NO BARCO.
O EXAME DAS LATAS ATESTOU QUE ESTAVAM INFESTADAS DE URINA DE RATOS, CONSEQÜENTEMENTE DE LEPTÓSPIRAS. MUITO CUIDADO !!! AVISO AOS CONSUMIDORES DE BEBIDAS EM LATA: TODA VEZ QUE COMPRAR UMA LATA DE REFRIGERANTE, TENHA O CUIDADO DE LAVAR A PARTE DE CIMA COM ÁGUA CORRENTE E SABÃO, SE POSSÍVEL, USE CANUDO. FAÇA COM QUE SEJA OBRIGATÓRIO LAVAR AS LATAS COM DESINFETANTES, MESMO AS QUE VÃO À GELADEIRA.
UMA PESQUISA DO INMETRO CONFIRMOU QUE A TAMPA DA LATINHA DO REFRIGERANTE É MAIS POLUÍDA QUE UM BANHEIRO PÚBLICO.
SEGUNDO ESSA PESQUISA, A QUANTIDADE DE VERMES E BACTÉRIAS ERA TÃO INTENSA QUE ELES SUGERIAM QUE SE LAVASSE A TAMPA DA LATINHA COM ÁGUA E SABÃO.

Fonte: Mensagem recebida por E-mail.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Provinha Brasil disponibilizado no Portal do Software Público




A Provinha Brasil, criada em consonância com o objetivo do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) do MEC, é uma avaliação diagnóstica aplicada aos alunos matriculados no 2º Ano do Ensino Fundamental. Ela auxilia professores e gestores escolares, pois atua como um instrumento diagnóstico do nível de alfabetização dos alunos, permitindo a correção e reorientação da aprendizagem em leitura e escrita, melhorando a qualidade da alfabetização e do letramento inicial oferecido às crianças. Essa avaliação diferencia-se das demais que vêm sendo realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), pois se trata de um instrumento pedagógico sem finalidades classificatórias.
Em Guarulhos, a aplicação da Provinha Brasil ocorre desde 2008. No primeiro ano de aplicação, as escolas enviaram os gabaritos dos testes do primeiro e segundo semestres para a Secretaria de Educação. Após o trabalho de alguns meses, essas respostas foram inseridas em um banco de dados e iniciou-se um processo de confecção de relatórios com esses dados. Em 2009 houve uma melhoria nítida no processo de aplicação da Provinha. Tal avanço foi nitidamente percebido pela rede, pois o relatório da primeira fase do teste de 2009 foi entregue às escolas junto com o relatório dos dois testes de 2008. Esse progresso no tempo de confecção dos relatórios ocorreu porque a Prefeitura de Guarulhos, por meio da Secretaria de Educação, desenvolveu um Sistema on-line para inserção e armazenamento das respostas da Provinha. Além do desenvolvimento desse sistema, a Secretaria de Educação ainda se responsabilizou pelo suporte, manutenção, atualização e aprimoramento contínuo do mesmo. A equipe escolar ficou responsável pela inserção das respostas de cada aluno e das observações descritivas dos educadores que acompanham esses alunos no processo ensino-aprendizagem.
Dessa forma, o sistema Provinha Brasil facilitou o tratamento dos dados, viabilizando a produção de relatórios que, ao subsidiar ações pedagógicas, são capazes de unir a Secretaria de Educação, a Equipe Escolar, alunos e pais.

Fonte:http://www.softwarepublico.gov.br/ver-comunidade?community_id=25956481

Descoberta conexão surpreendente entre fenômenos quânticos


Conexões quânticas

Dois pesquisadores descobriram uma conexão inesperada e surpreendente entre as duas propriedades fundamentais da física quântica.

O resultado está sendo anunciado como um avanço radical no entendimento da mecânica quântica, dando novas pistas para os cientistas que procuram compreender os fundamentos do funcionamento do mundo em escala atômica.

Stephanie Wehner, da Universidade Nacional de Cingapura, e Jonathan Oppenheim, da Universidade de Cambridge, descobriram uma ligação entre a chamada "ação fantasmagórica à distância" e o Princípio da Incerteza de Heisenberg.

O comportamento absolutamente estranho das partículas quânticas - como átomos, elétrons e fótons - tem intrigado os cientistas há quase um século. Albert Einstein foi um dos que acharam que o mundo quântico era tão estranho que a teoria quântica devia estar errada.

Mas a realidade mostrou o contrário, e experimento após experimento têm confirmado as previsões da teoria.

Fantasmas e incerteza

Um dos aspectos mais estranhos da teoria quântica é que é impossível saber certas coisas simultaneamente, como o momento e a posição de uma partícula - conhecer uma dessas propriedades afeta a precisão com que você pode conhecer a outra.

Isto é conhecido como o Princípio da Incerteza de Heisenberg, em homenagem ao físico alemão Werner Heisenberg, que o enunciou nos anos 1920.

Outro aspecto estranho é o fenômeno da não-localidade, que se mostra no bem conhecido entrelaçamento quântico.

Quando duas partículas ficam entrelaçadas, elas se comportam como se estivessem coordenadas entre si, como se estivessem "trocando informações" à distância, de uma forma totalmente estranha à intuição clássica sobre partículas fisicamente separadas.

Até agora, os pesquisadores vinham tratando a não-localidade e a incerteza como dois fenômenos distintos.

Mas Wehner e Oppenheim mostraram que eles estão intrinsecamente ligados.

Mais do que isso, eles demonstraram que esta ligação é quantitativa, e elaboraram uma equação que mostra que a "quantidade" de não-localidade é determinada pelo princípio da incerteza.

"É uma reviravolta surpreendente e talvez irônica", disse Oppenheim. Einstein e seus colaboradores descobriram a não-localidade quando procuravam uma maneira de se livrar do princípio da incerteza. "Agora o princípio da incerteza parece estar dando o troco."


Em 2007, cientistas realizaram um experimento que demonstrou a que os átomos assombrados de Einstein eram reais, o que representou um avanço para a computação quântica. [Imagem: UMichigan]
Não-localidade


A não-localidade determina como duas partículas distantes podem coordenar suas ações sem trocar informações.

Os físicos acreditam que, mesmo na mecânica quântica, a informação não pode viajar mais rápido do que a luz.

Acontece que a mecânica quântica permite que duas partículas se coordenem muito melhor do que seria possível se elas obedecessem às leis da física clássica.

Na verdade, as ações das partículas entrelaçadas são de tal maneira coordenadas que parece que uma é capaz de falar com a outra. Foi por isto que Einstein chamou esse fenômeno de "ação fantasmagórica à distância".

E isso não é tudo. Os fantasmas podem ser ainda mais assustadores, porque é possível ter teorias que permitem que partículas separadas e distantes uma da outra coordenem suas ações muito melhor do que a natureza permite - e sem depender de que a informação viaje mais rápido do que a luz.

Limite da esquisitice

O que os dois pesquisadores agora descobriram é que parece haver um limite para essas esquisitices da teoria quântica.

"A teoria quântica é mesmo muito estranha, mas não é tão estranha quanto poderia ser. Nós realmente temos que nos perguntar, o que limita a mecânica quântica? Por que a natureza não permite uma não-localidade ainda mais forte?" pondera Oppenheim.

A resposta que ele e Wehner encontraram está justamente no princípio da incerteza.

Duas partículas só podem coordenar suas ações de forma mais eficiente se quebrarem o princípio da incerteza, que na verdade impõe um limite estrito à intensidade da não-localidade.

"Seria ótimo se pudéssemos coordenar melhor nossas ações a longas distâncias, o que nos permitiria resolver muitas tarefas no processamento de informações de forma muito eficiente," diz Wehner. "No entanto, a física deveria ser fundamentalmente diferente. Se quebrarmos o princípio da incerteza, não podemos imaginar como o nosso mundo seria."

Vendo as coisas de outro modo

E como eles descobriram uma ligação que passou despercebida por tanto tempo?

Wehner começou sua carreira como "hacker de computador", fazendo "serviços sob encomenda". Agora ela trabalha com teoria da informação quântica. Já Oppenheim é físico.

Wehner acredita que a aplicação das técnicas da ciência da computação às leis da física teórica foi fundamental para detectar a conexão.

"Eu acho que uma das idéias fundamentais foi vincular a questão a um problema de programação," diz Wehner. "As formas tradicionais de ver a não-localidade e a incerteza obscureciam a estreita ligação entre os dois conceitos."


O comportamento absolutamente estranho das partículas quânticas - como átomos, elétrons e fótons - tem intrigado os cientistas há quase um século. [Imagem: Adaptado de Chanchicto/Wikimedia]



Jogo de tabuleiro quântico

Imagine um jogo de tabuleiro quântico, jogado por dois parceiros, Alice e Bob. O tabuleiro tem apenas dois quadrados, nos quais Alice pode colocar um contador de duas cores possíveis: verde ou rosa. Ela foi instruída a colocar a mesma cor nos dois quadrados, ou colocar uma cor diferente em cada quadrado.

Bob tem que adivinhar a cor que Alice colocar no primeiro ou no segundo quadrado. Se o seu palpite estiver correto, Alice e Bob ganham o jogo.

Dessa forma, Alice e Bob vão sempre ganhar o jogo se puderem falar um com o outro: Alice simplesmente diz a Bob quais cores estão nas casas um e dois.

Mas Bob e Alice estão situados tão distantes um do outro que a luz - portanto, qualquer sinal de transmissão de dados - não tem tempo para trafegar entre eles durante o jogo.

Se eles não podem se falar, não vão ganhar sempre.

Mas, através da medição das partículas quânticas, eles poderão ganhar o jogo mais vezes do que qualquer estratégia que não dependa da teoria quântica.

No entanto, o princípio de incerteza os impede de se sair melhor do que isso, e ainda determina a frequência com que eles vão perder o jogo.

Princípio da física quântica

A descoberta traz de volta a questão mais profunda de quais princípios estão subjacentes à física quântica.

Várias tentativas de compreender os fundamentos da mecânica quântica têm-se centrado na não-localidade.

Wehner acredita que pode ser mais interessante examinar os detalhes do princípio da incerteza. "Entretanto, nós mal arranhamos a superfície do entendimento das relações de incerteza", diz ela.

Segundo os pesquisadores, sua descoberta é "à prova de futuro" e se aplica a todas as teorias que buscam encontrar uma teoria quântica da gravidade.

Bibliografia:

The Uncertainty Principle Determines the Nonlocality of Quantum Mechanics
Jonathan Oppenheim, Stephanie Wehner
Science
19 November 2010
Vol.: 330 pp 1072-1074
DOI: 10.1126/science.1192065

10 bilhões de bits quânticos são entrelaçados em silício

Um grupo internacional de cientistas deu um passo significativo no campo da computação quântica.

Eles produziram o entrelaçamento de nada menos do que 10 bilhões de bits.

A melhor notícia, contudo, é que o experimento foi feito em silício pela primeira vez.

Fósforo e silício

Os pesquisadores usaram fortes campos magnéticos e baixas temperaturas para produzir o entrelaçamento entre o elétron e o núcleo de um átomo de fósforo incorporado em um cristal de silício altamente purificado.

O elétron e o núcleo se comportam como um ímã minúsculo, o que se revela sem sua propriedade chamada spin. Cada orientação do spin pode representar um bit de informação quântica.

Adequadamente controlados, esses spins podem interagir uns com os outros para atingirem um estado entrelaçado, ou emaranhado - o estado mais básico, que não pode ser imitado por um computador convencional.

"A chave para gerar o emaranhamento foi primeiro alinhar todos os spins usando fortes campos magnéticos e baixas temperaturas," explicou Stephanie Simmons, da Universidade de Oxford, que fez os experimentos. "Uma vez feito isso, os spins podem ser postos para interagir uns com os outros usando micro-ondas e pulsos de radiofrequência cuidadosamente temporizados, a fim de criar o emaranhamento."

Computador quântico de silício

O trabalho tem implicações importantes para a integração da computação quântica com a tecnologia atual, uma vez que utiliza átomos dopantes no silício, a base do computador moderno.

"Criar 10 bilhões de pares emaranhados em silício com alta fidelidade é um passo importante para nós," comenta o Dr. John Morton, da Universidade de Oxford, que liderou a equipe. "Nós precisamos agora lidar com o desafio de acoplar esses pares para construir um computador quântico escalável em silício.

O procedimento foi aplicado em paralelo com um grande número de átomos de fósforo.

O fósforo tornou-se a estrela das pesquisas com computação quântica nos últimos anos, rapidamente se estabelecendo como o material mais promissor na área graças aos resultados muito significativos:

Cientistas criam leitor de elétrons individuais
Transistor de sete átomos avança rumo ao computador quântico
Transístor atômico faz ponte entre computação eletrônica e quântica
Computador quântico: já é possível ler dados armazenados como spins

Este é o minúsculo cristal de silício dopado com fósforo, onde os 10 bilhões de bits quânticos foram entrelaçados, colocado sobre uma moeda. [Imagem: Stephanie Simmons]
Incerteza clássica e incerteza quântica.

Por sua vez, o entrelaçamento quântico tem sido reconhecido como um ingrediente-chave na construção de novas tecnologias que exploram as propriedades quânticas.

O entrelaçamento, ou emaranhamento, descrito por Einstein como "ação fantasmagórica à distância", é o ingrediente-chave que promete tornar os computadores quânticos mais poderosos que os dispositivos de computação convencional.

Quando dois objetos estão entrelaçados é impossível descrever um sem descrever também o outro, e a medição de um irá também revelar informações sobre o outro mesmo que os dois objetos estejam separados por milhares de quilômetros.

Criar um entrelaçamento verdadeiro envolve cruzar a barreira entre a incerteza ordinária encontrada na nossa vida cotidiana e as estranhas incertezas do mundo quântico.

Por exemplo, ao lançar uma moeda, há uma chance de 50% que dê cara e de 50% que dê coroa - você se depara com uma "incerteza clássica".

Ninguém iria apostar que a moeda possa cair com a cara e a coroa viradas para cima ao mesmo tempo. Mas, quando se trata de um objeto quântico, como o spin de um elétron, essa "incerteza quântica" está sempre presente - e o fato das duas coisas acontecerem simultaneamente realmente acontece.

Descoberta conexão surpreendente entre fenômenos quânticos
Bibliografia:

Entanglement in a solid-state spin ensemble
Stephanie Simmons, Richard M. Brown, Helge Riemann, Nikolai V. Abrosimov, Peter Becker, Hans-Joachim Pohl, Mike L. W. Thewalt, Kohei M. Itoh, John J. L. Morton
Nature
19 January 2011
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nature09696


Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bits-quanticos-entrelacados-silicio&id=010110110131&ebol=sim