Translate

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Invento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científica


Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/06/2012

Invento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científica
Com US$2,00 os brasileiros substituíram um equipamento de US$25.000,00, abrindo caminho para a popularização da espectrometria de massas. [Imagem: Schwab et al./Analyst]




Jeitinho inovador
Parece que o jeitinho brasileiro funciona também na ciência.
Pesquisadores brasileiros desenvolveram um equipamento de alta tecnologia usando recursos inacreditavelmente simples.
Jesuí Vergilio Visentainer, da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná, liderou o desenvolvimento de uma fonte de ionização e dessorção de amostras para análise por espectrometria de massas.
Trocando em miúdos, é um dispositivo inédito, sensível e portátil, que promete simplificar a análise dos componentes químicos presentes em uma amostra de material.
Um equipamento desse tipo custa hoje cerca de US$25.000,00.
Jesuí resolveu o problema com US$2,00.
O aparelho foi construído com uma lata de ar comprimido, uma mangueirinha de soro, uma agulha de injeção e um capilar de sílica.
A inovação brasileira foi considerada tão marcante e criativa que mereceu a capa da revista científica Analyst, da Royal Chemical Society.
Invento com jeitinho brasileiro vira capa de revista científica
O invento brasileiro será capa da edição de Junho da revista Analyst. [Imagem: RSC/Analyst]
Espectrometria das massas
espectrometria de massa, até poucos anos atrás, era considerada uma técnica de elite, cara e complicada.
Aos poucos, graças a avanços em instrumentação e ao desenvolvimento de técnicas revolucionárias de ionização, a técnica já está disponível em laboratórios de quase todo o mundo.
Com a inovação brasileira, a espectrometria de massa poderá se transformar em "espectrometria das massas", popularizando-se de vez.
"A ideia é ver o dispositivo disseminado, e não apenas em laboratórios de análises. Uma dona de casa poderia verificar se o tomate está contaminado, e o marido, se o vinho e a cerveja são de qualidade. Costumo brincar que a espectrometria de massas é um canivete suíço," diz o professor Marcos Eberlin, da Unicamp, que coordenou o estudo.
Patente e mercado
Jesuí cita ainda o exemplo das competições esportivas, onde o aparelho poderá ser usado para a realização de exame antidoping.
O material a ser analisado é recolhido através do equipamento e pulverizado em um espectrômetro portátil - o exame ficaria pronto em cerca de 30 minutos.
Um pedido de patente do equipamento foi feito conjuntamente pelas universidades de Maringá e Campinas, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
Segundo o professor Jesuí, já há empresas interessadas em produzi-lo.
Bibliografia:

Easy dual-mode ambient mass spectrometry with Venturi self-pumping, canned air, disposable parts and voltage-free sonic-spray ionization
Nicolas V. Schwab, Andreia M. Porcari, Mirela B. Coelho, Eduardo M. Schmidt, Jose L. Jara, Jesui V. Visentainer, Marcos N. Eberlin
Analyst
Vol.: 137, 2537-2540
DOI: 10.1039/C2AN16312H

Kinect vai guiar atracação de satélites no espaço


Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/05/2012

Kinect vai guiar atracação de satélites no espaço
Um mecanismo de atracação autônomo e simples como esse poderá ser usado no futuro para a construção de estruturas maiores no espaço, usando os nanossatélites como "tijolos" para a criação de equipamentos mais sofisticados. [Imagem: SSTL]
Nanossatélites
Engenheiros da Universidade de Surrey e da empresa SSTL (Surrey Satellite Technology Ltd) planejam enviar um XBOX Kinect para o espaço.
tecnologia do controlador da Microsoft, que já está sendo emcontroles remotos sensoriais e até em projeções quase holográficas, agora será usado para controlar a navegação de satélites artificiais.
O projeto consiste em usar o Kinect para conduzir uma manobra de atracação de dois nanossatélites.
Também conhecidos como cubesats- ou formados pela união de várioscubesats - os nanossatélites são satélites artificiais pequenos e baratos. Com um tamanho médio de uma caixa de sapatos, eles são também muito leves, o que significa que seu lançamento é barato, podendo compartilhar o mesmo foguete com outras missões.
A NASA inaugurou recentemente uma categoria ainda menor, ospicossatélites, cubos com cerca de 10 centímetros de lado. Eles viajam a bordo de um rack que, quando chega ao espaço, faz a ejeção dos picossatélites.
Celular e Kinect no espaço
Os engenheiros ingleses estão apostando no uso espacial de tecnologias já disponíveis no mercado, com vistas a baixar ainda mais o custo da exploração espacial.
Seu primeiro projeto, anunciado em Janeiro do ano passado, está preparando o lançamento de um nanossatélite controlado por um telefone celular - o celular escolhido foi um Google Nexus One.
O lançamento do Strand-1 (Surrey Training Research and Nanosatellite Demonstration) está atrasado - agora previsto para o final de 2012 -, mas seus criadores já anunciaram o próximo projeto.
A missão Strand-2 deverá levar ao espaço um par de nanossatélites, quase idênticos ao Strand-1 - cada um deles mede 30 centímetros de comprimento.
O objetivo é ambicioso: fazer uma atracação dos dois nanossatélites no espaço, algo que até hoje só foi realizado por missões espaciais de grande porte.
Kinect vai guiar atracação de satélites no espaço
O Strand-1 irá ao espaço, possivelmente neste ano, controlado por um celular Google Nexus One. [Imagem: SSTL]
Localização espacial
O controlador Kinect será usado para detectar a aproximação dos dois satélites no espaço, guiando-os até a atracação.
Os gêmeos Strand-2 serão lançados no mesmo foguete, mas ficarão ligeiramente separados quando atingirem a órbita.
Após a fase inicial de checagem dos sistemas, os dois nanossatélites receberão um comando para executar o procedimento de acoplamento de forma autônoma.
Quando estiverem bem próximos, o sistema de atracação baseado no Kinect irá fornecer aos satélites a informação de sua localização espacial 3D, para que eles possam se alinhar e se encaixar.
A acoplagem usará um mecanismo eletromagnético. Isso significa que o procedimento poderá ser repetido várias vezes, com os dois satélites separando-se, fazendo manobras e acoplando-se novamente.
Construção e limpeza no espaço
Um mecanismo de atracação autônomo e simples como esse poderá ser usado no futuro para a construção de estruturas maiores no espaço, usando os nanossatélites como "tijolos" para a criação de equipamentos mais sofisticados.
"Pode parecer exagero, mas nossos nanossatélites de baixo custo poderão se atracar para construir estruturas modulares grandes e sofisticadas, como telescópios espaciais. Ao contrário das grandes missões espaciais atuais, elas poderiam ser reconfiguradas conforme os objetivos da missão mudam, e atualizadas em órbita com as últimas tecnologias disponíveis," afirmou o Dr. Chris Bridges, líder do projeto.
Outra possibilidade de uso da atracação seria atuar como "satélite gari", capturando grandes satélites artificiais que chegam ao fim da vida útil e guiando-os para que se queimem na reentrada na atmosfera, limpando o entorno da Terra do lixo espacial.

Pistola aplica medicamentos em pó pela pele sem dor


Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/06/2012

Pistola aplica medicamentos em pó pela pele e sem dor
Ao contrário das molas e sistemas de ar-comprimido, a pistola usa um mecanismo baseado na força de Lorentz, uma superposição da força elétrica com a força magnética. [Imagem: MIT BioInstrumentation Lab]
Pistolas de injeção
Cientistas do MIT, nos Estados Unidos, criaram um novo sistema de injeção de medicamentos que consegue aplicar até remédios em pó.
O equipamento injeta o medicamento na pele por pressão, sem a utilização de agulhas.
A eliminação das agulhas é algo desejável tanto para o paciente - que não sofre dor e fica livre das possibilidades de infecção - quanto para os profissionais de saúde - que se livram dos riscos do procedimento.
As pistolas de injeção de medicamentos por pressão foram praticamente abandonadas devido a problemas de contaminação e lacerações na pele, já que elas possuíam diversos bicos injetores.
Além disso, os sistemas de aplicação existentes não podem ser utilizados na maioria dos casos, sobretudo porque a quantidade de medicamento aplicado é baixa. Além disso, em alguns casos, a quantidade do remédio ou vacina que chega ao tecido correto fica por volta dos 10%.
Já o novo equipamento alcança um índice de eficácia de 80%.
Picada de mosquito
A nova pistola desenvolvida no MIT produz apenas um único furo na pele, com a dimensão do furo causado por uma picada de mosquito, eliminando o risco das lacerações.
Mas sua grande vantagem é a possibilidade de controle na dosagem e na profundidade de aplicação.
Por exemplo, o aparelho pode ser configurado para a aplicação de doses diferentes para crianças e adultos, ou ser reconfigurado de acordo com o medicamento a ser aplicado e a profundidade que ele deve alcançar.
Força de Lorentz
Ao contrário das molas e sistemas de ar-comprimido, a pistola usa um mecanismo baseado na força de Lorentz, uma superposição da força elétrica com a força magnética.
O atuador consiste em um pequeno ímã circundado por uma bobina de cobre, tudo ligado ao pistão que corre no interior da ampola.
Quando a corrente elétrica é aplicada, ela interage com o campo magnético, produzindo uma força que impulsiona o pistão com força e alta velocidade - praticamente à velocidade do som.
A velocidade do disparo pode ser controlada dosando-se a corrente elétrica aplicada ao dispositivo. Pode-se variar não apenas a tensão e a corrente, mas a forma da onda, com o que se consegue um nível de controle muito grande.
O protótipo ainda depende de um computador, que deve fornecer ao equipamento o "perfil de onda" correto para cada paciente.
Apesar de não terem problemas de ferimentos, os pesquisadores confirmaram em seus experimentos que cada tipo de pele exige dosagens diferentes da energia para aplicar a quantidade desejada de medicamento.
Remédio em pó pela pele
A equipe está desenvolvendo agora um segundo protótipo, onde ondas de alta frequência são usadas para fazer o aparelho vibrar, em vez de dar um tranco único.
Com isso é possível aplicar medicamentos em pó, que são "fluidizados" e aplicados como se fossem um líquido.
Isto poderá permitir, por exemplo, eliminar o grande problema da conservação das vacinas, que precisam ser mantidas refrigeradas até o momento da aplicação, sob pena de perderem a eficácia.
Vacinas em pó seriam muito bem-vindas para campanhas em locais remotos, ao eliminar a necessidade da refrigeração.
Bibliografia:

Needle-free jet injection using real-time controlled linear Lorentz-force actuators
Andrew Taberner, N. Catherine Hogan, Ian W. Hunter
Medical Engineering & Physics
Vol.: In Press
DOI: 10.1016/j.medengphy.2011.12.010

Tecnologias podem viabilizar carvão mineral nacional


Com informações do CNPq e MCTI - 01/06/2012

Tecnologias podem viabilizar carvão mineral nacional
O primeiro combustor brasileiro é voltado ao desenvolvimento de processos de conversão de carvão mineral e biomassas em energia térmica.[Imagem: Cientec]
Redes do carvão
O carvão mineral é um dos principais itens da pauta de importação brasileira.
Por isso o governo considera estratégico investir no desenvolvimento de tecnologias para uso do carvão mineral nacional, tanto na siderurgia quanto na geração de térmica de eletricidade.
A Rede Nacional de Combustão, criada em 2002, tem por objetivo promover o desenvolvimento científico e tecnológico no campo de combustão, gaseificação e outras formas de conversão energética.
Ela reúne 25 instituições, entre universidades, centros de pesquisa e empresas.
Já a Rede Carvão, criada em 2006, tem cerca de 40 participantes e objetiva alavancar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação na produção, o uso limpo e a eficiência energética do carvão mineral com foco nas aplicações para geração de energia, siderurgia, carboquímica, fertilizantes e uso rejeitos e resíduos.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação já investiu cerca de R$ 55 milhões nas duas redes, o que inclui infraestrutura laboratorial, formação de recursos humanos, promoção da pesquisa e cooperação internacional - com destaque para a criação de um novo centro de pesquisa - o Centro de Tecnologia do Carvão Limpo (CTCL) -, em Criciúma (SC).
Tecnologias para o carvão
As duas redes, juntamente com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), estão agora tentando uma integração, com a troca de experiências e um aumento da colaboração entre as instituições.
Durante o encontro, foram apresentadas diversas pesquisas realizadas pelas instituições participantes em temas como limpeza de gases por plasma, modelagem e simulação de combustão em geradores de vapor e desenvolvimento de gaseificadores com diversas tecnologias e utilizando diversos combustíveis.
Foram apresentadas também tecnologias de uso de combustão mista com resíduos sólidos, oportunidade gerada pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
"É fundamental que se unam esforços de pesquisa para validar tecnologias que possibilitem o aproveitamento sustentável do carvão, que é uma riqueza nacional, tendo um potencial energético cerca de 3,5 vezes maior do que o do petróleo", avaliou a coordenadora do evento, a professora Maria Luiza Indrusiak.
O coordenador da Rede Carvão, Carlos Sampaio, relatou que há seis anos não existiam alunos interessados no tema, e que a primeira reunião da rede teve a participação de 25 pesquisadores.
Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Sampaio lembrou que, em contraponto, o primeiro congresso da rede, realizado em 2011 em Gramado (RS), teve a participação de 370 pessoas, das quais grande parte eram estudantes em áreas correlatas à de carvão mineral, além de palestrantes de dez países.
Combustão de carvão mineral
O primeiro combustor brasileiro, voltado ao desenvolvimento de processos de conversão de carvão mineral e biomassas em energia térmica. foi inaugurado nesta semana no município de Cachoeirinha (RS).
Em escala piloto, o equipamento funciona com a técnica de fluidização rápida.
Considerada como uma evolução do leito fluidizado, a tecnologia é promissora para o aproveitamento das variedades de carvão mais comuns no Rio Grande do Sul, do tipo sub-betuminoso, com alto teor de cinzas.
A fluidização baseia-se na circulação de sólidos juntamente com um fluido (gás ou líquido), impedindo a existência de gradientes de temperatura, de pontos muito ativos ou de regiões estagnadas.
Isto proporciona um maior contato superficial entre sólido e fluido, favorecendo a transferência de massa e calor.
Esta tecnologia é considerada de baixo impacto ambiental por apresentar redução das emissões de compostos nitrogenados (NOx) como também de facilidade na remoção de compostos sulfurosos (SOx).
Carvão mineral limpo
A intenção da Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec) é apresentar soluções para a geração termoelétrica a carvão mineral que sejam ambientalmente adequadas, viabilizando as atividades da cadeia desde a prospecção das minas até o aproveitamento das cinzas.
A unidade piloto realizará testes avaliando o comportamento dos carvões nacionais sob diversas condições, fornecendo informações importantes para o meio científico e industrial, além de representar uma grande ferramenta no desenvolvimento de novos processos.
Os resultados poderão ser importantes para as empresas que necessitem de calor industrial ou de geração de energia elétrica.
A Cientec, vinculada ao governo do estado, tem o único Laboratório na América Latina capacitado para estudos para a utilização ambientalmente adequada de carvão mineral.

Microscópio quântico faz "mágica" com ondas de matéria


Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/05/2012

Chapéu mágico de Schrodinger permitirá construir microscópio quântico
Este gráfico mostra uma onda de matéria atingindo o chapéu de Schrodinger. A onda no interior do contêiner é amplificada, mas ela nunca pode ser vista, parecendo que algo está saindo do nada.[Imagem: G. Uhlmann/UW]
Amplificador de ondas
Cientistas idealizaram um amplificador de ondas - de luz, som, ou qualquer outra onda - que, ao mesmo tempo, isola essas ondas do seu entorno, literalmente mantendo-as invisíveis.
Ou seja, você vai ver o resultado ampliado, mas nunca conseguirá ver a onda original.
"Você pode isolar e ampliar o que quer ver, e tornar o resto invisível," explica Gunther Uhlmann, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, ressaltando que o efeito de amplificação é muito forte.
O Dr. Uhlmann faz parte da mesma equipe que afirma ser possível criar uma fenda espacial eletromagnética, que, apesar do nome, terá grande utilidade nas TVs com imagens 3D e na geração de imagens para auxiliar cirurgias.
O que o grupo está propondo agora é "manipular ondas de matéria" - as ondas a que eles se referem são a descrição matemática das partículas na mecânica quântica.
Vai funcionar "para qualquer fenômeno ondulatório descrito ou pelas equações de Helmholtz ou pelas equações de Schrodinger, ou seja, ondas polarizadas no eletromagnetismo, ondas de pressão na acústica ou ondas de matéria na mecânica quântica," garantem Uhlmann e seus colegas.
Microscópio quântico
Essa manipulação das ondas permitirá a construção de um microscópio quântico, capaz de capturar as tão faladas ondas que descrevem partículas como elétrons e fótons.
Um equipamento assim poderá dar um novo impulso à ciência do mundo atômico e subatômico.
Mas um microscópio quântico também será de grande utilidade em coisas muito práticas, como a observação dos processos eletrônicos - fundamentalmente elétrons em movimento - no interior de processadores e de folhas fazendo fotossíntese.
Chapéu de Schrodinger
Os autores chamam seu sistema de "chapéu de Schrodinger", uma referência ao famoso "gato de Schrodinger" da mecânica quântica, que pode estar vivo e morto ao mesmo tempo, pelo menos até que você olhe para ele.
A referência se justifica porque, embora amplifique muito a onda e mostre o resultado, a onda original ficará contida no interior de um "escudo de invisibilidade", aparentemente criando algo que parece sair do nada.
"Em certo sentido, você está fazendo mágica, porque parece que uma partícula está sendo criada do nada. É como tirar algo do seu chapéu," justifica Uhlmann.
Essas "partículas emergentes" são na verdade quasipartículas, que os físicos chamam de quasmons.
As ondas de matéria no interior do chapéu de Schroedinger também podem ser "contraídas", o que equivale a torná-las invisíveis ao mundo exterior, embora Uhlmann acredite que "esconder objetos já microscópicos não é algo tão interessante.
Ver para crer
Se tudo lhe parece familiar e muito parecido com as pesquisas relacionadas com os mantos da invisibilidade e os metamateriais, está absolutamente certo.
A construção do microscópio quântico deverá se basear exatamente nesses materiais artificiais.
Com a publicação da demonstração matemática de que o projeto é viável - o que inclui considerações sobre sua construção usando materiais sólidos -, os cientistas esperam agora encontrar parceiros para construir um protótipo.
"Nós esperamos que seja factível, mas em ciência você não sabe ao certo até que você o faça," disse o pesquisador.
Bibliografia:

Schroedinger's Hat: Approximate Electromagnetic, Acoustic and Quantum Amplifiers Via Transformation Optics
Allan Greenleaf, Yaroslav Kurylev, Matti Lassas, Leonhardt Ulf, Gunther Uhlmann
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: To appear in PNAS
http://www.math.washington.edu/~gunther/publications/Papers/SchrodingerHat.arxiv.pdf

Comboio de veículos sem motorista roda 200 km na Espanha


Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/05/2012

Comboio de veículos sem motorista roda 200 km na Espanha
O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista. [Imagem: Volvo]
Frota inteligente
Enquanto o Google começa a rodar com seu carro sem motorista nos EUA, na Espanha um comboio inteiro acaba de fazer com sucesso sua primeira jornada.
A empresa Volvo colocou nada menos do que dois caminhões e três carros rodando juntos, testando um sistema de comunicação veículo a veículo que permite que o comboio atue de forma autônoma e coordenada.
O primeiro caminhão era dirigido por um motorista, enquanto o segundo caminhão e os três automóveis vinham atrás, seguindo o líder de forma automática, sem motorista.
Isto representa um passo adiante em relação ao conceito de carro sem motorista, uma vez que, além de andar por contra própria, os veículos precisam se comunicar uns com os outros para que o movimento seja coordenado.
Siga o líder
O comboio percorreu 200 quilômetros de estradas normais na Espanha, como parte do projeto Sartre (Safe Road Trains for the Environment).
Fruto de um consórcio de empresas e universidades, com financiamento da União Europeia, o projeto pretende colocar carros sem motorista nas estradas em dez anos, na tentativa de evitar os acidentes automobilísticos.
Este é o primeiro teste da técnica "siga o líder" em estradas - a estrada estava com trânsito normal, não tendo sido fechada para o teste.
"Nós percorremos 200 quilômetros em um dia e o teste ocorreu sem qualquer incidente. Estamos realmente entusiasmados," disse Linda Wahlstrom, que coordenou o experimento.
Comunicação veículo a veículo
O sistema de navegação e comunicação veículo-a-veículo inclui câmeras, radares, sensores a laser e comunicação por rádio.
Os veículos no comboio usam o sistema para "imitar" o comportamento do veículo-líder através de um controle autônomo, acelerando, brecando e virando exatamente da mesma forma que o líder.
O comboio rodou a 85 km/h, mantendo uma distância de seis metros uns dos outros. Em pistas fechadas, o sistema já foi testado com sucesso com intervalos entre os carros de cinco a 15 metros.

Casas inteligentes: tecnologia já está disponível


Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/05/2012

Casas inteligentes: tecnologia já está disponível
A maior parte das tecnologias para as casas inteligentes já está disponível no comércio. O que falta é um controle central. [Imagem: Washington State University]
Agentes inteligentes
Os edifícios inteligentes já têm o seu lugar na agenda da arquitetura e da construção civil.
Mas, e as casas, quando elas também começarão a ficar inteligentes?
Não há mais o que esperar, garante a engenheira Diane Cook, da Universidade do Estado de Washington, nos Estados Unidos.
Em um levantamento realizado para a revista Science, Diane fez um inventário de todas as tecnologias já desenvolvidas e que podem ser utilizadas para dar um pouco mais de inteligência às casas.
Segundo ela, não falta muito para que nossas casas façam o papel de "agentes inteligentes", dotados de sensores e programas de computador para antecipar nossas necessidades e fazer automaticamente tarefas que podem melhorar nossa saúde, facilitar nossa interação social e, sobretudo, ajudar a economizar.
Casa que pensa
Muitas casas já possuem a maior parte do aparato mais complicado necessário para essas tecnologias: os sensores, que já vêm embutidos em fornos de microondas, aparelhos de TV e timers para ligar e desligar aparelhos eletrodomésticos.
O que falta é interligar tudo.
"Nós queremos que sua casa como um todo 'pense' sobre o que você quer, e use esses componentes para fazer a coisa certa no tempo adequado," disse ela.
Essa é exatamente a especialidade da engenheira, que vem aplicando inteligência artificial em sistemas de automação residencial.
Seu laboratório atual é um conjunto de 18 apartamentos na cidade de Seattle, onde ela está testando um sistema de monitoramento de idosos que dispensa a presença física do acompanhante.
Os sensores espalhados pela casa alertam o cuidador, pela internet ou pelo celular, caso o morador tenha deixado de lado qualquer tarefa programada.
Isso inclui hora de acordar e dormir, horário das refeições, dos medicamentos e até se o vovô está deixando o banho para o outro dia.
Com a tendência mundial de envelhecimento da população, o cuidado aos idosos é visto como um dos mercados mais promissores para novas tecnologias.
Casas inteligentes: tecnologia já está disponível
Pesquisadores brasileiros criaram o protótipo de uma casa do futuro que une sustentabilidade e eficiência energética. [Imagem: Ag.USP]
Skype em todo lugar
Outras tecnologias já em testes incluem o agendamento de equipamentos como máquinas de lavar roupa e louça, secadoras, a manutenção da temperatura da água nos reservatórios e o alerta caso algum aparelho seja ligado ou desligado.
No lado da interação, a ideia é usar tecnologias como o Bluetooth e o WiFi para permitir a comunicação remota, sem precisar usar as mãos, de qualquer lugar da casa.
Será a era do "Skype em qualquer lugar," diz Diane, o que, segundo ela, inclui câmeras espalhadas por todo lado.
Assim será mais fácil monitorar os idosos e as crianças.
Privacidade e segurança
Mas a pesquisadora também pondera sobre as questões de privacidade e segurança, como o risco de ter imagens, voz ou dados bisbilhotados por observadores indiscretos.
"As tecnologias das casas inteligentes, assim como muitas outras, estão enfrentando o desafio clássico de serem aceitas e adotadas," diz ela.
Em suas pesquisas, os dados mostram que a maior resistência vem dos moradores mais idosos. Eventualmente porque ninguém gosta que outros fiquem vigiando a hora que você toma banho - ou não toma.
"Em última instância", diz ela, "quando as pessoas tiverem uma compreensão melhor do que essas tecnologias fazem, e verem uma utilidade que contrabalance a sua intromissão, a adoção irá começar. Eu acredito que algumas tecnologias vão ganhar impulso tão logo começarem a ser usadas."

Senado aprova a criação de mais de 77 mil cargos na educação federal




 
O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (30), o Projeto de Lei nº 36/2012, oriundo da Câmara dos Deputados, que autoriza o Ministério da Educação a criar mais de 77 mil cargos efetivos, cargos de direção e funções gratificadas para as instituições federais de ensino.

Segundo a proposta, que obteve parecer favorável da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania também nesta quarta-feira, e foi ao plenário para análise em regime de urgência, serão instituídos 43.875 cargos de professor e criados, ainda, 27.714 de técnicos administrativos, além de 1.608 de direção e 3.981 funções gratificadas. O projeto será encaminhado à sanção presidencial.

O objetivo da proposição, encaminhada ao Congresso pela Presidência da República, é promover a melhoria da educação, tanto em universidades como em escolas técnicas e de ensino básico e médio.

O projeto estabelece a criação de 19.569 cargos de professor de 3º grau e 24.306 de professor de ensino básico, técnico e tecnológico. Além disso, institui a função comissionada de coordenação de curso - adicional nos vencimentos no valor de R$ 770. Serão criadas 6.878 dessas funções, destinadas ao magistério superior, a partir de 1º de julho próximo, e 9.976 para o ensino básico, técnico e tecnológico, a partir de 1º de julho de 2013. Os cargos e funções previstos serão providos gradualmente até 2014.

O projeto também reestrutura cargos técnico-administrativos e redefine a especificação. Antigos cargos de confiança, por exemplo, passam a ser de direção e funções gratificadas. Apenas um máximo de 10% da ocupação poderá se dar por pessoas não pertencentes aos quadros de cada universidade federal e instituto federal de educação, ciência e tecnologia.

Como assinala em seu voto favorável, o relator do projeto na Comissão de Educação, senador Roberto Requião (PMDB-PR), trata-se de uma das "mais expressivas" medidas de ampliação de quadros das instituições federais de ensino. Requião acrescenta que o projeto visa a imprimir "concretude e eficácia" a dois importantes programas do governo federal: o Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni) e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec).

A medida abrange as universidades federais, institutos federais, o Instituto Nacional de Educação de Surdos, o Instituto Benjamin Constant, escolas técnicas e colégios de aplicação vinculados a universidades federais, centros federais de educação tecnológica e o Colégio Pedro II, que passa a compor a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, vinculada ao Ministério da Educação.

O Colégio Pedro II, assim, ganha equiparação aos institutos federais, com natureza jurídica de autarquia, autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar, como instituição pluricurricular, multicampi, especializada na oferta de educação básica e de licenciaturas.
(Informações da Agência Senado e Ascom do MEC)

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Como usar o Twitter – um guia para iniciantes.


Como usar o Twitter – um guia para iniciantes. Como o site passou por algumas mudanças, achei melhor criar um novo tutorial, com mais detalhes e com novas imagens e eu acho que ficou até melhor ;)
Afinal de contas, o que é o Twitter?
O Twitter nasceu em 2007, como um microblogging, onde a pergunta-chave era (e ainda é) “what are you doing?” – ou seja - o que você está fazendo? A resposta não poderia passar de 140 caracteres e até hoje funciona assim.
De lá para cá, a função inicial do Twitter foi se modificando e hoje ele serve para muitas coisas. Atualmente, a maioria dos usuários utiliza o Twitter para informar-se e para informar, já que cada perfil funciona como uma estação de rádio, enviando mensagens para quem está sintonizado naquele instante.
O Twitter parece também um MSN a céu aberto, onde todos podem acompanhar um chat ao vivo de seus amigos e ainda dar seus próprios palpites na conversa.
Outro grande atrativo do Twitter é a possibilidade de acompanhar e até de interagir com celebridades da TV, do cinema e dos blogs – sim, blogueiro também é celebridade!
A linguagem no Twitter
A linguagem usada no Twitter é toda peculiar, muitas vezes abreviada devido à falta de espaço e repleta de hashtags. As tags (#) podem ter alguma utilidade ou não.
É uma espécie de marcador de uma mensagem, que lá é chamada de tweet.
Exemplos:: #prontofalei, #forasarney, #bjsmelinka, #partiu #followfriday
No Twitter, usamos alguns símbolos para demonstrar nossas emoções:
:D (sorriso) ;) (piscada) :) (sorriso discreto) \0/ (comemoração) O_o (assustado)
Existe, ainda, o RT - que é uma forma de repassar aos nossos seguidores mensagens que queremos compartilhar. Isso não quer dizer, necessariamente, que estamos concordando com aquele tweet, ok? Pode ser apenas algo engraçado.
Um reply é uma resposta a algum tweet, seja pessoal ou geral e a DM é a direct message, aquele tweet que enviamos a alguém em particular e que, obrigatoriamente, essa pessoa tem que nos seguir para poder receber a mensagem.
tweet: mensagem; RT: re-tweet; reply: resposta a um tweet; DM: mensagem direta
Regras de convivência
Seja discreto e faça como sua avó te ensinou: observe mais e fale menos ;) Quando você estiver familiarizado, aí sim, pode se jogar, respeitando as seguintes regras:
  • Não implore para ser seguido
  • Não faça SPAM do seu blog
  • Não peça para ser re-tuitado
  • Não importune quem você não conhece
Como enviar tweets
Basta escrever sua mensagem na caixa de texto e clicar em update
updates
Como encurtar links/urls
Como o espaço é pequeno, os twitteiros usam encurtadores de url quando desejam enviar um link, sendo que os mais famosos são o Migre.me e o Tinyurl.
migre.me
É possível enviar também imagens para os seus seguidores através do site TwitPic .
Como responder aos Tweets
Se for pessoal, clique em @seunome, escolha o tweet que você deseja responder e clique na setinha. Uma @ com o nome da pessoa que vai receber a resposta irá aparecer na caixa de mensagem. Daí é só escrever seu tweet logo após o nome.
reply
Em caso de uma DM, clique em direct messages e siga o mesmo procedimento.
Como enviar uma DM
Para enviar uma DM, clique em direct messages e escolha um dos seus amigosdirect messages
Como apagar DMs , replies e updates
Basta passar o mouse sobre a mensagem e clicar no ícone lixeira
apagando mensagens
Como deixar de seguir alguém
Vá até o perfil da pessoa e clique em UNFOLLOW

Como bloquear um seguidor?
Se você está sendo importunado por alguém, clique no perfil da pessoa e em actions, clique na opção block. Você será direcionado à uma página de confirmação, onde deverá clicar em okay, I still want to block this person.
bloqueandoconfirmando
Uma outra forma de fazer isso é indo até os followers e clicando no ícone abaixo:
block
Pelo Twhril, entre no perfil do futuro bloqueado e clique no botão indicado pela seta:
via Twhril
Após o bloqueio, este ex-seguidor não irá mais receber nossos tweets e nem conseguirá interagir conosco, mesmo que envie-nos uma mensagem.
Conheça as dúvidas frequentes dos iniciantes e me siga no Twitter!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Somos antropófagos ou autofágicos? Artigo de Carlos R. Spehar




 
Carlos Roberto Spehar é professor da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília. Artigo enviado ao JC Email pelo autor.

No mundo moderno, ao analisar a condição humana, nos deparamos com variantes que desafiam, em essência, as manifestações mais puras da alma. Avançamos, experimentamos grande progresso, porém sem nos livrar do contraditório.

Quando se evidencia a venda de esperança, no meio religioso e político, em nome da solução dos males individuais, tão comum, seja por ignorância ou por impossibilidade, percebemos que a sociedade humana está longe de atingir o seu ponto de equilíbrio.

Essa é a realidade da organização social em que vivemos. Somos capazes de realizar, em escala, o que na geração passada parecia impossível. Temos canais de comunicação poderosos. Trazemos o mundo para o ambiente confortável, onde quer que estejamos. Que espetáculo se descortina e quantos outros estão por vir! Nada mais é segredo ou restrito.

Por conquistas subsequentes somos mais poderosos e submissos: ao tempo, às conquistas mesmas e ao sucesso pessoal, num ambiente de dualidade. Temos de superar o outro, não mais nosso semelhante. Na percepção da geração antecessora, temos tudo o que se almejaria para ser feliz. Ainda assim, sofremos de estresses cruéis, fruto de nossas ambições, proporcionalmente maiores. Essa sede insaciável nos tem mudado para pior.

Por ameaçarmos o outro e vice versa, dormimos menos, queremos mais e sem perda de tempo e tréguas. O mundo virtual nos veste de poderes muito além dos limites físicos. Não é incomum, que alguns jovens experimentem hipertensão, fruto da falta de tempo e dos desajustes da saúde a ele relacionados. São inúmeros sinais de fadiga, resultantes da opção de competir, hoje com sensação de mais poder.

Isso ocorre no nível de sociedade. Por exemplo, temos necessidades que só se realizam apoiadas no trabalho dos outros. Entre e dentro de nações, povos e países o fenômeno adquire a força de tsunami. Donde, muito do conforto moderno depende da apropriação do esforço alheio. Não desfrutaríamos tanto se muitos, trabalhando por bem menos do que ambicionamos, não estivessem por trás. Vejam-se as contradições no mundo, a despeito do aumento da eficiência.

Quantos bens nos chegam dessa forma; poucos paramos para analisar as circunstâncias. Possivelmente, saem da condição subumana, à qual não temos tempo de perceber.  Pessoas que antes viviam ainda pior realizam um pouco de avanço; elas se contentam e nós nos beneficiamos. Pelas razões apresentadas, conclui-se que somos autofágicos e antropófagos ao mesmo tempo. É só analisar as diferenças dentro de países e nações e as relações entre eles.

Concordamos com esse cenário; convivemos com a desigualdade que passa a ser imprescindível. Contudo, o sacrifício do sonho alheio a favor do nosso será como um tiro no próprio pé. As desigualdades nos ameaçarão em um crescendo infindo. Portanto, o mundo do futuro depende cada vez mais do agora. Mas, imersos em projetos pessoais exclusivos, deixamos de perceber o valor da solidariedade, sem o que estaremos em constantes jogos de incertezas.

* A equipe do Jornal da Ciência esclarece que o conteúdo e opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a opinião do jornal.