Translate

sábado, 2 de outubro de 2010

Em reportagem, Nature afirma que ciência brasileira "está segura" nas eleições

Revista diz ser improvável que próximo governo altere as bases da política científica

A Nature, uma das mais importantes revistas científicas do mundo, aponta, em reportagem publicada nesta quarta-feira (29/9) em seu site, que a política científica brasileira deve permanecer inalterada nos próximos quatro anos, independente de quem for eleito.



De acordo com o texto, assinado por Anna Petherick, a liderança de Dilma Rousseff, candidata da situação, nas pesquisas eleitorais aponta para a manutenção da tendência de aumento de investimentos em ciência e tecnologia. No entanto, diz a reportagem, mesmo uma vitória de José Serra, candidato do PSDB, não aponta para grandes mudanças.



O texto ainda lembra os esforços que a comunidade científica tem feito para que entraves ao desenvolvimento de pesquisas sejam superados. A carta escrita pela SBPC e pela Academia Brasileira de Ciências (ABC) aos candidatos à presidência em prol de mais atenção à educação e ciência é utilizada como exemplo da mobilização.



Leia a íntegra da matéria em:

http://www.nature.com/news/2010/100929/full/467511b.html
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73763

Documento reúne sugestões para aprimorar avaliação de mérito científico no país

Fruto do I Simpósio Nacional de Avaliação Científica, realizado no dia 20 de setembro, em Brasília, o relatório faz recomendações às agências de fomento. Entre elas, a redução do número de projetos a serem analisados

O simpósio foi promovido pela Sociedade Brasileira de Física (SBF), em parceria com a SBPC e a Academia Brasileira de Ciências (ABC), e reuniu pesquisadores, presidentes de sociedades científicas e dirigentes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) para discutir os atuais critérios de avaliação de mérito científico no país.



As palestras dos pesquisadores convidados e as manifestações do público presente revelaram forte interesse no aprimoramento dos procedimentos de avaliação. Houve concordância entre os participantes quanto à necessidade de inovações nos procedimentos de avaliação que possam vir a contribuir para acelerar o avanço da qualidade da ciência produzida no Brasil.



O evento gerou um relatório que consolida as principais sugestões para aprimoramento do sistema de avaliação de mérito. Foram apontados consensos relacionados a quatro grandes questões: redução do número de projetos a serem analisados; procedimentos e critérios de avaliação; promoção dos jovens e mais aposta em qualidade; e colaborações de fachada e ética científica.



Para Alaor Chaves, pesquisador da UFMG e coordenador do simpósio, a medida de maior impacto apontada pelos participantes é o enxugamento do chamado sistema de balcão (por demanda espontânea), mas sem reduzir o acesso dos pesquisadores ao sistema de financiamento.



"Com menos projetos para ser avaliados, é possível avaliar melhor cada um deles. Com o excesso de projetos, os avaliadores acabam se baseando excessivamente em indicadores quantitativos. Esses indicadores são subsídios importantes, mas não substituem de maneira alguma uma avaliação qualitativa do mérito", disse Chaves, em entrevista ao JC.



O documento inclui sugestões para reduzir esse número de projetos apresentados às agências de fomento sem prejudicar o acesso ao financiamento, tais como manter o atual processo de ampliação do número de bolsas de produtividade em pesquisa, aumentar a duração dos projetos e reservar auxílios de pequena monta a jovens pesquisadores.



Alaor Chaves ressaltou que os sistemas de avaliação da Capes e do CNPq estão suficientemente estruturados para absorver as mudanças propostas. Segundo o ex-presidente da SBF, a adoção de algumas medidas, como a remuneração dos consultores, poderia implicar em pequeno aumento de custos, mas que seriam compensados com o enxugamento do sistema e com a melhoria na eficácia da aplicação dos recursos de financiamento de projetos.



Na avaliação de Chaves, tanto o presidente do CNPq, Carlos Aragão, como o presidente da Capes, Jorge Guimarães (representado no simpósio pelo diretor de Avaliação, Lívio Amaral), manifestaram total interesse em rever os critérios de avaliação de mérito de suas agências, em parceria com a comunidade científica.



Veja a íntegra do relatório final do I Simpósio Nacional de Avaliação Científica no seguinte link: http://www.jornaldaciencia.org.br/links/Simposio_Avaliacao_Cientifica.pdf



(Daniela Oliveira)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73762

Livro debate nacionalismos na literatura do século XX

"Os Nacionalismos na Literatura do Século XX: os Indivíduos em Face das Nações" reflete sobre a representação da problemática nacionalista nas literaturas europeias e brasileira no século passado

Organizada pela pesquisadora de História Literária e Literatura Brasileira Ana Beatriz Demarchi Barel, a obra reúne textos de especialistas em estudos literários para refletir sobre a representação da problemática nacionalista nas literaturas europeias e brasileira no século XX.



A antologia explicita o conflito inerente aos processos nacionalistas deste período: a tensão entre o valor do indivíduo e os grandes projetos nacionais concebidos tanto na Europa quanto no Brasil.



O livro apresenta artigos de Marc Weinstein, professor de Literatura Russa e Eslava na Universidade de Aix-Marseille, de Amina Di Munno, professora de Literatura Brasileira na Universidade de Gênova, de Ana Paula Arnaut, da Universidade de Coimbra, especialista de José Saramago, e de Regina Zilberman, teórica da Estética da Recepção e da Literatura Infantil. São privilegiadas as obras de Milan Kundera, Kafka, Lídia Jorge, Paolo Volponi, Graciliano Ramos, Mário de Andrade, Stefan Zweig, entre outros.



O livro é publicado pela Editora MinervaCoimbra. Mais informações pelos e-mails anabeatriz.demarchibarel@gmail.com ou livrariaminerva@mail.telepac.pt
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73785

Guerra e paz

Com a missão de transpor territórios inimigos, assegurar fronteiras e montar estratégias de defesa e ataque, geografia militar tem sua trajetória traçada por geógrafo e pesquisador brasileiro

Foi um fracasso total. Uma das mais famosas fortificações militares de defesa, a Linha Maginot, criada na França na década de 1930 para repelir possíveis ataques alemães teve um custo estratosférico, levou anos para ser construída e, na hora do vamos ver, se mostrou totalmente inútil.



A Maginot não impediu que o exército alemão (Wehrmacht) ocupasse a França e Hitler posasse para fotos embaixo do Arco do Triunfo, para enorme desilusão dos franceses.



Esse grande episódio da história moderna é lembrado pelo professor e geógrafo Filipe Giuseppe Dal Bó Ribeiro, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências da Universidade de São Paulo (FFLCH/USP). Ele pesquisou a trajetória da geografia militar desde o século 19 e, no mês passado, apresentou suas conclusões.



Ele aponta uma possível forma de aproximação com a geografia acadêmica no Brasil, por meio de informações que contribuam para organizar a defesa do território do país, em especial na Região Amazônica. O geógrafo levantou a bibliografia existente sobre o tema no Brasil, concentrada em instituições militares.



De acordo com Dal Bó, "o fracasso da Linha Maginot talvez seja o marco do fim da antiga geografia militar, aquela mais topográfica e imbuída de antigas doutrinas sobre a tática militar". Ele acredita que o marco da nova geografia militar foi a grande Batalha da Normandia (também na Segunda Guerra), que coordenou, de maneira vitoriosa, a travessia das tropas aliadas do Canal da Mancha, numa área muito bem protegida pelos alemães, por meio de uma logística bem estabelecida.



"O chamado 'dia D' deve ser considerado um marco para a nova geografia militar, pois os fatores geográficos foram ponderados e os obstáculos naturais transpostos por um bom planejamento e por uma boa engenharia militar", pontua.



Questionado sobre a importância do estudo e da aplicação da geografia militar nos dias atuais, o professor diz que "o conhecimento do território é uma das matérias fundamentais que todo o comandante e seus encarregados devem estudar".



"É importante, desde o comando das menores unidades de combate até os mais altos escalões, onde se discute a estratégia e se desenvolve o conhecimento da geografia. Não podemos considerar apenas as condições do terreno, mas do território com todas as suas complexidades. Toda solução para uma situação tática ou estratégica requer o conhecimento prévio do cenário de onde vai se atuar", acrescenta.



Dal Bó acredita firmemente que no Brasil esse estudo é fundamental, pois se trata de um país de dimensões continentais e que tem uma enorme fronteira se relacionando com quase todos os países de seu continente, com exceção de Chile e Equador.



"Além de um dos maiores litorais contínuos e navegáveis do mundo, um dos mais extensos mares territoriais e de um espaço aéreo também grandioso, o Brasil é um país muito diverso no que se refere ao relevo, vegetação e solos; com extensas redes hidrográficas que poderiam funcionar como um fator de integração; uma população de quase 200 milhões de pessoas e um território ainda pouco ocupado. É necessário que haja uma contribuição da ciência acadêmica, e nesse caso, a geografia é aquela que muito pode contribuir, por tratar da interação de todos os fenômenos espaciais, tanto físicos quanto humanos e de como eles transformam a organização do território", diz.



Ele acrescenta que no campo da geografia não há escolas no Brasil que tratem do tema, mas sim instituições militares, como a Escola de Comando do Estado Maior do Exército e a Escola Superior de Guerra. "A questão da Amazônia não é apenas restrita às suas fronteiras, mas é claro que elas chamam atenção pela sua extensão e pela sua diversidade. Portanto é assunto que deve ser estudado pela geografia militar", diz.



Inimigos do Brasil? Professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e uma das maiores autoridades brasileiras em estratégia militar, o coronel Geraldo Cavagnari, 76 anos, é rápido para devolver a seguinte pergunta: se o Brasil não tem inimigos declarados, por que se preocupar com a defesa do território? "Me diga então quem é o inimigo da França?", questiona o militar reformado do Exército.



Ele mesmo emenda a resposta: "Veja bem, a França não tem nenhum inimigo exposto, mas tem um dos mais modernos exércitos do mundo. Esse é o verdadeiro sentido da segurança nacional. Temos sempre que ter a chamada 'pronta resposta'", explica, com a autoridade de quem já foi comandante de inteligência do Exército.



Ele explica que o segmento da geografia militar no Brasil floresceu no começo da década de 1920, com chegada de uma missão militar francesa ao país que teve como tarefa modernizar o Exército. "Essa missão ficou aqui por quase 20 anos, treinando e modernizando nossas tropas, imbuindo o sentimento de organização e estratégia", explica.



Num cenário de confronto hipotético em fronteiras brasileiras, ele aponta as Forças Armadas da Colômbia como um poderoso inimigo, mas faz ressalvas. "A Colômbia tem um exército moderno e muito bem equipado, treinado inclusive para a guerra de selva. Mas não tem efetivo suficiente para uma penetração profunda. Não teria fôlego para uma ocupação", decreta.



Outro inimigo, ainda no campo das hipóteses, seria uma aliança de países ao Sul do Brasil, como Paraguai, Uruguai e Argentina. "Essa aliança até poderia ocupar, num primeiro momento, partes do Rio Grande do Sul e do Paraná, mas também não teriam efetivo e força suficiente nem para uma penetração maior em nosso território nem para mantê-la", argumenta.



Cavagnari lembra que para o Brasil obter a tão almejada cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem que ter Forças Armadas fortes. "Note que já somos uma potência econômica, mas teremos que ser, igualmente, uma potência militar", conjectura.

(Alfredo Durães)

(Correio Braziliense, 29/9)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73783

Copo de leite pode simular buraco negro

Pesquisa brasileira mostra que partículas em suspensão no líquido ajudariam a entender fenômenos cósmicos

Quem quer entender que diabos acontece num buraco negro talvez só precise observar um copo de leite.



Ou, pelo menos, um líquido que funcione mais ou menos como o leite, no qual estejam suspensas partículas de forma aleatória. A ideia acaba de ser proposta por cientistas brasileiros na "Physical Review Letters", principal revista científica de física do planeta.



"É uma chance de estudar parte de um fenômeno tão exótico quanto um buraco negro com a ajuda de um líquido que você poderia ter na sua sala", afirma Gastão Krein, do Instituto de Física Teórica da Unesp, que assina o estudo com dois colegas.



Para todos os efeitos, a situação "dentro" de um buraco negro e a que prevalecia quando ocorreu o Big Bang, fenômeno violento que teria dado início a este Universo, são basicamente as mesmas.



Em ambos os casos, o que se vê é, grosso modo, matéria e energia espremidas num espaço minúsculo, menos do que microscópico. Num contexto como esse, coisas estranhas começariam a acontecer, a começar pela violação de uma lei aparentemente fundamental do Cosmos: o limite da velocidade da luz.



"Numa situação como a de um buraco negro, espera-se que a velocidade da luz passe a variar de forma aleatória, mas o complicado é demonstrar isso matematicamente", diz Krein. E se trata de algo impossível de observar diretamente, já que, conforme o próprio nome diz, buracos negros são objetos da qual nenhuma luz escapa, e o infeliz que tentasse chegar perto deles viraria pasta de partículas elementares, amassado pela imensa gravidade desses corpos celestes.



É aí que entra o copo de leite. "Ou melhor, provavelmente um fluido um pouco mais complexo, com micropartículas metálicas, por exemplo, embora o leite sirva para ilustrar de que tipo de líquido falamos", conta Krein.



No novo estudo, os físicos brasileiros mostram que ondas de som se propagando por essa forma de líquido -como analogia com as ondas de luz- teriam um comportamento parecido com o que acontece em um ambiente de buraco negro. A velocidade das ondas de som também varia aleatoriamente, tal como se supõe que ocorra perto de buracos negros.



"Manipularíamos as características desse líquido em laboratório e, dessa forma, aprenderíamos algo sobre o que acontece nos buracos negros ou sobre como se deu o Big Bang", diz Krein. O grupo está em busca de físicos experimentais que topem o desafio de fazer isso.

(Reinaldo José Lopes)

(Folha de SP, 29/9)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73779

China testa limite de viagem ao fundo do mar

Projetista de minissubmarino chinês nega segredo e diz que nave é fruto de cooperação

Nem segredo de Estado nem uma nave para ser usada para pressão em disputas territoriais e militares. Segundo Weicheng Cui, projetista-chefe do novo minissubmarino chinês que pretende chegar a 7 mil metros e bater o recorde de profundidade para embarcações do tipo, ele é fruto de extensa cooperação internacional e deverá ser usado principalmente em projetos de investigação científica e de levantamento de recursos naturais no fundo dos oceanos.



Batizado Jiaolong, um dragão marinho mítico, o minissubmarino, do tamanho aproximado de um caminhão e com capacidade para três tripulantes, começou a ser construído há oito anos e cerca de 40% de suas peças foram fabricadas fora da China.



- O projeto ainda não está terminado. Precisamos superar muitos desafios, tanto ligados ao design quanto aos componentes - diz Cui, que na semana passada participou no Rio do 11º Simpósio Internacional em Projetos de Navios e Plataformas Flutuantes, organizado pela Coppe/ UFRJ.



- E também não houve segredo nenhum. Desde o início mantivemos contato com especialistas de todo mundo. Um projeto desses seria impossível de ser realizado sem as informações de experiências anteriores e a cooperação de empresas de outros países. O Jiaolong é um feito coletivo internacional.



De acordo com o projetista, para novos testes a China também terá de recorrer à ajuda de outros países. No fim do mês passado, o submarino desceu a 3.759 metros de profundidade no Mar do Sul da China, dentro da área do mar territorial chinês, e fincou uma bandeira no fundo do oceano. Com o feito, a China tornou-se o quinto país a ter tecnologia para ultrapassar a marca dos 3,5 mil metros, junto com EUA, França, Rússia e Japão.



- Não estamos fazendo testes próximos de áreas em disputa e evitando todo tipo de questões políticas. Afinal, somos cientistas - esclarece. - Colocar a bandeira no fundo do mar foi apenas uma das ações deste último teste. Queríamos que o piloto treinasse o uso do manipulador, e fincar uma bandeira é uma operação delicada o bastante para servir como prova.



Cui conta que, para descidas mais profundas, será preciso escolher áreas do oceano fora da soberania chinesa. A intenção é, no ano que vem, bater na casa dos 5 mil metros e, em 2012, chegar ao limite previsto para o equipamento, de 7 mil metros.



- As variáveis que enfrentamos nos testes são muito grandes e ainda temos que depender de locais disponíveis para eles - diz. - Como a profundidade máxima no Mar do Sul da China é de 4 mil metros, para o teste de 5 mil metros vamos ter que escolher outro local. Provavelmente será numa área próxima ao Havaí onde a China tem autorização para explorações - acrescenta o projetista, numa referência a contrato que a agência chinesa China Ocean Mineral Resources Association (Comra), que encomendou e financia a construção da embarcação, com gastos de US$ 50 milhões até o momento, tem com a International Seabed Authority, organismo autônomo que administra a exploração econômica do leito oceânico em águas internacionais sob a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar de 1982.



Segundo Cui, cedo ou tarde a China e mesmo a Humanidade como um todo vão depender da exploração dos recursos naturais do fundo do mar como forma de enfrentar seu esgotamento em terra firme. Por isso, o Jiaolong está sendo projetado para alcançar mais de 99% da área do fundo do oceano.



- Sabemos mais sobre o espaço do que sobre o fundo do mar, que também guarda muitas informações sobre o processo de formação da Terra e a origem da vida no planeta - explica. - Além disso, 70% da Terra são cobertos pelos oceanos e eventualmente vamos precisar dos recursos escondidos neles.

(César Baima)

(O Globo, 29/9)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73777

Governo retoma concessão de bolsas de estudo a universidades privadas

Cerca de 160 programas terão apoio de R$ 10 milhões

Depois de mais de três anos estagnada, a política federal de concessão de novas bolsas de estudo a mestrandos e doutorandos de universidades particulares foi retomada.



A partir de hoje, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), agência do Ministério da Educação (MEC) para a pós-graduação, publica editais para beneficiar programas de mestrado e doutorado criados a partir de 2007, que não foram contemplados com auxílio financeiro governamental por causa de uma revisão do modelo.



A portaria 190 da Capes, publicada na segunda-feira no "Diário Oficial da União", amplia o alcance do Programa de Suporte à Pós-Graduação de Instituições de Ensino Particulares (Prosup) para os cursos que já contavam com bolsas (pré-2007) e os novos - cerca de 160 programas de mestrado e doutorado, que poderão contar com apoio inicial de mais de R$ 10 milhões em bolsas de estudo e outros custos.



Pelas novas normas do Prosup, as universidades particulares não disputarão mais cotas de auxílio e não farão a transferência dos recursos da Capes aos estudantes.



"Cada programa de mestrado ou doutorado terá direito a quatro bolsas, que serão repassadas diretamente pela Capes aos beneficiados. Além disso, vamos conceder uma fração de 20% do total anual das bolsas para a coordenação do programa para o custeio dos cursos e das mensalidades", explica Emídio Cantídio, diretor de programas e bolsas da Capes.



As bolsas de estudo para universitários de instituições privadas são equivalentes aos benefícios concedidos a pesquisadores de universidades públicas: R$ 1,2 mil para mestrado e R$ 1,8 mil para doutorado. Os critérios da concessão do benefício também são os mesmos: mérito acadêmico e qualidade do curso, conforme avaliação da Capes.



Segundo Cantídio, a ampliação do Prosup também é um esforço para estimular a produção científica da pós-graduação privada. "Não podemos ter preconceito com as particulares, se elas passam no crivo da Capes e criam programas de qualidade e passam a fazer parte do Sistema Nacional de Pós-Graduação, a Capes tem que apoiar, atuar com pragmatismo."



Em sete anos, a participação das universidades particulares na distribuição de bolsas de estudo pela Capes caiu de 18% para 10%, num total de mais de 45 mil auxílios concedidos. "Houve essa retração porque não fechamos novos convênios entre 2007 e 2010, enquanto a distribuição de bolsas para o setor público cresceu muito forte, principalmente para as universidades federais", diz Cantídio.



O pró-reitor de pesquisa e pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Jorge Audy, destaca que o novo Prosup foi elaborado em consenso com as instituições privadas e prevê maior preocupação com a qualidade dos programas de mestrado e doutorado no setor privado. "Com os novos editais, a expectativa é que aumente o número de bolsas significativamente, o que é bom porque estamos falando de um reconhecimento da qualidade dos programas", afirma.



Para Temisson José dos Santos, pró-reitor da Universidade Tiradentes, instituição com 18 mil alunos localizada em Aracaju, a reformulação da política de concessões de bolsas federais para o setor privado vai ajudar universidades que têm restrições para captar recursos para estruturar suas áreas de pós-graduação.



"Muitos Estados não têm recursos para fomento à pesquisa ou fundações de amparo à pesquisa. Em alguns casos, as fundações não podem, de acordo com seus estatutos, fazer operações com instituições privadas. O novo Prosup alavanca bastante, é importante para manutenção dos nossos programas."

(Luciano Máximo)

(Valor Econômico, 29/9)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73772

Primeiros quatro anos do fundamental ditam aproveitamento no superior

Pesquisa do Insper indica que nos estados onde as primeiras sérios do fundamental são mais bem avaliadas apresentam instituições de ensino superior com maior qualidade

As quatro primeiras séries do ensino fundamental são as mais decisivas para que os estudantes do ensino superior de um Estado demonstrem melhor aproveitamento. Segundo pesquisa realizada pelo Insper (ex-Ibmec-SP), por apresentar maior potencial de melhorias, é o primeiro ciclo que deve merecer mais atenção por parte dos gestores ou do governo.



A pesquisa tem o objetivo de mostrar em que níveis da educação básica nos quais mais esforços devem ser concentrados para que a eficiência das instituições de ensino seja melhorada. A ideia foi medir o impacto que o ensino básico tem no superior, por região do país.



A Região Sul foi a que obteve o melhor resultado - portanto, é a que apresenta as instituições de ensino mais eficientes na relação entre o desempenho do ensino básico e a qualidade do ensino superior: 97,2% de aproveitamento. A Região Nordeste é a pior, com 64,9%.



A Região Sudeste obteve 87,3%; a Centro-Oeste, 75,3%; e a Norte, 65,6%. A pesquisa considerou como premissa os alunos terem cursado o ensino básico e o superior no mesmo Estado.



Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores fizeram cálculos estatísticos com dados das 27 unidades federativas. Foram utilizados dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - que mede o fluxo escolar e apresenta médias de desempenho dos anos iniciais e finais do ensino fundamental e do ensino médio - e um produto representado pela média do Índice-Geral de Cursos da Instituição (IGC), o indicador de qualidade das instituições de ensino superior do Ministério da Educação.



"São as turmas de 1ª a 4ª série que merecem mais atenção. Os investimentos no ensino superior têm sido maiores que no ensino básico" afirma Maria Cristina Gramani, uma das autoras do estudo. "Um fato relevante que mostra como o primeiro ciclo precisa de mais investimentos é o próprio salário dos professores, menor que o daqueles que dão aula para classes de 5ª a 8ª."



Para Maria Cristina, a Região Sul obteve a melhor posição porque seus Estados têm redes menores e apresentam políticas educacionais mais consistentes.



Para o professor Romualdo Portela de Oliveira, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), os principais investimentos que devem ser feitos nos primeiros anos do ensino fundamental consistem em discutir o gasto mínimo por aluno e elevar os recursos em relação ao magistério.



"Temos de aumentar a atratividade e melhorar a formação e as condições de trabalho dos professores para conseguirmos reter os melhores profissionais", explica Oliveira.



Segundo ele, as diferenças entre as regiões seriam atenuadas com mudanças no valor mínimo dos alunos. "O custo-aluno em São Paulo é o dobro do dos Estados mais pobres do Nordeste."



Claudia Petri, gerente de projetos do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), lembra que, além da valorização dos professores, as políticas públicas devem focar, principalmente, uma discussão do currículo e da organização do tempo na escola. "Nosso currículo é extenso demais, o professor não dá conta. Além disso, precisamos rever a duração das aulas."



Para o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a pesquisa do Insper mostra que, em Estados onde há políticas próprias para o ensino médio, a influência desta fase na qualidade do ensino superior é maior. "Além disso, o estudo reafirma que, quanto antes a criança ingressar na escola, maior o impacto disso no ensino superior."



O coordenador para o setor de Educação da Unesco, Paolo Fontani, concorda e vai além: para ele, o Brasil deve investir nos primeiros anos da educação infantil.



"É ali que se eliminam as diferenças socioculturais e econômicas. Quem faz uma boa educação infantil está pronto para aprender melhor", afirma. "A pré-escola top tem bons professores, formados em boas instituições. O ensino superior tem uma grande contribuição a dar à educação básica."

(Mariana Mandelli)

(O Estado de SP, 29/9)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73771

Brasil ganha prêmio internacional em concurso de jovens cientistas da UE

Trabalho de gaúcho sobre utilização de fungo em tratamento de tintas é eleito o melhor fora da União Europeia

Os projetos procedentes da República Tcheca, Polônia e Hungria conquistaram os primeiros prêmios da 22ª edição do concurso da UE (União Europeia) para jovens cientistas, que terminou em Lisboa na terça-feira.



O júri, composto por 18 cientistas renomados, avaliou também o trabalho sobre a utilização do fungo Aspergillus níger para tratamento de tintas, do brasileiro William Lopes, que obteve o prêmio Internacional, dedicado ao melhor entre os países não pertencentes aos 27 estados-membros da UE.



Os vencedores, que embolsarão 7 mil euros cada, foram o projeto checo sobre as nanopartículas de CO2 --aplicável na pesquisa de armazenamento dos gases efeito estufa--, o polonês com um estudo sobre as formigas cinerea e o húngaro sobre educação científica.



"Jovens como estes contribuem para moldar o futuro e acho que estamos em boas mãos", declarou a comissária europeia para Investigação, Inovação e Ciência, Máire Geoghegan Quinn na cerimônia de encerramento.



Após quatro dias, o museu da Eletricidade da capital portuguesa acolheu 85 projetos de 124 jovens, entre 14 e 21 anos, provenientes de 37 países, 27 da UE e dez convidados, entre eles Brasil, Estados Unidos, Canadá, Israel e China.



Coloração de tecidos



Entre os latinos-americanos, se destacou o brasileiro Lopes, um jovem pesquisador de 20 anos, natural de Novo Hamburgo (Rio Grande do Sul).



Seu projeto premiado sobre utilização do fungo Aspergillus níger tem como objetivo baratear o processo de coloração de tecidos como o couro e foi bem-recebido pelo público.



"É uma iniciativa amiga do meio ambiente e mais barata. Já tem várias empresas interessadas", disse Lopes à agência de notícias EFE.



O concurso de Jovens Cientistas da UE, impulsionado pela Comissão Europeia, começou em 1989 e visa promover a cooperação internacional e estimular novos talentos.

(EFE)

(Folha de SP, 29/9)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73770

Brasil é primeiro na Olimpíada Iberoamericana de Matemática

Equipe nacional ganhou duas medalhas de ouro e duas de prata

O Brasil ficou em primeiro lugar na 25ª edição da Olimpíada Iberoamericana de Matemática, realizada na cidade de Assunção, Paraguai. Com duas medalhas de ouro e duas de prata, o país foi o primeiro colocado entre os 21 países participantes. O time brasileiro obteve também a maior pontuação total da competição, com 133 pontos.



O estudante Marcelo Tadeu de Sá Oliveira Sales, de Salvador (BA), que atualmente estuda na cidade de São Paulo (SP), obteve medalha de ouro com 38 pontos, a maior pontuação da competição. Deborah Barbosa Alves, de São Paulo, obteve também a medalha de ouro.



Gustavo Empinotti, de Florianópolis (SC), que estuda em São Paulo, e Matheus Secco Torres da Silva, do Rio de Janeiro (RJ) conquistaram medalhas de prata.



Desde 1985, quando iniciou sua participação na competição, o Brasil conquistou um total de 89 medalhas, sendo 48 de ouro, 31 de prata e 10 de bronze.



A Olimpíada Iberoamericana de Matemática é realizada pelo Ministério da Educação e por sociedades de Matemática. Os objetivos principais da competição são: fortalecer e estimular o estudo da matemática, contribuir para o desenvolvimento científico da comunidade iberoamericana, detectar jovens talentos nesta ciência e incentivar uma troca de experiências entre os participantes.



Este ano participaram da competição as delegações de Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, representados por equipes de até quatro alunos, no total de 81 estudantes.



A participação brasileira na competição é organizada por meio da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), iniciativa que tem desempenhado um importante papel em relação à melhoria do ensino e descoberta de talentos para a pesquisa em Matemática nas modalidades de ensino fundamental e médio nas escolas públicas e privadas de todo o Brasil.



A Olimpíada Brasileira de Matemática é um projeto conjunto da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), e conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Matemática.

(Com informações do Portal do MCT)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73769

Muitos doutores, pouca inovação

Brasil forma 12 mil doutores por ano e taxa de empregabilidade é de 75%, mas esses profissionais ainda não estão gerando inovação tecnológica enquanto negócio nas empresas

O Brasil vem construindo um dos sistemas mais robustos de Educação Superior e de Ciência e Tecnologia (C&T) do mundo, mas ainda não está conseguindo apropriar-se amplamente desta conquista. Isso por conta de um grande descompasso entre a baixa capacidade de inovação das empresas e a alta competência científica das universidades brasileiras, mensurada pela crescente formação de alunos de pós-graduação, especialmente doutores.



O cenário foi apresentado na conferência "Mercado de Trabalho Para Recém-Doutores", proferida por José Oswaldo Siqueira, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), na manhã desta terça-feira (28/9), na Reunião Regional da SBPC em Lavras (MG).



O docente da Universidade Federal de Lavras (Ufla), que falou sobre o papel das universidades no desenvolvimento tecnológico nacional, explicou que a pesquisa acadêmica contribui com novas descobertas, teóricas ou empíricas, mas raramente gera invenções específicas.



Atualmente no Brasil, explicou, é alta a demanda por doutores no mercado de trabalho.



"Formamos, por ano, quase 12 mil doutores no Brasil e publicamos cerca de 40 mil artigos em revistas especializadas. A taxa de empregabilidade desses doutores é da ordem de 75%, sendo que os setores público e o da educação são os principais empregadores. Temos um mercado potencial para os doutores no país, mas eles ainda não estão fazendo pesquisa e desenvolvimento (P&D) que gere inovação tecnológica enquanto negócio nas empresas", apontou.



Siqueira divulgou um levantamento que mostra uma realidade inversa. De uma amostra de 3 mil empresas situadas no Vale do Silício, nos Estados Unidos, apenas 20 utilizaram tecnologias obtidas na academia, mais especificamente na Universidade de Stanford. "Em linhas gerais, apenas 10% dos novos produtos ou processos introduzidos pelas empresas americanas têm contribuição imediata de pesquisas acadêmicas", disse.



Os países desenvolvidos formam entre 30 e 45 mil doutores por ano e a grande parte é empregada no setor privado. Nos Estados Unidos, cerca de 90% das inovações nascem nas empresas a partir de investimentos próprios em P&D.



"A grande questão é que a maioria dos pós-graduandos brasileiros ainda dá preferência por carreiras nas universidades. A formação de tantos doutores e as altas taxas de empregabilidade no Brasil ainda não resultam em inovação porque esses profissionais ainda não estão nas empresas. Somente 8,4% dos grupos de pesquisa do CNPq relatam relacionamento com empresas", afirmou.



Além da falta de interesse dos recém-doutores, Siqueira apontou outras três causas da baixa quantidade de doutores nas empresas brasileiras: fraca visão estratégica para pesquisa e desenvolvimento (P&D) dos empresários, perfil de formação acadêmica dos doutores é muito restrito e custo elevado para contratação desses profissionais.

(Thiago Romero, da Assessoria de Imprensa da SBPC)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73760

Leilão de frequências 4G será no início de 2011, diz Anatel

Por Edileuza Soares, da Computerworld
De acordo com conselheira da Agência, o objetivo é oferecer os serviços na faixa de 2,5 GHz até a Copa do Mundo de 2014.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pretende antecipar o leilão das faixas de frequência de 2,5 GHz para que as operadoras de telefonia móvel ofereçam serviços de quarta geração (4G). De acordo com a conselheira da Anatel Emília Maria Silva Ribeiro, o objetivo é realizar o leilão ainda no primeiro semestre de 2011.

“O objetivo é viabilizar a oferta dos serviços de 4G antes da Copa do Mundo (de 2014)”, informa Emília Maria, lembrando que, inicialmente, a previsão era de que o leilão só ocorresse em 2012.

Quanto ao cronograma, a conselheira explica que a proposta encontra-se atualmente com a Procuradoria da Anatel e o edital entrará em Consulta Pública em novembro deste ano, na qual deve permanecer durante 45 dias. Só após a contribuição da sociedade, a Agência elaborará o documento definitivo para a licitação.
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/telecom/2010/09/28/2,5GHz-4G-anatel-celular/

Google lidera ranking das empresas mais cobiçadas para trabalhar

Por Network World/EUA
Pesquisa elaborada nos EUA ouviu 130 mil estudantes de graduação para identificar os empregadores mais atrativos do mundo.

O Google é o “empregador mais atrativo do mundo”, de acordo com uma pesquisa da Universum, empresa de consultoria especializada em reputação de marcas de empregadores.

Segundo o levantamento, que ouviu 130 mil profissionais em início de carreira nas áreas de negócio e engenharia, a Google manteve sua posição pelo segundo ano consecutivo. Já a rival Microsoft foi classificada como o 7.º empregador mais atrativo.

Foi uma queda significativa para a Microsoft, que na pesquisa de 2009 ocupava o 3.º lugar. Mas, no ranking de empresas de engenharia, ela ainda é a segunda empresa mais atrativa, atrás apenas da Google. IBM, Sony, BMW, Intel, General Electric, Siemens, Procter & Gamble e Apple completam a lista das dez mais.

A Cisco foi classificada como a 11.ª empresa mais atraente em engenharia. Outros nomes conhecidos de TI que aparecem no ranking são HP, em 13.º lugar, Dell, em 22.º, e Oracle, em 31.º.

Os ranking foram elaborados com base em uma pesquisa de “aproximadamente 130 mil estudantes de instituições acadêmicas de excelência” que “escolheram as empresas ideais para as quais desejam trabalhar”. A primeira edição da pesquisa ocorreu em 2009.

No ranking geral, a Google é vista como um desafio para as quatro grandes empresas de auditoria – KPMG, Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers e Deloitte – que completam a lista dos cinco primeiros.

A sexta empresa mais atrativa para trabalhar é a Procter & Gamble. Depois da Microsoft (7.º) vêm empresas como Coca-Cola (8.º), J.P.Morgan (9.º) e Goldman Sachs (10.º).

A Google, que esta semana celebra seu 12.º aniversário, informou em 30 de junho ter 21.805 mil empregados em tempo integral, depois de contratar 2 mil funcionários em apenas seis meses.

A Microsoft tem cerca de 89 mil empregados, mas demitiu 5 mil desde 2009, sugerindo talvez a razão pela qual tenha caído do 3.º para o 7.º lugar.

A Apple, em comparação, tem 34 mil empregados. Todas as três empresas são superadas pela IBM, que emprega aproximadamente 400 mil pessoas em todo o mundo.
(Jon Brodkin)
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/mercado/2010/09/29/google-lidera-ranking-das-empresas-mais-cobicadas-para-trabalhar/

Como anda o uso do Google Docs?

Por CIO/EUA
Pacote de produtividade na nuvem já é usado por 3 milhões de empresas, mas o MS Office ainda reina.

Mesmo com 3 milhões de empresas usando a plataforma Google Apps, a receita do grupo com esse serviço ainda é ínfima. O que pode ser dito é que o volume de usuários representa um importante marco e denota aceitação e expansão em alta.

Quais serão as consequências de uma empresa migrando para o Google e seus serviços? Para a organização comandada por Eric Schmidt, seria ótimo se as companhias substituíssem todos os seus aplicativos por softwares com a marca que remete ao visual do gadget Genius, dos anos 80.

Como isso não ocorre com frequência, as soluções na nuvem do Google são usadas com o objetivo de economizar, pois o preço de 50 dólares anuais por usuário (na versão Google Apps Premier) e sua integração com outros serviços e plataformas online como o Outlook e o Lotus Notes fazem do Docs uma maneira viável de poupar recursos da empresa.

De fato, empresas de pequeno porte têm menos a ganhar com o Google Apps, mas no caso de organizações com cem ou mais funcionários, a plataforma representa um adeus aos incômodos servidores Exchange.

Mas isso não representa o fim do Outlook. Usuários que insistirem em usar a interface do aplicativo de e-mails e de outras tarefas têm à disposição o recurso Google Apps Sync for Outlook.

Ilusão
Outra ilusão consiste em achar que da noite para o dia todo mundo deixará de usar os editores de texto e planilhas de cálculo da Microsoft em detrimento do Google Docs.

“Possivelmente você verá empresas migrarem para o Google para dar conta dos e-mails, mas usar os produtos da empresa para editar documentos será bastante raro”, afirma o vice presidente e analista-chefe da Forrester Research, Ted Schandler.

“Sim, o Google continuará tendo sucesso com a plataforma colaborativa que incrementa as funcionalidades das soluções. Mas não vejo o Google Docs superando o uso do pacote Office da Microsoft”.

Por hora, uma combinação equilibrada entre as soluções da nuvem e o Outlook tem dados às empresas o que elas precisam.

Greenwood, cidade sediada no oeste da Carolina do Sul, nos EUA, é um exemplo disso. O município com 65 mil habitantes conta com 300 funcionários na administração. Destes, três são do departamento de TI. Recentemente a prefeitura de Greenwood migrou de uma infraestrutura local que mesclava as plataformas Exchange com um sistema Unix (gratuito) para o Google Apps.

A instalação do Google Apps para os 300 funcionários levou dois meses e contou com o apoio da terceirizada Cloud Sherpas para consolidar dois sistemas de email que vinham sofrendo com um volume de spam enorme, informou o diretor de TI do município, Brad Barnell.

“Em nossos testes ficou evidente que o filtro de spam do Gmail é um dos mais eficientes, o que foi um alívio para nós, pois tínhamos muitos problemas com e-mails indesejados”, explica Barnell.

Questão de preço
Barnell chegou a verificar os serviços de produtividade online da Microsoft, mas, em termos de preço, a proteção contra spam oferecida pelo Google Apps foi motivo suficiente para decidir pelos produtos da organização famosa apor seu buscador.

Apesar de o serviço de suporte do Google ser bastante criticado, até o momento Barnell não tem do que se queixar. A única vez em que teve de acionar o serviço de suporte foi por ocasião de integração de recursos entre impressoras e caixas de entrada de mensagens.

“O atendimento prestado pelo Google foi suficiente para nos guiar no processo e pudemos voltar ao trabalho em pouco tempo”, afirma Barnell.

No referente aos e-mails, metade dos 300 funcionários usam o tradicional Gmail, ao passo que a outra metade prefere a interface do Outlook (em conjunto com o integrador Google/Outlook) que tem contatos e calendário sincronizado com o Google Apps.

“O único incômodo é a lentidão, e mesmo essa é aceitável. No mais é igual a usar o Exchange normal”, ressalta Barnell.

O que deixa o diretor de TI bastante satisfeito é o fato de os funcionários poderem verificar as mensagens nas caixas de entrada a partir de seus smartphones.

Lugar garantido
Mas a suíte de edição Microsoft Office manteve seu lugar na administração municipal. Apesar de o Google Docs estar disponível para todos os empregados, nenhum deles o usa para escrever textos. A familiaridade dos empregados com o Microsoft Office é grande, como na maioria das empresas.

“Alguns usuários utilizam o GTalk (sistema de troca de mensagens instantâneas), mas na hora de editar documentos, o Microsoft Office reina absoluto”, confirma Barnell.

Contudo, Barnell avalia que as empresas devem verificar qual é a real necessidade de os funcionários terem o Office instalado nas máquinas locais e estudarem a viabilidade de usar plataformas de produtividade em nuvem (como o Office Web Apps).

“O pacote Office é caro. Por enquanto eu o utilizo sem problemas, mas antevejo uma migração completa para soluções online nos próximos anos”, finaliza Barnell.
(Shane O'Neill)
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/09/30/como-anda-o-uso-do-google-docs/#rec:mcl

Quer melhorar a posição de seu site nos motores de busca? Chame o linkbuilder

Por Klaus Junginger, para o IDG Now!
Tarefa de criar relacionamentos entre sites para valorizar sua posição no ranking virou carreira em que não há falta de vagas.

O trabalho de SEO (search engine optimization - otimização de sites para buscadores, em tradução livre do inglês) é de dar inveja a Hércules. Ele consiste em estudar, desenvolver e aplicar técnicas para aumentar a visibilidade do conteúdo de páginas na Internet. Assim, essas páginas tornam-se mais habilitadas a concorrer aos melhores posicionamentos em pesquisas nos mecanismos de busca. Uma dessas tarefas tem um nome especial: linkbuilding.

O linkbuilding é absolutamente crucial em projetos de otimização. A tarefa consiste em disseminar links (atalhos) do seu endereço na web em outras páginas e sites. Dessa forma, os mecanismos de busca têm maior referência sobre a confiabilidade do site. Com base nesses "votos" (em SEO fala-se que cada link equilvale a um voto) os mecanismos de busca podem priorizar determinadas URLs na hora de montar as SERPs (páginas de resultados) com as respostas às pesquisas feitas nos buscadores. Basicamente, quanto mais sites tiverem links apontando para um determinado endereço da web, maior sua relevância.

Linkbuilding não é a primeira tarefa em um processo de otimização de sites. É uma das últimas fases e costuma levar bastante tempo. Esse trabalho de networking digital não cessa e deve ser feito de maneira consistente. Isso, porque se um site, da noite para o dia, apresentar uma ocorrência muito grande de links, o fato despertará a atenção para mecanismos de busca que poderão investigar como essa disseminação aconteceu. Nem sempre uma explosão de links é a coisa mais positiva. Na perspectiva dos buscadores, às vezes, menos é mais.

O marketing digital se encontra em uma fase em que empresas se especializaram em assumir essa tarefa de "relacionamento" entre sites. Durante o Uaiseo, evento que reuniu as comunidades de SEO e de links patrocinados em Belo Horizonte (MG), nos dias 25 e 26/9, Manuela Sanches, fundadora da empresa Enlink, apresentou a forma como o trabalho de linkbuilding é feito. Depois da palestra, o IDG Now! pode conversar com Manuela sobre o mercado de trabalho e outras características dessa ocupação-cerne do segmento de SEO.

Onde colocar os links

Dentro da enorme variedade de endereços da web, cada um serve para um target (uma audiência) específica e é lá que os links devem ser colocados. Os blogs deixaram de ser vistos como páginas de conteúdo pouco confiável e coisa de gente irresponsável. Então o trabalho de relacionamento com a blogosfera é parte essencial do linkbuilding. Apesar disso "...colocar links em blogs não ficou mais difícil. Sim, os blogueiros são seletivos, mas tudo depende da abordagem", diz Manuela, quando perguntada sobre essa camada da internet. Por parte dos clientes os blogs também são apreciados: "A maioria dos clientes não desdenha os blogs, não", diz Sanches.

Existe outro tipo de domínio que é altamente apreciado por linkbuilders. Trata-se de sites com domínio finalizado em .edu (sufixo reservado a instituições de ensino) e os .gov (de entidades governamentais). Os dois gozam de muita consideração por parte dos buscadores, como o Bing e o Google, pois são páginas "idôneas", em que um link só entra quando tem real relevância. Fato é que para posicionar um link em sites desse tipo a burocracia é grande, “às vezes, enorme”, diz a empresária que começou como linkbuilders em uma empresa de Curitiba chamada Mídia Digital.

É comum que as empresas enviem requisições de links para esse sites e normalmente não se pede muito além disso. "Nós fazemos o contato e explicamos o motivo e qual é o enfoque da campanha, não especificamos exatamente em que parte dos sites o link deve ser colocado, isso fica a cargo dos webmasters”, diz Manuela.

Pago x não pago

Por se tratar de requisições, não é comum retribuir esses links. "Não é uma troca de links", diz Manuela. Além dessa prática de troca de atalhos ser mal vista pelos robôs de busca, muitas vezes não existe um interesse comum em ter um site apontando para o outro. O que existe é a compra ou a venda de links. "Já recebemos propostas de blogueiros que nos pediram até 500 reais para escrever uma resenha e implementar um link em seus blogs. Nesse caso o conteúdo e o atalho devem permanecer no site por um ano", diz. "Mas essas são ofertas deles, e não costumamos fazer esse tipo de acordo", ressalta.

Clientes

O elenco de clientes das empresas varia fortemente. "Ainda não atendemos políticos. Acho que isso seria um real desafio, mas é algo que gostaríamos de fazer um dia, justamente pela dificuldade", afirma Sanches, quando perguntada sobre esse trabalho com foco em política.

Carreira

Sobre mercado de trabalho, o IDG Now! conversou com o diretor de mídia e de projetos da empresa Mídia Digital, Willie Taminato. Willie descreve a carreira de um linkbuilder como algo até certo ponto penoso, pois a rotina é a mãe desse profissional.

"Acho uma comparação um pouco desanimadora, mas é parecido com o trabalho de telemarketing, em que tudo se baseia em relacionamento. Não é simplesmente pedir o link e pronto", diz.

Na escalada profissional o linkbuilder passa obrigatoriamente pela função de linkbuilder júnior. Ele tem por atribuições a descoberta de links relevantes para o cliente, o envio de solicitações, pesquisa por palavras-chave, deve montar relatórios e seu trabalho tem metas que podem variar de cinco a 20 links por semana; tudo depende do cliente e do grau de dificuldade em conseguir essas recomendações virtuais. O salário não dá água na boca, quem quiser entrar para essa área pode ficar feliz se receber mil e quinhentos reais por mês. A boa notícia é que "Mercado de trabalho tem, e não é pequeno", afirma Taminato.

Ultrapassada essa fase muito operacional e repetitiva, o linkbuilder pode galgar a posição de coordenador de linkbuilding. Espera-se desse profissional, um poder de análise de relatórios aprofundado e o domínio de ferramentas que lhe auxiliem na gestão das planilhas para manter o controle sobre a disseminação dos links. Nesse estágio, um salário de até 4.500 reais é algo possível.

Willie menciona que existem empresas sediadas na índia que oferecem esse tipo de trabalho, mas não é muito interessante para o mercado brasileiro. "Essas organizações conseguem colocar links na internet e em sites qua têm pouca relevância para nosso mercado", finaliza.

Para finalizar, Manuela Sanches cita fatores que são indispensáveis para quem quer iniciar sua carreira no segmento de SEO, começando por linkbuilding:

1. Ter um olhar mais voltado para o marketing do que para a tecnologia;

2. Ser adorador da redação;

3. Estar disposto a passar horas pesquisando a web na busca por sites relevantes;

4. Ter mente aberta para encarar uma diversidade de temas que vai desde lustra-móveis até calçados infantis;

5. Ser metódico suficiente para manter o ritmo e controle sobre sua atividades.

E aí, vai encarar?
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/carreira/2010/09/27/quer-melhorar-a-posicao-de-seu-site-nos-sites-de-busca-chame-o-linkbuilder/#rec:mcl

Site brasileiro leiloa iPhone 4 com lances de R$ 0,01

Oferta do Olho no Click começa às 9 horas do dia 7/10; fica com o equipamento quem fizer a última oferta, não o maior lance.

Quer um iPhone 4, mas está sem dinheiro para comprar um? Se quiser tentar a sorte, o site Olho no Click (www.olhonoclick.com.br) vai realizar um leilão com o novo celular da Apple, com lances de R$ 0,01.

O modelo oferecido tem 16 GB, aparelho que custa 1.799 reais nas operadoras, em sua versão pré-pago. O equipamento é desbloqueado e a oferta acontecerá no dia 7/10, às 9 horas.

Mas antes de investir seu tempo e dinheiro na empreitada, é preciso saber que este tipo de leilão tem regras diferentes. Para começar, fica com o aparelho quem fizer a última oferta, não o maior lance. É necessário fazer um cadastro no site e adquirir pacotes de lances, com preços a partir de 30 reais.

Cada participante pode dar quantos lances quiser, no valor de R$ 0,01, desde que não seja consecutivamente, no tempo de 15 segundos. A cada lance oferecido, é acrescido o valor de R$ 0,01 no produto e o cronômetro é reiniciado, voltando a receber ofertas. Quando o cronômetro chegar em “zero” a pessoa que ofereceu o último lance leva o produto pelo valor do arremate, mais o frete.

Segundo os organizadores, devem participar cerca de 30 mil pessoas, durante o período do leilão, que geralmente dura sete horas. A expectativa é de que o produto seja arrematado por pouco mais de 70 reais e que ele gere um faturamento de 7.500 reais para os organizadores.
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/10/01/site-brasileiro-leiloa-iphone-4-com-lances-de-r-0-01/#rec:mcl

Google cria formato de imagens para competir com o JPEG

Com o nome de WebP, padrão gera arquivos até 40% menores - e mais leves - que o popular rival.

O Google anunciou nesta semana a criação do WebP, um formato de imagens para competir diretamente com o JPEG. Segundo a empresa, o padrão consegue gerar arquivos até 40% menores que o popular rival, sem perda perceptível de qualidade.

O formato usa técnicas do codec de vídeo VP8 para compressão e apresenta tempo de carregamento menor, já que há redução do número de bytes nas fotos. De acordo com o Google, 65% dos bytes trafegados pela Web correspondem a imagens.

Em breve, o WebP também suportará transparências, substituindo - pelo menos parcialmente – o PNG. O Chrome – navegador do próprio Google – deverá ter um patch de conversão para que o browser suporte o formato.

A empresa também criou uma ferramenta de conversão para o formato e também um catálogo para que o internauta possa comparar as imagens deste padrão com o JPEG.
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/10/01/google-cria-formato-de-imagens-para-competir-com-o-jpeg/#rec:mcl

Saiba como usar o Google Street View Brasil no iPhone, iPad ou iPod

Por Daniel dos Santos, Now! Digital
Publicada em 30 de setembro de 2010 às 14h12
Serviço permite “caminhar” virtualmente pelas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, com direito a zoom e rotação.

A Google anunciou hoje (30/9) no Brasil a disponibilidade do serviço Street View, com imagens, inicialmente, de ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, e de algumas de suas regiões metropolitanas, como São Bernardo do Campo (SP), Niterói (RJ) e Curvello (MG). O Brasil é o primeiro país da América Latina a receber o novo recurso.

Com o serviço, que é muito legal, é possível fazer uma espécie de “caminhada virtual” pelas ruas, com direito a zoom e rotação de 360 graus. O recurso pode ser utilizado via navegador do computador, no site www.exploreostreetview.com.br ou na tela de equipamentos como iPhone, iPod Touch ou iPad. Veja como:

1) Toque no ícone do aplicativo Mapas.
2) Selecione buscar (Av. Paulista, por exemplo).
3) Clique na figura do bonequinho (Pegman).

4) Pronto, você está no endereço desejado, caso seja coberto pelo recurso, claro.

Uma vez na rua desejada, é possível seguir por ela tocando nas setas ou simplesmente girar e mudar de direção, tocando na tela e arrastando seu dedo. Dois toques permitem zoom e um círculo do lado direito inferior mostra sua posição no mapa.
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/09/30/saiba-como-usar-o-google-street-view-brasil-no-iphone-ipad-ou-ipod/#rec:mcl

No encurtador de URL da Google, uma surpresa: a criação de códigos QR

Apresentado no fim de 2009, serviço da empresa finalmente passa a operar de modo independente.

A Google começa a oferecer um serviço de encurtamento de URL em modo independente, para concorrer com serviços como o Bit.ly e o brasileiro Migre.me.

google-url-shortener

Chamado Google URL Shortener, o serviço usa uma interface quase tão limpa como a da tela de buscas na web. Há uma caixa para a colagem do endereço longo do site e um botão Shorten (encurtar). Os endereços terão o prefixo http://goo.gl.

O Google URL Shortener já havia sido apresentado em dezembro de 2009 – mas, na época, o serviço só funcionava dentro de aplicações da própria Google.

A página do serviço da Google oferece estatísticas sobre a quantidade de clicks nas últimas duas horas, no dia, na semana e no mês. O usuário que se identificar com sua senha Google poderá construir um histórico do uso da ferramenta.

Na página de ajuda do serviço, a Google afirma que a elaboração do encurtador perseguiu três objetivos: estabilidade, velocidade e segurança. Neste último caso, a empresa afirma que um alerta será exibido caso de uma URL encurtada aponte para um site suspeito de abrigar malware, phishing ou spam.

Em relação a privacidade, a Google explica que as URLs encurtadas não revelam a identidade de quem as criou, e que o histórico das URLs só pode ser acessado pelo dono da conta. Além disso, as informações analíticas para todas as URLs encurtadas são exibidas de forma agregada.

A página de ajuda do serviço não detalha, no entanto, como a Google poderia utilizar as informações armazenadas.
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/09/30/google-estreia-seu-encurtador-de-url/

Cinco inovações do Google Labs que podem agradar você

Por CIO/EUA
Publicada em 29 de setembro de 2010 às 08h35
A área do Google reservada ao desenvolvimento de aplicativos e ferramentas apresenta constantemente novos recursos que todos podem testar.

O último lote de aprimoramentos do Google Labs inclui alguns add-ons para o Gmail, recursos adicionais do Google Calendar e até aplicativos para o sistema operacional de smartphones, o Android. Apresentamos cinco dessas inovações e perguntamos: Qual deles você vai usar?

1. Open Spot

Encontrar aquela vaga de estacionamento é uma tarefa das mais ingratas. Agora, usuários de smartphones Android têm um aplicativo só para lhes ajudar nisso.

O Open Spot funciona assim: quando um usuário do aplicativo deixa uma vaga, essa informação é compartilhada com outros que estão em modo de “procura”. De forma a incentivar as pessoas a usar esse aplicativo, na medida em que mais e mais vagas são liberadas pela mesma pessoa, “karma points” (pontos para o karma) são colecionados. Em um mapa, o aplicativo exibe as vagas em aberto e onde o usuário que procura um lugar para estacionar está. Diferentes cores dos marcadores indicam há quanto tempo o lugar está vago.

Para rodar o Open Spot, é necessário ter o Android 2.0 instalado e , por hora, esse recurso funciona apenas nos EUA, no Canadá e na Holanda.

2. Apps search
Quem usa frequentemente o Google Docs tem muitos arquivos armazenados e lembrar dos nomes pode ser algo para lá de trabalhoso.

O novo recurso Apps Search, do Gmail Labs, tem por objetivo facilitar a localização desses arquivos. Normalmente, quando queremos localizar algum conteúdo no Gmail, inserimos o termo buscado em um campo que diz “Search Mail” (procure por mensagens – em tradução livre do inglês).

Mas, se o usuário habilitar o Apps Search (o que pode ser feito a partir da aba correspondente ao Gmail Labs, na interface de configurações do Gmail) o texto do botão muda para “Search mail and docs” (procure por mensagens e por documentos – em tradução livre). De agora em diante, os resultados de pesquisa irão incluir documentos e mensagens de email com o conteúdo digitado.

3. Gentle Reminders
Se você se incomoda com pop-ups estourando em seu monitor para lembrar de reuniões e compromissos, então pode dar uma chance ao novo recurso do Calendar Labs. Cada vez que um evento estiver se aproximando, você verá uma menção no fundo da tela e ouvirá um ”som agradável”. Usuários do Chrome podem configurar diferentes notificações no desktop.

Procure pelo “Gentle Reminders” na interface do Google Calendar, escolha as configurações e clique na aba do Labs.

4. Declinar eventos de forma automática
Mais um recurso do Google Calendar e em fase “Labs”, trata-se de uma configuração que declina automaticamente de convites para eventos, durante os quais você não estará disponível. Depois de acionar esse recurso, também disponível na aba do Labs da interface no Calendar, verá uma opção de “busy” (ocupado) no campo de status do usuário.

5. URLs encurtadas para o Google Maps
“Short URL”, outro novo recurso do Google Maps, encurta automaticamente as URLs para um mapa. Normalmente, ao clicar no botão “Link”, duas URLs longas são geradas: uma para ser inserida em um email e outra para ser integrada ao código HTML de sites.

Habilitar a opção Short URL transforma essas duas URLs em endereços mais compactos, para usar no Twitter e em softwares de mensagens automáticas.
(Kristin Burnham)
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2010/09/28/cinco-inovacoes-do-google-labs-que-podem-agradar-voce/

Canadá oferece bolsas de pós-graduação

29/9/2010

Agência FAPESP – O governo do Canadá abriu inscrições para o Programa Vanier de Bolsas de Pós-Graduação, voltado a estrangeiros interessados em realizar pesquisa nas áreas de ciências sociais e humanas, ciências naturais, engenharia e saúde.

As inscrições para 2011 poderão ser feitas até o dia 20 de outubro. Nesta edição do programa são oferecidas vagas em 52 universidades canadenses. O valor da bolsa é de 50 mil dólares canadenses anuais por um período de até três anos.

Para participar do programa os candidatos devem ter cursado até 20 meses do curso de doutorado com média satisfatória e não ter recebido anteriormente nenhuma bolsa do programa Vanier.

Os candidatos devem, em primeiro lugar, escolher entre uma das 52 universidades parceiras para participar da seleção.

A avaliação será feita a partir do desempenho acadêmico e profissional do candidato, por meio dos resultados acadêmicos, prêmios e distinções, programa de estudo e contribuições potenciais para o avanço do conhecimento, experiências profissionais e acadêmicas relevantes, envolvimento com a comunidade, publicações, apresentações em conferências e cartas de recomendação.

O programa é uma iniciativa de três agências de fomento à pesquisa no Canadá: o Conselho de Pesquisa em Ciências Sociais e Humanas, o Conselho de Pesquisa em Ciências Naturais e Engenharia e os Institutos de Pesquisa em Saúde do Canadá.

Mais informações: www.canadainternational.gc.ca/brazil-bresil/study-etudie/vanier_scholarship-bourse.aspx?lang=por
Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/12842/canada-oferece-bolsas-de-pos-graduacao.htm

Canções das ruas

29/9/2010

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – A canção ocupa um lugar social e histórico ímpar na cultura brasileira. Discutir como essa forma tão especial de expressão artística pode contribuir para repensar o conceito de cultura da educação é o objetivo do livro Cidade Cantada – Educação e experiência estética, de Julia Pinheiro Andrade.

Para abordar o sentido formativo que a experiência estética pode assumir no campo da educação, a autora discute a forma da canção brasileira a partir de dois exemplos distintos e radicais: o tropicalismo do compositor Tom Zé e o rap do grupo Racionais MC’s.

A obra, lançada em agosto, tem base na dissertação de mestrado de Julia, defendida em 2007 na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), com Bolsa da FAPESP.

Graduada em Geografia na USP, em 2001, a autora atuou em pesquisas em geografia urbana na cidade de São Paulo. Atualmente, é coordenadora pedagógica do Programa Mapa de Educação e Meio Ambiente e assessora da Escola Castanheiras.

Como educadora no ensino fundamental, percebeu que os alunos tinham dificuldades para se identificar e compreender conceitos e processos que explicam a lógica das transformações do espaço urbano, pois mobilizam representações abstratas da cidade.

“Utilizando a música em sala de aula, observei que a abordagem estética fornecia um excelente acesso para diversos temas, pois a canção mobiliza o corpo, as emoções e cognição a um só tempo. Quando a escutamos enquanto forma narrativa, podemos elaborar toda uma experiência sobre a relação entre os sujeitos (o cantor e o ouvinte) e as cidades (a cantada e a vivida). Quando passei a trabalhar com a formação de professores, essa possibilidade ficou ainda mais clara”, disse à Agência FAPESP.

Julia passou então a considerar a possibilidade de abordar a correspondência entre a canção como forma estética, a experiência urbana e as transformações do espaço da cidade.

Inicialmente, seu projeto de mestrado partiria da década de 1950, com o samba do compositor paulista Adoniran Barbosa. “Passaria então pelas ‘descanções’ de Tom Zé – um tropicalismo diferente, que viu as metamorfoses da cidade nas décadas de 1960 e 1970 –, chegando finalmente à música dos Racionais MC’s, que cantaram a cidade implodida por um violento crescimento periférico”, disse.

O estudo acabou se concentrando em Tom Zé e Racionais MC’s, dois momentos contrastantes da cidade e da forma da canção. “Adoniran Barbosa permaneceu como contraponto iluminador, aparecendo como o fio da meada da geografia e da história da canção em São Paulo”, explicou.

No primeiro capítulo, A cidade cantada, a autora apresenta a importância da canção no Brasil. “A canção ocupa na nossa sociedade um lugar social e histórico ímpar, mais presente do que a cultura letrada”, disse.

Para situar o “objeto não identificado da canção popular”, Julia se baseou em autores como José Miguel Wisnik, Luís Tatit, Marcos Napolitano e Celso Favaretto – esse último professor no Departamento de Metodologia do Ensino e Educação Comparada da Faculdade de Educação da USP e orientador do estudo.

Delineada a força da canção, a autora define então a importância da cidade cantada. “Uma forma estética capaz de decantar e comunicar a experiência complexa e ambivalente do mundo urbano de hoje. Penso essa possibilidade em São Paulo, cidade ícone do desenvolvimento e da crise nacional”, disse.

O segundo capítulo é um ensaio teórico sobre a importância de trabalhar as diferentes linguagens da cultura em educação. “Procurei refletir sobre como podemos pensar em um projeto de formação cultural a partir de nosso espaço mais cotidiano, a cidade, e, nesse contexto, qual o papel que um trabalho sistemático de escuta de canção pode desempenhar na educação”, explicou.

Dentro desse conceito, Julia discute o valor de trabalhar a arte no contexto escolar, considerando-a uma experiência ampla que engloba simultaneamente sentimentos, razão, emoções e sentidos. A autora procura distinguir o que é a experiência estética e crítica.

“A partir da obra do filósofo alemão Walter Benjamin (1892-1940), Julia estuda a cultura e a educação dentro de uma modernidade muito crítica, que é a do nosso tempo, entre o moderno e contemporâneo”, disse Favaretto.

O terceiro capítulo discute como fazer o trabalho com a canção. Para isso, é preciso definir o que é a forma canção, como ela se estrutura, como é lida e escutada. “Trata-se de uma forma híbrida entre literatura e música. Procuro trabalhá-la em suas duas dimensões e, a fim de explicitá-las, analiso diversas canções”, afirmou.

Pensadores como Theodor Adorno (1903-1969) e Jean Baudrillard dão o fundamento para a discussão sobre as possibilidades de se pensar a canção como experiência estética, sendo que ela é, ao mesmo tempo, arte e mercadoria, isto é, necessariamente voltada para um determinado consumo.

“Sustento que, no Brasil, a canção é um objeto cultural muito forte pelo fato de unir a experiência cotidiana com uma cultura enciclopédica e, ao mesmo tempo, circular entre as várias classes sociais, fazendo uma ponte entre cultura letrada e cultura oral. Destaco a dialética entre a forma mercadoria e a forma narrativa, que é uma forma estética capaz de compartilhar e decantar experiências”, disse.

Conversações diversas

No quarto capítulo, Julia discute como a canção se manifesta na obra de Tom Zé. Contextualiza sua formação, diferencial em relação ao projeto tropicalista e apresenta a cidade cantada por ele – ou sua “descanção”, como o próprio autor define.

“Analiso como se desdobrou o seu projeto estético ao longo do tempo e como a imagem da cidade volta em suas diversas fases, avaliando as mudanças de instrumentação, estilo, ritmo, letras e maneira de cantar ao longo do tempo, evidenciando as transformações e os processos da cidade”, disse.

“Como trabalha desconstruindo a canção, Tom Zé é especialmente feliz na decantação das metamorfoses da cidade em metrópole, pois incorpora à melodia ruídos, dissonâncias, levadas harmônicas e rítmicas estranhas, como os ostinatos. Sua canção decanta as ambivalências da crise urbana contemporânea.”

Julia analisa depois as mudanças das manifestações musicais brasileiras em direção ao gênero eletrônico, até chegar ao rap ("ritmo e poesia", na sigla em inglês) que, segundo ela, é uma “forma diminuída, mínima, da canção”.

“O rap é coerente com uma experiência da mudança radical da cidade a partir da década de 1990. Faço uma gênese desse gênero nos Estados Unidos e no Brasil e destaco a relação entre os dois países para explicitar o que é o rap e por que podemos considerá-la como uma forma de canção – quando a melodia se reduz à entoação da fala e o ritmo e discurso emergem em primeiro plano”, afirmou.

“Com uma ‘dicção de navalha’ cantada e decantada por um narrador em primeira pessoa, o Racionais MC's conseguiu narrar muito bem a experiência urbana das periferias. O grupo destaca até mesmo a experiência da morte, colocando-a para falar por meio de discurso de bandido baleado, da encenação de tiroteio, do pensamento em flashback e do som ritmado de um eletrocardiograma. Mais do que a descrição factual da periferia, conseguiram narrar experiências fortes e trazer essa parte antes silenciada da cidade para dentro da música”, disse.

A autora utiliza a teoria do filósofo húngaro Georg Lukács (1885-1971) de forma narrativa para discutir como ela é capaz de narrar ou descrever uma experiência. “Faço essa discussão para ver como um grupo de rap consegue criar uma narrativa”, contou.

O último capítulo do livro é, segundo Julia, uma síntese sobre a experiência estética e sua possibilidade de uso com formação de um sujeito – exatamente porque põe em correspondência um sujeito que narra e um outro que ouve, possibilitando que se saia da simples situação de vivências individuais.

“A cultura do nosso tempo é diluída, fragmentada, mas múltipla: a canção pode trazer para a sala de aula diferentes escutas e conversações. Por menos que um professor goste de rap, se ele se propuser a escutar de forma crítica, contextualizando estética e historicamente a canção, poderá chegar a compartilhar experiências com seus alunos”, apontou.

“O livro não propõe estratégias diretas de aplicação da canção em sala de aula, mas dá indicações de como perceber, como criar uma escuta profunda da canção para compreender a experiência do tempo e do espaço contemporâneos”, disse.

*

Título: Cidade Cantada – Educação e experiência estética
Autora: Julia Pinheiro Andrade
Páginas: 274
Preço: R$ 42
Vendas: www.editoraunesp.com.br/titulo_view.asp?IDT=1193
Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/12840/cancoes-das-ruas.htm

Reconstrução ocular

29/9/2010

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – O olho é revestido pela superfície mais especializada do corpo humano. Essa superfície é composta pelos epitélios da córnea, limbo e conjuntiva e necessita da lubrificação do filme lacrimal para manter sua função.

No limbo residem células-tronco que regeneram o epitélio compacto e transparente da córnea. O epitélio, por sua vez, é considerado o tecido mais ricamente inervado do ser humano. Na conjuntiva residem células produtoras de mucina e células do sistema imune, fundamentais para a defesa do olho.

Essa superfície altamente diferenciada e complexa pode ser alvo de diferentes tipos de agressões físicas, químicas e biológicas, que repercutem diretamente na função visual e qualidade de vida.

Estudar as estruturas envolvidas e desenvolver técnicas para contornar e evitar as chamadas doenças que acometem essa área nobre do corpo humano foi o objetivo da pesquisa “Reconstrução da superfície ocular: aspectos básicos, clínicos e cirúrgicos”, coordenada pelo professor Rubens Belfort Mattos Júnior, do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e apoiada pela FAPESP por meio da modalidade Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático.

“A superfície ocular é muito importante em inúmeros aspectos. Procuramos abordar nesse projeto os aspectos básicos, clínicos e cirúrgicos dos problemas que afetam esse tecido”, disse Belfort à Agência FAPESP.

Uma das técnicas desenvolvidas no âmbito do projeto foi o transplante de membrana amniótica para a reparação da superfície ocular. Esse tecido, que é obtido da placenta, possui propriedades cicatrizantes e antiinflamatórias, além de ser considerado imunologicamente inerte. Pode ser conservado congelada em meio de cultura por meses, o que facilita a sua aplicação terapêutica.

A membrana amniótica se mostrou eficaz no tratamento da superfície ocular no caso de queimaduras, na síndrome de Stevens Johnson (forma grave de eritema bolhoso), no pterígio (espessamento vascularizado da conjuntiva) e na reparação dos afinamentos da córnea.

Outro estudo envolveu a aplicação de células-tronco do limbo na regeneração da superfície da córnea. “Não temos a necessidade de uma célula com pluripotencialidade, o que nos interessa são as funções ligadas ao olho nas quais a aplicação das células-tronco adultas do limbo apresentam bons resultados”, disse Belfort.

Segundo ele, as células-tronco límbicas podem ser transplantadas de um olho saudável para o outro comprometido em um mesmo paciente ou ainda serem recebidas de outra pessoa.

Outra vertente do Temático incluiu o cultivo em laboratório e o transplante das células-tronco do limbo para reparar a superfície ocular danificada, o que colocou a equipe da Unifesp em pé de igualdade com os grupos mais avançados nesse tipo de pesquisa, segundo Belfort.

“No mundo, poucos países estão no mesmo patamar. Itália, Alemanha, Inglaterra, Japão, Cingapura e Índia – e agora o Brasil – são os mais importantes”, afirmou.

Novo laboratório

Além do limbo, outras possíveis fontes de células-tronco são células da conjuntiva e dentes de leite. Um trabalho feito em parceria entre pesquisadores da Unifesp e do Instituto Butantan está experimentando células-tronco extraídas da polpa desses dentes também na reconstrução da superfície ocular.

A técnica de aplicação sobre a córnea é similar: o novo tecido cultivado em laboratório é aplicado sobre o olho, seguido de enxerto de membrana amniótica para proteger as células transplantadas.

Belfort destaca que o Projeto Temático possibilitou a criação do Laboratório de Biologia Celular em Oftalmologia da Unifesp, unidade especializada no cultivo de células-tronco epiteliais da superfície ocular, cujos equipamentos foram adquiridos com apoio da FAPESP.

A pesquisa ainda recebeu apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Instituto de Visão, instituição filantrópica ligada ao Departamento de Oftalmologia da Unifesp.

“Um dos grandes méritos desse Temático foi consolidar um núcleo de pesquisa e formar novos talentos, como José Álvaro Pereira Gomes, que foi co-coordenador do projeto”, disse Belfort. Gomes defendeu sua livre-docência durante o projeto e atualmente também é professor do Departamento de Oftalmologia da Unifesp.
Fonte:http://www.agencia.fapesp.br/materia/12839/reconstrucao-ocular.htm

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Independent: Dilma será mulher mais poderosa do mundo

agestado
Reportagem do jornal britânico The Independent sobre a eleição presidencial no Brasil diz que a candidata do PT, Dilma Rousseff, se prepara para ser "a mulher mais poderosa do mundo". Para o jornal, "sua amplamente prevista vitória na eleição presidencial do próximo domingo será saudada com alegria por milhões".

De acordo com o Independent, Dilma "marca o desmantelamento final do 'Estado de segurança nacional', um arranjo que os governos conservadores nos Estados Unidos e na Europa já viram como seu melhor artifício para manter um status quo podre, que manteve uma vasta maioria na América Latina na pobreza, enquanto favorecia seus amigos ricos".

O jornal explica que a petista será "a mulher mais poderosa do mundo" porque, como chefe de Estado, ela terá um cargo superior ao da chanceler alemã, Angela Merkel, e ao da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton. Além disso, "seu enorme país de 200 milhões de pessoas está festejando sua nova riqueza em petróleo".

"A taxa de crescimento do Brasil, que rivaliza com a da China, é uma que a Europa e Washington só podem invejar", diz a reportagem, que inclui um perfil biográfico da candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Fonte:http://br.eleicoes.yahoo.net/noticias/2806/independent-dilma-sera-mulher-mais-poderosa-do-mundo

Um abismo chamado educação

JC e-mail 4104, de 27 de Setembro de 2010.


O nome do jogo é qualidade. A batalha do ensino, que define o futuro dos meninos, vai ser decidida dentro da sala de aula

No próximo governo, a parte mais importantes da política social pode ser a que vai tratar de educação. Uma das principais explicações sobre por que o crescimento econômico nesta década tem sido tão favorável aos pobres - a renda do trabalho da base da pirâmide cresce muito mais rápido do que a do topo - é a redução das desigualdades educacionais no Brasil. Que, ainda assim, permanecem gigantescas.

Para manter e acelerar essa melhora, o novo presidente terá de investir bem mais na qualidade da educação no ensino básico. Até agora, o avanço tem sido mais na escolaridade média, medida em anos de estudo, e não no nível de aprendizado dos alunos.

Pode parecer surpreendente que um país com qualidade sofrível de ensino na rede pública esteja reduzindo diferenças educacionais ao ponto de estreitar a diferença de renda entre ricos e pobres. Mas o especialista Naércio Menezes, professor e coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper, garante que é isso mesmo:

"Quando colocamos quase todas as crianças no fundamental - um processo iniciado na década de 90 - e elas começaram a chegar em maior número ao ensino médio, e a se matricular no ensino superior, a desigualdade começou a cair. Isso ocorreu mesmo sem melhora efetiva da qualidade da educação, só pelo acesso."

O efeito da escolarização no mercado de trabalho pode ser medido, explica Menezes, pela redução dos diferenciais de renda associados à educação. Quando a qualificação é escassa, o seu preço sobe. No Brasil, esses diferenciais são muito grandes, revelando que ainda persiste um abismo de diferenças educacionais.

Ainda assim, o "prêmio" salarial pelo diploma universitário começou a recuar a partir de 2005, e o relativo ao ensino médio já encolhe desde 2002 - não por coincidência, momento muito próximo do início da redução mais intensa da desigualdade da renda do trabalho nos últimos anos. Segundo Naércio, o único diferencial educacional que ainda está crescendo é o da pós-graduação.

O impulso educacional na redução da desigualdade deve continuar nos próximos anos, por inércia, à medida que sucessivas gerações cheguem ao mercado de trabalho com um nível cada vez maior de anos médios de estudo (hoje está por volta de 7,5 anos, para a população de 15 ou mais de idade).

Esse é um efeito, porém, que pode diminuir, na proporção em que o país vá completando o trabalho de universalizar a educação básica. Dessa forma, o ataque à má qualidade do ensino público será cada vez mais importante. A boa notícia é que os especialistas já começam a enxergar a luz no fim do túnel também no front da qualidade, embora os avanços sejam muito tênues.

O economista Fernando Veloso, especialista em educação do Ibmec, no Rio, acha que, como no caso da política macroeconômica, há uma linha de continuidade na política educacional de Fernando Henrique Cardoso e de Luiz Inácio Lula da Silva. Ela consiste basicamente na montagem de um amplo sistema de avaliação de escolas.

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), um exame de avaliação de Português e Matemática no ensino fundamental, existe desde 1990. Foi em 1995, porém, que o Saeb passou por uma reformulação metodológica que o tornou comparável ano a ano - o que permite avaliar a melhora ao longo do tempo.

"Foi uma mudança fundamental", diz Veloso. Ainda no governo Fernando Henrique, foram criados o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Provão, para avaliar as universidades (descontinuado durante o governo Lula, que estabeleceu um outro sistema de avaliação do ensino superior).

No início do primeiro mandato de Lula, o enfoque na avaliação pareceu ameaçado, mas ele foi retomado ainda em 2005, com Tarso Genro como ministro da Educação, quando foi criada a Prova Brasil, um exame censitário (para todos os alunos) que avalia o ensino de Português e Matemática na 4ª e 8ª séries do fundamental em todas as escolas públicas urbanas do Brasil (com mais de 20 alunos nas séries avaliadas).

Com a chegada de Fernando Haddad ao Ministério da Educação, em julho de 2005, a opção pela avaliação como eixo da política educacional cristalizou-se. Em 2007, o sistema se sofisticou com a criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), um indicador divulgado a cada dois anos que classifica todas as escolas públicas da Prova Brasil. No caso, combinando o resultado neste exame com a "taxa de rendimento escolar" (que leva em conta a aprovação e a evasão).

O Ideb também estabeleceu metas anuais de melhora, até 2021, para cada escola pública, cada município e cada unidade da Federação. O objetivo mais geral é que o Brasil chegue em 2022 ao nível médio atual de qualidade de educação dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a maioria dos quais é rica. O Ideb prevê suporte federal para as redes e escola com piores resultados.

Todo esse arcabouço de avaliação de qualidade de ensino, e mais o teste internacional Pisa - no qual o Brasil é comparado com um grupo de países, basicamente os da OCDE, e tem ficado nas últimas colocações -, tiveram o desagradável mérito de revelar em detalhes o quadro lamentável da educação brasileira.

Como explica Menezes, as avaliações mostraram queda da qualidade de ensino entre 1995 e 2001, mas que pode ser explicada basicamente pelo ingresso no sistema educacional de contingentes que estavam fora. "Quando o pessoal é absorvido, começa a haver um melhora", adverte.

A partir de 2003, nota-se algum avanço, mas lento e concentrado nos níveis iniciais do fundamental, refletindo-se nas avaliações da 4ª série. Mais recentemente, o Ideb também mostrou sinais positivos na 8ª série, mas a melhora da qualidade do ensino médio tem sido mínima.

O grande desafio para o próximo governo, segundo Veloso, é aprender a utilizar o mapa das avaliações para se chegar a uma qualidade superior de ensino. Uma dificuldade adicional para o governo federal é que, devido à estrutura federativa do Brasil, a educação básica é atribuição de Estados e municípios, e há muitos limites ao que Brasília pode fazer de forma centralizada.

Para o especialista, o governo federal pode atuar incentivando e financiando inovações, avaliando e disseminando informações sobre experiências de sucesso e criando um arcabouço institucional que permita maior autonomia na gestão escolar.

A ideia é que o sistema de avaliações irá paulatinamente emitindo sinais sobre o que dá certo ou não nas dezenas de milhares de escolas brasileiras. A partir dessa base de informações, escolas, cidades e Estados, com o eventual apoio de Brasília, buscarão copiar e adaptar para si as soluções mais bem sucedidas reveladas pelo sistema de avaliação.

Na verdade, esse é um processo que já começa a acontecer. A ideia de oferecer bônus por desempenho de professores, por exemplo, espraiou-se pelos Estados de São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e a cidade do Rio de Janeiro.

Um exemplo bem concreto de como um bom projeto pode replicar-se são as escolas de ensino médio em tempo integral em Pernambuco, uma iniciativa do empresário Marcos Magalhães que se transformou em política pública. Agora, a secretária de Educação do município do Rio, Claudia Costin, resolveu adotar uma iniciativa parecida a partir de 2011, o chamado Ginásio Carioca, para o segundo segmento do fundamental, que vai da 5ª à 8ª série.

Tanto no caso de Pernambuco quanto no projeto do Ginásio Carioca há características, como cargas horárias de ensino elevadas e bônus por desempenho a professores (combinados com maior cobrança de resultado), que já se provaram eficazes nos Estados Unidos, em escolas voltadas a alunos de famílias carentes, que já chegam à sala de aula com uma imensa defasagem criada pelo ambiente familiar. Outra característica das duas experiências brasileiras é o trabalho em tempo integral dos professores, raro no país.

Os especialistas apontam diversos outros gargalos e problemas na trajetória de melhora da qualidade da educação no Brasil. Uma questão fundamental, principalmente para os alunos das famílias carentes, é a creche. Outro, a pré-escola. Já está amplamente comprovado, particularmente pelo trabalho de James Heckman, prêmio Nobel de Economia, que a intervenção para reduzir as defasagens educacionais é tão mais eficaz quanto mais prematura ocorrer.

Em termos quantitativos, o Brasil tem feito progressos nessa área. O porcentual de crianças de 4 e 5 anos na pré-escola subiu de 40% para 75% desde a década de 90. Menezes nota que é animador o fato de que, em Estados do Nordeste como Piauí e Ceará, aquele proporção chega a 90%.

Veloso observa, entretanto, que os estudos de Heckman indicam que não basta ter creches, que muitas vezes não passam de "depósitos de criança". É preciso uma intervenção bem planejada, com professores treinados para estimular crianças pequenas.

A lista de pendências na educação brasileira é grande, e inclui questões como a repetência, a qualidade dos professores, os cursos de pedagogia (excessivamente teóricos, na visão de Veloso e Menezes) e, no ensino superior, uma definição mais clara da estratégia - Ricardo Paes de Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nota que o Pró-Uni, que distribui bolsas para pobres em universidades privadas, e a expansão da rede de universidades públicas, onde ricos têm mais facilidade de ingressar, são iniciativas quase contraditórias.

Existe ainda a questão dos gastos totais em Educação, que atingiram 4,7% do PIB em 2008, num grande avanço em relação aos 3,9% de 2005. Essa proporção deve aumentar, com a recente retirada dos gastos de educação da esfera remanejável pelo esquema da Desvinculação de Recursos da União (DRU).

Apesar da extensa e difícil agenda, há um relativo otimismo quanto às perspectivas da educação no Brasil, baseado exatamente na continuidade de política pragmáticas e orientadas por resultados, que prevalece desde a década de 90.

Menezes nota, porém, que ainda há muita gente na área de Educação que é contrária à cultura de avaliação, de indicadores e de comparar escolas. O maior risco, para ele, "é retroceder a uma política exclusivamente de demandas fáceis, como aumentar gastos com educação e salário de professores". Isso não significa ser contra essas políticas, mas sim ter claro que a melhora da qualidade da educação está intimamente ligada à melhora da qualidade do gasto com educação.
(Fernando Dantas)
(O Estado de SP, 27/9)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=73707

Uso de bombas lógicas preocupa Exército brasileiro

Pedro Peduzzi - Agência Brasil - 23/09/2010



Bomba lógica

O chefe do Estado-Maior do Exército, general Marius Luiz Carvalho Teixeira Neto, usou hoje uma versão militar dos termos usados por especialistas em tecnologia digital para demonstrar a necessidade de o Brasil se preparar para eventuais ataques cibernéticos.

"Não vou falar tudo. Apenas vou dizer duas palavras: procurem saber o que significa bomba lógica", disse o general, sem dar explicações, durante o 10º Encontro Nacional de Estudos Estratégicos, promovido pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

"Bomba lógica é um programa malicioso (malwares) que se instala em computadores de forma similar aos vírus. Muitos desses malwares têm como objetivo destruir dados ou danificar o disco rígido. Se ativado em computadores estratégicos, pode resultar em grandes prejuízos para o Estado", explicou o perito criminal federal Paulo Quintiliano, especialista em crimes cibernéticos.

Em inglês, esse tipo de ataque é conhecido como time bombs.

Uso militar dos malwares

Segundo ele, muitos desses aplicativos possuem gatilhos para serem disparados de forma simultânea por diversos computadores. "Há uma certa predileção de ciberterroristas por esse tipo de malware. Alguns grupos políticos costumam espalhar bombas lógicas para serem disparadas em datas especiais. Assim, tentam chamar atenção para algum evento ocorrido naquela data", explicou Quintiliano.

Apesar de não ser especialista no assunto, o presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Octávio Brandão Caldas Netto, disse que a entidade reúne muitos peritos no assunto. Por isso, não estranhou a declaração do chefe do Estado-Maior do Exército. Para ele, é provável que o Brasil esteja preocupado com o uso militar das bombas lógicas.

"Não há nada comprovado. O que ouvi são relatos de especialistas em informática, sobre a possibilidade de fabricantes de armamentos venderem equipamentos bélicos a outros países contendo bombas lógicas que poderiam ser ativadas caso as armas sejam usadas contra o país de origem", disse Brandão à Agência Brasil.
Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bombas-logicas&id=020175100923&ebol=sim

Supervírus de computador ataca usina nuclear iraniana

Jonathan Fildes - BBC - 23/09/2010



Guerra cibernética

Um tipo de vírus de computador, dos mais sofisticados já detectados, pode ter como alvo infraestrutura iraniana de "alto valor", segundo especialistas ouvidos pela BBC.

A complexidade do malware Stuxnet, programa que permite o acesso remoto ao computador infectado, sugere que ele deve ter sido criado por algum governo nacional, de acordo com alguns analistas.

Acredita-se que o vírus seja o primeiro especialmente criado para atacar infraestruturas reais, como usinas hidroelétricas e fábricas.

Uma pesquisa da Symantec, empresa norte-americana de segurança informática, sugere que quase 60% de todas as infecções mundiais ocorrem no Irã.

"O fato de que vemos mais infecções no Irã do que em qualquer outro lugar do mundo nos faz pensar que o país era alvo", diz Liam O'Murchu, da Symantec.

O Stuxnet foi detectado por uma empresa de segurança de Belarus em junho, embora esteja circulando desde 2009 e vem sendo intensivamente estudado desde então.

Stuxnet

O Stuxnet, ao contrário da maioria dos vírus virtuais, não está conectado com a internet. Ele infecta máquinas Windows por meio de portas USB e pen drives usados para transportar arquivos.

Uma vez que infecta uma máquina da intranet, a rede interna, da empresa, o vírus busca uma configuração específica de um software para controle industrial feito pela Siemens.

O Stuxnet passa então a dar à máquina novas instruções "desligando motores, mexendo no monitoramento de temperaturas, desligando refrigeradores, por exemplo", diz O'Murchu.

"Nunca vimos este tipo de ataque antes", diz ele.

Se não encontra a configuração específica, o vírus permanece inofensivo.

Arma estatal

O Stuxnet impressiona pela complexidade do código usado e por usar muitas técnicas diferentes.

"Ele apresenta muitas tecnologias que não conhecemos", disse O'Murchu, que cita as formas de se manter escondido em pen drives e os métodos de infecção.

"É um projeto enorme, muito bem planejado e financiado", diz ele.

Sua análise é similar a de outros especialistas.

"Com as provas que temos, é evidente e provável que o Stuxnet seja uma arma de sabotagem direcionada, que contou com informações de membros da indústria", disse o especialista em Tecnologia da Informação industrial Ralph Langner em artigo publicado na internet.

"Não se trata de um hacker trabalhando no porão da casa dos pais. Ele tem uma quantidade incrível de códigos apenas para infectar outras máquinas", diz ele.

"Para mim, os recursos necessários para realizar um ataque destes apontam para um governo", diz ele.

Usina nuclear

Langner sugeriu que o Stuxnet pode ter atacado a usina nuclear de Bushehr.

O especialista afirma que uma foto supostamente tirada na usina sugere que esta usa sistemas da Siemens, embora "não configurados ou licenciados corretamente".

Outros especialistas especularam que o vírus pode estar atacando a usina de enriquecimento de urânio de Natanz. Mas O'Murchu e outros dizem que não há evidências de quais seriam os alvos específicos.

Um porta-voz da Siemens disse que empresa não comentaria "especulações sobre o alvo do vírus", afirmando que a usina iraniana foi construída por uma empresa russa, sem qualquer envolvimento de sua companhia.

"A Siemens deixou o país há quase 30 anos", disse ele.

O'Murchu apresentará um estudo sobre o vírus em uma conferência em Vancouver, Canadá, em 29 de setembro.
Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=supervirus-computador-ataca-ira&id=020175100923&ebol=sim

USP cria nariz eletrônico que identifica cocaína e maconha no ambiente

Felipe Maeda Camargo - Agência USP - 22/09/2010


O nariz eletrônico funciona independentemente para cocaína e para maconha, já que cada droga exige um sensor com um modificador químico diferente.[Imagem: Matheus Manoel Teles de Menezes]


Cientistas da USP no campus de Ribeirão Preto criaram um equipamento que consegue identificar cocaína e maconha pelo ar em menos de um minuto.

O equipamento, chamado de "nariz eletrônico, foi desenvolvido pelo químico Matheus Manoel Teles de Menezes, juntamente com o professor Marcelo Firmino de Oliveira.

Cheiro de cocaína e maconha

O aparelho é muito sensível, detectando cocaína e maconha mesmo em quantidades ínfimas, de até 10 nanogramas por centímetro cúbico de ar.

"A técnica utilizada funciona como um 'nariz eletrônico', identificando as drogas pelo ar. Os métodos atuais necessitam da abertura e coleta de uma porção da droga. Mas, com a nova técnica, é possível encontrar a droga escondida (num pacote, numa mala ou com a própria pessoa)", comenta Menezes.

Segundo o químico, o método é ideal para batidas policiais em locais onde houve manuseio das drogas. "O equipamento poderia dispensar o uso do cão farejador, que fica vulnerável aos riscos do trabalho", destaca. A técnica também pode ser utilizada em outros ambientes, como em aeroportos, nos contêineres embarcados em aviões de carga, onde muitas vezes são escondidas as drogas.

Menezes lançará futuramente um protótipo que deverá ter dimensões entre 10 centímetros (cm) e 15 cm de largura e entre 15cm e 20 cm de altura (mais ou menos o formato de uma caixa de giz), equipado com sensores específicos para cada droga. Apesar de que protótipos deste tipo já existam para outras finalidades, este será o primeiro desenvolvido no Brasil para drogas de abuso.

"O estudo possui uma aplicação direta na sociedade. Há uma crescente preocupação com o uso de drogas entre as várias faixas sociais e uma deficiência muito grande no estudo de metodologias que forneçam parâmetros seguros para a polícia", afirma Menezes.

Sensores de drogas

Os sensores utilizados no trabalho são constituídos por uma finíssima lâmina de quartzo que é parcialmente recoberta por uma película de ouro, que funciona como eletrodo.


Esquema do sensor, baseado em um cristal de quartzo. O modificador químico vai acima da película de ouro (eletrodo metálico). [Imagem: Matheus Manoel Teles de Menezes]
É nesse eletrodo que o modificador químico - a substância orgânica que captura as drogas de interesse - é depositado.

O segredo da técnica consiste exatamente no modificador químico, que reage com as moléculas da cocaína e da maconha. Em seguida, um instrumento medidor de frequência aponta uma alteração no valor da frequência, fruto do contato das moléculas das drogas com o modificador.

"A substância do modificador químico 'prenderá' as moléculas da droga. Durante este processo, a frequência de vibração do cristal muda, até que um novo patamar de frequência seja atingido. Isto sugere que o modificador químico encontra-se saturado pela droga", explica Menezes.

Chip de celular

Esse mecanismo funciona independentemente para cocaína e para maconha, já que cada droga exige um sensor com um modificador químico diferente.

O sensor de cocaína detecta diretamente as suas moléculas, destacando-as de substâncias que normalmente são misturados à droga, como a xilocaína, estricnina, cafeína e anfetaminas.

Já o sensor da maconha reconhece alguns dos canabinoides, substâncias que compõem a planta da maconha, e o &tetha;9-THC, principal canabinoide responsável pelas alterações no sistema nervoso central humano.

"Os sensores para cada droga funcionam como os chips de um celular: eles são diferentes para cada operadora, mas podem ser usados no mesmo celular", ilustra o químico.

Agora Menezes pretende aprofundar sua pesquisa em sua tese de doutorado. "A próxima etapa visa aperfeiçoar os estudos relacionados à cocaína e seus interferentes."

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nariz-eletronico-identifica-cocaina-maconha-ambiente&id=010110100922&ebol=sim