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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Implante neural funcionará como bluetooth do cérebro


Com informações do IFSC - 30/08/2012

Implante neural funcionará como bluetooth do cérebro
A ideia dos pesquisadores brasileiros é manter a precisão dos chips neurais, mas eliminar qualquer necessidade de conexão física entre o chip e o exterior - essencialmente, um sensor neural wireless. [Imagem: ICMC/www.biodigitalhuman.com]
Inteligência biológica
A maneira como o corpo humano tem-se mostrado compatível com a evolução tecnológica tem sido descrita pelos cientistas como uma espécie de "inteligência biológica".
Por exemplo, como o organismo é capaz de absorver substâncias estranhas e incorporá-las, como se dele fizessem parte.
Os implantes de titânio, elemento químico da família dos metais, revolucionaram os tratamentos dentários há quinze anos. Os polímeros, usados também há algum tempo para encapsular diversos medicamentos que ingerimos, são aceitos pelo nosso corpo sem nenhuma rejeição ou efeito colateral.
Mas esses exemplos e esses materiais já soam um tanto prosaicos se comparados com a ambição de um time de várias universidades, coordenado por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos, da USP.
Eles pretendem nada menos que implantar um chip no cérebro que seja capaz de enviar sinais do córtex motor para um dispositivo fora do corpo, abrindo a possibilidade de devolver os movimentos a membros do corpo humano sem funcionamento.
Interface neural implantável
Já são comuns os experimentos de equipamentos "controlados com o poder da mente", de próteses robotizadas até cadeiras de rodas e computadores.
A "leitura dos pensamentos" - para detectar a intenção do usuário e acionar o equipamento - é feita por meio de chips neurais ou de sensores eletromagnéticos usados externamente, na forma de um capacete. Estes não são tão precisos, enquanto aqueles são muito invasivos.
A ideia dos pesquisadores brasileiros é manter a precisão dos chips neurais, mas eliminar qualquer necessidade de conexão física entre o chip e o exterior - essencialmente, um sensor neural wireless, capaz de ler os impulsos nervosos diretamente dos neurônios e transmiti-los para o equipamento externo a ser controlado por meio de ondas de rádio.
O projeto conta com um chip já com uma antena integrada, criando um dispositivo conhecido como interface neural implantável - algo que pode, segundo a equipe, ser entendido metaforicamente como um bluetooth do cérebro.
Implante neural funcionará como bluetooth do cérebro
Imagem ilustrativa da Interface Neural Implantável, que será fabricada com carbeto de silício. [Imagem: Mário Alexandre Gazziro]
Carbeto de silício
O material eleito para a criação dessa interface neural é o carbeto de silício (SiC).
Embora o carbeto de silícioseja considerado uma espécie de primo pobre do silício, o material apresenta biocompatibilidade e possui propriedades semicondutoras e, ao mesmo tempo, cerâmicas, sendo três vezes mais flexível e resistente do que o silício.
O professor Stephen Saddow testou vários materiais antes de optar pelo carbeto de silício.
O primeiro candidato natural foi o silício, mas o material só conseguiu permanecer em um organismo por alguns meses.
A segunda tentativa foi encapsular o silício com cerâmica. Porém, alguns anos depois, a rejeição das células humanas ao material levou ao insucesso. "Pessoas não podem fazer cirurgias no cérebro a cada cinco anos. Primeiro, porque, a cada cirurgia, tecidos do cérebro são mortos e danificados. Segundo, porque elas não terão condições de arcar com esse custo", justifica Stephen.
Com o SiC, entretanto o cenário é outro. Experiências em seres humanos ainda não foram feitas, mas nos testes in vitro - feitos com células de seres humanos, analisadas em placas de Petri, os resultados com o carbeto são animadores.
"Até o momento, não houve reação ao SiC. Se compararmos com o tempo de resposta dos outros materiais testados, como o silicone, a rejeição química das células humanas ocorreu em alguns dias. A experiência com o SiC foi feita há um mês e até o momento não houve nenhuma reação química às células", comemora Stephen. "Mesmo que um mês não sejam 15 anos, essa primeira resposta é muito promissora".
Economizando energia no cérebro
Outro fator crítico no desenvolvimento da interface cerebral sem fios é o consumo de energia.
Se, de um lado, quanto maior é a quantidade de eletrodos, melhor é a precisão dos movimentos realizados, por outro mais eletrodos representam maior consumo.
Segundo o professor Mário Alexandre Gazziro, o ideal seriam 100 eletrodos para diversos graus de liberdade, enquanto com 1.000 eletrodos é possível reproduzir os graus de movimento complexos de uma mão, com todas as articulações dos dedos.
"Vamos começar com três eletrodos, possibilitando movimentos com poucos graus de liberdade," diz Gazziro. Depois, com o avanço do trabalho, "a redução do consumo de energia permitirá a inclusão de mais eletrodos, sendo que esse será sempre um fator a otimizar na interface [neural]."
O projeto tem duração prevista de cinco anos, embora as aplicações práticas da interface neural sem fios devam demorar mais.
"Minha esperança é que consigamos fechar os testes com humanos em seis anos. Se atingirmos essa meta, o chip irá para o mercado mais rapidamente," disse o professor Stephen. "Para que as Interfaces Neurais Implantáveis estejam no mercado, a previsão mais realista é de dez a vinte anos."
Mas, para aqueles que até hoje só puderam acompanhar na ficção a recuperação de movimentos, em princípio irreversíveis, já há algum motivo para comemoração. Ao que tudo indica, a espera valerá a pena.

Descoberto açúcar em torno de estrela jovem


Com informações do ESO - 29/08/2012

Descoberto açúcar em torno de estrela jovem
Astrônomos descobriram moléculas de glicoaldeído - uma forma simples de açúcar - no gás que circunda uma estrela binária jovem, com massa semelhante à do Sol, chamada IRAS 16293-2422. Esta é a primeira vez que açúcar é descoberto no espaço em torno de uma estrela desse tipo.[Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/L. Calçada (ESO) & NASA/JPL-Caltech/WISE Team]
Açúcar espacial
Usando o telescópio móvel ALMA(Atacama Large Millimeter/submillimeter Array) uma equipe de astrônomos descobriu moléculas de açúcar no gás que rodeia uma estrela jovem semelhante ao Sol.
Esta é a primeira vez que açúcar é descoberto no espaço em torno de uma estrela tipo solar.
Segundo a equipe, a descoberta demonstraria que os chamados "blocos constituintes da vida" se encontram no local certo, no momento certo, de modo a serem incluídos em planetas que estejam se formar em torno da estrela.
"No disco de gás e poeira que circunda esta estrela recém-formada encontramos glicoaldeído, uma forma de açúcar simples não muito diferente do açúcar que pomos no café," explica Jes Jorgensen (Instituto Niels Bohr, Dinamarca), o autor principal do artigo científico que descreve estes resultados. "Esta molécula é um dos ingredientes na formação do RNA, que - tal como o DNA, ao qual está ligado - é um dos blocos constituintes da vida."
Glicoaldeídos
Os astrônomos descobriram moléculas de glicoaldeído - uma forma simples de açúcar - no gás que circunda a estrela binária IRAS 16293-2422.
Açúcar é um nome genérico para uma série de pequenos hidratos de carbono, moléculas que contêm carbono, hidrogênio e oxigênio, tipicamente com uma razão atômica hidrogênio:oxigênio de 2:1, como a água.
O glicoaldeído tem a fórmula química C2H4O2. O açúcar utilizado normalmente na comida e bebida é a sacarose, uma molécula maior que o glicoaldeído e outro exemplo desse tipo de compostos.
Glicoaldeídos já tinham sido observados anteriormente no espaço interestelar.
Mas esta é a primeira vez que o composto é descoberto tão perto de uma estrela do tipo solar, a distâncias comparáveis à distância de Urano ao Sol, no Sistema Solar.
Esta descoberta mostra que alguns dos componentes químicos necessários à vida existiam neste sistema na altura da formação planetária.
Descoberto açúcar em torno de estrela jovem
Impressão artística de moléculas de glicoaldeído, mostrando a estrutura molecular deste composto (C2H4O2). Os átomos de carbono estão representados em cinza, os de oxigênio em vermelho e os de hidrogênio em branco. [Imagem: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/L. Calçada (ESO)]
Vida nas estrelas
"O que é verdadeiramente excitante acerca dos nossos resultados é que as observações do ALMA revelaram que as moléculas de açúcar estão caindo em direção a uma das estrelas do sistema," diz a membro da equipe Cécile Favre (Universidade de Aarhus, Dinamarca). "As moléculas de açúcar não só se encontram no local certo para encontrarem o seu caminho até um planeta, estão também deslocando-se na direção correta."
As nuvens de gás e poeira que colapsam para formar novas estrelas são extremamente frias, e muitos gases solidificam sob a forma de gelo sobre as partículas de poeira, onde vão se juntando para formar moléculas mais complexas - elas encontram-se geralmente a cerca de 10 graus acima do zero absoluto, cerca de -263 graus Celsius.
Mas, assim que uma estrela se forma no meio de uma nuvem de gás e poeira em rotação, esta aquece as regiões internas da nuvem para algo parecido com a temperatura ambiente da Terra, evaporando as moléculas quimicamente complexas e formando gases que emitem uma radiação característica em ondas de rádio, ondas estas que podem ser mapeadas com a ajuda de potentes radiotelescópios, como o ALMA.
Complexidade da vida
A IRAS 16293-2422 situa-se a cerca de 400 anos-luz de distância, relativamente próximo da Terra, o que a torna num excelente alvo para os astrônomos que estudam as moléculas e a química em torno de estrelas jovens.
Usando o poder de uma nova geração de telescópios, tais como o ALMA, os astrônomos têm agora a oportunidade de estudar os detalhes das nuvens de gás e poeira que estão formando sistemas planetários.
A alta sensibilidade do ALMA - mesmo nos comprimentos de onda mais curtos nos quais opera e por isso tecnicamente mais difíceis - foi indispensável nestas observações, que foram executadas com uma rede parcial de antenas durante a fase de verificação científica do observatório - a construção do ALMA só estará completa em 2013, quando as 66 antenas de alta precisão estiverem completamente operacionais.
"A grande questão é: qual a complexidade que estas moléculas podem atingir antes de serem incorporadas em novos planetas? Esta questão pode dizer-nos algo sobre como a vida aparece noutros locais e as observações do ALMA serão vitais para desvendar este mistério," conclui Jes Jorgensen.
Bibliografia:

Detection of the simplest sugar, glycolaldehyde, in a solar-type protostar with ALMA
Jes K. Jørgensen, Cecile Favre, Suzanne E. Bisschop, Tyler L. Bourke, Ewine F. van Dishoeck, Markus Schmalzl
The Astrophysical Journal Letters
Vol.: To appear
http://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1234/eso1234a.pdf

Juntando o "injuntável"


Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/08/2012

Juntando o
Os dois materiais são grampeados por dentro, graças aos nanocristais invisíveis a olho nu. [Imagem: CAU, Image: Jan Strüben]
Anti antiderente
Quem já tentou passar tinta sobre o silicone que protege as bordas de janelas e portas da entrada de água da chuva sabe bem o resultado.
Algumas horas depois, a tinta descasca, podendo ser retirada como se retira a proteção de um curativo autoadesivo.
Isso acontece porque o silicone é aquilo que se chama de polímero de baixa energia superficial, um material sintético com capacidade de adesão extremamente baixa.
Se isto é útil para fazer formas flexíveis para assar biscoitos ou panelas antiaderentes - o Teflon® tem propriedades similares - pode ser um problema em várias outras aplicações.
Agora, cientistas da Universidade de Kiel, na Alemanha, descobriram uma forma de juntar esses materiais "injuntáveis".
Colando o "incolável"
A tecnologia usa nanocristais passivos e inertes, que funcionam como uma espécie de grampo entre os dois materiais.
"Se esses nanogrampos conseguem fazer com que mesmo materiais extremos, como Teflon e silicone, grudem um no outro, eles poderão colar qualquer tipo de material plástico," afirma o professor Rainer Adelung.
Segundo ele, a nova tecnologia, que não altera quimicamente os materiais a serem colados, é simples e nem mesmo exige materiais ou equipamentos caros.
Os ligadores são cristais em micro ou nano escala, feitos de óxido de zinco.
Esses cristais são "tetrápodes", com quatro pernas sobressaindo-se de um ponto central - essa é a mesma estrutura dos elementos formadores do aerografite, o atual detentor do título de material mais leve do mundo.
"É como grampear dois materiais não-pegajosos a partir de dentro: quando eles são aquecidos, os nano tetrápodes entre as camadas do polímero perfuram os materiais, afundando neles, e mantendo-os ancorados um no outro," explica Xin Jin, criador da técnica.
Colagem mecânica
Essa colagem mecânica pode ser melhor do que os adesivos comuns em várias aplicações.
Na área médica, por exemplo, há uma grande demanda para juntar polímeros, especialmente o silicone, a outros materiais, criando máscaras, implantes e sensores mais eficazes.
Como o nanogrampeamento é um processo puramente mecânico, ele não introduz compostos químicos, que podem alterar as propriedades dos polímeros e causar reações ou mesmo efeitos tóxicos.
Nos experimentos, a força do adesivo mecânico atingiu 200 Newtons por metro, o que é comparável à força que une uma fita adesiva a um vidro.
Bibliografia:

Joining the un-joinable: Adhesion between low surface energy polymers using tetrapodal ZnO linkers
Xin Jin, Jan Strueben, Lars Heepe, Alexander Kovalev, Yogendra K. Mishra, Rainer Adelung, Stanislav N. Gorb, Anne Staubitz
Advanced Materials
Vol.: Article first published online
DOI: 10.1002/adma.201201780

Nanobalança pesa moléculas individuais


Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2012

Nanobalança consegue pesar moléculas individuais
A nanobalança é formada por uma estrutura em formato de ponte, que fica vibrando em uma frequência muito precisa. [Imagem: Caltech/Scott Kelberg/Michael Roukes]
Balança molecular
Cientistas franceses e norte-americanos construíram uma balança capaz de medir a massa de moléculas individuais, uma de cada vez.
A nanobalança permitirá o estudo de vírus, a análise do funcionamento das células e o projeto de nanopartículas funcionalizadas, além de avaliar melhor os componentes da poluição atmosférica e até o processo de formação das nuvens.
O núcleo do aparelho é uma estrutura em formato de ponte, que fica vibrando em uma frequência muito precisa.
Quando a molécula é colocada sobre essa ponte, a massa da molécula muda ligeiramente a frequência de oscilação da ponte, permitindo calcular seu peso exato.
Medição única
Parece simples demais para não ter sido feito antes, mas o problema é que a alteração na frequência depende da posição exata onde a molécula, ou a nanopartícula, cai sobre a ponte vibratória.
Assim, era necessário um longo e tedioso trabalho de medir moléculas ou partículas idênticas cerca de 500 vezes, até se chegar ao valor exato.
Agora, Michael Roukes e seus colegas desenvolveram uma técnica que permite que a nanobalança funcione com a simplicidade de uma balança comum: basta colocar uma molécula e ler o resultado.
"O avanço crítico que fizemos neste trabalho é que agora conseguimos pesar as moléculas uma por uma, conforme elas vão se depositando sobre a ponte," explicou o pesquisador.
Modos vibracionais
Para isso, os pesquisadores analisaram como uma partícula altera a frequência de vibração da ponte.
Todo movimento oscilatório é composto dos chamados modos vibracionais.
No primeiro modo, a partícula influencia o movimento de um lado para o outro, com o centro da estrutura apresentando o movimento máximo.
O segundo modo vibracional ocorre em uma frequência maior, quando metade da ponte se move lateralmente em uma direção, e a outra metade vai no sentido oposto, formando uma onda em forma de S que se estende pelo comprimento da ponte.
Existe um terceiro modo, um quarto modo, e assim por diante.
Sempre que a ponte oscila, o seu movimento pode ser descrito como uma mistura desses modos de vibração.
O que a equipe descobriu é que basta analisar a forma como os dois primeiros modos alteram as frequências para determinar tanto a massa da partícula quanto sua posição.
Embora uma outra nanobalança já tenha conseguido pesar átomos individuais, este novo equipamento é reutilizável como qualquer balança, ou seja, uma vez posto em funcionamento, pode ser usado um sem-número de vezes, para pesar o que for necessário e quando for necessário.
A nanobalança se enquadra na categoria dos NEMS (nanoelectromechanical system), sistema eletromecânicos com dimensões 1.000 vezes menores do que os mais conhecidos MEMS (microelectromechanical system).
Para o futuro, cientistas chineses demonstraram ser possível deixar para trás os mecanismos oscilantes, e usar apenas luz para medir "coisas" na faixa dos zeptogramas, o que equivale a 10-21 gramas.
Bibliografia:

Single-protein nanomechanical mass spectrometry in real time
M. S. Hanay, S. Kelber, A. K. Naik, D. Chi, S. Hentz, E. C. Bullard, E. Colinet, L. Duraffourg, M. L. Roukes
Nature Nanotechnology
Vol.: Published online
DOI: 10.1038/nnano.2012.119

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Investigadores já conseguem roubar informação pessoal diretamente do cérebro


Se quer ter a certeza que a sua conta bancária está segura, é melhor não pensar no PIN do cartão. Já é possível extrair do cérebro este tipo de informações.


Segundo a Wired, um novo estudo mostra que é possível obter informação pessoal diretamente da leitura de ondas cerebrais, como números PIN e informações sobre cartões de crédito.
É isto mesmo que uma equipa de investigadores de Oxford, Berkeley e da Universidade de Genebra diz ser capaz de fazer. Segundo estes cientistas, é possível deduzir o PIN dos cartões, datas de nascimento, área de residência e outras informações pessoais quando se apresentam imagens de máquinas ATM, cartões de débito, mapas e números aleatórios às pessoas.
“A resposta correta foi encontrada à primeira em 20% dos casos na experiência sobre o PIN, cartões de débito, pessoas e máquinas ATM”, escrevem os investigadores. “A localização foi adivinhada em 30% dos utilizadores, a data de nascimento em quase 60% e o banco baseado nas máquinas ATM para quase 30%”.
Para detetar o primeiro dígito do PIN, os investigadores apresentaram aos sujeitos números de zero a nove a piscar aleatoriamente num ecrã. Cada número foi repetido 16 vezes, durante 90 segundos. As ondas cerebrais dos participantes foram monitorizadas para encontrar pistas que pudessem ajudar a descobrir o número correto.
Apesar de estes estudos ainda estarem longe dos 100% de correção, os investigadores falam num futuro em que será possível aos hackers escreverem spyware para o nosso cérebro. Eles acreditam que daqui a 10 anos, a popularidade de dispositivos como o Emotiv EPOC, um headset com eletroencefalograma que nos permite controlar um jogo só com o pensamento, levará ao aparecimento deste tipo de malware

Ler mais: http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/ciencia/2012/08/30/investigadores-ja-conseguem-roubar-informacao-pessoal-diretamente-do-cerebro#ixzz253QrUpGS

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Está no ar a Hemeroteca Digital Brasileira



 
Cinco milhões de páginas digitalizadas à disposição dos interessados. Assim é a Hemeroteca Digital Brasileira, lançada oficialmente na última semana e disponível para consulta gratuita no site da Biblioteca Nacional.

A Fundação Biblioteca Nacional oferece aos seus usuários a Hemeroteca Digital Brasileira, portal de periódicos nacionais que proporciona ampla consulta, pela internet, ao seu acervo de periódicos - jornais, revistas, anuários, boletins etc. - e de publicações seriadas.

Na Hemeroteca Digital Brasileira pesquisadores de qualquer parte do mundo passam a ter acesso, inteiramente livre e sem qualquer ônus, a títulos que incluem desde os primeiros jornais criados no país - como o Correio Braziliense e a Gazeta do Rio de Janeiro, ambos fundados em 1808 - a jornais extintos no século XX, como o Diário Carioca e Correio da Manhã, ou que não circulam mais na forma impressa, caso do Jornal do Brasil.

Entre as publicações mais antigas e mesmo raras do século XIX estão, por exemplo, O Espelho, Reverbero Constitucional Fluminense, O Jornal das Senhoras, O Homem de Cor, Marmota Fluminense, Semana Illustrada, A Vida Fluminense, O Mosquito, A República, Gazeta de Notícias, Revista Illustrada, O Besouro, O Abolicionista, Correio de S. Paulo, Correio do Povo, O Paiz, Diário de Notícias, e também os primeiros jornais das províncias do Império.

Quanto ao século XX, podem ser consultadas revistas de grande importância como Careta, O Malho, O Gato, Revista da Semana, Klaxon, Revista Verde, Diretrizes e jornais que marcaram fortemente a história da imprensa no Brasil, como A Noite, Correio Paulistano, A Manha, A Manhã e Última Hora.

Periódicos de instituições científicas também compõem um segmento especial do acervo já disponível. São alguns deles os Annaes da Escola de Minas de Ouro Preto, O Progresso Médico, a Revista Médica Brasileira, os Annaes de Medicina Brasiliense, o Boletim da Sociedade de Geografia do Rio de Janeiro, a Revista do Instituto Polytechnico Brasileiro, a Rodriguesia: revista do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, o Jornal do Agricultor, entre muitos outros. O pesquisador pode consultar também outras modalidades de publicação, como o Boletim da Illustríssima Câmara Municipal da Corte, os Relatórios dos Presidentes das Províncias (no Império) o Boletim do Museu Paraense de História Natural e Ethnographia, a Revista do Archivo Público Mineiro, a Gazeta dos Tribunaes: dos juízes e factos judiciaes, do foro e da jurisprudência (Rio de Janeiro) etc.

A consulta, possível a partir de qualquer aparelho conectado à internet, é plena e avançada. Pode ser realizada por título, período, edição, local de publicação e palavra(s). A busca por palavras é possível devido à utilização da tecnologia de Reconhecimento Ótico de Caracteres (Optical Character Recognition - OCR), que proporciona aos pesquisadores maior alcance na pesquisa textual em periódicos. Outra vantagem do portal é que o usuário pode também imprimir em casa as páginas desejadas.

Além da chancela do Ministério da Cultura, a Hemeroteca Digital Brasileira é reconhecida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e tem o apoio financeiro da Finep, o que tornou possível a compra dos equipamentos necessários e a contratação de pessoal para a sua criação e manutenção. Neste momento do lançamento do portal - julho de 2012 -, são cinco milhões de páginas digitalizadas de periódicos raros ou extintos à disposição dos pesquisadores, número que se multiplicará com a continuidade da reprodução digital.


(Informações da Biblioteca Nacional)
Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=83939

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Programa reconhece qualquer idioma falado


Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/08/2012

Tradutor instantâneo
Pesquisadores noruegueses estão prestes a concluir um programa de reconhecimento de voz e tradução automática que pretende nada menos do que ser capaz de reconhecer qualquer idioma, sem necessidade de aprendizado prévio.
Os tradutores instantâneos são bem conhecidos dos filmes de ficção científica. Na realidade, o que melhor se conseguiu até hoje são os tradutores online, que dependem de textos escritos.
Os comandos de voz, por sua vez, estão restritos a "conversas" limitadas com um telefone celular, sempre em um idioma bem definido.
A maior dificuldade é justamente obter um reconhecimento de voz preciso.
Por isso espanta o ambicioso projeto coordenado pelo professor Torbjorn Svendsen, da Universidade de Ciência e Tecnologia da Noruega.
Preocupados com o isolamento do país, devido em parte ao seu pouco falado idioma, a equipe quer logo um programa que entenda qualquer idioma.
Diferenças na fala
As linguagens faladas diferem largamente das linguagens escritas que, na maior parte do mundo, são expressas sempre pelas mesmas 26 letras. Na fala, contudo, a linguagem difere de indivíduo para indivíduo, mesmo entre falantes do mesmo idioma.
Apesar disso, Svendsen e seus colegas descobriram que a vocalização humana é fundamentalmente a mesma de um idioma para o outro - ela depende de um aparato fisiológico similar, que funciona sempre da mesma maneira.
O método envolve treinar um programa de computador para que ele determine que partes dos órgãos da fala são ativadas, partindo unicamente da análise da pressão das ondas sonoras captadas pelo microfone.
Desta forma, a tecnologia que eles estão desenvolvendo poderá ser aplicada a qualquer língua, sem depender de falantes de cada idioma para treinar uma máquina.
Os pesquisadores basearam sua abordagem na fonética, isto é, no estudo dos sons da fala humana.
Eles também incorporaram ao sistema uma correspondência entre a frequência do som e as palavras, e como as palavras são colocadas juntas para formar sentenças.
Tecnologias de reconhecimento de voz
Hoje, existem basicamente dois tipos de sistemas de reconhecimento de voz, ambos baseados em textos escritos e vocalizações gravadas para treinar o programa.
O primeiro método é estatístico, baseando-se na frequência de pico da vocalização. Por exemplo, um pico entre 750 e 1.200 hertz (Hz) indica um "a", enquanto um pico entre 350 e 800 Hz indica um "u".
O segundo método consiste em deixar o treinamento por conta de um programa deinteligência artificial rodando no computador, e alimentando-o com volumes gigantescos de dados.
A abordagem da equipe norueguesa é mista, incluindo aprendizado a partir de dados, aprendizado por regras e a análise instantânea dos padrões sonoros.
"Temos grande confiança na abordagem estatística. Entretanto, também precisamos considerar os padrões de previsibilidade que existem na fala no mundo real," diz o pesquisador.
Isto porque o jeito de falar varia de indivíduo para indivíduo, devido a variações no dialeto, na fisiologia, na educação, no sotaque e até na saúde de cada pessoa.
Tudo isso afeta a produção da voz e a estrutura das frases, e o programa é capaz de reconhecer isto.
"Estamos atualmente desenvolvendo um programa de computador que determina a probabilidade de várias características distintivas estarem presentes ou ausentes durante a produção do som. Por exemplo, se há vibração das cordas vocais, isso indica a ocorrência de um som vocalizado. Este é o nosso método de classificação de sons," explica o professor Svendsen.
Isolamento do idioma
Os resultados estão se mostrando mais do que promissores.
Os cientistas afirmam que o módulo básico de classificação dos sons já é independente da linguagem, e o próximo passo é extrair essa parte do código para criar um módulo que possa ser usado em produtos de reconhecimento de voz comerciais - em qualquer idioma.
O programa leva de 30 a 60 segundos para identificar um idioma, passando a interpretá-lo corretamente a partir daí, sem novas esperas.
"Esta solução vai resultar em economias tanto de tempo quanto de dinheiro. É uma tecnologia importante, e não só para as pessoas que fazem parte de um grupo de língua pouco falada, como a norueguesa. Há um número impressionante de línguas com apenas alguns milhões de falantes, que podem se beneficiar enormemente de tais ferramentas," conclui o Dr. Svendsen.

Novo material extrai urânio da água do mar


Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2012

Novo material extrai urânio da água do mar
O novo material traz também esperanças para a reciclagem do lixo eletrônico, uma verdadeira mina de metais e outros elementos. [Imagem: ORNL]
Mineração líquida
A mesclagem de um composto adsorbente com fibras de polietileno muito finas resultou em um material capaz de extrair seletivamente metais dissolvidos na água.
Os cientistas do Laboratório Nacional Oak Ridge, nos Estados Unidos, testaram o material para extrair nada menos do que urânio da água do mar.
O novo material, batizado de HiCap, superou largamente todos os adsorventes existentes - adsorção é a retenção de moléculas, átomos ou íons, por um material sólido.
Além de viabilizar essa "mineração líquida", os cientistas afirmam que o material poderá ter aplicação na remoção de poluentes e metais pesados de águas poluídas.
Urânio no mar
"Nós demonstramos que nossos adsorventes podem extrair de cinco a sete vezes mais urânio, em uma velocidade sete vezes maior do que os melhores adsorventes do mundo," disse Chris Janke, um dos inventores do material.
Segundo ele, isso traz esperanças de alimentar reatores nucleares com urânio coletado a partir da água do mar.
Estima-se que haja 4,5 bilhões de toneladas de urânio dissolvidos na água do mar.
Embora a concentração do elemento nos oceanos seja de apenas 3,2 partes por bilhão, há urânio dissolvido suficiente para alimentar todos os reatores nucleares do mundo por 6.500 anos - caso não sejam todos desativados antes.
Adsorvente seletivo
O material é feito de fibras muito finas, resultando em áreas superficiais muito grandes, o que é importante para entrar em contato com o maior volume possível de água.
"Nosso adsorvente é feito submetendo as fibras de polietileno a uma radiação ionizante, e então fazendo essas fibras pré-irradidas reagirem com compostos químicos que têm uma forte afinidade com o metal que se quer coletar," explicou Janke.
Após a coleta, o metal é retirado do adsorvente usando um método simples, de precipitação em solução ácida.
O material pode ser reutilizado, mediante um tratamento com hidróxido de potássio.
Metais do mar e do lixo eletrônico
Nos testes, o material coletou 146 gramas de urânio por quilograma, mas partindo de soluções bem mais concentradas do que a água do mar, contendo 6 partes por milhão de urânio. O melhor resultado obtido anteriormente era de 22 gramas por kg.
Pesquisadores de vários países trabalharam por décadas em busca de tecnologias para extrair urânio da água do mar. Mas esta talvez ainda não seja a solução ideal: os pesquisadores calcularam que 1 kg de urânio extraído da água do mar por esse processo custaria US$660, cerca de cinco vezes mais caro do que o mineral extraído das minas terrestres convencionais.
Ainda assim, o material poderá ter outros usos.
Mesmo não tendo sido testado especificamente para esse fim, o novo material traz também novas esperanças para a reciclagem do lixo eletrônico, uma verdadeira mina de metais e outros elementos, mas cuja extração, a partir dos produtos eletrônicos descartados, ainda é tecnicamente inviável.