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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Construído um computador quântico com arquitetura clássica



Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/09/2011
Computador von Neumann quântico e simulador quântico digital


O chip, batizado de quCPU, contém uma versão quântica de um computador de arquitetura von Neumann, operando em três camadas. [Imagem: Erik Lucero]

Computador von Neumann quântico

Dois novos estudos publicados no exemplar desta sexta-feira da revista Science descrevem grandes avanços no desenvolvimento dos computadores quânticos.

Embora esta tecnologia ainda esteja em um estágio bastante inicial, no futuro os computadores quânticos poderão resolver problemas complexos demais para os computadores atuais, mesmo considerando seu avanço contínuo.

No primeiro estudo, um grupo dos Estados Unidos e do Japão apresenta nada menos do que uma versão quântica de um computador tradicional, que possui uma arquitetura chamada von Neumann - o seu PC é um computador desse tipo.

No computador von Neumann quântico, uma memória quântica de acesso aleatório pode ser programada através de uma CPU quântica, ambas construídas em um único chip, fornecendo os componentes-chave para uma versão quântica de um computador clássico.

Isto representa um novo paradigma no desenvolvimento da computação quântica.
Computador von Neumann quântico e simulador quântico digital


A informação quântica (cubos azuis representam 0s e vermelhos representam 1s) é processada na camada superior da arquitetura e armazenada na camada intermediária, a memória quântica (cubos em ordem). A informação quântica já usada pode então ser deletada na camada inferior. [Imagem: Peter Allen/UCSB]

CPU quântica

Os pesquisadores demonstraram dois componentes que estão no coração de cada computador: a unidade central de processamento e uma memória para armazenar tanto instruções quanto dados.

É, obviamente, uma máquina ainda rudimentar, baseada em uma série integrada de circuitos supercondutores e um circuito no qual a informação quântica vai e volta entre os elementos de armazenamento e os elementos de processamento.

E uma máquina bastante fria: como é baseada em circuitos supercondutores, ela precisa de temperaturas criogênicas para apresentar um comportamento quântico.

quCPU

O circuito integrado quântico inclui dois qubits (bits quânticos), um barramento de comunicação, dois bits de memória e um registrador - tudo quântico.

Ou seja, em princípio, é um computador quântico em um chip - os cientistas o chamaram de quCPU.

A vantagem é que, por seguir as leis da mecânica quântica, esse computador permite efetuar cálculos ao mesmo tempo em que se grava na memória, além dos já tradicionais bits que podem ser 0 e 1 ao mesmo tempo, ou 30% de 0 e 70% de 1, e qualquer variação semelhante.
Computador von Neumann quântico e simulador quântico digital


O simulador quântico funciona como um computador porque pode ser usado para fazer cálculos que reproduzem o comportamento de qualquer sistema que obedeça as leis da mecânica quântica. [Imagem: Harald Ritsch]

Simulador quântico

No outro estudo, uma equipe austríaca descreve um outro tipo de computador quântico, na verdade, um simulador quântico digital.

Esse simulador pode ser programado e reprogramado para simular de forma eficiente qualquer outro sistema quântico.

Ben Lanyon e seus colegas demonstram que uma série de íons aprisionados, e suas interações, podem ser controladas e manipuladas com precisão, permitindo que um sistema quântico qualquer seja simulado e seu comportamento observado em laboratório.

O dispositivo usa seis íons de cálcio, bem presos e resfriados por um laser, como qubits.

"Nossos resultados demonstram os princípios fundamentais da simulação digital quântica e fornece evidências de que o nível de controle necessário para um dispositivo em larga escala está ao nosso alcance," escrevem eles.

Estima-se que um dispositivo "em larga escala", ou seja, um simulador quântico prático, precisa ter cerca de 40 qubits.
Bibliografia:

Universal digital quantum simulation with trapped ions
B. P. Lanyon, C. Hempel, D. Nigg, M. Muller, R. Gerritsma, F. Zahringer, P. Schindler, J. T. Barreiro, M. Rambach, G. Kirchmair, M. Hennrich, P. Zoller, R. Blatt, C. F. Roos
ScienceXpress
1 September 2011
Vol.: Published online
DOI: 10.1126/science.1208001

Implementing the Quantum von Neumann Architecture with Superconducting Circuits
Matteo Mariantoni, H. Wang, T. Yamamoto, M. Neeley, Radoslaw C. Bialczak, Y. Chen, M. Lenander, Erik Lucero, A. D. OConnell, D. Sank, M. Weides, J. Wenner, Y. Yin, J. Zhao, A. N. Korotkov, A. N. Cleland, John M. Martinis
ScienceXpress
ScienceXpress
Vol.: Published online
DOI: 10.1126/science.1208517

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=computador-von-neumann-quantico-simulador-quantico-digital&id=010150110902&ebol=sim

A bateria do seu carro só funciona graças à relatividade



Michael Schirber - Physical Review Focus - 31/08/2011

Bateria relativística

Você não precisa de uma nave espacial com velocidade próxima à da luz para sentir os efeitos da relatividade - eles podem emergir mesmo nas lentas velocidades de um automóvel.

A bateria chumbo-ácida (ou bateria de chumbo-ácido) que dá a partida na maioria dos motores de carro tira cerca de 80 por cento de sua energia da relatividade.

É o garantem Rajeev Ahuja e seus colegas da Universidade de Upsala, na Suécia.

O efeito relativístico vem do rápido movimento dos elétrons do átomo de chumbo.

As simulações computadorizadas feitas pela equipe também explicam por que as baterias de estanho-ácido não funcionam, apesar das aparentes semelhanças entre o estanho e o chumbo.

Relatividade nos elétrons

Os elétrons normalmente orbitam seus átomos a uma velocidade muito inferior à velocidade da luz. Assim, os efeitos relativísticos podem ser largamente ignorados quando descrevemos as propriedades atômicas.

Mas os elementos mais pesados da tabela periódica representam algumas exceções notáveis. Seus elétrons devem orbitar a uma velocidade próxima à da luz para equilibrar o efeito da forte atração dos seus grandes núcleos.

Segundo a relatividade, esses elétrons de alta energia agem como se tivessem uma massa muito maior. Assim, em comparação com os elétrons mais lentos, seus orbitais devem diminuir de tamanho para manter o mesmo momento angular.

Essa contração orbital, que é mais pronunciada nas órbitas esfericamente simétricas dos elementos pesados, explica porque o ouro tem uma tonalidade amarelada e por que o mercúrio é líquido à temperatura ambiente.

Bateria chumbo-ácida

Trabalhos anteriores já haviam estudado os efeitos relativísticos sobre a estrutura cristalina do chumbo, mas pouco se estudou esses efeitos sobre as propriedades químicas deste elemento pesado. Então, Rajeev Ahuja e seus colegas suecos decidiram estudar a forma mais comum da química do chumbo: a bateria chumbo-ácida.

Esta tecnologia, de mais de 150 anos de idade, é baseada em células consistindo de duas placas - feitas de chumbo e dióxido de chumbo (PbO2) - imersas em ácido sulfúrico (H2SO4).

O chumbo libera elétrons para tornar-se sulfato de chumbo (Pb2O4), enquanto o dióxido de chumbo ganha elétrons, para também tornar-se sulfato de chumbo. A combinação dessas duas reações resulta em uma diferença de potencial de 2,1 volts entre as duas placas.

Junte diversas placas e você terá uma bateria com a tensão desejada - normalmente 12 volts, no caso dos automóveis.

Primeiros princípios

Embora já existam modelos teóricos da bateria chumbo-ácida, Ahuja e seus colaboradores são os primeiros a derivar um modelo partindo dos princípios fundamentais da física - os chamados primeiros princípios.

Para descobrir a tensão da célula, a equipe calculou a diferença de energia entre as configurações dos elétrons dos reagentes e dos produtos. Tal como acontece nos problemas dos livros de física, envolvendo bolas rolando morro abaixo, não havia necessidade de simular os detalhes dos estados intermediários, garantido que as energias iniciais e finais pudessem ser calculadas.

"A parte realmente difícil é simular o eletrólito de ácido sulfúrico", explica Pekka Pyykko, da Universidade de Helsinque, na Finlândia, que participou do estudo.

Para evitar o problema, os pesquisadores imaginaram que a reação começa não com o ácido, mas com a criação do ácido a partir do SO3, que é mais fácil de simular. No final, eles subtraíram do total a energia necessária para a criação do ácido (conhecida a partir de medições anteriores).

Efeitos da relatividade nas baterias

Ligando e desligando as peças relativísticas dos modelos, a equipe descobriu que a relatividade responde por 1,7 volt de cada célula individual, o que significa que cerca de 10 dos 12 volts de uma bateria de carro vem dos efeitos relativísticos.

Sem a relatividade, argumentam os autores, o chumbo funcionaria mais como o estanho, que está logo acima dele na tabela periódica e que tem o mesmo número de elétrons (quatro) em suas órbitas externas (s e p).

Mas o núcleo de estanho tem apenas 50 prótons, em comparação com os 82 do chumbo. Assim, a contração relativística da camada externa do estanho é muito menor.

Simulações adicionais mostraram que uma bateria estanho-ácido hipotética produziria tensão insuficiente para ser prática porque o dióxido de estanho não atrai os elétrons com força suficiente. O orbital s relativamente frouxo do estanho não fornece energia para os elétrons em níveis similares ao que é feito pelo chumbo.

Até agora, os pesquisadores só tinham uma compreensão qualitativa - pragmática - de que as baterias de estanho-ácido não funcionavam.

Ram Seshadri, da Universidade da Califórnia, comentando o trabalho, afirmou que os efeitos relativísticos eram esperados, mas não tinha idéia de que eles seriam tão dominantes.

"No âmbito do trabalho, a capacidade de simular de forma confiável um dispositivo tão complexo como uma bateria chumbo-ácida partindo (quase) dos primeiros princípios, incluindo todos os efeitos relativísticos, é um triunfo da modelagem," disse Seshadri.
Bibliografia:

Relativity and the Lead-Acid Battery
Rajeev Ahuja, Andreas Blomqvist, Peter Larsson, Pekka Pyykkö, Patryk Zaleski-Ejgierd
Physical Review Letters
Vol.: 106, 018301
DOI: 10.1016/S0065-3276(08)60241-5

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=bateria-carro-relatividade&id=010115110831&ebol=sim

A luz que revela seu interior - em 3D



Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/08/2011
A luz que revela seu interior - em 3D


As imagens detalhadas do pâncreas elucidaram aspectos da formação do órgãos que eram desconhecidas até agora.[Imagem: Cheddad et al.]

Tomografia óptica

Olhar para dentro de você está adquirindo um novo sentido, graças à equipe do professor Ulf Ahlgren, da Universidade de Umea, na Suécia.

Ou, pelo menos, permitirá que você veja seu interior com uma resolução nunca antes alcançada. O interior físico, é bom que se diga.

Para prosseguir em seus estudos do diabetes, os pesquisadores tiveram que aprimorar uma técnica de imageamento de última geração, chamada Tomografia Óptica de Projeção.

O termo "óptica" indica que a tecnologia usa luz comum, em lugar dos mais comuns raios X usados em imagens médicas.

Isto tem feito a técnica deslanchar rapidamente porque a radiação não-ionizante permite estudos no campo da biologia e da patologia sem afetar o material sendo estudado.

A nova técnica permite uma visualização em três dimensões de níveis microscópicos dos tecidos, o que inclui a expressão de genes e proteínas dentro de uma amostra de tecido.
A luz que revela seu interior - em 3D


Imagens de tomografia óptica do estômago, intestino e pâncreas de um modelo animal para estudo do diabetes. [Imagem: Cheddad et al.]

Células produtoras de insulina

Os pesquisadores suecos conseguiram ampliar o campo de visão da tomografia óptica, permitindo a observação de órgãos inteiros, sem distorções.

Isso possibilitou a captura de objetos menores e menos iluminados, criando uma reprodução mais exata das diversas células presentes no tecido, incluindo as chamadas ilhotas de Langerhans, que produzem insulina.

A técnica também já permitiu a descrição de aspectos até agora desconhecidos de como o pâncreas se desenvolve na fase embrionária.

O estudo revelou que as células de insulina são muito mais numerosas do que se calculava, e, ao contrário do que se acreditava, elas não são distribuídas uniformemente - a maioria dessas células está concentrada no chamado lobo gástrico do pâncreas.

Problemas na produção de insulina ou a incapacidade do organismo em responder aos sinais da insulina podem levar ao diabetes.

Imageamento médico totalmente óptico ajudará a prevenir câncer e ataques cardíacos

Bibliografia:

Impaired spleen formation perturbs morphogenesis of the gastric lobe of the pancreas
Hörnblad, A, Eriksson, AU, Sock, E, Hill, RE, Ahlgren, U
PLoS One
Vol.: 6(6):e21753
DOI: 10.1371/journal.pone.0021753

An improved protocol for optical projection tomography imaging reveals lobular heterogeneities in pancreatic islet and ß-cell mass distribution
Hörnblad, A, Cheddad, A, Ahlgren, U
Islets
Vol.: Jul-Aug;3(4):204-8
DOI: 10.4161/isl.3.4.16417

Image Processing Assisted Algorithms for Optical Projection Tomography
Cheddad, A, Svensson, C, Sharpe, J, Georgsson, F, Ahlgren, U
IEEE Trans Med Imaging
Vol.: Epub ahead of print
DOI: 10.1109/TMI.2011.2161590

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=tomografia-optica&id=010150110831&ebol=sim

Casal de buracos negros

Astrônomos descobrem primeiro par de buracos negros supermassivos em uma galáxia espiral semelhante à Via Láctea (Nasa)

02/09/2011

Agência FAPESP – O primeiro par de buracos negros supermassivos em uma galáxia espiral semelhante à Via Láctea foi descoberto por astrônomos usando o observatório de raios X Chandra, da Nasa, a agência espacial norte-americana.

Distantes cerca de 160 milhões de anos-luz da Terra, os buracos negros estão situados próximos ao centro da galáxia NGC 3393. Separados por apenas 490 anos-luz, os buracos negros devem ser, segundo os autores do estudo, remanescentes de uma fusão de duas galáxias há mais de 1 bilhão de anos.

“Se a galáxia NGC 3393 não estivesse tão próxima, não teríamos a chance de poder isolar os dois buracos negros da forma que conseguimos”, disse Pepi Fabbiano, do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (CfA) in Cambridge, primeiro autor da descoberta descrita na revista Nature.

Observações anteriores indicaram a existência de um buraco negro supermassivo no centro da NGC 3393. O novo estudo mostra que não era apenas um, mas dois dos gigantescos fenômenos. Os dois estão ativos, crescendo e emitindo raios X à medida que engolem gases e se tornam mais quentes.

Quando duas galáxias espirais de tamanhos semelhantes se fundem, estima-se que o resultado seja a formação de um par de buracos negros e de uma galáxia com aparência “bagunçada” e intensa formação de estrelas. Um exemplo conhecido pelos astrônomos é o do par de buracos negros na galáxia NGC 6240, a 330 milhões de anos-luz da Terra.

Entretanto, a NGC 3393 é uma galáxia espiral bem organizada, com sua região central dominada por estrelas velhas e não recém-formadas. Tais propriedades são consideradas inusitadas pelos cientistas.

Com tudo isso, a galáxia é a primeira conhecida na qual a fusão de uma galáxia grande com uma muito menor resultou na formação de um par de buracos negros supermassivos.

O par está recoberto por poeira e gás, o que torna muito difícil de ser observado por um instrumento óptico. Como os raios X são mais energéticos, eles podem penetrar no material obscuro. Segundo os cientistas, o espectro de raios X obtido pelo telescópio espacial Chandra mostra assinaturas claras dos buracos negros.

O artigo A close nuclear black-hole pair in the spiral galaxy NGC 3393 (doi:10.1038/nature10364), de G. Fabbiano e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature10364.html.

Mais informações: www.nasa.gov/chandra

Fonte:http://agencia.fapesp.br/14430

Por uma nova engenharia

Brasil precisa investir na criação da disciplina de engenharia de sistemas complexos para diminuir o atraso do país na nova área de fronteira da ciência, alerta Sérgio Mascarenhas (foto:M.Boyayan/Pesquisa FAPESP)

02/09/2011

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – O Brasil está ficando para trás em uma área de fronteira do conhecimento, denominada “sistemas complexos”, que é tão importante como a nanotecnologia e as terapias com células-tronco, nas quais o país tem investido e em que a nova área também se aplica.

O alerta é de Sérgio Mascarenhas, professor e coordenador do Instituto de Estudos Avançados (IEA) de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP).

No início da década de 1970, quando foi reitor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Mascarenhas idealizou e lançou o curso de engenharia de materiais, pioneiro na América Latina.

Segundo ele, o país deve investir agora na criação da engenharia de sistemas que interagem entre si e que são de alta complexidade, como são definidos os sistemas complexos. Ou, caso contrário, poderá ficar muito atrás de países como os Estados Unidos, que lideram nas pesquisas nessa nova área que reúne física, química, biologia, educação e economia, entre outras especialidades.

Em 2008, Mascarenhas fundou no IEA de São Carlos, juntamente com o professor do Instituto de Química da USP de São Carlos Hamilton Brandão Varela de Albuquerque e a professora do Instituto de Física Yvonne Primerano Mascarenhas, um grupo de trabalho em sistemas complexos para contribuir para o desenvolvimento de pesquisas na área no país.

Por meio de uma associação com o Nobel de Química de 2007, Gerhard Ertl, premiado por suas pesquisas em sistemas complexos, e com um aluno do cientista alemão na Coreia do Sul, os pesquisadores brasileiros estabeleceram uma rede internacional de pesquisas na área conectando os três países.

Agora, a proposta de Mascarenhas é fomentar no Brasil a criação de um programa de pós-graduação em engenharia de sistemas complexos para diminuir o atraso do país nessa área.

Professor aposentado da USP, Mascarenhas contribuiu para a criação da área de pesquisa em física da matéria condensada no campus de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), no fim dos anos 1950; da Embrapa Instrumentação Agropecuária, no final da década seguinte, na mesma cidade, e da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no começo dos anos 60.

Em 2007, Mascarenhas ganhou o prêmio Conrado Wessel de Ciência Geral e, em 2002, a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico.

Professor visitante de diversas universidades estrangeiras, em suas pesquisas Mascarenhas tratou de assuntos diversos, como os eletretos, corpos permanentemente polarizados que produzem um campo elétrico e que seriam utilizados mundialmente na fabricação de microfones e aparelhos telefônicos.

No início da carreira, o pesquisador se dedicou ao estudo do efeito termo-dielétrico. Mais tarde, também realizou trabalhos na área de dosimetria de radiações (processo de monitoramento de radiação emitida), o que lhe permitiu, por exemplo, medir a quantidade de radiação existente em ossos de vítimas de Hiroshima.

Recentemente, Mascarenhas desenvolveu um método minimamente invasivo para medir pressão intracraniana que recebeu apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser difundido no Brasil e em toda a América Latina. O projeto foi desenvolvido com apoio do Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE).

Agência FAPESP – O que é a engenharia de sistemas complexos?
Sérgio Mascarenhas – É uma engenharia de sistemas de sistemas. O que já existe é a engenharia de sistemas, que é aplicada em logística, em transporte e em sistemas construtivos, entre outras áreas. O que não existe é uma engenharia de sistemas que interagem entre si e que são complexos. O melhor exemplo de um sistema de sistemas é a internet, onde há desde pornografia até o Wikileaks e o Google.

Agência FAPESP – Em quais áreas a engenharia de sistemas complexos pode ser aplicada?
Mascarenhas – Ela se aplica não só a materiais mas em operações financeiras e no agronegócio, por exemplo, em que há uma série de problemas que influenciam a produção agrícola. Há o problema do solo, de defensivos e insumos agrícolas, de estocagem e transporte, por exemplo, para que toda a produção da região Centro-Oeste do Brasil seja exportada.

Agência FAPESP – São sistemas que envolvem muitas variáveis?
Mascarenhas – Exatamente. Todo sistema que apresenta muitas variáveis é um sistema complexo. E isso pode se agravar se a interação entre essas variáveis for não linear. Por exemplo, no agronegócio, se dobrar a produção de milho, se quadruplicar o preço do transporte do sistema logístico frente às dificuldades das estradas brasileiras, aí aparecem as chamadas não linearidades. Então, quando se tem um sistema complexo, as variáveis podem interagir não linearmente. Elas podem se multiplicar até exponencialmente.

Agência FAPESP – O que o motivou a encampar a criação no Brasil dessa nova área?
Mascarenhas – Neste ano se comemoram 40 anos da criação do curso de graduação em engenharia de materiais na UFSCar, que idealizei quando era reitor da universidade e que é um sucesso. Agora, achei que deveria propor algo mais moderno, voltado para o século 21. A engenharia de sistemas complexos é uma área nova e muito interessante e para qual não está sendo dada a devida atenção no Brasil. Se fala bastante no país em pesquisa em áreas como a nanotecnologia e células-tronco, mas não sobre a engenharia de sistemas complexos, que se aplica a todas essas áreas e na qual não estamos formando gente.

Agência FAPESP – Como essa nova engenharia poderia ser implementada no país?
Mascarenhas – A ideia seria criar um programa de pós-graduação em engenharia de sistemas para formar professores e pesquisadores nessa área. Não existe engenharia de sistemas complexos no Brasil e não há pesquisadores no país nessas áreas nem em faculdades tradicionais, como a Escola Politécnica da USP e as Faculdades de Engenharia da USP de São Carlos e da UFSCar. O que já existe no Brasil é engenharia de sistemas, mas não uma engenharia de sistemas que interagem entre si e que são de alta complexidade.

Agência FAPESP – Por que essa nova engenharia ainda não existe no Brasil?
Mascarenhas – Porque é uma área muito nova e no Brasil há uma preocupação em “tapar o buraco” de uma porção de outras engenharias, como a de materiais, de sistemas elétricos e até de meio ambiente, e se perde o futuro tratando do passado. É um atraso muito grande da engenharia brasileira ainda não atuar em sistemas complexos. Além disso, o problema dessas áreas novas é que é preciso ter bons contatos internacionais e políticas de Estado – e não de governo – para enfrentar algo que representa um risco.

Agência FAPESP – De que modo as pesquisas nessa área no Brasil poderiam ser articuladas?
Mascarenhas – Teríamos que ter uma rede. Hoje não se faz nada, se se quer ter impacto, sem falar em rede de pesquisa. Mesmo porque ainda somos tão poucos no Brasil que se não nos juntarmos em rede conseguiremos muita pouca coisa, por falta de massa crítica. Um centro de pesquisa nessa área não pode ser sediado só em São Carlos. Outras universidades também estão interessadas.

Agência FAPESP – Há algum grupo de pesquisa nessa área no Brasil?
Mascarenhas – No Instituto de Estudos Avançados da USP, em São Carlos, temos um grupo de trabalho sobre sistemas complexos. Essa é uma história interessante porque quem ganhou o prêmio Nobel de Química em 2007 foi um cientista alemão, chamado Gerhard Ertl, por suas pesquisas sobre sistemas complexos. E nós, no IEA, fizemos uma associação com o Ertl, na Alemanha, e com um aluno dele na Coreia do Sul. Então, agora temos em São Carlos uma rede de pesquisa sobre sistemas complexos integrando Berlim, São Carlos e a Coreia do Sul.

Agência FAPESP – Quais os países que lideram nas pesquisas em sistemas complexos?
Mascarenhas – O país que está na vanguarda nessa área são os Estados Unidos, com o MIT [Massachusetts Institute of Technology], com um centro que lida muito com questões bélicas. A própria guerra é um sistema complexo, porque nela há uma série de sistemas interagindo, como o de transportes, ofensivo, estratégico e de logística, para alimentar os soldados e transportar equipamentos e armamentos. Os militares lidam com sistemas de sistemas. Aliás, se olharmos para o passado, vemos que muitas aplicações de engenharia foram motivadas pelo poder bélico, como a internet, a robótica e bombas atômica e de fusão. O grande problema da humanidade hoje é criar instituições motivadoras de inovação que não sejam estimuladas apenas pela guerra militar, porque temos outras guerras para vencer. Tem a guerra da saúde, da educação, da violência urbana e muitas outras. E a engenharia de sistemas complexos pode ser aplicada para acabar com essas guerras sociais. Se o Brasil não aproveitar essa chance para ingressar nessa área, vamos ficar muito para trás em relação a outros países.
Fonte:http://agencia.fapesp.br/14428

Biblioteca na nuvem cria no Brasil o empréstimo de e-books via Internet



Por Robinson dos Santos, do IDG Now!

Lançada nesta quinta-feira (1.º/9), "Nuvem de Livros" nasce com acervo de 3 mil títulos e dá atenção especial a escolas e universidades.

Uma biblioteca na nuvem. Esse é o serviço que a Gol Editora lança hoje, 1.º de setembro, durante a XV Bienal do Livro Rio, evento que ocorre até dia 11/9 no Riocentro, no Rio de Janeiro. Chamada de Nuvem de Livros, a novidade - disponível inicialmente para portadores de senhas, mas que estará aberto ao público em questão de dias - já nasce com um acervo de 3 mil títulos, escolhidos sob a curadoria do escritor Antônio Torres, e um público potencial inicial de 80 milhões de leitores.

“Nós estávamos pesquisando esse tipo de plataforma havia algum tempo”, diz o diretor de relações institucionais do Gol Grupo, Roberto Bahiense. “Eis que, no fim do governo Lula, veio a obrigação legal de que, até 2020, toda escola deverá ter uma biblioteca física com pelo menos um livro por aluno. Achamos que a realidade brasileira não vai se preparar para esse desafio legal. Imagine toda uma sala de aula ter de compartilhar um único exemplar.”

A visão da Gol foi conceber um local virtual que pudesse permitir o acesso às mais importantes obras de autores nacionais e estrangeiros – daí a escolha de Antônio Torres, autor de 12 livros e ganhador do Prêmio Jabuti, como curador.

“O enfoque é o mesmo do de uma biblioteca, só que virtual”, explica o escritor. “Nós não vamos vender livros; as pessoas leem e depois devolvem para a nuvem. É um projeto que tem uma preocupação educacional, que pode atingir escolas, universidades e o público em geral”, conta.

Parcerias
Para dar corpo à Nuvem de Livros, a Gol procurou parcerias com editoras e empresas. “Nos propusemos a receber seus acervos em PDF e oferecê-los em um ambiente seguro, que pudesse ser consultado por meio dos mais variados tipos de equipamento”, relembra Bahiense. Entre as editoras que aderiram ao projeto e compõem seu acervo inicial estão Ediouro, Nova Fronteira, Moderna, Conrad e Ibep-Nacional, entre outras.

A Nuvem de Livros está organizada em estantes, tal como uma biblioteca, explica Torres. Mas o escritor confessa dedicar carinho especial aos Clássicos da Literatura, uma das coleções criadas na Nuvem. “Ela abrange dos primórdios à contemporaneidade”, diz. Há obras de Lima Barreto, Augusto dos Anjos, Martins Pena, Gregório de Matos, Lewis Carroll, Franz Kafka, Mark Twain, Molière e Shakespeare, entre muitos outros.

Do lado dos empresários, as parecerias vieram de companhias como Vivo e Itautec – as duas vão embarcar a Nuvem de Livros nos equipamentos que comercializam, atingindo potencialmente 40 milhões de usuários -, além de jornais como o O Estado de S.Paulo, que a partir de outubro oferecerão o serviço a seus assinantes. E também operadoras de telefonia, como a Vivo.

“Para a Vivo, esta parceria com a Gol Mobile é muito importante por ser mais uma forma de estreitar o relacionamento relacionamento com a nossa base de clientes”, diz Alexandre Fernandes, diretor de Produtos e Serviços da Vivo. “Vamos oferecer 30 dias de degustação aos nossos clientes para que possam acessar o conteúdo da Nuvem de Livros, incentivando a leitura, a pesquisa e o conhecimento. Após esse período, nossos usuários poderão utilizar o serviço por apenas R$ 0,99 por semana”.

Escolas
A intenção da Gol Editora é oferecer a Nuvem de Livros a todos os interessados – pessoas, famílias e instituições -, mas as escolas terão atenção especial. “Para escolas, a adesão custará cerca de 1 real por aluno, por mês, e ele poderá acessar o acervo de qualquer lugar”, cita Bahiense. Nessa situação, o professor poderá, por exemplo, acompanhar a leitura dos alunos. “Ele saberá se o aluno baixou o livro, quantas páginas leu e quanto tempo dedicou à leitura, por exemplo”, diz.

O acesso do público em geral à Nuvem de Livros – e sua divulgação maciça - tem início previsto para o próximo 19 de setembro. Segundo a editora, o custo da adesão deverá variar de acordo com contéudo e parceiro, e o pagamento poderá ser feito por boleto ou cartão de crédito - o que incluirá o direito à consulta de todo o acervo pelo tempo contratado.

Fonte:http://idgnow.uol.com.br/internet/2011/09/01/biblioteca-na-nuvem-cria-no-brasil-o-emprestimo-de-e-books-via-internet-1/

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sony anuncia o primeiro "cinema virtual" móvel



A Sony anunciou um dispositivo similar aos primeiros óculos de realidade virtual que permite ter acesso a conteúdos em 2D e 3D de forma móvel.

Deverá custar cerca de €420 e chama-se "Personal 3D Viewer". A tecnologia baseia-se nos ecrãs OLED e é capaz de reproduzir conteúdo 3D através da emissão em simultâneo de dois vídeos - um para cada olho.
Segundo a Sony, a grande vantagem deste dispositivo são os dois ecrãs de alta resolução que simulam uma tela com cerca de 19 metros. Os ecrãs de 0,7 polegadas são capazes de atingir uma resolução de 1280x720 pixéis. A empresa afirma que esta solução elimina o "cruzamento" que ocorre nas outras tecnologias 3D, o que a torna mais confortável.
A Sony incluiu também som Surround para, segundo a empresa, garantir uma experiência imersiva. "Combinado com a imagem 3D de alta resolução, os espectadores vai poder apreciar uma acústica poderosa, equivalente ao som Surround 5.1, usando apenas os auscultadores incorporados", afirmou o representante da empresa no anúncio do produto.
Espera-se a chegada deste dispositivo à Europa próximo do Natal, sendo que em novembro já vai estar disponível no Japão.


Ler mais: http://aeiou.exameinformatica.pt/sony-anuncia-o-primeiro-cinema-virtual-movel=f1010466?amp=#ixzz1WhL2Drcd

Fonte:http://aeiou.exameinformatica.pt/sony-anuncia-o-primeiro-cinema-virtual-movel=f1010466?amp=

Computação, materiais e sustentabilidade


Escola São Paulo de Ciência Avançada tratará do uso de métodos computacionais avançados para resolver problemas relacionados aos novos materiais com aplicações nas áreas de energia e meio ambiente
01/09/2011

Por Fábio de Castro

Agência FAPESP – Durante duas semanas, um grupo de 70 estudantes brasileiros e estrangeiros terá o desafio de utilizar métodos computacionais avançados para resolver problemas relacionados aos novos materiais com aplicações nas áreas de energia e meio ambiente.

Entre 5 e 16 de setembro, eles participarão da São Paulo Advanced School on Computational Materials Science for Energy and Environmental Applications, na Universidade Federal do ABC (UFABC), em Santo André (SP).

O evento, realizado no âmbito da Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), modalidade de apoio da FAPESP, será organizado pela UFABC em colaboração com o Centro Internacional de Física Teórica Abdus Salam (ICTP, na sigla em inglês) – entidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), sediada em Trieste (Itália) – e a Academia de Ciências para o Mundo em Desenvolvimento (TWAS).

A escola terá a participação de 30 docentes, incluindo alguns dos pesquisadores mais consagrados do mundo na área de desenvolvimento de métodos computacionais avançados, de acordo com Caetano Rodrigues Miranda, coordenador da ESPCA e professor do Centro de Ciências Naturais e Humanas da UFABC.

“Existe a necessidade de satisfazer, de forma ambientalmente sustentável, uma enorme demanda mundial para novas fontes limpas e renováveis de energia e para a criação de metodologias para a exploração de combustíveis fósseis alternativos e de biocombustíveis. Um dos focos da escola será o debate sobre como resolver esses problemas a partir da escolha apropriada de materiais ou do desenvolvimento de novos materiais voltados para essas aplicações”, disse Miranda à Agência FAPESP.

O evento fornecerá, segundo ele, uma visão geral do uso de métodos computacionais para resolver problemas de materiais aplicados a perspectivas como energia solar, exploração de petróleo, células combustíveis, hidrogênio e biocombustíveis. “Vamos abordar novas tendências para resolver esses problemas a partir da ciência de materiais”, apontou.

A área abordada pela Escola é nova, mas se fundamenta em uma tradição bem consolidada. “A área de estrutura eletrônica, ligada à física, tem bastante tradição, mas sempre ficou restrita a problemas particulares da física. A ideia é trazer um pouco dessa tradição para os problemas atuais de energia e meio ambiente, pensando em aplicações industriais. Queremos estabelecer uma ponte entre pesquisa básica e inovação”, explicou.

Pela manhã, ao longo das duas semanas, os estudantes participarão de palestras com pesquisadores consagrados sobre aspectos atuais da área. À tarde, terão tutoriais para aplicar na prática os fundamentos debatidos pela manhã, com o objetivo de experimentar como os métodos computacionais podem ser usados efetivamente para resolver problemas relacionados à energia e ao meio ambiente.

“A ideia é que, além de refletir sobre os fundamentos, eles possam trabalhar independentemente, mas interagindo de forma intensa, estabelecendo colaborações entre eles e com os docentes participantes”, disse Miranda. Os participantes são alunos de mestrado e doutorado, metade proveniente da Europa, Estados Unidos e África. A outra metade é de alunos brasileiros.

O curso será ministrado, segundo o coordenador da Escola, por pesquisadores que se destacaram no contexto internacional pela elaboração de códigos computacionais amplamente utilizados em ciências de materiais, especialmente nos Estados Unidos e na Europa.

“Os palestrantes são justamente as pessoas que desenvolveram esses códigos. Trata-se de uma oportunidade única para os participantes – em especial para os estudantes latino-americanos – terem a possibilidade de uma interação intensa com esses pesquisadores”, afirmou.

Aplicação industrial

Durante o curso, os estudantes terão à disposição dois laboratórios computacionais para aplicar as diversas metodologias que serão debatidas. O perfil do pessoal é bastante interdisciplinar, segundo Miranda.

“A maior parte do pessoal é proveniente das áreas de física, química e ciência dos materiais, mas utiliza o computador como ferramenta para resolver problemas relacionados à energia e ao meio ambiente. Eles irão trabalhar em uma ampla gama de vertentes, que vai do nível da mecânica quântica e da escala molecular às simulações de dinâmicas de fluidos em sistemas de grande porte, como oleodutos, por exemplo”, disse.

A São Paulo Advanced School on Computational Materials Science for Energy and Environmental Applications incluirá ainda duas mesas-redondas. A primeira tratará das maneiras pelas quais as metodologias computacionais podem ser aplicadas na indústria.

“Vamos debater como a interface entre universidade e indústria se dá a partir do nosso tema. Teremos alguns convidados oriundos do setor produtivo e alguns pesquisadores que colaboram estreitamente com a indústria. Queremos debater como explorar essa interface, pois nessa área o diálogo entre indústria e academia é fundamental”, afirmou Miranda.

A outra mesa-redonda tratará das oportunidades de atuação em ciência e tecnologia no Estado de São Paulo e no Brasil. “A Escola trará estudantes de outros países e queremos mostrar a eles o campo que teriam para explorar se viessem para cá. Temos grande interesse em atrair esse pessoal”, disse.

Mais informações: http://pesquisa.ufabc.edu.br/ascms

Fonte:http://agencia.fapesp.br/14422

Internet super-rápida movida a grafeno


Colaboração entre cientistas no Reino Unido – incluindo dois Nobéis – resulta em descoberta que poderá levar a sistemas ópticos com velocidades de transmissão dezenas ou centenas de vezes maiores do que as atuais (divulgação)
01/09/2011

Agência FAPESP – A internet do futuro poderá ser muito mais rápida do que a atual graças ao grafeno, forma de carbono altamente condutora e o mais fino de todos os materiais disponíveis na atualidade.

Uma colaboração entre cientistas das universidades de Manchester e de Cambridge, no Reino Unido, resultou na descoberta de um método que poderá levar à melhoria das características de dispositivos à base de grafeno para uso em fotodetectores em sistemas ópticos de comunicação em alta velocidade.

Entre integrantes da colaboração estão Andre Geim e Konstantin Novoselov, da Universidade de Manchester, que ganharam o prêmio Nobel de Física de 2010 por pesquisas com o grafeno. O novo estudo foi publicado nesta terça-feira (30/08) na Nature Communications.

O grafeno é formado por uma camada única de carbono, agrupada em uma grade em colmeia e na qual os átomos mantêm entre eles uma distância específica. Por meio da combinação de grafeno com nanoestruturas metálicas, os cientistas conseguiram uma melhoria de 20 vezes na transmissão de luz.

Ao colocarem essas estruturas metálicas, na forma de fios, em cima do grafeno e iluminar a estrutura, os cientistas observaram que o resultado era a geração de energia. O dispositivo funciona como uma célula solar básica.

O mais importante resultado da pesquisa é que o dispositivo apresentou potencial de transmitir dados em taxas de transferência muito mais rápidas – dezenas ou centenas de vezes – do que os mais rápidos cabos de internet disponíveis na atualidade. O motivo é a natureza única dos elétrons no grafeno, incluindo a alta mobilidade e velocidade.

A pesquisa resolve um grande problema do grafeno até então, que era a baixa eficiência. O grafeno absorve pouca luz, cerca de 3%, sendo que o resto é dissipado sem que contribua para a geração de eletricidade.

A combinação com as estruturas metálicas, chamadas de nanoestruturas plasmônicas, ampliou essa eficiência em 20 vezes nos testes feitos nos laboratórios britânicos, sem sacrificar a velocidade de transferência. Segundo os autores do estudo, no futuro a eficiência deverá aumentar muito mais.

“A tecnologia de produção de grafeno amadurece a cada dia, o que tem um impacto imediato tanto no tipo da entusiasmante física que encontramos nesse material como na gama de aplicações possíveis”, disse Novoselov.

“Muitas empresas no setor eletrônico estão considerando o grafeno para a próxima geração de dispositivos. Esse novo trabalho certamente aumenta muito mais as chances do material”, disse.

O artigo Strong Plasmonic Enhancement of Photovoltage in Graphene (doi:10.1038/ncomms1464), de K. S. Novoselov e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com/ncomms/journal/v2/n8/full/ncomms1464.html .


Fonte:http://agencia.fapesp.br/14424

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Google participa de projeto que promete acelerar a navegação na web

Por Katherine Noyes

A iniciativa Global Internet Speedup quer aumentar a velocidade dos usuários ao ajudar os provedores a tomar melhores decisões de roteamento.

Se você notou que a web está mais veloz hoje, considere-se com sorte. Na verdade, você pode ser um dos beneficiados pelo Global Internet Speedup, um novo esforço do Google para deixar a Internet mais veloz ao redor do mundo.

O plano foi anunciado esta terça-feira (30/8) pela OpenDNS – provedora de sistema de nomes de domínio (DNS, em inglês) e serviços de segurança na internet, juntamente com a Google e outras redes provedoras de conteúdo. Basicamente, o objetivo é tornar a web mais rápida para diversas pessoas ao rotear as solicitações de página para os servidores locais de maneira mais inteligente.

"Estamos muito animados ao trabalhar junto com a Google e com as maiores prestadores de serviço do mundo em um avanço tão significativo na velocidade de internet” disse David Ulevitch, CEO da OpenDNS. “A iniciativa da parceria é baseada em padrões abertos que qualquer outra rede pode adotar, tornando essa tecnologia disponível para qualquer um. Estamos ansiosos para promover melhorias na velocidade para mais de 30 milhões de usuários e milhares de empresas”.

Decisões melhores
Normalmente, os serviços de internet guiam as solicitações dos usuários para servidores baseados na localização do servidor de DNS do mesmo, em vez da localização da própria pessoa. Isso significa que, caso você não more perto de um servidor de DNS, provavelmente terá de esperar até que suas solicitações sejam enviadas para um local próximo a você, mesmo se seja cruzando oceanos ou que hajam outros servidores locais por perto.

O resultado é que a velocidade com que a página é carregada pode diminuir, diminuindo a performance da internet – algo particularmente chato se você estiver assistindo um vídeo, por exemplo. Por meio desse novo projeto, as decisões de roteamento são feitas de maneira mais inteligente, baseadas na localização do usuário em vez de a do servidor DNS.

Até agora, o Google, a Bitgratity, CDNetworks, DNS.com e a Edgecast já fizeram as mudanças necessárias em servidores, e que devem aumentar ao decorrer do ano. Esse pode ser um bom momento para sugerir que seu provedor se junte à iniciativa - ou para envolver seu negócio. Existe até um mailing para que os interessados possam se inscrever no projeto.

PC World/EUA

Fonte:http://www.santander.com.br/

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Manipulando a luz à vontade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/08/2011



O metamaterial permite manipular a luz de forma quase tão flexível quanto a eletrônica consegue manipular os fluxos de elétrons. [Imagem: Duke University]


Canivete suíço para a luz

Os metamateriais e outros dispositivos fotônicos têm permitido aos cientistas lidar com a luz com uma flexibilidade cada vez maior.

Torcer a luz e aprisionar arco-íris são alguns exemplos dessas pesquisas recentes, que têm importância crucial para que a tecnologia possa cruzar a fronteira entre a eletrônica atual e a fotônica do futuro.

Mas um grupo de engenheiros agora afirma ter construído uma espécie de "canivete suíço" para lidar com a luz.

Alec Rose e seus colegas da Universidade Duke, nos Estados Unidos, afirmam ter desenvolvido um material que permite manipular a luz de forma quase tão flexível quanto a eletrônica consegue manipular os fluxos de elétrons.

Até agora, o melhor que havia sido alcançado eram raios plasmônicos curvos, que ondulam como se fosse uma corda agitada por uma das pontas.

Não-linearidade

A solução mais versátil para a manipulação da luz foi encontrada nos metamateriais, mais conhecidos pelas suas aplicações nos mantos de invisibilidade.

A luz que entra em um metamaterial pode ser refletida, refratada ou atenuada. Contudo, ao sair do outro lado, continuará sendo o mesmo raio de luz - um fenômeno conhecido como linearidade.

"Para alguns feixes de luz muito intensos, contudo, certos materiais 'não-lineares' violam essa regra básica, convertendo a energia de entrada em um novo feixe de luz inteiramente distinto, com o dobro da frequência original," explica Rose.

Esse segundo feixe, conhecido como segunda harmônica, já é explorado na alteração de cores em raios laser. Mas os materiais não-lineares usados para isso são frágeis e é muito difícil ajustá-los para controlar a direção da segunda harmônica.

O que os pesquisadores fizeram foi desenvolver um metamaterial que consegue guiar a segunda harmônica. "O dispositivo simultaneamente dobra e reflete as ondas que entram na direção que queremos," afirma Rose.

Comunicação inteiramente óptica

O dispositivo mede 20 centímetros de comprimento por 15 centímetros de largura e cerca de um centímetro de altura. Ele foi construído com segmentos individuais feitos do material de fibra de vidro utilizado nas placas de circuito impresso.

Cada segmento recebe círculos de cobre estampados sobre a superfície. Cada círculo tem um pequeno intervalo, com uma ponte formada por um diodo. Quando é excitado pela luz que passa através dele, o diodo quebra a simetria natural da onda, criando a não-linearidade.

"Essa magnitude de controle sobre a luz é exclusiva dos metamateriais não-lineares, e pode ter consequências importantes para a comunicação inteiramente óptica, onde a capacidade de manipular a luz é crucial," disse Rose.

"A tendência no campo das telecomunicações é definitivamente óptica," afirma Rose. "Ser capaz de controlar a luz da mesma maneira que a eletrônica controla as correntes elétricas é um passo importante para transformar as atuais tecnologias de telecomunicações."

Bibliografia:

Controlling the Second Harmonic in a Phase-Matched Negative-Index Metamaterial
Alec Rose, Da Huang, David R. Smith
Physical Review Letters
August 2011
Vol.: 107, 063902
DOI: 10.1103/PhysRevLett.107.063902

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=manipulando-luz-vontade&id=010110110830&ebol=sim

Futuro do Universo pode estar influenciando o presente

Julie Rehmeyer - FQXi - 30/08/2011



Quando se pensa o Universo a partir das leis da mecânica quântica começam a fazer sentido algumas ideias aparentemente inconcebíveis.[Imagem: Anne Goodsell/Tommi Hakala]


Influências do futuro sobre o passado

Uma reformulação radical da mecânica quântica sugere que o Universo tem um destino definido, e que esse destino já traçado volta no tempo para influenciar o passado, ou o presente.

É uma afirmação alucinante, mas alguns cosmólogos já acreditam que uma reformulação radical da mecânica quântica, na qual o futuro pode afetar o passado, poderia resolver alguns dos maiores mistérios do universo, incluindo a forma como a vida surgiu.

E, além da origem da vida, poderia ainda explicar a fonte da energia escura e resolver outros enigmas cósmicos.

O que é mais impressionante é que os pesquisadores afirmam que recentes experimentos de laboratório confirmam de forma dramática os conceitos que servem de base para esta reformulação.



Recentemente, cientistas descobriram uma conexão surpreendente entre fenômenos quânticos. [Imagem: Adaptado de Chanchicto/Wikimedia]
Ordem oculta na incerteza

O cosmólogo Paul Davies, da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, está iniciando um projeto para investigar que influência o futuro pode estar tendo no presente, com a ajuda do Instituto FQXi, uma entidade sem fins lucrativos cuja proposta é discutir as questões fundamentais da física e do Universo.

É um projeto que vem sendo acalentado há mais de 30 anos, desde que Davies ouviu falar pela primeira vez das tentativas do físico Yakir Aharonov para chegar à raiz de alguns dos paradoxos da mecânica quântica.

Um desses paradoxos é o aparente indeterminismo da teoria: você não pode prever com precisão o resultado de experimentos com uma partícula quântica; execute exatamente o mesmo experimento em duas partículas idênticas e você vai obter dois resultados diferentes.

Enquanto a maioria dos físicos que se confrontaram com esse problema concluíram que a realidade é, fundamentalmente, profundamente aleatória, Aharonov argumenta que há uma ordem oculta dentro da incerteza. Mas, para entender sua origem, é necessário um salto de imaginação que nos leva além da nossa visão tradicional de tempo e causalidade.

Em sua reinterpretação radical da mecânica quântica, Aharonov argumenta que duas partículas aparentemente idênticas comportam-se de maneiras diferentes sob as mesmas condições porque elas são fundamentalmente diferentes. Nós apenas não detectamos esta diferença no presente porque ela só pode ser revelada por experiências realizadas no futuro.

"É uma ideia muito, muito profunda", diz Davies.



A flecha quântica do tempo aparentemente perde o rumo no mundo quântico. [Imagem: iStockphoto/danesteffes/PRF]
Consequências presentes do futuro

A abordagem de Aharonov sobre a mecânica quântica pode explicar todos os resultados normais que as interpretações convencionais também conseguem, mas tem a vantagem adicional de explicar também o aparente indeterminismo da natureza.

Além do mais, uma teoria na qual o futuro pode influenciar o passado pode ter repercussões enormes e muito necessárias para a nossa compreensão do universo, diz Davies.

Os cosmólogos que estudam as condições do início do universo ficam intrigados sobre o porquê do cosmos parecer tão idealmente talhado para a vida.

Mas há também outros mistérios: Por que é que a expansão do universo está se acelerando? Qual é a origem dos campos magnéticos visto nas galáxias? E por que alguns raios cósmicos parecem ter energias impossivelmente altas?

Estas questões não podem ser respondidas apenas olhando para as condições passadas do universo.

Mas talvez, pondera Davies, se o cosmos já tem definidas algumas condições finais nele próprio - um destino -, então isto, combinado com a influência das condições iniciais estabelecidas no início do universo, pode perfeitamente explicar estes enigmas cósmicos.



Aharonov já teve ideias menos extravagantes, como a aplicação da nanotecnologia à água. [Imagem: Katsir et al.]
Testando a flecha do tempo

É uma ideia muito boa - embora extremamente estranha.

Mas haveria alguma maneira de verificar a sua viabilidade? Dado que ela invoca um futuro ao qual ainda não temos acesso como causa parcial do presente, isto parece ser uma tarefa impossível.

No entanto, testes de laboratório engenhosamente inventados recentemente colocaram o futuro em teste e descobriram que ele poderia realmente estar afetando o passado.

Aharonov e seus colegas previram há muito tempo que, para certos experimentos quânticos muito específicos, realizados em três etapas sucessivas, o modo como a terceira e última etapa é realizada pode mudar dramaticamente as propriedades medidas durante o passo intermediário. Assim, ações realizadas no futuro (na terceira etapa), seriam vistas afetando os resultados das medições efetuadas no passado (na segunda etapa).

Em particular, nos últimos dois anos, equipes experimentalistas realizaram repetidamente experiências com lasers que mostram que, ajustando o passo final do experimento, é possível introduzir amplificações dramáticas no montante pelo qual o feixe de laser é desviado durante as etapas intermediárias do experimento. Em alguns casos, a deflexão observada durante a etapa intermediária pode ser amplificada por um fator de 10.000, dependendo das escolhas feitas na etapa final.

Estes resultados estranhos podem ser explicados de forma simples pelo quadro traçado por Aharonov: a amplificação intermediária é o resultado da combinação de ações realizadas tanto no passado (na primeira etapa) quanto no futuro (na etapa final).

É muito mais complicado explicar esses resultados usando interpretações tradicionais da mecânica quântica, afirma Andrew Jordan, da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, que ajudou a conceber um dos experimentos com laser.

A situação pode ser comparada à forma como o modelo heliocêntrico do Sistema Solar, de Copérnico, e o modelo geocêntrico de Ptolomeu, ambos fornecem interpretações válidas dos mesmos dados planetários, mas o modelo heliocêntrico é muito mais simples e mais elegante.



Uma das ideias "selvagens" mais recentes de Davies foi a de uma viagem sem volta a Marte. [Imagem: NASA/JPL]
Consequências cósmicas

Embora os experimentos com laser estejam dando boas notícias para a equipe, Davies, Aharonov, Tollaksen e seu colega Menas Kefatos, da Universidade Chapman, na Califórnia, estão agora à procura de consequências cósmicas observáveis de informações do futuro influenciando o passado.

Um bom lugar para procurar é a radiação cósmica de fundo (CMB), o "brilho" remanescente do Big Bang. A CMB tem ondulações fracas de calor e frio e, trinta anos atrás, Davies desenvolveu um modelo com seu então aluno Tim Bunch que descreve essas ondas no nível quântico.

Davies e Tollaksen estão agora revisando este modelo no novo arcabouço quântico.

Físicos têm ideias já bem desenvolvidas sobre como era o estado inicial do universo e como pode acabar sendo seu estado final - muito provavelmente um vácuo, o resultado inevitável da contínua expansão.

A equipe está colocando estas ideias junto com seu novo modelo para ver se ele consegue prever assinaturas características da influência do futuro na CMB que possam ser captadas pelo telescópio espacial Planck.

"A cosmologia é um caso ideal para esta abordagem," afirma Bill Unruh, da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá. "Desde que Aharonov encontrou esses resultados tão estranhos em algumas situações, vale a pena olhar para a cosmologia."

Davies ainda não sabe se essas ideias vão produzir resultados. Mas se o fizerem, seria revolucionário.

"A coisa mais notável sobre Paul," avalia Michael Berry, da Universidade de Bristol, "é que ele tem ideias muito selvagens combinadas com extremo cuidado e sobriedade."

Este pode ser exatamente o caráter necessário para fazer um grande avanço. Pode até ser o destino de Davies, uma mescla de seu futuro e de seu passado.

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=futuro-universo-influencia-presente&id=010830110830&ebol=sim

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O 11 de setembro despertou o medo do fim do mundo


O atentado às Torres Gêmeas de Nova York está prestes a completar dez anos. Aquele 11 de setembro de 2001 comoveu o mundo e despertou o medo em uma sociedade que parecia viver afastada de conflitos e desastres. Campo fértil para que alguns previssem o fim do mundo. Mas o que há de verdade em tantas profecias?

Veja o especial 'Dez anos do 11 de Setembro'

A possibilidade que a televisão nos ofereceu para assistir às sequências dos impactos e a lenta destruição das Torres Gêmeas de Nova York ficaram gravadas na memória de todo o planeta. Embora este fato tenha acontecido em 2001, não se pode negar que para a história marca o começo do século 21, de cujas calamidades e perigos alguns profetas já falavam.

Profecias que, a partir de então, adquiriram maior dimensão e não só ressurgiram, mas a estas se somaram muitas outras de supostos videntes que preconizam catástrofes e o tão temido fim do mundo. No entanto, existem profecias que, segundo especialistas, foram cumpridas religiosamente. Para Ernesto García Bermejo, astrólogo e especialista em literatura clássica esotérica, a destruição das Torres Gêmeas aparece claramente, sem necessidade de interpretações forçadas, nas profecias de João, na Bíblia.

Malaquias, João e Nostradamus
A maior parte das profecias são de difícil compreensão e, portanto, manipuláveis, segundo Ernesto. Para lê-las, segundo ele, "é preciso ser muito seletivo. As profecias mais confiáveis são as clássicas, ou seja, as dos profetas Malaquias, João e Nostradamus, que têm muitos séculos e grande índice de acertos".



Literatura clássica esotérica serviu de fonte para profecias sobre o 11/09 (Foto: EFE).
Algumas adivinhações parecem realmente ter semelhanças com fato que ocorrerão em breve. Por exemplo, como assinala Ernesto, "na profecia de Malaquias, a lista de papas termina com o número 112. O papa atual é o 111. Cada um destes é representado por um ‘lema’ exceto o último, chamado Pedro Romano".

Bento 16 é representado com o lema “a glória da oliveira” e, como ressalta o especialista, "levando em conta que o atual papa é muito velho, não pode restar muitos anos”. No entanto, ele contesta a profecia por entender que “está unicamente relacionada à Igreja Católica".

Cada um dos 111 lemas de Malaquias coincide com o período de Pontificado de cada um dos papas. "Um exemplo muito claro – diz Ernesto – é o de João Paulo 1º, representado pelo lema 109 'De meditate lunae' (da meia lua). Seu nome era Albino Lucciani, seu nome significa luz branca. Nasceu na diocese de Belluno (do latim, da lua: luno). Foi escolhido em 26 de agosto de 1978, quando na noite de 25 para 26 a lua estava na posição de "meia lua". Também seu nascimento, sua ordenação sacerdotal e episcopal e outros importantes eventos de sua vida ocorreram em noites de meia lua".

O especialista diz que após, Pedro Romano, o profeta fala da destruição da cidade das sete colinas (Roma), cujo augúrio aparece também no livro do profeta Daniel e no Apocalipse de São João. E ressalta também que o papa Pio 10, ao morrer, predisse que um de seus sucessores sairia do Vaticano pulando por cima dos cadáveres de seus colaboradores.

"As torres de Babel da opulência"
Mas, para o especialista, são as profecias escritas por João as mais claras. "Basicamente, não se deve fazer interpretação das mesmas e, evidentemente, elas se referem à época atual, ao enumerá-las continuamente com a apostila: 'Quando começar o ano mil que segue ao ano mil', ou seja, 2000. Há exemplos impressionantes, como o que se refere ao atentado das Torres Gêmeas".

“Quando começar o ano mil que segue ao ano mil, multidão de homens serão excluídos da vida humana; não terão direitos, nem teto, nem pão. Estarão desnudos e não terão mais que seu corpo para vender. Eles serão usados longe das torres de Babel da opulência; se agitarão como um remorso ou uma ameaça; ocuparão regiões inteiras e proliferarão. Escutarão os discursos da vingança e se lançarão ao ataque das torres orgulhosas. Terá chegado o tempo das invasões bárbaras". (“O Protocolo das Profecias”, João de Jerusalém, 1040-1120, Vezelay-França).

No entanto, para o astrólogo, "o caso de Nostradamus é mais obscuro. Embora tenha grandes acertos, suas profecias podem se encaixar a posteriori, por isso podem ser duvidosas". No entanto, o astrólogo ressalta que a profecia de Nostradamus que realmente lhe interessa e lhe dá credibilidade é a da centúria X, número 72, que diz textualmente:

“No ano mil novecentos e noventa e nove sétimo mês,/
Do céu virá um grande Rei de horror,/
Ressuscitará o grande Rei de Angolmois,/
Antes e depois Marte reinará em boa dita.

"Segundo alguns especialistas, cuja opinião compartilho, isso se refere ao eclipse de agosto de 1999 que aconteceu em julho, de acordo com o calendário juliano que é o que determinava os dias na época de Nostradamus. No calendário gregoriano, que é o nosso, esse eclipse seria em 13 de agosto. O profeta o descreve como o eclipse mais escuro e negro desde o que aconteceu no momento da paixão de Jesus Cristo, e mantém que seria o sinal do céu que precederia a chegada do período mais conflituoso da história humana", afirma Ernesto.

E continua: "O evidente é que a partir de 1999 começam os problemas e, a partir dos atentados do dia 11 de setembro, não cessaram conflitos bélicos".

"Nostradamus predisse suas profecias até o ano 2200, mas isso não significa que nesse momento o mundo vá acabar, simplesmente não deu tempo de ele prever mais", afirma contundente o especialista.

O calendário maia
Em relação às supostas profecias do calendário maia, Ernesto García nega que contenha profecias e explica que "é um instrumento com o qual esta civilização dividiu o tempo em um ciclo maior de cinco períodos. O quinto ciclo termina em 21 de dezembro de 2012. É o ciclo maior com o qual põem um fim no calendário, mas isso não significa que o mundo vá acabar".

A astrologia, ciência que baseia seus conhecimentos no movimento dos astros e nas observações realizadas por astrólogos desde a Antiguidade, também pode fornecer dados reveladores sobre a opinião de Ernesto: "Os astrólogos entendem que, quanto mais lentos são os planetas, mais falam da sociedade em seu conjunto. O fenômeno mais recente é a entrada de Plutão, o mais lento deles, no signo de Capricórnio, que ocorreu entre os dias 24 e 26 de janeiro de 2008. Dois dias antes houve uma das maiores quedas da Bolsa de todos os tempos".

Ernesto expõe também que "a entrada de Plutão em Capricórnio marca uma mudança de direção de eventos. Até agora os problemas provocados pelo fundamentalismo islâmico, sobretudo a partir dos atentados do dia 11 de setembro, foram os que mais afetaram a sociedade. Esta época correspondeu à permanência de Plutão em Sagitário, signo que está relacionado com as religiões e com o estrangeiro".

Esse período tende a terminar, segundo o especialista "embora continue vivo. Na atualidade, a situação está centrada no processo econômico no qual muitas das grandes corporações balançaram, o que repercutiu no mundo do trabalho".

Para o astrólogo, "a presença de Plutão em Capricórnio, que se manterá até 2024, anuncia uma queda-de-braço entre Estados e cidadãos. Os primeiros, alegando problemas de segurança, vão realizar grandes cortes nas liberdades dos cidadãos, criando populações amedrontadas e assustadas".

"Por enquanto estamos em um período de calma com tensão mas, a partir da entrada de outro astro lento, Netuno, no signo de Peixes (3 de fevereiro de 2012), a agitação vai aumentar e a população vai desafiar mais ainda os poderosos. Possivelmente tendências como o movimento 15-M , que apareceu na capital da Espanha, ou as revoltas sociais nos países árabes e islâmicos vão abrir passagem para atitudes bastante mais contestatórias e radicais".

Mas, Ernesto conclui categoricamente: "Não falo do fim do mundo em nenhum momento. Acredito no final de uma série de situações que, evidentemente, não é preciso ser astrólogo para se dar conta de que elas têm que terminar. Haverá uma catarse porque, para que nasçam sociedades novas, têm que morrer as antigas, e nesse processo há uma parte de destruição que sempre é dolorosa".



Fonte:http://br.noticias.yahoo.com/o-11-de-setembro-despertou-o-medo-do-fim-do-mundo.html

Cientistas em rede



Em tempos de web 2.0, os pesquisadores interessados em interagir com colegas de todo o mundo com quem dividem os mesmos interesses acadêmicos têm à sua disposição uma série de plataformas para trocar informações sobre novos estudos e congressos. O ecossistema das redes sociais para cientistas está cada vez mais diverso. Entre serviços parecidos com o Facebook e portais para o compartilhamento de arquivos, tem opções para todos os gostos – inclusive para quem busca uma alma gêmea num laboratório.

Uma das redes para cientistas mais bem sucedidas é o ResearchGate (ou Portal da Pesquisa), iniciativa criada em 2008 e que ultrapassou no mês de maio a marca de um milhão de usuários. Trata-se de uma plataforma que lembra o Facebook, em que o usuário constrói um perfil no qual inclui sua foto e informações sobre sua universidade e seus interesses de pesquisa. Uma vez registrado, ele pode incluir em sua conta observações, imagens, links ou dicas de artigos científicos que deseja compartilhar com os colegas.

Cada usuário cria sua rede de contatos, podendo seguir as atualizações de outros pesquisadores. Como no Twitter, não é obrigatório que haja reciprocidade: um usuário pode receber as atualizações de um pesquisador sem que ele o siga de volta. Os usuários podem também se organizar em grupos de interesse comum, no qual são compartilhadas informações relevantes para a área.

Outro serviço popular que também já conquistou seu primeiro milhão de usuários é o britânico Mendeley, no ar desde o fim de 2007. Trata-se de um híbrido de gerenciador de arquivos e rede social acadêmica. Ao contrário dos concorrentes, essa plataforma requer a instalação de um programa que pode ser baixado de graça. O diferencial dessa iniciativa é permitir que o usuário faça o upload de artigos científicos em sua biblioteca pessoal. A plataforma reconhece os dados bibliográficos da maioria dos PDFs carregados e inclui um gerador automático de citações para os artigos, compatível com os editores de texto mais comuns.

Uma vez criada sua biblioteca – que funciona como um iTunes de artigos científicos –, o usuário pode acessá-la on-line de outros computadores. Com isso, os artigos com que o usuário costuma trabalhar estão sempre disponíveis, esteja ele onde estiver – inclusive a partir de dispositivos móveis, agora que o serviço tem aplicativos para iPhone e iPad. Paralelamente, os usuários podem criar redes de contatos, na qual monitoram e compartilham os artigos carregados por seus colegas.

Outra plataforma para o compartilhamento de artigos é o CiteULike, uma espécie de del.icio.us científico. Assim como esse popular agregador de favoritos on-line, o site permite que o usuário reúna em sua página links para seus artigos prediletos, classificados conforme as palavras-chave escolhidas por ele. Como no del.icio.us, os usuários podem ver quem mais marcou como favorito um determinado artigo e conferir os outros favoritos dessa pessoa. E podem, claro, construir uma rede de amigos com quem se mantêm em contato pelo site.

Como o Mendeley, o CiteULike reconhece os dados bibliográficos de um determinado artigo e já o classifica com eles. O reconhecimento funciona para a maior parte dos periódicos internacionais. Para os outros casos, o usuário é obrigado a cadastrar manualmente o artigo, o que pode ser desestimulante. A plataforma tem também um serviço de sugestões automáticas de artigos para os usuários, em função de seu perfil e das palavras-chave que usam. Outro aspecto interessante é a possibilidade de marcar um determinado artigo como já lido ou por ler, criando assim uma fila de leitura gerenciada em sua conta. Resta ao usuário programar-se para cumpri-la.

Há opções até para os usuários cujo interesse vai além da esfera meramente acadêmica. Se você está atrás de um parceiro para relações extracientíficas, sua rede é o portal Scientific Singles, que se define como um serviço de paquera para cientistas e amantes da ciência solteiros. A plataforma oferece chats entre usuários e promete conectar membros que tenham interesses comuns. Estudar e flertar, é só começar.

(Foto: sxc.hu/gerard79)

Fonte:http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-da-ciencia/geral/cientistas-em-rede

Cientistas aumentam largura de banda da fibra ótica



Uma nova pesquisa sobre o comportamento da luz pode contribuir para um aumento na quantidade de dados transmitidos por fibra ótica.

Os investigadores do Instituto de Espectroscopia Ultrarrápida e Lasers, em Nova York, desenvolveram uma nova forma de mapear a luz que viaja em forma de espiral. Chama-lhe "luz torcida" e se as expetativas dos cientistas forem cumpridas, esta tecnologia pode permitir utilizar novos canais de dados nas fibras óticas.
Giovanni Milione, chefe de investigação do instituto, esclarece à PcPro que "até agora, só a forma mais simples de luz podia ser mapeada e controlada - "estado fundamental"". O investigador explicou também que "muitos dos canais de uma fibra ótica necessitam de uma luz mais complexa para serem utilizados e, até agora, eram completamente ignorados"
A descoberta foi feita graças à polarização, um processo que permite ver a forma como a luz viaja no interior de um feixe de laser, tornando assim possível perceber como o movimento pode providenciar um feixe de dados com uma capacidade alargada.
Os investigadores descobriram que a luz complexa move-se com rotação e momento orbital, num padrão semelhante ao da lua enquanto roda no seu eixo à volta da Terra. A luz torce-se como um tornado enquanto viaja pelo espaço em feixes e vórtices vetoriais, os quais podem conter muito mais dados do que os atuais caminhos luminosos explorados no cabos de fibra ótica.


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Street View chega aos trilhos da Amazónia



A Google aliou-se à Amazonas Sustainable Foundation para estender o serviço Street View do Google Maps à maior floresta tropical do mundo.

A ideia da Google é enviar as "trikes" de todo-o-terreno, equipadas com as câmaras do Street View - as mesmas utilizadas para fotografar o Stonehenge - para a Amazónia. Lá, vão capturar e juntar as fotografias tiradas em panoramas de 360 graus dos trilhos que encontrarem. Assim, os operadores vão ter de pedalar por toda a Amazónia, parando para descansar apenas nos terrenos mais pantanosos, onde as "trikes" são transportadas de barco.
Para já, a Google vai fotografar cerca de 50 km do Rio Negro, incluindo as aldeias e caminhos encontrados na área. Num comunicado, a empresa afirma que as "trikes" vão fotografar "todos os lugares onde a civilização se cruza com a floresta tropical".
Neste projeto, a Google pretende também fotografar os interiores de inúmeros edifícios e centros comunitários. O objetivo, segundo a empresa, é "dar uma ideia do que é viver e trabalhar em sítios como a escola e centro comunitário da Amazónia".
Estes 50 km iniciais vão servir como um "estágio" para os representantes locais da Amazonas Sustainable Foundation, para que depois continuem eles os esforços de documentação da Amazónia.


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