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quarta-feira, 7 de julho de 2010

Livros Destruídos

Postado por BCEUnB às 14:10

Engana-se quem pensa que as bibliotecas sempre foram um lugar de paz e sossego. Desde a Antiguidade . muitos foram os casos de bibliotecas inteiras que arderam nas chamas e perderam para sempre seus valiosos acervos. A máxima “Informação é poder” pode ser evidenciada ao longo dos tempos. Esse “poder” sempre incomodou os conquistadores, como foi o caso da Biblioteca de Alexandria. Construída provavelmente pelo faraó Ptolomeu II no século III a.C, a biblioteca sofreu diversos ataques e censuras durante sua existência. Exemplo notório é a frase de Califa Omar, que comandou a invasão árabe ao Egito noos primeiros séculos da Era Cristã. Segundo a lenda, ele tinha usado a seguinte frase, referindo-se à Biblioteca de Alexandria: “Se a Biblioteca de Alexandria contiver a mesma doutrina que o Corão, ela é inútil, porque o Corão possui todas as verdades necessárias; Se ela contiver qualquer coisa contrária ao Corão, são mentiras e não devem sobreviver”. Dito isso, a Biblioteca de Alexandria teria sido destruída e seus cerca de 700 mil volumes de rolos de papiros estariam para sempre perdidos.

Mas as perseguições aos livros não aconteceram apenas na Antiguidade. O século XX, que foi marcado pelo avanço da indústria livreira, tornando as coleções das bibliotecas cada vez maiores e o acesso aos livros cada vez mais facilitado, foi marcado pela destruição de várias bibliotecas, sobretudo durante guerras e revoluções.

Em 10 de maio de 1933, jovens ligados à Juventude Hitlerista invadiram bibliotecas e livrarias, coletando livros citados nas chamadas “listas negras”, que continham obras e autores considerados “subversivos ao regime”. Após a coleta, organizou-se em Munique e em várias cidades a “Grande Queima de Livros”, onde vários livros, entre eles diversas obras raras, foram queimados, em uma cerimônia grotesca assistida e aplaudida por milhares de pessoas. O ministro da propaganda do Reich, Joseph Goebbels, louvou a atitude dos jovens de Munique, em discurso realizado após a queima de livros: (...) “Portanto, vocês estão fazendo a coisa certa quando, nessa meia noite, se rendem às chamas do espírito maligno do passado. Ali, a base intelectual da República de Novembro está arrasada. Mas dos destroços surgirá a Fênix de um novo espírito, um espírito que nós carregamos, que nós nutrimos e ao qual damos decisivo valor”. `

Após o início da Segunda Guerra Mundial, mais bibliotecas sofreram perdas inestimáveis, principalmente a Polônia, que perdeu milhões de exemplares.

Mais recentemente, no dia 13 de abril de 2003, durante a chamada guerra contra o terrorismo, a Biblioteca Nacional do Iraque perdeu cerca de 1 milhão de volumes, embora haja questionamentos sobre por que, como e quem tenha efetuado o ataque. O certo é que, após o ataque, ocorreram muitos saques do que restou do acervo, e a biblioteca que possuía diversos dos documentos mais antigos da humanidade teve perda irreparáveis.

A frase de Heinrich Heine parece definir muito bem o que acontece quando livros são destruídos: “Onde se queimam livros, cedo ou tarde queimam-se pessoas”.
Fonte:http://bceunb.blogspot.com/2009/10/livros-destruidos.html

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