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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Com novo método, Microsoft Research descomplica criação de senhas seguras

Por Robinson dos Santos, do IDG Now!
Publicada em 20 de julho de 2010 às 18h39

Técnica proposta por pesquisadores usa controle estatístico para barrar senhas 'populares', que poderiam ser alvo de ataques de adivinhação.

Cansado das restrições impostas à criação de senhas seguras que desafiam a memória? Uma alternativa mais amigável - e bem mais fácil de lembrar - tem sido proposta pela Microsoft Research, braço de pesquisas da fabricante do Windows. O segredo: limitar, estatisticamente, o uso de senhas populares, para diluir o risco de adivinhação e desestimular cibercriminosos.

A ideia – proposta em artigo assinado pelos pesquisadores Stuart Schechter e Cormac Herley, da Microsoft Research, e Michael Mitzenmacher, da Universidade de Harvard – consiste na criação de um software “oráculo”, que seria consultado a cada momento de criação de senha. Uma senha muito utilizada seria barrada; por sua vez, uma palavra pouco utilizada, mesmo que fácil de lembrar, seria permitida.

No estudo, que será apresentado na conferência Hot Topics in Security 2010, em Washington DC, em 10 de agosto, os pesquisadores lembram que as senhas geradas por usuários são vítimas comuns de ataques de adivinhação estatística – um método pelo qual o cibercriminoso testa senhas tendo como base um dicionário de palavras, classificadas por popularidade.

Normalmente, um site tenta se defender de ataques baseados em adivinhação de dois modos: 1) limitar o número de adivinhações que se pode fazer e 2) reduzir a fração de contas que usam as senhas mais populares. Este último caso tem sido reforçado pela aplicação de regras para criação de senhas – as mais comuns exigem a combinação de letras e números, tamanho mínimo e uso de caracteres especiais, como "Ne$1o7".
Tais critérios são utilizados para definir se uma senha é fraca ou forte, mas os pesquisadores questionam esses modelos. “A maioria dos medidores de força (de senha) identificará uma sequência de caracteres de 32 letras minúsculas quaisquer como uma senha fraca, enquanto o Windows Live ID dirá que ‘@Aaaaaa’ é uma senha forte e o Yahoo dirá que ‘P@ssword’ é uma senha forte”, ressalta o estudo.

Dados probabilísticos
Como alternativa, eles propõem a adoção de uma “estrutura de dados probabilísticos” que seria utilizada para rastrear a popularidade de uma senha qualquer. Senhas cuja popularidade tenha atingido certo nível passariam a ser negadas, e o usuário teria que encontrar outra palavra, igualmente fácil de decorar, como senha.

Para os pesquisadores, uma senha perigosamente popular é aquela cuja frequência de uso exceda certo limite – digamos, tenha sido usada uma vez a cada milhão de usuários. Se esse limite tiver sido implantado com sucesso, um eventual invasor que quisesse testar uma senha supostamente popular – por exemplo, ‘123456’ - poderia comprometer no máximo um milionésimo dos usuários.

“A substituição de regras de criação de senha por um sistema baseado em limites de popularidade pode aumentar potencialmente tanto a segurança como a usabilidade”, sustentam os pesquisadores, no artigo. “Nossa proposta tem um precedente. O Twitter, em resposta a um ataque de adivinhação de senha que explorou sua falha em bloquear invasores, agora proíbe 390 das senhas mais comuns. Parece que o Twitter decidiu que essa medida causaria menos inconveniência para os usuários do que a introdução de políticas complicadas de criação de senha.”

Os autores da pesquisa lembram, contudo, que o controle estatístico de senhas se aplica melhor a bases de senhas de grande escala, como é o caso de serviços de Internet como o Twitter ou o Facebook.
Fonte:http://idgnow.uol.com.br/seguranca/2010/07/20/com-novo-metodo-microsoft-research-descomplica-criacao-de-senhas-seguras/

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