Translate

terça-feira, 10 de maio de 2011

G8 e outros 14 países discutem plano de combate ao tráfico de cocaína



Nicolas Sarkozy propôs criação de fundo com dinheiro dos traficantes
Ministros e autoridades do G8 e de 14 outros países da América Latina, Caribe e África – inclusive o Brasil – se encontram em Paris para discutir formas de combater o tráfico internacional de drogas.

Um encontro de dois dias reúne em Paris integrantes do G8 (grupo de sete países industrializados e Rússia) e nações envolvidas na produção, comercialização e consumo da cocaína. Em seu discurso na noite de segunda-feira (09/05), no Palácio do Eliseu, o presidente francês, Nicolas Sarkozy propôs que se crie um fundo dedicado a combater o tráfico de cocaína com o dinheiro apreendido dos próprios criminosos.

"Combater os traficantes não é somente apreender ou confiscar a droga, é abordar a causa primeira do tráfico: o dinheiro", disse Sarkozy.

O fundo seria controlado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). O diretor-executivo do órgão, Yuri Fedotov, declarou que "se pudéssemos dispor de uma porcentagem dessas quantias gigantescas [geradas pelo tráfico de cocaína], isso ajudaria enormemente na luta internacional contra as drogas".

Reunião do G8



Reunião ministerial é preparatória para cúpula do G8

A França preside o G8 neste semestre. Em sua página de internet, a presidência francesa do grupo informara antes do encontro ministerial em Paris que "a luta contra a desestabilização de Estados afetados pelo tráfico transatlântico de cocaína será uma das prioridades da presidência francesa do G8, no tocante à segurança".

A reunião em Paris é preparatória para a cúpula dos chefes de Estado e governo do G8, que acontecerá nos dias 26 e 27 de maio próximos na cidade francesa de Deauville. O Brasil e o México contam entre os participantes.

Além dos países-membros do G8 – Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, Alemanha, Itália, França e Rússia – foram convidadas para a reunião ministerial em Paris nações produtoras de cocaína como Colômbia, Peru e Bolívia, e países de trânsito da droga, como Brasil, Senegal e Marrocos.

Participaram ainda do encontro em Paris representantes da Holanda, Espanha, África do Sul, Argélia, Gana, Nigéria, República Dominicana e México, assim como da Comissão Europeia, Interpol, Europol, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Europa pode ultrapassar EUA



Yuri Fedotov, diretor-executivo da UNODC

O encontro promovido pela França teve como meta convocar para uma guerra contra a droga os países produtores de cocaína na América Latina, como também os Estados de trânsito e consumo.

Nesta terça-feira, os ministros dos 22 países deram prosseguimento às discussões sobre o ambicioso plano de combate ao tráfico internacional de cocaína. O plano, que será apresentado no encontro do G8 em Deauville, deverá abranger a produção, tráfico e demanda da cocaína.

Nos últimos anos, o consumo da droga caiu bastante nos Estados Unidos, enquanto, na Europa, ele disparou. O UNODC advertiu que, em breve, o velho continente poderá ultrapassar os EUA. Segundo Fedotov, o número de consumidores europeus dobrou de 2 milhões em 1998 para 4,1 milhões em 2008. O faturamento anual com a droga no continente europeu se elevou para 33 bilhões de dólares, apenas 4 bilhões de dólares a menos que os EUA.

Pacto político

O diretor-executivo da UNODC sublinhou em Paris que dois terços dos usuários de cocaína na Europa vivem somente em três países – Reino Unido, Espanha e Itália. Contudo também cresce o consumo na África Ocidental e na América do Sul, advertiu. Isto levou à criação de "novas rotas" da cocaína, que agora se pretende cortar.

Grande parte do tráfico é operada a partir da América do Sul, em navios porta-contêineres. Os traficantes utilizam tecnologias cada vez mais sofisticadas, como submarinos e aviões a jato.

Yuri Fedotov estima que o tráfico global da cocaína movimente 320 bilhões de dólares por ano. Na reunião em Paris, ele ressaltou uma "violência sem precedentes" causada pelo narcotráfico na América Central, em particular em El Salvador, Honduras e Guatemala.

"A resposta a essa situação crítica passa antes de tudo por um pacto político renovado entre os Estados dos dois lados do Oceano Atlântico", concluiu o diretor.

CA/dpa/rtr/afp
Revisão: Augusto Valente

Fonte:http://www.dw-world.de/dw/article/0,,15064760,00.html?maca=bra-newsletter_br_Destaques-2362-html-nl

Nenhum comentário:

Postar um comentário