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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Muito além da TI verde

Tecnologia da Informação pode tornar os produtos mais viáveis ambientalmente
Por ELANA VARON*
Há algumas semanas, acessei um jogo online que calcula o impacto de algumas atividades sobre o meio ambiente. Brinquei um pouco com os resultados para ver que hábitos poderia mudar para melhorar minha nota. Contudo, mesmo como uma consumidora razoavelmente frugal e ecologicamente consciente, parecia impossível ocupar um espaço entre as pessoas que contribuem para um planeta mais sustentável.

O jogo não é científico, mas mostra que a sustentabilidade exige mais do que mudanças superficiais no nosso modo de viver e trabalhar. O problema não pode ser resolvido apenas vivendo com mais simplicidade, como escreveram recentemente Robert Atkinson e Darrene Hackler, da Information Technology Innovation Foundation. Em um relatório contestando o que eles dizem, batizado de dez mitos sobre o combate às mudanças climáticas, especialistas no tema argumentam que mesmo que a economia global não crescesse, o aumento da população, de hoje até 2030, bastaria para triplicar as emissões de dióxido de carbono na atmosfera.

Não conheço alguém que torça por uma estagnação ou declínio da economia mundial, mas qualquer pessoa percebe a necessidade de mudança. O Greendex, estudo realizado pela National Geographic Society com consumidores de 17 economias desenvolvidas e emergentes, constatou que 66% deles acreditam que seu atual estilo de vida não é sustentável. Já quando solicitados a identificar os fatores que desestimulam um comportamento amigável com o meio ambiente, 40% disseram que seus esforços individuais não importam, a menos que governos e indústrias também se mexam. TI pode entrar em cena, aqui, para tornar os produtos de consumo mais viáveis ambientalmente.

O CIO para os Estados Unidos da multinacional Whirlpool, Kevin Summers, está fazendo a parte dele com uma iniciativa para fabricar utensílios mais inteligentes. A expectativa da companhia é desenvolver, até o fim do ano, uma máquina de lavar capaz de fazer diagnósticos remotos. Se ela quebrar, o consumidor poderá conectá-la a uma rede wireless doméstica e carregar dados sobre o problema. A lavadora será consertada remotamente por um técnico, economizando a visita ao local. Caso a intervenção humana se mostre necessária, será possível identificar previamente as peças que o técnico deverá levar. Daqui a dois anos, uma máquina conectada a uma rede elétrica inteligente poderá informar ainda aos consumidores a melhor hora para lavar a roupa, quando a demanda por energia estiver baixa.

"Todos essas máquinas em uma rede elétrica inteligente são como PCs em uma rede", observa Summers. Sendo assim, ele considera que a TI pode e deve contribuir com o conhecimento para coletar dados, armazená-los e analisá-los.

Segundo o CIO e CSI (Chief Sustainability Officer) da Dow Chemical, David Kepler, os clientes querem materiais não apenas mais sustentáveis, mas também produzidos de forma ecologicamente adequada. Assim, sua equipe de TI tem a preocupação de fornecer ferramentas para gerenciar a energia e as emissões nas fábricas, bem como controlar a integração do sistema de aquecimento solar da companhia à rede de energia elétrica mais próxima.

Quando a estratégia corporativa é fornecer produtos e operações sustentáveis, o CIO tem que estar alinhado e antenado com isso, salienta Kepler. O que vai muito além da construção de prédios e de data centers com mais eficiência energética.
Fonte:http://computerworld.uol.com.br/gestao/2010/10/26/artigo-muito-alem-da-ti-verde/

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