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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Para o infinito e além

Após 33 anos de viagem, a nave Voyager I deixa os domínios do Sistema Solar

A nave americana Voyager 1 deixou a zona de influência gravitacional e magnética do Sol e avança sobre os limites do espaço interestelar, o mais distante que um artefato feito pelo ser humano já alcançou.

Lançada há 33 anos, a Voyager viaja à vertiginosa velocidade de 61 mil quilômetros por hora, rumo ao desconhecido. A bordo, leva um disco de ouro com mensagens para eventuais extraterrestres encontrados em seu caminho, com músicas, como o rock "Johnny B. Goode", de Chuck Berry, e um mapa ensinando como chegar à Terra, para o caso de um suposto ET querer nos visitar.

Criadas na era pré-internet, a Voyager I e sua irmã gêmea Voyager II, que a acompanha rumo ao espaço profundo, são seguidas por milhares de pessoas pelo Twitter (http://twitter.com/Voyager2). A Nasa mantém atualizados os posts com o dia a dia da viagem celeste.

Segundo a Nasa, a agência espacial dos EUA, os instrumentos da Voyager I mostram que a velocidade média do vento solar - um fluxo de partículas eletricamente carregadas expelido pelo Sol a 1,6 milhão de quilômetros por hora - chegou a zero, numa indicação de que ela deve atingir a fronteira do sistema, conhecida como heliopausa, em breve, rumando então para o espaço interestelar.

- Ela nos diz que a heliopausa não está longe - comentou Edward Stone, cientista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. - A Voyager 1 está perto do espaço interestelar. Como os cientistas não sabem qual é a extensão da heliopausa, não é possível precisar quando exatamente a sonda vai alcançar o espaço interestelar, mas as estimativas são de que isso aconteça dentro de um período máximo de quatro anos.

Quando a Voyager 1 finalmente mergulhar no espaço profundo, cientistas esperam observar uma grande alteração nos dados enviados pela nave, com seus instrumentos indicando um meio mais denso e frio. Em dezembro de 2004 a Voyager 1 ingressou numa região do espaço onde o vento solar sofre uma desaceleração abrupta pela interação com o meio interestelar e sua velocidade cai para cerca de 70 mil quilômetros por hora. Essa velocidade é semelhante à da nave, que viaja a aproximadamente 61 mil quilômetros por hora e está a 17,4 bilhões de quilômetros da Terra.

Lançadas em 1977, a Voyager 1 e sua nave-irmã, a Voyager 2, tinham como objetivo principal estudar os grandes planetas externos do Sistema Solar: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Essa missão foi encerrada em 1989 com a passagem da Voyager 2 por Netuno e, desde então, as duas passaram a coletar dados sobre a heliosfera, a área do espaço ainda sob influência da ação do Sol. Os cientistas esperam que a Voyager 2, que está
a 14,2 bilhões de quilômetros da Terra, também alcance a heliopausa nos próximos anos.

Como as duas sondas são alimentadas por energia nuclear, seus instrumentos continuam a funcionar, mas, devido à grande distância, seus sinais de rádio, que viajam à velocidade da luz, demoram 16 horas para chegar à Terra.
(O Globo, 15/12)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=75371

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