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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Redes sociais como Facebook podem fazer muito pela gestão do conhecimento

A estratégia de consolidar uma base de dados com o conhecimento acumulado na companhia ganha novo fôlego com o hábito de compartilhamento de informações adquirido na internet.
CIO/EUA

Durante a década de 90, surgia um segmento denominado Knowledge Management (gestão de conhecimentos). Seu objetivo era possibilitar às empresas gerirem as diferentes expertises entre os colaboradores. Cabia aos funcionários responder um questionário depois integrado à base de dados da companhia. Assim que fosse necessário, colegas poderiam procurar nesse diretório por colaboradores com conhecimentos em determinadas áreas.

Ao avaliar a gestão de conhecimentos, os funcionários afirmavam que tal técnica poderia acelerar as operações da empresa por incentivar a colaboração entre as partes envolvidas em diversos projetos. Ainda assim, essa tática se mostrou ineficiente por diversos motivos. Os colaboradores, muitas vezes, esqueciam de atualizar seus perfis ou deixavam de alterar por achar a rotina chata. Assim, as informações nos bancos de dados se tornavam cada vez menos relevantes. Se fosse para essa gestão funcionar de maneira apropriada, seria necessário que os colaboradores catalogassem e partilhassem suas qualificações constantemente.

Atualmente, ferramentas colaborativas bastante avançadas, combinadas com uma motivação maior em partilhar dados pessoais (oriunda do uso de redes sociais virtuais) conferem nova vida à gestão de conhecimentos. Essa pelo menos é a percepção de Spencer Mains, CTO da Landor e da B to D, duas divisões da empresa de marketing e de design WPP. Recentemente essa empresa adotou uma solução da PBworks que permite aos colaboradores de 15 países diferentes partilhar informações sobre as contas de clientes.

A plataforma permite a troca de mensagens instantâneas e o acesso simultâneo a documentos. Além disso, o sistema armazena o conteúdo das conversas e um histórico de modificações no sistema. “Se tais rotinas fizerem parta do dia-a-dia das corporações, essa plataforma resolve a questão do abandono das estratégias de gestão do conhecimento”, diz Mains. “A captura dessas informações sobre expertise de colaboradores pode acontecer em tempo real”, explica.

“Contudo, tal formato de colaboração traz embutidos vários desafios”, diz John Poulin, que ocupa a cadeira de diretor geral e de arquiteto de soluções na empresa Huron Consulting Group. Se o objetivo da colaboração for a melhoria dos processos de decisão, cabe aos CIOs integrar ferramentas colaborativas aos preexistentes email e aos aplicativos para gestão de processos e de analytics.

A essa altura, mais de meio bilhão de pessoas enxergam no Facebook uma plataforma de conexão com amigos na internet. Mas, no interior da empresa a rede pode representar a pedra fundamental no crescimento da corporação. Essa é a opinião do diretor de TI do Facebook, Tim Campos.

“As redes sociais deixaram as pessoas à vontade para partilhar informações pessoais”, diz. “Agora”, continua, “essa tranqüilidade veio para dentro das empresas”. Campos deixou a empresa fabricante de semicondutores KLA-Tencor em 2010 para se juntar ao Facebook e afirma que o fator decisivo do sucesso na adoção de plataformas colaborativas no trabalho depende da cultura corporativa.

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Para o executivo, a chave está no contexto social da plataforma. “Ferramentas que possibilitem a integração social – inclusive fora do escopo corporativo –, ao mesmo tempo em que promovem a colaboração profissional, são a solução ideal”, diz Campos.

Enquanto trabalhou para a KLA, Campos desenvolveu um projeto de gestão do conhecimento que trouxe resultados mistos. “Em parte, o projeto foi visto pelos engenheiros da empresa como secundário, devido ao trabalho em que a integração de um novo banco de dados implicaria”, diz Campos.

Já no Facebook, seu novo empregador, Campos diz que esse tipo de interação pertence ao dia-a-dia da empresa e que os colaboradores estão prontos para esse tipo de dinâmica assim que ligam seus terminais.

“As ferramentas colaborativas funcionam melhor, quando os funcionários têm à disposição várias fontes de informação”, diz Pulin. Assim, grupos de pessoas com interesse semelhante podem se reunir online, trocar dados e se separar assim que determinada tarefa é cumprida.

“Ainda assim, integrar ferramentas colaborativas tradicionais como o Microsft Sharepoint ou a suíte colaborativa da Oracle às plataformas preexistentes, não é uma operação fácil”, diz Poulin. Para o executivo, assim que essa integração for uma operação elementar, o segmento de plataformas colaborativas corporativos terá alcançado o nível sonhado pelas companhias.

(Kim S. Nash)

Fonte:http://cio.uol.com.br/gestao/2011/02/18/redes-sociais-como-facebook-podem-fazer-muito-pela-gestao-do-conhecimento/

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