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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Crise provoca mudanças permanentes no mercado de trabalho

Empresas têm mais dificuldade em reter profissionais. Falta de reconhecimento é a maior queixa entre os insatisfeitos.

As companhias seguraram salários, treinamento, bônus e jogaram mais trabalho em cima dos funcionários em resposta aos tempos da crise. Com o mercado voltando ao normal, as táticas empregadas podem ter um efeito negativo de turnover: o desgaste pode fazer com que os profissionais busquem outro empregador.

Para os líderes de TI a perspectiva é clara: se medidas não forem tomadas, os funcionários podem largar os cargos atuais para buscar algo melhor. Um dos aspectos importantes, embora cada vez menos fundamental, é o salário dos profissionais. De acordo com o diretor de software corporativo em uma empresa de manufatura dos EUA, John Moore, as companhias que não querem perder equipe devem buscar reconhecer os profissionais de alguma forma. “Dinheiro não é tudo. Mais do que nunca, as empresas precisam se comunicar mais abertamente e dar aos profissionais a certeza de que investem em um trabalho que será valorizado e que faz a diferença”, avalia.

Apesar de haver uma mudança no mercado para os profissionais, principalmente no Brasil, a crise mudou a forma como os profissionais são contratados. Os anúncios agora são muito mais específicos e incluem habilidades detalhadas.

Com isso, os profissionais devem se preparar para serem claros, principalmente para primeiros contatos. Uma prática comum é realizar uma primeira entrevista por telefone, já que as empresas querem investir tempo em entrevistas pessoais mais certeiras.

Conseguir empregos no alto da pirâmide também está mais complicado. Esses profissionais, quando empregados, têm dificuldades maiores em manter o emprego e o avanço profissional.

De acordo com um profissional da indústria de energia, que preferiu não se identificar, as pessoas mais jovens têm mais segurança porque custam menos ao empregador. Enquanto isso, os baby boomers (profissionais acima de 50 anos) estão sob constante risco.

Para alguns empregadores, o candidato ideal a emprego é aquele que reúne habilidades muito distintas. Há quem diga que existe até exagero no que se espera dos profissionais, mas todos concordam que voltar aos bancos escolares para se atualizar no que há de mais moderno em sua área é algo essencial nos dias de hoje.

E se a busca pelo emprego tem a ver com salário, a educação se multiplica em importância. A COMPUTERWORLD/EUA levantou que um dos principais mestrados profissionais em tecnologia dos EUA, na Universidade da Carolina do Norte, rendeu ofertas de emprego para 97% dos formados em apenas 90 dias após a graduação. Os empregos tiveram uma média de salário inicial de 94 mil dólares, mais do que suficiente para cobrir o custo do próprio programa, que fica em torno de 21 mil dólares.

Entre as 70 Melhores Empresas para Trabalhar em TI e Telecom no Brasil, levantadas pela COMPUTERWORLD em parceria com o Great Place to Work, o impacto das turbulências na economia internacional foi muito menor do que no resto do setor. “Elas passaram melhor pela crise. Isso demonstra que as organizações erram, quando, nos momentos difíceis, deixam de lado a preocupação com as pessoas e focam apenas na solução dos problemas financeiros”, avalia o CEO do Great Place to Work no País, Ruy Shiozawa.

Ponto de atenção

A boa notícia é que, ao menos as melhores empresas de TI para trabalhar no Brasil, conseguiram incrementar o sentimento de orgulho, de confiança e de equilíbrio entre vida pessoal e profissional. A ruim é que seus funcionários se sentiram menos satisfeitos com as iniciativas de ‘reconhecimento’.

“Os dados representam um sinal de alerta para as empresas, já que é importante que os funcionários sintam que seu trabalho está sendo reconhecido”, pontua o CEO do GPTW. “E isso não significa que as pessoas esperam reconhecimento financeiro. Elas só querem que seus resultados sejam vistos pelo resto da organização”, acrescenta Shiozawa.

Fonte:http://computerworld.uol.com.br/carreira/2010/11/25/crise-provoca-mudancas-permanentes-no-mercado-de-trabalho/

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