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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Departamentos de TI podem parar na nuvem

É uma significativa quebra de paradigma. Sequer o item segurança escapa desse futuro. Equivale a aceitar correr determinados riscos.

A morte definitiva do departamento de TI, da forma como é conhecido até hoje, foi decretada. Na perspectiva da direção, não faz sentido continuar a pagar por uma prestação de serviços que se assemelha a de um encanador. Se o tema TI for mencionado em reuniões no conselho da corporação, certamente serão sugeridos os cortes no orçamento da divisão. Em seu lugar, entrarão a virtualização e as nuvens privadas – quem achar que essas duas tecnologias vêm com o intuito de salvar as atribuições da TI, está redondamente enganado.

Projetos de implementar departamentos de TI locais devem ser postos no gelo, pois as chances de serem terceirizados para organizações na Índia ou na China ou de ir parar na nuvem são grandes. Aos departamentos de TI que já funcionam a pleno vapor nas companhias restará o rebaixamento.

Sequer o item segurança escapa desse futuro. Em épocas pós-crise, as organizações reduziram os orçamentos para esse item e – de maneira geral – não houve sérias conseqüências. Equivale a aceitar correr determinados riscos. Possivelmente, os provedores de soluções em TI tentem incrementar os serviços com tecnologias, tais como DLP (Data Loss Prevention – prevenção contra a perda de dados, em tradução livre do inglês) e SEIM (gestão de eventos e de informações), mas não espere espaço no orçamento para tais soluções.

Cabe a TI se adaptar ao novo panorama. Ao conversar com um executivo ou com fornecedores, a sensação é de novos dilemas e habilidades estarem na agenda para o ano que vem. Selecionamos uma lista de eventos para os quais é melhor preparar a equipe da TI nos próximos 18 meses.

Gestão de dispositivos móveis

O ano de 2010 foi uma prova contundente dessa nova realidade em TI. Afinal, o fato de o diretor geral de TI do Banco Crédit Suisse anunciar o encerramento do suporte a toda sorte de dispositivos móveis, deve ter alguma importância.

Para a maioria das plataformas móveis, a segurança atingiu níveis razoáveis em 2010. Durante uma recente conferência com vários CIOs, chegou-se à conclusão de que a dominância dos BlackBerries para uso corporativo havia chegado ao fim. Os colaboradores irão escolher sozinhos os seus aparelhos e basta que esses dispositivos atendam às requisições de segurança para terem entrada garantida no ambiente da empresa.

O que as companhias esperam dos departamentos de TI permanece uma mistura de várias soluções inviáveis ou incompatíveis.

As contradições são óbvias: demandam por sistemas abertos, porém seguros. Exigem-se as últimas tecnologias, mas sem complicar. Desenvolver plataformas que sejam dinâmicas e atendam a uma gama de demandas imposta por sistemas comerciais. Enfim, fazer mais com menos – essa é a imposição que bate às portas da TI constantemente.

E é melhor se acostumar a isso.

As estruturas de TI das corporações podem variar em seu naipe, mas o que se espera delas é invariavelmente um jeito otimizado de suportar os negócios.

Analytics – puro oportunismo

Pense nas plataformas de analytics e como têm sido alvo de generosos investimentos. Atualmente, o foco das TIs tem estado predominantemente voltado às questões internas – a observar como se desenvolvem as cadeias produtivas e as cargas de trabalho. E isso é essencial. Ainda assim, passada uma década desde a chagada de sistema ERP e MRP, acredito que tenha chegado a hora de libertar o olhar da clausura dos muros da organização.

A verdadeira vantagem competitiva reside, hoje em dia, em compreender o mercado, os clientes e as tendências de consumo. Nesse quesito, as soluções de analytics são absolutamente indispensáveis.

Mesmo com todo o investimento realizado nesse segmento, ele permanece mal interpretado e é justamente nessa área que uma TI capacitada pode intervir de maneira mais do que positiva. Gestão de grandes bases de dados não é mais um desafio para as TIs e é a saída para depurar as informações entregues pelas plataformas de analytics.

Outro segmento que vale muito a pena observar são os dispositivos móveis. Vale ultrapassar a perspectiva focada em controle de dados e avaliar de que forma os aplicativos podem impulsionar os negócios da empresa. O mesmo vale para tecnologias que estão chegando, como é o caso do código HTML5 e tecnologias relacionadas.

Plataformas colaborativas

Tal política, que permite a vários departamentos colabor no desenvolvimento de plataformas e de soluções, tem sido ovacionada e adotada por CIOs de grandes corporações. Exemplo disso é o que ocorre na Disney Interactive, GE Healthcare e DuPont. Os executivos da PriceWaterhouseCoopers, empresa de auditoria de enorme peso, chama esses CIOs de “criadores de valor”, por terem um olhar que ultrapassa questões fundamentais e limitantes, transformando toda a cadeia de colaboradores em uma unidade geradora de inovação. Obviamente, tal colaboração não funciona sem uma TI bem organizada, capaz de executar os frutos do desenvolvimento coletivo. Uma perspectiva que vá além dos firewalls é essencial aos analistas de mercado, aos software, aos sistemas e arquitetos de dados, aos CSOs etc. A lista é interminável.

Inclua os colegas no planejamento

Uma excelente estratégia é envolver os executivos de maior conhecimento em assuntos de tecnologia para acompanharem de longe o andamento dos processos na TI.

Na lista de potenciais candidatos para ajudar no acompanhamento dos processos das TIs, estão gerentes de projeto, gerentes de produtos e arquitetos da informação, ou seja, não está tudo depositado exclusivamente nas mãos dos analistas de negócios. Todavia, cabe esclarecer os limites do projeto e outras condições sine quanon. Gerenciar um projeto no modelo colaborativo traz excelentes resultados quando a equipe está bem informada sobre os limites do projeto.

Atualmente, os desenvolvedores de produtos adotam em ritmo crescente as tecnologias empregadas nas TIs, mas também lançam mão de recursos que a TI despreza. Ocorre que, à medida que essas tecnologias ganham em importância, sua integração com o ambiente da TI fica cada vez maior. São sistemas de CRM, SCM e vários outros. Um bom exemplo desse leque de tecnologias consolidadas em um só lugar são grandes websites corporativos. Nesse ambiente, o envolvimento da TI é mínimo, mesmo porque os servidores são, muitas vezes, externos.

Imagine um automóvel capaz de rastrear a localização do dono e que consiga aprender os hábitos do proprietário com o propósito de ajustar o consumo de combustível a um nível otimizado. Para realizar tal operação, o fabricante do automóvel terá de se conectar a um sistema que colhe as informações do carro e devolver as soluções. O mesmo pode ser dito de um fabricante de refrigerantes, que realiza ações de marketing em redes sociais. Esse fabricante precisa de acesso aos dados do consumidor para mensurar a freqüência de acessos e avaliar as questões de segurança – áreas que são largamente ignoradas pelos desenvolvedores de produtos.

Em circunstâncias dessa natureza, quais seriam as atribuições da TI, além de lidar com as rotinas dos processos? Será que a TI pode participar ativamente no desenvolvimento de produtos, da mesma forma que analistas de negócios auxiliam os trabalhos em outras unidade a fim de aprender e a ajudar nos ajustes de processos realizados pela corporação? Possivelmente, os desenvolvedores de produtos devam assumir as tarefas mais inovadoras da TI, ou seja, desenvolver e posicionar novos produtos, de aplicativos para redes sociais a plataforma para dispositivos móveis, deixando as atribuições de ERP e de backup a cargo da TI.

O novo lema da TI: Pense diferente

O antigo lema da Apple “Pense diferente” é um grande mantra. Ele serve para as equipes de TI lidarem abertamente com o ideário que as novas gerações tecnológicas trazem consigo. Pode parecer radical, mas tudo a que a TI estava acostumada deve ser esquecido, não vale mais.

A necessidade da TI se adaptar aos negócios deixa evidente que ela não faz parte dos negócios da empresa é cruel e vai contra o princípio que sugere a introdução da TI no grupo central e orientado às estratégias de marketing e de desenvolvimento de produtos e de serviços. Por outro lado, a TI raramente encara os negócio da corporação como sendo de sua responsabilidade, o que motiva a segregação do departamento ainda mais.

O estereótipo da TI

É essencial que a TI se livre do estigma alimentado por outros colaboradores da corporação. Vendas e marketing, por exemplo, são departamentos que só têm a ganhar com uma relação mais estreita junto a TI.

O mercado vem dando claros sinais d como deve se desenvolver daqui em diante. Cabe a você, tirar a TI da sala de máquinas e trazer para o centro da corporação.

Fonte:http://computerworld.uol.com.br/gestao/2011/01/20/departamentos-de-ti-podem-parar-na-nuvem/

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