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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Informatização da gestão da estratégia empresarial

Nas últimas décadas observamos uma série de modificações nas empresas, tanto em relação às suas atuações de mercado, quanto em seus modelos de gestão. A concorrência enfrentada mundialmente tem obrigado os gestores a continuamente buscar o desenvolvimento de estratégias cada vez mais complexas e a criar metodologias que possibilitem atingir resultados satisfatórios.
Quinta-feira, 02 de dezembro de 2010 às 12h14

Louremir Reinaldo Jeronimo*

Na busca por mais eficiência, agilidade, alinhamento estratégico e redução de custos, vários conceitos foram desenvolvidos e passaram a ser incorporados aos modelos de gestão. EVA (Economic Value Added), balanced scorecard e gestão baseada em valor são bons exemplos. Mas, a dúvida que persiste é: os sistemas de informação das empresas estão preparados para suportar tais modelos de gestão?

Há bem pouco tempo, mais precisamente na década de 90, presenciamos um intenso movimento de informatização empresarial através da implantação de sistemas de ERP (Enterprise Resource Planning). Inicialmente, esses sistemas eram vistos como uma solução que atenderia à necessidade de informação de todos os níveis de gestão empresarial. Essa expectativa, entretanto, não se confirmou totalmente na prática.

A implantação de softwares de ERP teve como grande mérito organizar o fluxo de informações operacionais da empresa, transformando diversos sistemas isolados e especialistas em uma ferramenta única, integrada, e com disponibilização de informações para todas as áreas da organização em tempo real. Foi um grande salto na organização das empresas, mas restrito a seu nível operacional.

Média e alta gerências, mesmo após a implantação dos sistemas de ERP, continuaram com dificuldade para gerar análises e relatórios que suportam os seus modelos. O que se observa em muitas empresas são pessoas ou áreas inteiras dedicadas a coletar informações nas mais variadas fontes, inserindo dados em uma infinidade de planilhas para gerar relatórios, análises e apresentações.

A estrutura em questão pode até atender às necessidades iniciais, motivadas pela carência de outra forma mais eficiente de responder à alta gestão. Mas, no médio prazo, as empresas acabam se tornando dependentes de um emaranhado de planilhas entrelaçadas e complexas. Além disso, o modelo – que inicialmente parece flexível – acaba se mostrando engessado, dependente das poucas e únicas pessoas na organização que conhecem a estrutura construída e são capazes de manejá-la.

Um olhar mais apurado nota, hoje em dia, que essa estrutura é ineficiente e gera custos para as organizações – custo esse que não é mensurado apenas com base no dispêndio de um departamento ou grupo de pessoas responsáveis por controlar as intrincadas planilhas, mas principalmente através da percepção do quanto se pode perder (ou deixar de ganhar) por ter uma informação com um prazo inaceitável ou mesmo uma decisão equivocada, tomada com base em um relatório impreciso.

Diante desse cenário, muitas empresas têm direcionado seus investimentos para um estágio mais avançado da informatização empresarial, que tem o foco em seu modelo de gestão. Isso significa: desenvolver sistemas de simulação para analisar os impactos das estratégias consideradas, mas antes de colocá-las em operação; comunicar a estratégia de forma adequada, transformando em indicadores e métricas tanto financeiras quanto não financeiras; e, principalmente, construir um sistema integrado de informações gerenciais com base nos dados gerados pelos sistemas de ERP e que atenda às necessidades da alta gestão.

A lacuna deixada pelos sistemas de ERP passa a ser preenchida pelos sistemas de EPM (Enterprise Performance Management), que apresentam um conjunto de soluções especialistas para as funções de planejamento e controle empresarial, fornecendo alertas, análises, relatórios e acesso direto às informações imprescindíveis para os tomadores de decisão.

As soluções de EPM incluem módulos especialistas em elaboração e controle orçamentário, consolidação contábil, simulações financeiras estratégicas suportadas por modelos estatísticos, além de balanced scorecard e controle de indicadores, apuração e controle de custos, gerenciamento do processo de fechamento contábil, entre outros.

Com a utilização desse conjunto de soluções, observamos um amplo atendimento da demanda por informações para suportar a gestão estratégica das empresas com elevado grau de segurança e confiabilidade. Assim, encerrada a etapa de informatização dos processos operacionais realizada pelos sistemas de ERP, as soluções de EPM se apresentam como uma nova fase na evolução da informatização empresarial sendo um grande direcionador de investimentos em tecnologia para as empresas nos próximos anos.

* Louremir Reinaldo Jeronimo é professor convidado da Fundação Getúlio Vargas e gerente de soluções EPM da Unione.

Fonte:http://olhardigital.uol.com.br/produtos/digital_news/informatizacao-da-gestao-da-estrategia-empresarial/15159

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