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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

MEC tentará de novo duas edições do Enem

Provas seriam aplicadas em maio e outubro; validade da nota deve ser estendida

Disposto a realizar duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2011, mas temendo novos fiascos, o ministro da Educação, Fernando Haddad, vai se reunir este mês com as empresas contratadas para aplicar o exame: o consórcio formado pela Fundação Cesgranrio e o Cespe (Centro de Seleção e Promoção de Eventos), a gráfica RR Donnelley e os Correios.

Ele quer saber se os parceiros acreditam ter condições de aplicar um Enem no primeiro semestre e outro no segundo, sem a repetição das falhas ocorridas em 2009 e 2010.

- Se eles responderem afirmativamente que podem fazer duas edições do Enem a partir de 2011, será feito - diz Haddad.

A reunião ainda não tem data, mas está prevista para o mês que vem. Se Haddad ficar convencido de que é possível promover as duas edições do Enem, o Ministério da Educação aplicará, provavelmente, o exame em maio e em outubro.

Haddad descarta a possibilidade de regionalizar o Enem, com provas em diferentes datas. Segundo ele, o banco de questões usado nas provas ainda não tem itens em número suficiente para esse tipo de medida.

- Do ponto de vista de logística, o que está em estudo é fazer mais de uma edição. Caso o MEC faça dois exames este ano, será preciso fixar o período de validade das notas.

Atualmente, a nota é usada no processo seletivo subsequente. Com duas edições por ano, o MEC deverá estender a validade das notas para um período de dois anos. Assim, quem fizer o Enem no primeiro semestre, por exemplo, poderá disputar vagas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do meio e do fim ano ou até mesmo em 2012.

Reformulado em 2009 para substituir os vestibulares das universidades federais, o novo Enem enfrentou contratempos tanto na primeira quanto na segunda edição. Em 2009, um caderno de questões foi roubado da gráfica Plural, contratada naquele ano para imprimir as provas.

O vazamento levou o MEC a adiar o exame de outubro para dezembro, atrasando os resultados. Parte das universidades desistiu de usar as notas do teste naquele momento.

Em 2010, falhas de impressão em 33 mil cadernos de questões rodados na gráfica RR Donnelley e um erro de impressão no cabeçalho da folha de respostas, além do vazamento do tema da redação no interior da Bahia, também deram origem a muita confusão.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC responsável pelo exame, reaplicou a prova mês passado para cerca de 4,5 mil participantes que receberam cadernos de questões com falhas de impressão. Os resultados serão divulgados este mês.

Haddad diz que servidores do instituto responsáveis pelos erros no cabeçalho das folhas de resposta do Enem 2010 poderão ser punidos, dependendo do resultado de sindicância no Inep.

A sucessão de erros no Enem desgastou a imagem do ministro. Sua permanência à frente do MEC era incerta, o que levou políticos petistas a entrar na disputa. Satisfeito com o convite da presidente eleita Dilma Rousseff para permanecer no cargo, Haddad admite que a educação brasileira tem sérios problemas:

- Nós temos um passivo importante a ser resgatado, fruto de um século de descaso e isso não é novidade. A novidade é que o Brasil encontrou um caminho de superação dessas dificuldades.
(Demétrio Weber)
(O Globo, 1º/1)

fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=75649

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