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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Portais noticiosos e Google controlam 75% do tráfego de internet no Brasil



O hábito de navegação do brasileiro ainda passa bastante pelas homepages dos portais, que tiveram a competência de criar esse hábito e de mantê-lo até hoje e portanto são poucos os blogs independentes com audiência relevante, aponta o estudo

A navegação de grande parte dos internautas brasileiros começa pelos portais de notícias, segundo apresentação da agência JWT no Social Media Week, realizado em São Paulo. Sites como Globo.com, Terra, iG e UOL são responsáveis - ao lado do serviços de busca Google, Orkut e Youtube - por 75% de pageviews no Brasil, informa agência com base em dados levantados pelo instituto de pesquisa (Ibope).

Sem as ferramentas do Google, metade do tráfego de usuários brasileiros na web está centralizada em veículos de imprensa. "Eles (portais) ensinaram o brasileiro a navegar e souberam manter o tráfego", diz Ken Fujioka, vice-presidente de planejamento da JWT, em matéria reproduzida pelo portal de comunicação Comunique-se.

O resultado desta ampla aceitação do público, como avalia a agência, enfraquece o espaço dos blogs nas mídias digitais. Os blogueiros que conquistam a audiência são incorporados aos grandes portais. "Quanto mais fragmentada a audiência, mais propício é o ambiente para que os blogs sejam influentes. E no Brasil a internet é muito concentrada", entende Fujioka.

No País, a mídia online é concentrada assim como a mídia chamada "offline". Do mesmo modo em que há cinco grandes canais de TV, no País, há também sete sites "majors". Segundo o Ibope: UOL, Terra, iG, Globo.com, Google (incluindo busca, YouTube e Orkut), Microsoft Live e Yahoo!, analisa Laís Prado no artigo "JWT avalia mídia social x tradicional", publicado em seu blog CCSP.

Outro questionamento do estudo é se a mídia tradicional é pautada pelas mídias sociais e a conclusão é que, aparentemente, isso acontece pouquíssimo, sendo as mídias sociais mais usadas como fonte de pesquisa. O estudo levanta algumas hipóteses para justificar a relação entre as mídias sociais e as tradicionais. Pela análise publicada na Folha de São Paulo, apesar do frisson em torno das mídias sociais, a pesquisa demonstra que no país, elas ainda são muito pouco influentes, servindo mais como uma caixa de "ressonância" ao repercutir notícias geradas pela mídia tradicional.

Segundo o relatório, a maioria do que se fala em mídias sociais é de caráter pessoal, especialmente fora dos blogs - estes sim teriam um compromisso, em geral, com a busca por conteúdo original. Nos EUA, diz o estudo, isso acontece mais do que no Brasil. Blogs são fontes de informação, dão furos, investigam: o TMZ foi o veículo que avisou ao mundo que Michael Jackson tinha morrido, o Gizmodo conseguiu um iPhone 4 roubado, Barack Obama conseguiu com sucesso usar as redes sociais e os blogs movimentam milhões nos EUA (vide Huffington Post, agora comprado pela AOL).

O hábito de navegação do brasileiro ainda passa bastante pelas homepages dos portais, que tiveram a competência de criar esse hábito e de mantê-lo até hoje e portanto são poucos os blogs independentes com audiência relevante, aponta o estudo.

Para elaborar a pesquisa, a JWT realizou entrevistas e analisou o arquivo das reportagens de 2010 do "Jornal Nacional" e das revistas "Época" e "Veja". Foram analisadas 7.418 matérias. Nas mídias sociais, foram analisadas as ferramentas Google Trends, Google Em Tempo Real e os relatórios de assuntos populares divulgados no final do ano pelo Twitter e pelo Facebook.
(Sergio Duran - Jornalismo das América)

Fonte:http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=76403

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